Emprego no paraíso: ‘workation’ é nova tendência que une viagens e trabalho ao mesmo tempo


Adeptos do workation, mistura de work e vacation (trabalho e férias em inglês) fazem viagens temporárias e trabalham remotamente, o que lhes permite explorar novos lugares ao mesmo tempo em que mantêm a produtividade

Por Bruna Klingspiegel

E se você pudesse explorar os sítios arqueológicos de Cusco durante o seu horário de almoço ou terminar a última reunião do dia e, em seguida, visitar uma praia paradisíaca? Essa é a proposta do workation, uma tendência que consiste em unir trabalho e lazer em prol da produtividade, bem-estar e networking. No mercado brasileiro, a prática já começou e se tornou até mesmo benefício corporativo e pacote de viagem.

Diferente do “nomadismo digital”, o workation não é um estilo de vida e as viagens são planejadas para serem temporárias, com data de ida e retorno. O tradutor e intérprete Luis Reis, por exemplo, faz parte da parcela de profissionais que descobriram as maravilhas e os desafios do trabalho remoto durante a pandemia e virou um adepto.

Com as restrições impostas pela pandemia em 2020, ele começou a trabalhar 100% remotamente. Se, por um lado, sua agenda estava lotada, trabalhar sozinho foi extenuante e quase o levou a um burnout. Após passar uma temporada na casa da irmã no litoral paulista, ele decidiu vender o apartamento em São Paulo e começar a sua jornada como seminômade digital, viajando mensalmente, mas ainda tendo a capital paulista como base. Conheceu o País todo e descobriu que no equilíbrio entre trabalho e lazer estava a fórmula secreta para uma vida profissional feliz e prazerosa.

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O seminômade Luis Reis, que trabalha como intérprete e tradutor no esquema de workation Foto: Marcelo Chello

Após um término de namoro, Gabriela Maia, gerente de liderança e desenvolvimento de competências da Petrobras, decidiu reorganizar seu dia a dia para conciliar o cuidado com as filhas e começar a trabalhar de diversos lugares do mundo.

Quando a empresa retomou o trabalho híbrido, com a obrigatoriedade de estar no escritório duas vezes por semana, ela adaptou a rotina para realizar viagens mais curtas. Em comum, Luis e Gabriela viram a necessidade de se distanciar da monotonia para se abrir para o mundo e expandir sua rede pessoal e profissional. Os dois, inclusive, se conheceram em uma viagem a Lima, no Peru.

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Como funciona na prática?

Ao trabalhar remotamente de um local diferente, geralmente um destino turístico e/ou paradisíaco, os profissionais podem ter uma rotina menos cansativa de trabalho e usar o tempo livre para explorar e aproveitar o local visitado. Apesar de essa prática parecer um sonho para muita gente, Luis aponta que essa não é uma rotina para qualquer um.

Além da necessidade da flexibilidade do próprio trabalho, seja ele híbrido ou remoto, a organização é a palavra-chave para unir trabalho e diversão sem perder em produtividade — ou cair em uma armadilha financeira.

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“Não dá para simplesmente esquecer do trabalho. Tento sempre estar disponível no horário comercial e aproveitar o tempo livre para conhecer a cidade e me divertir”, explica Luis.

Com o trabalho híbrido na Petrobras, Gabriela adaptou sua rotina para aproveitar melhor suas viagens. Ela criou uma estratégia para dividir sua semana, reservando os dias de trabalho no escritório para suas obrigações presenciais, como reuniões e atividades que exigem sua presença física.

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Nos demais dias da semana, Gabriela desfruta da flexibilidade do trabalho remoto para viajar para diferentes destinos. Ela descobriu novas formas de conhecer até seu próprio estado natal, o Rio de Janeiro, hospedando-se em hotéis em várias regiões e experimentando a vida local.

Gabriela Lima trabalhando do corworking de um hostel em Lima, Peru. Foto: Arquivo Pessoal

Essa abordagem também proporcionou a ela a oportunidade de se conectar com outras pessoas, o que ela considera fundamental para seu crescimento profissional. “É quando você sai do seu ambiente, da sua zona de conforto, que você tem umas viradas de chave”, diz.

