Supermercados racionam venda de arroz, feijão, leite e óleo de soja por causa de enchente no RS


Consumidores são pegos de surpresa e tentam fazer estoque com medo de que os produtos faltem e os preços subam; governo autoriza importação de arroz pela Conab

Por Márcia De Chiara
Atualização:

Os reflexos das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul já apareceram no varejo. Grandes redes de supermercados e de atacarejo começaram a racionar os volumes vendidos de arroz, leite, óleo de soja e feijão, alimentos nos quais o Estado tem forte presença na produção nacional.

No final da tarde desta quinta-feira, 9, por exemplo, Jair Andrade de Almeida, dono do restaurante Nova Frei Caneca, na região da avenida Paulista, foi às compras em um atacarejo da capital paulista para repor os estoques de arroz, mas foi pego de surpresa.

Planejava levar 30 fardos de arroz de 30 quilos, o que ele normalmente gasta por mês no seu restaurante. No entanto, conseguiu comprar apenas dez fardos porque a loja está limitando a venda de volume por cliente. “Vou ter de percorrer outros atacarejos para ver se pego mais 20 fardos”, disse ao Estadão.

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Jair Andrade de Almeida, dono de restaurante, conseguiu comprar um terço do arroz que precisava Foto: Márcia De Chiara/Estadão

O pequeno empresário não notou aumento de preço. Mas ele teme que o arroz fique mais caro. “Tudo pode acontecer, como eles estão limitando (a venda)”, afirmou.

Em outra loja, o pintor autônomo de veículos César Augusto Geraldo não chegou a ter sua compra frustrada como o dono de restaurante. Na loja em que visitava, a venda de arroz estava limitada a três pacotes de cinco quilos por cliente, e ele comprou dois. “Eu e meu pai consumimos, em média, dois pacotes por mês e já tenho mais dois em casa”, contou.

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César Augusto Geraldo, autônomo, teme a falta de arroz  Foto: Márcia De Chiara/ Estadão

A compra de Geraldo é por precaução. Ele teme a falta do produto. “Estou comprando arroz porque está sendo prevista a escassez”, disse, lembrando que 70% do arroz consumido no Brasil vem do território gaúcho.

Estoques normais

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A decisão de consumidores de fazer um pequeno estoque por precaução é exatamente o que a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) quer evitar. Um comunicado divulgado pela entidade “recomenda que os consumidores não façam estoques em casa para que todos tenham acesso contínuo ao produto”.

O GPA, dono das redes Pão de Açúcar e Extra, por exemplo, informou que estabeleceu a limitação de quantidades de arroz, feijão, óleo de soja e leite compradas por clientes para garantir a disponibilidade e o acesso da população a produtos essenciais.

A decisão do Grupo de racionar a venda de arroz, óleo de soja, feijão e leite é de âmbito nacional para todas as lojas com as bandeiras Pão de Açúcar, Extra Mercado, Minuto Pão de Açúcar, Pão de Açúcar Fresh e Mini Extra, assim como o comércio online (www.paodeacucar.com e www.clubeextra.com.br e apps Pão de Açúcar Mais e Clube Extra). A varejista informou que os estoques da companhia estão normais.

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A Abras monitora os estoques e o abastecimento de produtos essenciais. “Até o momento, os estoques e as operações de abastecimento do varejo estão normalizados com diversas marcas, preços e promoções para atender à demanda de consumo tanto das lojas físicas quanto pelo e-commerce”, disse a entidade em nota.

Racionamento atinge também óleo de soja Foto: Márcia De Chiara/Estadão

O racionamento de produtos ainda não é generalizado. Das sete lojas de varejo e atacarejo visitadas pela reportagem cinco estavam racionado a venda de produtos (Mercado Extra, Assaí, Spani, Giga, Carrefour). Não havia falta dos itens e as prateleiras estava cheias, porém avisos indicavam a limitação de volumes por cliente.

