Taxa de desemprego fica em 7,6% até janeiro, abaixo das estimativas do mercado; renda sobe 3,8%


No trimestre encerrado em dezembro de 2023, no entanto, a taxa de desocupação estava em 7,4%

Por Daniela Amorim
Atualização:

RIO - O mercado de trabalho manteve-se aquecido na virada do ano, a despeito da tendência sazonal de dispensa de trabalhadores temporários e de aumento na busca por uma vaga. A taxa de desemprego ficou em 7,6% no trimestre terminado em janeiro, a mais baixa para esse período do ano desde 2015, ante um resultado de 7,4% no trimestre encerrado em dezembro. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado de janeiro ficou abaixo das expectativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego mediana de 7,8%. Houve geração de vagas, e a renda média recebida pelos trabalhadores cresceu. O Itaú Unibanco calcula que, descontando as influências sazonais, a taxa de desemprego recuou de 8,0% no trimestre encerrado em dezembro para 7,8% no trimestre terminado em janeiro.

“Dados de janeiro continuaram mostrando resiliência do mercado de trabalho, com crescimento da população ocupada (tanto formal quanto informal)”, ressaltaram as economistas Natalia Cotarelli e Marina Garrido, em relatório do Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Itaú Unibanco.

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No trimestre encerrado em dezembro de 2023, no entanto, a taxa de desocupação estava em 7,4%.  Foto: Nilton Fukuda/ Estadão

Com mais pessoas trabalhando e ganhos reais de salários, a massa de renda em circulação na economia alcançou novo recorde, R$ 305,125 bilhões, um aumento de R$ 6.295 bilhões em apenas um trimestre.

“Isso reforça mais uma vez a perspectiva que o consumo das famílias deve melhorar ao longo do ano, bem como devemos ver a desalavancagem (redução do endividamento) destas mesmas famílias que se endividaram durante a pandemia”, avaliou o economista André Perfeito, em comentário.

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Com a ajuda da massa salarial recorde, Perfeito prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 2,2% em 2024. Ele acrescenta que a alta de 1,6% no rendimento médio em um trimestre reitera também a expectativa de maior demanda das famílias, mas também a percepção de que os preços dos serviços devem seguir pressionados nos índices de inflação.

“Neste sentido, a somatória de PIB mais forte e inflação de serviços persistentes pode atenuar a perspectiva de queda mais forte dos juros, sem com isso dizer que não haverá mais cortes na Selic (taxa básica de juros)”, avaliou Perfeito, que espera uma revisão para cima nas projeções de economistas para o PIB e para uma taxa Selic também mais elevada ao final do ciclo de cortes nos juros pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central.

A alta na renda real do trabalhador tem acompanhado a expansão do emprego formal, que possui remuneração mais elevada do que ocupações informais, explicou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

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“Ao longo dos últimos trimestres a gente percebeu, e continua observando, o crescimento da ocupação com carteira assinada. Nesse trimestre (terminado em janeiro) também teve aumento do rendimento do setor público”, ressaltou Beringuy.

O País registrou uma geração de 387 mil vagas no mercado de trabalho no trimestre até janeiro em relação ao trimestre encerrado em outubro de 2023, sendo 335 mil delas com carteira assinada no setor privado. A população ocupada alcançou 100,593 milhões de pessoas no trimestre encerrado em janeiro. Em um ano, mais 1,957 milhão de pessoas encontraram uma ocupação.

“Não é de se esperar que no trimestre encerrado em janeiro haja crescimento expressivo da ocupação. No trimestre até janeiro de 2024, não houve crescimento significativo, mas já foi suficiente para não fazer a taxa de desocupação aumentar, mas sim permanecer estável (ante o resultado de outubro de 2023)”, frisou Beringuy.

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Já a população desempregada — que tomou providências para buscar uma vaga — aumentou em 32 mil pessoas em um trimestre, totalizando 8,292 milhões no trimestre até janeiro. Em relação ao patamar de um ano antes, porém, 703 mil pessoas deixaram o desemprego.