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Além de aproveitar a praia após o horário de trabalho ou visitar um monumento histórico, as viagens criam um ambiente propício para a troca de ideias e networking. Para Gabriela, essas imersões também se tornaram oportunidades para enriquecer sua rede de contatos e trocar experiências com pessoas de diferentes culturas e backgrounds.

Flexibilidade

A pandemia transformou drasticamente as formas de trabalho. Embora o boom do trabalho remoto possa ter passado, a flexibilidade se tornou algo inegociável para uma parcela dos profissionais que experimentaram esse formato.

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A criação do programa workation da rede de hotéis Selina acompanha esse movimento. Todas as unidades oferecem espaços de coworking, mas os programas de workation oferecidos em diversos países, incluindo o Brasil, combinam trabalho remoto em horário comercial com a oferta de experiências turísticas e rodas de interação entre os participantes. O objetivo, de acordo com Mónica Ordoñez, diretora comercial regional do Selina, é oferecer um ambiente produtivo ao mesmo tempo em que as pessoas criam comunidade e fazem amigos durante as atividades oferecidas.

Também pensando nas novas demandas dos profissionais, a CI&T, multinacional brasileira de TI e desenvolvimento de software, criou o programa Workation, onde proporcionam experiências internacionais de até 90 dias para os seus colaboradores sem prejudicar a rotina de trabalho.

Os colaboradores podem utilizar esse tempo para imersão cultural, aprendizado de idiomas ou para estar próximos de familiares que moram no exterior. Vinicius Lucas, head de pessoas da CI&T explica que o papel da empresa nesse contexto é apoiar os colaboradores durante o processo, oferecendo orientações e suporte logístico, além de pensar em como adaptar sua rotina de trabalho, considerando o fuso horário, por exemplo.

Antonia Moreira, brand analyst e redatora da CI&T, é uma das profissionais que receberam o benefício da empresa. Em 2021, ela foi selecionada para participar de um curso no Instituto de Estudos de Direitos Humanos na Universidade Columbia, nos Estados Unidos. Para equilibrar suas responsabilidades de trabalho com essa oportunidade educacional, Antonia solicitou uma licença não remunerada. No entanto, a empresa informou-lhe sobre a existência do benefício de workation oferecido, o qual possibilitou que ela pudesse conciliar o curso com suas atividades profissionais.

Antonia Moreira utilizou o benefício oferecido pela empresa em que trabalha para estudar em Nova York Foto: Arquivo Pessoal

Essa oportunidade permitiu que ela passasse 4 meses em Nova York sem redução salarial e com horários flexíveis. Antonia destaca a importância dessa experiência em sua trajetória e na forma de se sentir valorizada pela empresa. “A experiência se reflete em meu próprio trabalho aqui, desde fazer uma capacitação em direitos humanos até ter tido essa experiência imersiva na língua. Todo esse tempo lá me ajudou muito a desenvolver mais confiança e colocar em prática tudo o que aprendi internamente.”

E se você pudesse explorar os sítios arqueológicos de Cusco durante o seu horário de almoço ou terminar a última reunião do dia e, em seguida, visitar uma praia paradisíaca? Essa é a proposta do workation, uma tendência que consiste em unir trabalho e lazer em prol da produtividade, bem-estar e networking. No mercado brasileiro, a prática já começou e se tornou até mesmo benefício corporativo e pacote de viagem.

Diferente do “nomadismo digital”, o workation não é um estilo de vida e as viagens são planejadas para serem temporárias, com data de ida e retorno. O tradutor e intérprete Luis Reis, por exemplo, faz parte da parcela de profissionais que descobriram as maravilhas e os desafios do trabalho remoto durante a pandemia e virou um adepto.

Com as restrições impostas pela pandemia em 2020, ele começou a trabalhar 100% remotamente. Se, por um lado, sua agenda estava lotada, trabalhar sozinho foi extenuante e quase o levou a um burnout. Após passar uma temporada na casa da irmã no litoral paulista, ele decidiu vender o apartamento em São Paulo e começar a sua jornada como seminômade digital, viajando mensalmente, mas ainda tendo a capital paulista como base. Conheceu o País todo e descobriu que no equilíbrio entre trabalho e lazer estava a fórmula secreta para uma vida profissional feliz e prazerosa.