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O Carrefour informou que está limitando a venda de arroz a um fardo por cliente (seis pacotes de cinco quilos) nas lojas físicas dos hipermercados espalhados pelo País, onde foi detectado um consumo acima do normal.

De acordo com a empresa, a decisão foi tomada para que todos os consumidores tenham acesso ao produto. A rede de hipermercados explicou que está acompanhando o dia a dia das vendas e que tem estoques suficientes para atender a demanda. Ressaltou que não há risco de desabastecimento e, por enquanto, nem pressão de custos por parte dos fornecedores.

O Assaí informou, por meio de nota, que está limitando temporariamente a venda de arroz e que as quantidades variam conforme a loja e a cidade. A medida é válida em todas as unidades da rede. “Seguimos monitorando atentamente os níveis de estoques em cada região para garantir o abastecimento adequado dos produtos”, disse em nota.

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Procurado, o Giga não respondeu à solicitação do Estadão. A reportagem não conseguiu entrar em contato com o Spani.

Importação

Para evitar o risco de desabastecimento por conta da enchente no Rio Grande do Sul, o governo federal autorizou, por meio de medida provisória, a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para recomposição dos estoques públicos. O Estado é um dos principais produtores do grão no Brasil, responsável por 70% da safra nacional.

A medida, de caráter excepcional apenas para o ano de 2024, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta quinta-feira, 9. Segundo a publicação, os estoques serão destinados, preferencialmente, à venda para pequenos varejistas das regiões metropolitanas.

Os reflexos das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul já apareceram no varejo. Grandes redes de supermercados e de atacarejo começaram a racionar os volumes vendidos de arroz, leite, óleo de soja e feijão, alimentos nos quais o Estado tem forte presença na produção nacional.

No final da tarde desta quinta-feira, 9, por exemplo, Jair Andrade de Almeida, dono do restaurante Nova Frei Caneca, na região da avenida Paulista, foi às compras em um atacarejo da capital paulista para repor os estoques de arroz, mas foi pego de surpresa.

Planejava levar 30 fardos de arroz de 30 quilos, o que ele normalmente gasta por mês no seu restaurante. No entanto, conseguiu comprar apenas dez fardos porque a loja está limitando a venda de volume por cliente. “Vou ter de percorrer outros atacarejos para ver se pego mais 20 fardos”, disse ao Estadão.

Jair Andrade de Almeida, dono de restaurante, conseguiu comprar um terço do arroz que precisava Foto: Márcia De Chiara/Estadão

O pequeno empresário não notou aumento de preço. Mas ele teme que o arroz fique mais caro. “Tudo pode acontecer, como eles estão limitando (a venda)”, afirmou.

Em outra loja, o pintor autônomo de veículos César Augusto Geraldo não chegou a ter sua compra frustrada como o dono de restaurante. Na loja em que visitava, a venda de arroz estava limitada a três pacotes de cinco quilos por cliente, e ele comprou dois. “Eu e meu pai consumimos, em média, dois pacotes por mês e já tenho mais dois em casa”, contou.

César Augusto Geraldo, autônomo, teme a falta de arroz  Foto: Márcia De Chiara/ Estadão

A compra de Geraldo é por precaução. Ele teme a falta do produto. “Estou comprando arroz porque está sendo prevista a escassez”, disse, lembrando que 70% do arroz consumido no Brasil vem do território gaúcho.

Estoques normais

A decisão de consumidores de fazer um pequeno estoque por precaução é exatamente o que a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) quer evitar. Um comunicado divulgado pela entidade “recomenda que os consumidores não façam estoques em casa para que todos tenham acesso contínuo ao produto”.

O GPA, dono das redes Pão de Açúcar e Extra, por exemplo, informou que estabeleceu a limitação de quantidades de arroz, feijão, óleo de soja e leite compradas por clientes para garantir a disponibilidade e o acesso da população a produtos essenciais.