Segundo Beringuy, o processo sazonal de dispensa de trabalhadores temporários, característico do início de cada ano, é melhor avaliado no fechamento do primeiro trimestre.

“O que a gente tem de 2024 é apenas o mês de janeiro. A gente tem apenas um terço dessa virada do ano representada nesse trimestre móvel. Esse trimestre móvel tem ainda uma influência importante do final do ano passado”, explicou.

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Beringuy acrescenta que, apesar da entrada das informações de janeiro no cálculo, ainda não foi possível identificar um aumento sazonal importante da taxa de desocupação nem pressão de crescimento no número de pessoas em busca de emprego.

“Em algumas atividades, principalmente de serviços, não apenas não houve dispensa como houve expansão da ocupação”, declarou a pesquisadora do IBGE. “A população ocupada é recorde na série histórica comparável.”

Sete das dez atividades econômicas registraram abertura de vagas no trimestre encerrado em janeiro: indústria (234 mil a mais), serviços domésticos (121 mil), informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (241 mil), comércio (103 mil), construção (89 mil), outros serviços (164 mil) e transporte e armazenagem (247 mil). Houve demissões apenas na agricultura (503 mil vagas a menos), alojamento e alimentação (-126 mil) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-191 mil).

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Em relação ao patamar de um ano antes, as atividades com perdas foram a agricultura (-582 mil trabalhadores) e o comércio (-2 mil vagas). Os demais setores contrataram: indústria (299 mil), serviços domésticos (58 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (591 mil trabalhadores a mais), alojamento e alimentação (83 mil), construção (130 mil pessoas), outros serviços (166 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (788 mil) e transporte (404 mil).

Beringuy notou que a perda de vagas na agropecuária foi “importante”, tanto na comparação com o trimestre anterior quanto em relação ao mesmo período do ano anterior. O instituto identificou a influência de queda de população ocupada em lavouras de milho e de café.

“Milho, principalmente, teve perda importante de pessoal ocupado”, afirmou. “A queda na agropecuária foi mais do que compensada pela expansão da ocupação em outras atividades”, ponderou Beringuy.

Entre os destaques positivos, Beringuy mencionou a geração de vagas em transporte e armazenagem, impulsionada pelo transporte e logística de cargas. Houve expansão significativa também de vagas em serviços profissionais e administrativos, puxada, segundo ela, pelo processo de terceirização e alocação de mão de obra em empresas, com recomposição de pessoal de escritório, por exemplo.

RIO - O mercado de trabalho manteve-se aquecido na virada do ano, a despeito da tendência sazonal de dispensa de trabalhadores temporários e de aumento na busca por uma vaga. A taxa de desemprego ficou em 7,6% no trimestre terminado em janeiro, a mais baixa para esse período do ano desde 2015, ante um resultado de 7,4% no trimestre encerrado em dezembro. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado de janeiro ficou abaixo das expectativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego mediana de 7,8%. Houve geração de vagas, e a renda média recebida pelos trabalhadores cresceu. O Itaú Unibanco calcula que, descontando as influências sazonais, a taxa de desemprego recuou de 8,0% no trimestre encerrado em dezembro para 7,8% no trimestre terminado em janeiro.

“Dados de janeiro continuaram mostrando resiliência do mercado de trabalho, com crescimento da população ocupada (tanto formal quanto informal)”, ressaltaram as economistas Natalia Cotarelli e Marina Garrido, em relatório do Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Itaú Unibanco.

No trimestre encerrado em dezembro de 2023, no entanto, a taxa de desocupação estava em 7,4%.  Foto: Nilton Fukuda/ Estadão

Com mais pessoas trabalhando e ganhos reais de salários, a massa de renda em circulação na economia alcançou novo recorde, R$ 305,125 bilhões, um aumento de R$ 6.295 bilhões em apenas um trimestre.

“Isso reforça mais uma vez a perspectiva que o consumo das famílias deve melhorar ao longo do ano, bem como devemos ver a desalavancagem (redução do endividamento) destas mesmas famílias que se endividaram durante a pandemia”, avaliou o economista André Perfeito, em comentário.