O seminômade Luis Reis, que trabalha como intérprete e tradutor no esquema de workation Foto: Marcelo Chello

Após um término de namoro, Gabriela Maia, gerente de liderança e desenvolvimento de competências da Petrobras, decidiu reorganizar seu dia a dia para conciliar o cuidado com as filhas e começar a trabalhar de diversos lugares do mundo.

Quando a empresa retomou o trabalho híbrido, com a obrigatoriedade de estar no escritório duas vezes por semana, ela adaptou a rotina para realizar viagens mais curtas. Em comum, Luis e Gabriela viram a necessidade de se distanciar da monotonia para se abrir para o mundo e expandir sua rede pessoal e profissional. Os dois, inclusive, se conheceram em uma viagem a Lima, no Peru.

Como funciona na prática?

Ao trabalhar remotamente de um local diferente, geralmente um destino turístico e/ou paradisíaco, os profissionais podem ter uma rotina menos cansativa de trabalho e usar o tempo livre para explorar e aproveitar o local visitado. Apesar de essa prática parecer um sonho para muita gente, Luis aponta que essa não é uma rotina para qualquer um.

Além da necessidade da flexibilidade do próprio trabalho, seja ele híbrido ou remoto, a organização é a palavra-chave para unir trabalho e diversão sem perder em produtividade — ou cair em uma armadilha financeira.

“Não dá para simplesmente esquecer do trabalho. Tento sempre estar disponível no horário comercial e aproveitar o tempo livre para conhecer a cidade e me divertir”, explica Luis.

Com o trabalho híbrido na Petrobras, Gabriela adaptou sua rotina para aproveitar melhor suas viagens. Ela criou uma estratégia para dividir sua semana, reservando os dias de trabalho no escritório para suas obrigações presenciais, como reuniões e atividades que exigem sua presença física.

Nos demais dias da semana, Gabriela desfruta da flexibilidade do trabalho remoto para viajar para diferentes destinos. Ela descobriu novas formas de conhecer até seu próprio estado natal, o Rio de Janeiro, hospedando-se em hotéis em várias regiões e experimentando a vida local.

Gabriela Lima trabalhando do corworking de um hostel em Lima, Peru. Foto: Arquivo Pessoal

Essa abordagem também proporcionou a ela a oportunidade de se conectar com outras pessoas, o que ela considera fundamental para seu crescimento profissional. “É quando você sai do seu ambiente, da sua zona de conforto, que você tem umas viradas de chave”, diz.

Além de aproveitar a praia após o horário de trabalho ou visitar um monumento histórico, as viagens criam um ambiente propício para a troca de ideias e networking. Para Gabriela, essas imersões também se tornaram oportunidades para enriquecer sua rede de contatos e trocar experiências com pessoas de diferentes culturas e backgrounds.

Flexibilidade

A pandemia transformou drasticamente as formas de trabalho. Embora o boom do trabalho remoto possa ter passado, a flexibilidade se tornou algo inegociável para uma parcela dos profissionais que experimentaram esse formato.

A criação do programa workation da rede de hotéis Selina acompanha esse movimento. Todas as unidades oferecem espaços de coworking, mas os programas de workation oferecidos em diversos países, incluindo o Brasil, combinam trabalho remoto em horário comercial com a oferta de experiências turísticas e rodas de interação entre os participantes. O objetivo, de acordo com Mónica Ordoñez, diretora comercial regional do Selina, é oferecer um ambiente produtivo ao mesmo tempo em que as pessoas criam comunidade e fazem amigos durante as atividades oferecidas.

Também pensando nas novas demandas dos profissionais, a CI&T, multinacional brasileira de TI e desenvolvimento de software, criou o programa Workation, onde proporcionam experiências internacionais de até 90 dias para os seus colaboradores sem prejudicar a rotina de trabalho.

Os colaboradores podem utilizar esse tempo para imersão cultural, aprendizado de idiomas ou para estar próximos de familiares que moram no exterior. Vinicius Lucas, head de pessoas da CI&T explica que o papel da empresa nesse contexto é apoiar os colaboradores durante o processo, oferecendo orientações e suporte logístico, além de pensar em como adaptar sua rotina de trabalho, considerando o fuso horário, por exemplo.