A decisão do Grupo de racionar a venda de arroz, óleo de soja, feijão e leite é de âmbito nacional para todas as lojas com as bandeiras Pão de Açúcar, Extra Mercado, Minuto Pão de Açúcar, Pão de Açúcar Fresh e Mini Extra, assim como o comércio online (www.paodeacucar.com e www.clubeextra.com.br e apps Pão de Açúcar Mais e Clube Extra). A varejista informou que os estoques da companhia estão normais.

A Abras monitora os estoques e o abastecimento de produtos essenciais. “Até o momento, os estoques e as operações de abastecimento do varejo estão normalizados com diversas marcas, preços e promoções para atender à demanda de consumo tanto das lojas físicas quanto pelo e-commerce”, disse a entidade em nota.

Racionamento atinge também óleo de soja Foto: Márcia De Chiara/Estadão

O racionamento de produtos ainda não é generalizado. Das sete lojas de varejo e atacarejo visitadas pela reportagem cinco estavam racionado a venda de produtos (Mercado Extra, Assaí, Spani, Giga, Carrefour). Não havia falta dos itens e as prateleiras estava cheias, porém avisos indicavam a limitação de volumes por cliente.

O Carrefour informou que está limitando a venda de arroz a um fardo por cliente (seis pacotes de cinco quilos) nas lojas físicas dos hipermercados espalhados pelo País, onde foi detectado um consumo acima do normal.

De acordo com a empresa, a decisão foi tomada para que todos os consumidores tenham acesso ao produto. A rede de hipermercados explicou que está acompanhando o dia a dia das vendas e que tem estoques suficientes para atender a demanda. Ressaltou que não há risco de desabastecimento e, por enquanto, nem pressão de custos por parte dos fornecedores.

O Assaí informou, por meio de nota, que está limitando temporariamente a venda de arroz e que as quantidades variam conforme a loja e a cidade. A medida é válida em todas as unidades da rede. “Seguimos monitorando atentamente os níveis de estoques em cada região para garantir o abastecimento adequado dos produtos”, disse em nota.

Procurado, o Giga não respondeu à solicitação do Estadão. A reportagem não conseguiu entrar em contato com o Spani.

Importação

Para evitar o risco de desabastecimento por conta da enchente no Rio Grande do Sul, o governo federal autorizou, por meio de medida provisória, a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para recomposição dos estoques públicos. O Estado é um dos principais produtores do grão no Brasil, responsável por 70% da safra nacional.

A medida, de caráter excepcional apenas para o ano de 2024, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta quinta-feira, 9. Segundo a publicação, os estoques serão destinados, preferencialmente, à venda para pequenos varejistas das regiões metropolitanas.

Os reflexos das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul já apareceram no varejo. Grandes redes de supermercados e de atacarejo começaram a racionar os volumes vendidos de arroz, leite, óleo de soja e feijão, alimentos nos quais o Estado tem forte presença na produção nacional.

No final da tarde desta quinta-feira, 9, por exemplo, Jair Andrade de Almeida, dono do restaurante Nova Frei Caneca, na região da avenida Paulista, foi às compras em um atacarejo da capital paulista para repor os estoques de arroz, mas foi pego de surpresa.

Planejava levar 30 fardos de arroz de 30 quilos, o que ele normalmente gasta por mês no seu restaurante. No entanto, conseguiu comprar apenas dez fardos porque a loja está limitando a venda de volume por cliente. “Vou ter de percorrer outros atacarejos para ver se pego mais 20 fardos”, disse ao Estadão.

Jair Andrade de Almeida, dono de restaurante, conseguiu comprar um terço do arroz que precisava Foto: Márcia De Chiara/Estadão

O pequeno empresário não notou aumento de preço. Mas ele teme que o arroz fique mais caro. “Tudo pode acontecer, como eles estão limitando (a venda)”, afirmou.