Com a ajuda da massa salarial recorde, Perfeito prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 2,2% em 2024. Ele acrescenta que a alta de 1,6% no rendimento médio em um trimestre reitera também a expectativa de maior demanda das famílias, mas também a percepção de que os preços dos serviços devem seguir pressionados nos índices de inflação.

“Neste sentido, a somatória de PIB mais forte e inflação de serviços persistentes pode atenuar a perspectiva de queda mais forte dos juros, sem com isso dizer que não haverá mais cortes na Selic (taxa básica de juros)”, avaliou Perfeito, que espera uma revisão para cima nas projeções de economistas para o PIB e para uma taxa Selic também mais elevada ao final do ciclo de cortes nos juros pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central.

A alta na renda real do trabalhador tem acompanhado a expansão do emprego formal, que possui remuneração mais elevada do que ocupações informais, explicou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

“Ao longo dos últimos trimestres a gente percebeu, e continua observando, o crescimento da ocupação com carteira assinada. Nesse trimestre (terminado em janeiro) também teve aumento do rendimento do setor público”, ressaltou Beringuy.

O País registrou uma geração de 387 mil vagas no mercado de trabalho no trimestre até janeiro em relação ao trimestre encerrado em outubro de 2023, sendo 335 mil delas com carteira assinada no setor privado. A população ocupada alcançou 100,593 milhões de pessoas no trimestre encerrado em janeiro. Em um ano, mais 1,957 milhão de pessoas encontraram uma ocupação.

“Não é de se esperar que no trimestre encerrado em janeiro haja crescimento expressivo da ocupação. No trimestre até janeiro de 2024, não houve crescimento significativo, mas já foi suficiente para não fazer a taxa de desocupação aumentar, mas sim permanecer estável (ante o resultado de outubro de 2023)”, frisou Beringuy.

Já a população desempregada — que tomou providências para buscar uma vaga — aumentou em 32 mil pessoas em um trimestre, totalizando 8,292 milhões no trimestre até janeiro. Em relação ao patamar de um ano antes, porém, 703 mil pessoas deixaram o desemprego.

Segundo Beringuy, o processo sazonal de dispensa de trabalhadores temporários, característico do início de cada ano, é melhor avaliado no fechamento do primeiro trimestre.

“O que a gente tem de 2024 é apenas o mês de janeiro. A gente tem apenas um terço dessa virada do ano representada nesse trimestre móvel. Esse trimestre móvel tem ainda uma influência importante do final do ano passado”, explicou.

Beringuy acrescenta que, apesar da entrada das informações de janeiro no cálculo, ainda não foi possível identificar um aumento sazonal importante da taxa de desocupação nem pressão de crescimento no número de pessoas em busca de emprego.

“Em algumas atividades, principalmente de serviços, não apenas não houve dispensa como houve expansão da ocupação”, declarou a pesquisadora do IBGE. “A população ocupada é recorde na série histórica comparável.”

Sete das dez atividades econômicas registraram abertura de vagas no trimestre encerrado em janeiro: indústria (234 mil a mais), serviços domésticos (121 mil), informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (241 mil), comércio (103 mil), construção (89 mil), outros serviços (164 mil) e transporte e armazenagem (247 mil). Houve demissões apenas na agricultura (503 mil vagas a menos), alojamento e alimentação (-126 mil) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-191 mil).

Em relação ao patamar de um ano antes, as atividades com perdas foram a agricultura (-582 mil trabalhadores) e o comércio (-2 mil vagas). Os demais setores contrataram: indústria (299 mil), serviços domésticos (58 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (591 mil trabalhadores a mais), alojamento e alimentação (83 mil), construção (130 mil pessoas), outros serviços (166 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (788 mil) e transporte (404 mil).

Beringuy notou que a perda de vagas na agropecuária foi “importante”, tanto na comparação com o trimestre anterior quanto em relação ao mesmo período do ano anterior. O instituto identificou a influência de queda de população ocupada em lavouras de milho e de café.