Antonia Moreira, brand analyst e redatora da CI&T, é uma das profissionais que receberam o benefício da empresa. Em 2021, ela foi selecionada para participar de um curso no Instituto de Estudos de Direitos Humanos na Universidade Columbia, nos Estados Unidos. Para equilibrar suas responsabilidades de trabalho com essa oportunidade educacional, Antonia solicitou uma licença não remunerada. No entanto, a empresa informou-lhe sobre a existência do benefício de workation oferecido, o qual possibilitou que ela pudesse conciliar o curso com suas atividades profissionais.

Antonia Moreira utilizou o benefício oferecido pela empresa em que trabalha para estudar em Nova York Foto: Arquivo Pessoal

Essa oportunidade permitiu que ela passasse 4 meses em Nova York sem redução salarial e com horários flexíveis. Antonia destaca a importância dessa experiência em sua trajetória e na forma de se sentir valorizada pela empresa. “A experiência se reflete em meu próprio trabalho aqui, desde fazer uma capacitação em direitos humanos até ter tido essa experiência imersiva na língua. Todo esse tempo lá me ajudou muito a desenvolver mais confiança e colocar em prática tudo o que aprendi internamente.”

E se você pudesse explorar os sítios arqueológicos de Cusco durante o seu horário de almoço ou terminar a última reunião do dia e, em seguida, visitar uma praia paradisíaca? Essa é a proposta do workation, uma tendência que consiste em unir trabalho e lazer em prol da produtividade, bem-estar e networking. No mercado brasileiro, a prática já começou e se tornou até mesmo benefício corporativo e pacote de viagem.

Diferente do “nomadismo digital”, o workation não é um estilo de vida e as viagens são planejadas para serem temporárias, com data de ida e retorno. O tradutor e intérprete Luis Reis, por exemplo, faz parte da parcela de profissionais que descobriram as maravilhas e os desafios do trabalho remoto durante a pandemia e virou um adepto.

Com as restrições impostas pela pandemia em 2020, ele começou a trabalhar 100% remotamente. Se, por um lado, sua agenda estava lotada, trabalhar sozinho foi extenuante e quase o levou a um burnout. Após passar uma temporada na casa da irmã no litoral paulista, ele decidiu vender o apartamento em São Paulo e começar a sua jornada como seminômade digital, viajando mensalmente, mas ainda tendo a capital paulista como base. Conheceu o País todo e descobriu que no equilíbrio entre trabalho e lazer estava a fórmula secreta para uma vida profissional feliz e prazerosa.

O seminômade Luis Reis, que trabalha como intérprete e tradutor no esquema de workation Foto: Marcelo Chello

Após um término de namoro, Gabriela Maia, gerente de liderança e desenvolvimento de competências da Petrobras, decidiu reorganizar seu dia a dia para conciliar o cuidado com as filhas e começar a trabalhar de diversos lugares do mundo.

Quando a empresa retomou o trabalho híbrido, com a obrigatoriedade de estar no escritório duas vezes por semana, ela adaptou a rotina para realizar viagens mais curtas. Em comum, Luis e Gabriela viram a necessidade de se distanciar da monotonia para se abrir para o mundo e expandir sua rede pessoal e profissional. Os dois, inclusive, se conheceram em uma viagem a Lima, no Peru.

Como funciona na prática?

Ao trabalhar remotamente de um local diferente, geralmente um destino turístico e/ou paradisíaco, os profissionais podem ter uma rotina menos cansativa de trabalho e usar o tempo livre para explorar e aproveitar o local visitado. Apesar de essa prática parecer um sonho para muita gente, Luis aponta que essa não é uma rotina para qualquer um.

Além da necessidade da flexibilidade do próprio trabalho, seja ele híbrido ou remoto, a organização é a palavra-chave para unir trabalho e diversão sem perder em produtividade — ou cair em uma armadilha financeira.

“Não dá para simplesmente esquecer do trabalho. Tento sempre estar disponível no horário comercial e aproveitar o tempo livre para conhecer a cidade e me divertir”, explica Luis.

Com o trabalho híbrido na Petrobras, Gabriela adaptou sua rotina para aproveitar melhor suas viagens. Ela criou uma estratégia para dividir sua semana, reservando os dias de trabalho no escritório para suas obrigações presenciais, como reuniões e atividades que exigem sua presença física.