Em outra loja, o pintor autônomo de veículos César Augusto Geraldo não chegou a ter sua compra frustrada como o dono de restaurante. Na loja em que visitava, a venda de arroz estava limitada a três pacotes de cinco quilos por cliente, e ele comprou dois. “Eu e meu pai consumimos, em média, dois pacotes por mês e já tenho mais dois em casa”, contou.

César Augusto Geraldo, autônomo, teme a falta de arroz  Foto: Márcia De Chiara/ Estadão

A compra de Geraldo é por precaução. Ele teme a falta do produto. “Estou comprando arroz porque está sendo prevista a escassez”, disse, lembrando que 70% do arroz consumido no Brasil vem do território gaúcho.

Estoques normais

A decisão de consumidores de fazer um pequeno estoque por precaução é exatamente o que a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) quer evitar. Um comunicado divulgado pela entidade “recomenda que os consumidores não façam estoques em casa para que todos tenham acesso contínuo ao produto”.

O GPA, dono das redes Pão de Açúcar e Extra, por exemplo, informou que estabeleceu a limitação de quantidades de arroz, feijão, óleo de soja e leite compradas por clientes para garantir a disponibilidade e o acesso da população a produtos essenciais.

A decisão do Grupo de racionar a venda de arroz, óleo de soja, feijão e leite é de âmbito nacional para todas as lojas com as bandeiras Pão de Açúcar, Extra Mercado, Minuto Pão de Açúcar, Pão de Açúcar Fresh e Mini Extra, assim como o comércio online (www.paodeacucar.com e www.clubeextra.com.br e apps Pão de Açúcar Mais e Clube Extra). A varejista informou que os estoques da companhia estão normais.

A Abras monitora os estoques e o abastecimento de produtos essenciais. “Até o momento, os estoques e as operações de abastecimento do varejo estão normalizados com diversas marcas, preços e promoções para atender à demanda de consumo tanto das lojas físicas quanto pelo e-commerce”, disse a entidade em nota.

Racionamento atinge também óleo de soja Foto: Márcia De Chiara/Estadão

O racionamento de produtos ainda não é generalizado. Das sete lojas de varejo e atacarejo visitadas pela reportagem cinco estavam racionado a venda de produtos (Mercado Extra, Assaí, Spani, Giga, Carrefour). Não havia falta dos itens e as prateleiras estava cheias, porém avisos indicavam a limitação de volumes por cliente.

O Carrefour informou que está limitando a venda de arroz a um fardo por cliente (seis pacotes de cinco quilos) nas lojas físicas dos hipermercados espalhados pelo País, onde foi detectado um consumo acima do normal.

De acordo com a empresa, a decisão foi tomada para que todos os consumidores tenham acesso ao produto. A rede de hipermercados explicou que está acompanhando o dia a dia das vendas e que tem estoques suficientes para atender a demanda. Ressaltou que não há risco de desabastecimento e, por enquanto, nem pressão de custos por parte dos fornecedores.

O Assaí informou, por meio de nota, que está limitando temporariamente a venda de arroz e que as quantidades variam conforme a loja e a cidade. A medida é válida em todas as unidades da rede. “Seguimos monitorando atentamente os níveis de estoques em cada região para garantir o abastecimento adequado dos produtos”, disse em nota.

Procurado, o Giga não respondeu à solicitação do Estadão. A reportagem não conseguiu entrar em contato com o Spani.

Importação

Para evitar o risco de desabastecimento por conta da enchente no Rio Grande do Sul, o governo federal autorizou, por meio de medida provisória, a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para recomposição dos estoques públicos. O Estado é um dos principais produtores do grão no Brasil, responsável por 70% da safra nacional.

A medida, de caráter excepcional apenas para o ano de 2024, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta quinta-feira, 9. Segundo a publicação, os estoques serão destinados, preferencialmente, à venda para pequenos varejistas das regiões metropolitanas.

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