“Milho, principalmente, teve perda importante de pessoal ocupado”, afirmou. “A queda na agropecuária foi mais do que compensada pela expansão da ocupação em outras atividades”, ponderou Beringuy.

Entre os destaques positivos, Beringuy mencionou a geração de vagas em transporte e armazenagem, impulsionada pelo transporte e logística de cargas. Houve expansão significativa também de vagas em serviços profissionais e administrativos, puxada, segundo ela, pelo processo de terceirização e alocação de mão de obra em empresas, com recomposição de pessoal de escritório, por exemplo.

RIO - O mercado de trabalho manteve-se aquecido na virada do ano, a despeito da tendência sazonal de dispensa de trabalhadores temporários e de aumento na busca por uma vaga. A taxa de desemprego ficou em 7,6% no trimestre terminado em janeiro, a mais baixa para esse período do ano desde 2015, ante um resultado de 7,4% no trimestre encerrado em dezembro. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado de janeiro ficou abaixo das expectativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego mediana de 7,8%. Houve geração de vagas, e a renda média recebida pelos trabalhadores cresceu. O Itaú Unibanco calcula que, descontando as influências sazonais, a taxa de desemprego recuou de 8,0% no trimestre encerrado em dezembro para 7,8% no trimestre terminado em janeiro.

“Dados de janeiro continuaram mostrando resiliência do mercado de trabalho, com crescimento da população ocupada (tanto formal quanto informal)”, ressaltaram as economistas Natalia Cotarelli e Marina Garrido, em relatório do Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Itaú Unibanco.

No trimestre encerrado em dezembro de 2023, no entanto, a taxa de desocupação estava em 7,4%.  Foto: Nilton Fukuda/ Estadão

Com mais pessoas trabalhando e ganhos reais de salários, a massa de renda em circulação na economia alcançou novo recorde, R$ 305,125 bilhões, um aumento de R$ 6.295 bilhões em apenas um trimestre.

“Isso reforça mais uma vez a perspectiva que o consumo das famílias deve melhorar ao longo do ano, bem como devemos ver a desalavancagem (redução do endividamento) destas mesmas famílias que se endividaram durante a pandemia”, avaliou o economista André Perfeito, em comentário.

Com a ajuda da massa salarial recorde, Perfeito prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 2,2% em 2024. Ele acrescenta que a alta de 1,6% no rendimento médio em um trimestre reitera também a expectativa de maior demanda das famílias, mas também a percepção de que os preços dos serviços devem seguir pressionados nos índices de inflação.

“Neste sentido, a somatória de PIB mais forte e inflação de serviços persistentes pode atenuar a perspectiva de queda mais forte dos juros, sem com isso dizer que não haverá mais cortes na Selic (taxa básica de juros)”, avaliou Perfeito, que espera uma revisão para cima nas projeções de economistas para o PIB e para uma taxa Selic também mais elevada ao final do ciclo de cortes nos juros pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central.

A alta na renda real do trabalhador tem acompanhado a expansão do emprego formal, que possui remuneração mais elevada do que ocupações informais, explicou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

“Ao longo dos últimos trimestres a gente percebeu, e continua observando, o crescimento da ocupação com carteira assinada. Nesse trimestre (terminado em janeiro) também teve aumento do rendimento do setor público”, ressaltou Beringuy.

O País registrou uma geração de 387 mil vagas no mercado de trabalho no trimestre até janeiro em relação ao trimestre encerrado em outubro de 2023, sendo 335 mil delas com carteira assinada no setor privado. A população ocupada alcançou 100,593 milhões de pessoas no trimestre encerrado em janeiro. Em um ano, mais 1,957 milhão de pessoas encontraram uma ocupação.

“Não é de se esperar que no trimestre encerrado em janeiro haja crescimento expressivo da ocupação. No trimestre até janeiro de 2024, não houve crescimento significativo, mas já foi suficiente para não fazer a taxa de desocupação aumentar, mas sim permanecer estável (ante o resultado de outubro de 2023)”, frisou Beringuy.