Nos demais dias da semana, Gabriela desfruta da flexibilidade do trabalho remoto para viajar para diferentes destinos. Ela descobriu novas formas de conhecer até seu próprio estado natal, o Rio de Janeiro, hospedando-se em hotéis em várias regiões e experimentando a vida local.

Gabriela Lima trabalhando do corworking de um hostel em Lima, Peru. Foto: Arquivo Pessoal

Essa abordagem também proporcionou a ela a oportunidade de se conectar com outras pessoas, o que ela considera fundamental para seu crescimento profissional. “É quando você sai do seu ambiente, da sua zona de conforto, que você tem umas viradas de chave”, diz.

Além de aproveitar a praia após o horário de trabalho ou visitar um monumento histórico, as viagens criam um ambiente propício para a troca de ideias e networking. Para Gabriela, essas imersões também se tornaram oportunidades para enriquecer sua rede de contatos e trocar experiências com pessoas de diferentes culturas e backgrounds.

Flexibilidade

A pandemia transformou drasticamente as formas de trabalho. Embora o boom do trabalho remoto possa ter passado, a flexibilidade se tornou algo inegociável para uma parcela dos profissionais que experimentaram esse formato.

A criação do programa workation da rede de hotéis Selina acompanha esse movimento. Todas as unidades oferecem espaços de coworking, mas os programas de workation oferecidos em diversos países, incluindo o Brasil, combinam trabalho remoto em horário comercial com a oferta de experiências turísticas e rodas de interação entre os participantes. O objetivo, de acordo com Mónica Ordoñez, diretora comercial regional do Selina, é oferecer um ambiente produtivo ao mesmo tempo em que as pessoas criam comunidade e fazem amigos durante as atividades oferecidas.

Também pensando nas novas demandas dos profissionais, a CI&T, multinacional brasileira de TI e desenvolvimento de software, criou o programa Workation, onde proporcionam experiências internacionais de até 90 dias para os seus colaboradores sem prejudicar a rotina de trabalho.

Os colaboradores podem utilizar esse tempo para imersão cultural, aprendizado de idiomas ou para estar próximos de familiares que moram no exterior. Vinicius Lucas, head de pessoas da CI&T explica que o papel da empresa nesse contexto é apoiar os colaboradores durante o processo, oferecendo orientações e suporte logístico, além de pensar em como adaptar sua rotina de trabalho, considerando o fuso horário, por exemplo.

Antonia Moreira, brand analyst e redatora da CI&T, é uma das profissionais que receberam o benefício da empresa. Em 2021, ela foi selecionada para participar de um curso no Instituto de Estudos de Direitos Humanos na Universidade Columbia, nos Estados Unidos. Para equilibrar suas responsabilidades de trabalho com essa oportunidade educacional, Antonia solicitou uma licença não remunerada. No entanto, a empresa informou-lhe sobre a existência do benefício de workation oferecido, o qual possibilitou que ela pudesse conciliar o curso com suas atividades profissionais.

Antonia Moreira utilizou o benefício oferecido pela empresa em que trabalha para estudar em Nova York Foto: Arquivo Pessoal

Essa oportunidade permitiu que ela passasse 4 meses em Nova York sem redução salarial e com horários flexíveis. Antonia destaca a importância dessa experiência em sua trajetória e na forma de se sentir valorizada pela empresa. “A experiência se reflete em meu próprio trabalho aqui, desde fazer uma capacitação em direitos humanos até ter tido essa experiência imersiva na língua. Todo esse tempo lá me ajudou muito a desenvolver mais confiança e colocar em prática tudo o que aprendi internamente.”

E se você pudesse explorar os sítios arqueológicos de Cusco durante o seu horário de almoço ou terminar a última reunião do dia e, em seguida, visitar uma praia paradisíaca? Essa é a proposta do workation, uma tendência que consiste em unir trabalho e lazer em prol da produtividade, bem-estar e networking. No mercado brasileiro, a prática já começou e se tornou até mesmo benefício corporativo e pacote de viagem.

Diferente do “nomadismo digital”, o workation não é um estilo de vida e as viagens são planejadas para serem temporárias, com data de ida e retorno. O tradutor e intérprete Luis Reis, por exemplo, faz parte da parcela de profissionais que descobriram as maravilhas e os desafios do trabalho remoto durante a pandemia e virou um adepto.

Com as restrições impostas pela pandemia em 2020, ele começou a trabalhar 100% remotamente. Se, por um lado, sua agenda estava lotada, trabalhar sozinho foi extenuante e quase o levou a um burnout. Após passar uma temporada na casa da irmã no litoral paulista, ele decidiu vender o apartamento em São Paulo e começar a sua jornada como seminômade digital, viajando mensalmente, mas ainda tendo a capital paulista como base. Conheceu o País todo e descobriu que no equilíbrio entre trabalho e lazer estava a fórmula secreta para uma vida profissional feliz e prazerosa.

O seminômade Luis Reis, que trabalha como intérprete e tradutor no esquema de workation Foto: Marcelo Chello

Após um término de namoro, Gabriela Maia, gerente de liderança e desenvolvimento de competências da Petrobras, decidiu reorganizar seu dia a dia para conciliar o cuidado com as filhas e começar a trabalhar de diversos lugares do mundo.

Quando a empresa retomou o trabalho híbrido, com a obrigatoriedade de estar no escritório duas vezes por semana, ela adaptou a rotina para realizar viagens mais curtas. Em comum, Luis e Gabriela viram a necessidade de se distanciar da monotonia para se abrir para o mundo e expandir sua rede pessoal e profissional. Os dois, inclusive, se conheceram em uma viagem a Lima, no Peru.

Como funciona na prática?

Ao trabalhar remotamente de um local diferente, geralmente um destino turístico e/ou paradisíaco, os profissionais podem ter uma rotina menos cansativa de trabalho e usar o tempo livre para explorar e aproveitar o local visitado. Apesar de essa prática parecer um sonho para muita gente, Luis aponta que essa não é uma rotina para qualquer um.

Além da necessidade da flexibilidade do próprio trabalho, seja ele híbrido ou remoto, a organização é a palavra-chave para unir trabalho e diversão sem perder em produtividade — ou cair em uma armadilha financeira.

“Não dá para simplesmente esquecer do trabalho. Tento sempre estar disponível no horário comercial e aproveitar o tempo livre para conhecer a cidade e me divertir”, explica Luis.

Com o trabalho híbrido na Petrobras, Gabriela adaptou sua rotina para aproveitar melhor suas viagens. Ela criou uma estratégia para dividir sua semana, reservando os dias de trabalho no escritório para suas obrigações presenciais, como reuniões e atividades que exigem sua presença física.

Nos demais dias da semana, Gabriela desfruta da flexibilidade do trabalho remoto para viajar para diferentes destinos. Ela descobriu novas formas de conhecer até seu próprio estado natal, o Rio de Janeiro, hospedando-se em hotéis em várias regiões e experimentando a vida local.

Gabriela Lima trabalhando do corworking de um hostel em Lima, Peru. Foto: Arquivo Pessoal

Essa abordagem também proporcionou a ela a oportunidade de se conectar com outras pessoas, o que ela considera fundamental para seu crescimento profissional. “É quando você sai do seu ambiente, da sua zona de conforto, que você tem umas viradas de chave”, diz.

Além de aproveitar a praia após o horário de trabalho ou visitar um monumento histórico, as viagens criam um ambiente propício para a troca de ideias e networking. Para Gabriela, essas imersões também se tornaram oportunidades para enriquecer sua rede de contatos e trocar experiências com pessoas de diferentes culturas e backgrounds.

Flexibilidade

A pandemia transformou drasticamente as formas de trabalho. Embora o boom do trabalho remoto possa ter passado, a flexibilidade se tornou algo inegociável para uma parcela dos profissionais que experimentaram esse formato.

A criação do programa workation da rede de hotéis Selina acompanha esse movimento. Todas as unidades oferecem espaços de coworking, mas os programas de workation oferecidos em diversos países, incluindo o Brasil, combinam trabalho remoto em horário comercial com a oferta de experiências turísticas e rodas de interação entre os participantes. O objetivo, de acordo com Mónica Ordoñez, diretora comercial regional do Selina, é oferecer um ambiente produtivo ao mesmo tempo em que as pessoas criam comunidade e fazem amigos durante as atividades oferecidas.