Já a população desempregada — que tomou providências para buscar uma vaga — aumentou em 32 mil pessoas em um trimestre, totalizando 8,292 milhões no trimestre até janeiro. Em relação ao patamar de um ano antes, porém, 703 mil pessoas deixaram o desemprego.

Segundo Beringuy, o processo sazonal de dispensa de trabalhadores temporários, característico do início de cada ano, é melhor avaliado no fechamento do primeiro trimestre.

“O que a gente tem de 2024 é apenas o mês de janeiro. A gente tem apenas um terço dessa virada do ano representada nesse trimestre móvel. Esse trimestre móvel tem ainda uma influência importante do final do ano passado”, explicou.

Beringuy acrescenta que, apesar da entrada das informações de janeiro no cálculo, ainda não foi possível identificar um aumento sazonal importante da taxa de desocupação nem pressão de crescimento no número de pessoas em busca de emprego.

“Em algumas atividades, principalmente de serviços, não apenas não houve dispensa como houve expansão da ocupação”, declarou a pesquisadora do IBGE. “A população ocupada é recorde na série histórica comparável.”

Sete das dez atividades econômicas registraram abertura de vagas no trimestre encerrado em janeiro: indústria (234 mil a mais), serviços domésticos (121 mil), informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (241 mil), comércio (103 mil), construção (89 mil), outros serviços (164 mil) e transporte e armazenagem (247 mil). Houve demissões apenas na agricultura (503 mil vagas a menos), alojamento e alimentação (-126 mil) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-191 mil).

Em relação ao patamar de um ano antes, as atividades com perdas foram a agricultura (-582 mil trabalhadores) e o comércio (-2 mil vagas). Os demais setores contrataram: indústria (299 mil), serviços domésticos (58 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (591 mil trabalhadores a mais), alojamento e alimentação (83 mil), construção (130 mil pessoas), outros serviços (166 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (788 mil) e transporte (404 mil).

Beringuy notou que a perda de vagas na agropecuária foi “importante”, tanto na comparação com o trimestre anterior quanto em relação ao mesmo período do ano anterior. O instituto identificou a influência de queda de população ocupada em lavouras de milho e de café.

“Milho, principalmente, teve perda importante de pessoal ocupado”, afirmou. “A queda na agropecuária foi mais do que compensada pela expansão da ocupação em outras atividades”, ponderou Beringuy.

Entre os destaques positivos, Beringuy mencionou a geração de vagas em transporte e armazenagem, impulsionada pelo transporte e logística de cargas. Houve expansão significativa também de vagas em serviços profissionais e administrativos, puxada, segundo ela, pelo processo de terceirização e alocação de mão de obra em empresas, com recomposição de pessoal de escritório, por exemplo.

RIO - O mercado de trabalho manteve-se aquecido na virada do ano, a despeito da tendência sazonal de dispensa de trabalhadores temporários e de aumento na busca por uma vaga. A taxa de desemprego ficou em 7,6% no trimestre terminado em janeiro, a mais baixa para esse período do ano desde 2015, ante um resultado de 7,4% no trimestre encerrado em dezembro. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado de janeiro ficou abaixo das expectativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego mediana de 7,8%. Houve geração de vagas, e a renda média recebida pelos trabalhadores cresceu. O Itaú Unibanco calcula que, descontando as influências sazonais, a taxa de desemprego recuou de 8,0% no trimestre encerrado em dezembro para 7,8% no trimestre terminado em janeiro.

“Dados de janeiro continuaram mostrando resiliência do mercado de trabalho, com crescimento da população ocupada (tanto formal quanto informal)”, ressaltaram as economistas Natalia Cotarelli e Marina Garrido, em relatório do Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Itaú Unibanco.

No trimestre encerrado em dezembro de 2023, no entanto, a taxa de desocupação estava em 7,4%.  Foto: Nilton Fukuda/ Estadão

Com mais pessoas trabalhando e ganhos reais de salários, a massa de renda em circulação na economia alcançou novo recorde, R$ 305,125 bilhões, um aumento de R$ 6.295 bilhões em apenas um trimestre.