Também pensando nas novas demandas dos profissionais, a CI&T, multinacional brasileira de TI e desenvolvimento de software, criou o programa Workation, onde proporcionam experiências internacionais de até 90 dias para os seus colaboradores sem prejudicar a rotina de trabalho.

Os colaboradores podem utilizar esse tempo para imersão cultural, aprendizado de idiomas ou para estar próximos de familiares que moram no exterior. Vinicius Lucas, head de pessoas da CI&T explica que o papel da empresa nesse contexto é apoiar os colaboradores durante o processo, oferecendo orientações e suporte logístico, além de pensar em como adaptar sua rotina de trabalho, considerando o fuso horário, por exemplo.

Antonia Moreira, brand analyst e redatora da CI&T, é uma das profissionais que receberam o benefício da empresa. Em 2021, ela foi selecionada para participar de um curso no Instituto de Estudos de Direitos Humanos na Universidade Columbia, nos Estados Unidos. Para equilibrar suas responsabilidades de trabalho com essa oportunidade educacional, Antonia solicitou uma licença não remunerada. No entanto, a empresa informou-lhe sobre a existência do benefício de workation oferecido, o qual possibilitou que ela pudesse conciliar o curso com suas atividades profissionais.

Antonia Moreira utilizou o benefício oferecido pela empresa em que trabalha para estudar em Nova York Foto: Arquivo Pessoal

Essa oportunidade permitiu que ela passasse 4 meses em Nova York sem redução salarial e com horários flexíveis. Antonia destaca a importância dessa experiência em sua trajetória e na forma de se sentir valorizada pela empresa. “A experiência se reflete em meu próprio trabalho aqui, desde fazer uma capacitação em direitos humanos até ter tido essa experiência imersiva na língua. Todo esse tempo lá me ajudou muito a desenvolver mais confiança e colocar em prática tudo o que aprendi internamente.”

E se você pudesse explorar os sítios arqueológicos de Cusco durante o seu horário de almoço ou terminar a última reunião do dia e, em seguida, visitar uma praia paradisíaca? Essa é a proposta do workation, uma tendência que consiste em unir trabalho e lazer em prol da produtividade, bem-estar e networking. No mercado brasileiro, a prática já começou e se tornou até mesmo benefício corporativo e pacote de viagem.

Diferente do “nomadismo digital”, o workation não é um estilo de vida e as viagens são planejadas para serem temporárias, com data de ida e retorno. O tradutor e intérprete Luis Reis, por exemplo, faz parte da parcela de profissionais que descobriram as maravilhas e os desafios do trabalho remoto durante a pandemia e virou um adepto.

Com as restrições impostas pela pandemia em 2020, ele começou a trabalhar 100% remotamente. Se, por um lado, sua agenda estava lotada, trabalhar sozinho foi extenuante e quase o levou a um burnout. Após passar uma temporada na casa da irmã no litoral paulista, ele decidiu vender o apartamento em São Paulo e começar a sua jornada como seminômade digital, viajando mensalmente, mas ainda tendo a capital paulista como base. Conheceu o País todo e descobriu que no equilíbrio entre trabalho e lazer estava a fórmula secreta para uma vida profissional feliz e prazerosa.

O seminômade Luis Reis, que trabalha como intérprete e tradutor no esquema de workation Foto: Marcelo Chello

Após um término de namoro, Gabriela Maia, gerente de liderança e desenvolvimento de competências da Petrobras, decidiu reorganizar seu dia a dia para conciliar o cuidado com as filhas e começar a trabalhar de diversos lugares do mundo.

Quando a empresa retomou o trabalho híbrido, com a obrigatoriedade de estar no escritório duas vezes por semana, ela adaptou a rotina para realizar viagens mais curtas. Em comum, Luis e Gabriela viram a necessidade de se distanciar da monotonia para se abrir para o mundo e expandir sua rede pessoal e profissional. Os dois, inclusive, se conheceram em uma viagem a Lima, no Peru.

Como funciona na prática?

Ao trabalhar remotamente de um local diferente, geralmente um destino turístico e/ou paradisíaco, os profissionais podem ter uma rotina menos cansativa de trabalho e usar o tempo livre para explorar e aproveitar o local visitado. Apesar de essa prática parecer um sonho para muita gente, Luis aponta que essa não é uma rotina para qualquer um.

Além da necessidade da flexibilidade do próprio trabalho, seja ele híbrido ou remoto, a organização é a palavra-chave para unir trabalho e diversão sem perder em produtividade — ou cair em uma armadilha financeira.

“Não dá para simplesmente esquecer do trabalho. Tento sempre estar disponível no horário comercial e aproveitar o tempo livre para conhecer a cidade e me divertir”, explica Luis.

Com o trabalho híbrido na Petrobras, Gabriela adaptou sua rotina para aproveitar melhor suas viagens. Ela criou uma estratégia para dividir sua semana, reservando os dias de trabalho no escritório para suas obrigações presenciais, como reuniões e atividades que exigem sua presença física.

Nos demais dias da semana, Gabriela desfruta da flexibilidade do trabalho remoto para viajar para diferentes destinos. Ela descobriu novas formas de conhecer até seu próprio estado natal, o Rio de Janeiro, hospedando-se em hotéis em várias regiões e experimentando a vida local.

Gabriela Lima trabalhando do corworking de um hostel em Lima, Peru. Foto: Arquivo Pessoal

Essa abordagem também proporcionou a ela a oportunidade de se conectar com outras pessoas, o que ela considera fundamental para seu crescimento profissional. “É quando você sai do seu ambiente, da sua zona de conforto, que você tem umas viradas de chave”, diz.

Além de aproveitar a praia após o horário de trabalho ou visitar um monumento histórico, as viagens criam um ambiente propício para a troca de ideias e networking. Para Gabriela, essas imersões também se tornaram oportunidades para enriquecer sua rede de contatos e trocar experiências com pessoas de diferentes culturas e backgrounds.

Flexibilidade

A pandemia transformou drasticamente as formas de trabalho. Embora o boom do trabalho remoto possa ter passado, a flexibilidade se tornou algo inegociável para uma parcela dos profissionais que experimentaram esse formato.

A criação do programa workation da rede de hotéis Selina acompanha esse movimento. Todas as unidades oferecem espaços de coworking, mas os programas de workation oferecidos em diversos países, incluindo o Brasil, combinam trabalho remoto em horário comercial com a oferta de experiências turísticas e rodas de interação entre os participantes. O objetivo, de acordo com Mónica Ordoñez, diretora comercial regional do Selina, é oferecer um ambiente produtivo ao mesmo tempo em que as pessoas criam comunidade e fazem amigos durante as atividades oferecidas.

Também pensando nas novas demandas dos profissionais, a CI&T, multinacional brasileira de TI e desenvolvimento de software, criou o programa Workation, onde proporcionam experiências internacionais de até 90 dias para os seus colaboradores sem prejudicar a rotina de trabalho.

Os colaboradores podem utilizar esse tempo para imersão cultural, aprendizado de idiomas ou para estar próximos de familiares que moram no exterior. Vinicius Lucas, head de pessoas da CI&T explica que o papel da empresa nesse contexto é apoiar os colaboradores durante o processo, oferecendo orientações e suporte logístico, além de pensar em como adaptar sua rotina de trabalho, considerando o fuso horário, por exemplo.

Antonia Moreira, brand analyst e redatora da CI&T, é uma das profissionais que receberam o benefício da empresa. Em 2021, ela foi selecionada para participar de um curso no Instituto de Estudos de Direitos Humanos na Universidade Columbia, nos Estados Unidos. Para equilibrar suas responsabilidades de trabalho com essa oportunidade educacional, Antonia solicitou uma licença não remunerada. No entanto, a empresa informou-lhe sobre a existência do benefício de workation oferecido, o qual possibilitou que ela pudesse conciliar o curso com suas atividades profissionais.

Antonia Moreira utilizou o benefício oferecido pela empresa em que trabalha para estudar em Nova York Foto: Arquivo Pessoal

Essa oportunidade permitiu que ela passasse 4 meses em Nova York sem redução salarial e com horários flexíveis. Antonia destaca a importância dessa experiência em sua trajetória e na forma de se sentir valorizada pela empresa. “A experiência se reflete em meu próprio trabalho aqui, desde fazer uma capacitação em direitos humanos até ter tido essa experiência imersiva na língua. Todo esse tempo lá me ajudou muito a desenvolver mais confiança e colocar em prática tudo o que aprendi internamente.”

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