“Isso reforça mais uma vez a perspectiva que o consumo das famílias deve melhorar ao longo do ano, bem como devemos ver a desalavancagem (redução do endividamento) destas mesmas famílias que se endividaram durante a pandemia”, avaliou o economista André Perfeito, em comentário.

Com a ajuda da massa salarial recorde, Perfeito prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 2,2% em 2024. Ele acrescenta que a alta de 1,6% no rendimento médio em um trimestre reitera também a expectativa de maior demanda das famílias, mas também a percepção de que os preços dos serviços devem seguir pressionados nos índices de inflação.

“Neste sentido, a somatória de PIB mais forte e inflação de serviços persistentes pode atenuar a perspectiva de queda mais forte dos juros, sem com isso dizer que não haverá mais cortes na Selic (taxa básica de juros)”, avaliou Perfeito, que espera uma revisão para cima nas projeções de economistas para o PIB e para uma taxa Selic também mais elevada ao final do ciclo de cortes nos juros pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central.

A alta na renda real do trabalhador tem acompanhado a expansão do emprego formal, que possui remuneração mais elevada do que ocupações informais, explicou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

“Ao longo dos últimos trimestres a gente percebeu, e continua observando, o crescimento da ocupação com carteira assinada. Nesse trimestre (terminado em janeiro) também teve aumento do rendimento do setor público”, ressaltou Beringuy.

O País registrou uma geração de 387 mil vagas no mercado de trabalho no trimestre até janeiro em relação ao trimestre encerrado em outubro de 2023, sendo 335 mil delas com carteira assinada no setor privado. A população ocupada alcançou 100,593 milhões de pessoas no trimestre encerrado em janeiro. Em um ano, mais 1,957 milhão de pessoas encontraram uma ocupação.

“Não é de se esperar que no trimestre encerrado em janeiro haja crescimento expressivo da ocupação. No trimestre até janeiro de 2024, não houve crescimento significativo, mas já foi suficiente para não fazer a taxa de desocupação aumentar, mas sim permanecer estável (ante o resultado de outubro de 2023)”, frisou Beringuy.

Já a população desempregada — que tomou providências para buscar uma vaga — aumentou em 32 mil pessoas em um trimestre, totalizando 8,292 milhões no trimestre até janeiro. Em relação ao patamar de um ano antes, porém, 703 mil pessoas deixaram o desemprego.

Segundo Beringuy, o processo sazonal de dispensa de trabalhadores temporários, característico do início de cada ano, é melhor avaliado no fechamento do primeiro trimestre.

“O que a gente tem de 2024 é apenas o mês de janeiro. A gente tem apenas um terço dessa virada do ano representada nesse trimestre móvel. Esse trimestre móvel tem ainda uma influência importante do final do ano passado”, explicou.

Beringuy acrescenta que, apesar da entrada das informações de janeiro no cálculo, ainda não foi possível identificar um aumento sazonal importante da taxa de desocupação nem pressão de crescimento no número de pessoas em busca de emprego.

“Em algumas atividades, principalmente de serviços, não apenas não houve dispensa como houve expansão da ocupação”, declarou a pesquisadora do IBGE. “A população ocupada é recorde na série histórica comparável.”

Sete das dez atividades econômicas registraram abertura de vagas no trimestre encerrado em janeiro: indústria (234 mil a mais), serviços domésticos (121 mil), informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (241 mil), comércio (103 mil), construção (89 mil), outros serviços (164 mil) e transporte e armazenagem (247 mil). Houve demissões apenas na agricultura (503 mil vagas a menos), alojamento e alimentação (-126 mil) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-191 mil).

Em relação ao patamar de um ano antes, as atividades com perdas foram a agricultura (-582 mil trabalhadores) e o comércio (-2 mil vagas). Os demais setores contrataram: indústria (299 mil), serviços domésticos (58 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (591 mil trabalhadores a mais), alojamento e alimentação (83 mil), construção (130 mil pessoas), outros serviços (166 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (788 mil) e transporte (404 mil).

Beringuy notou que a perda de vagas na agropecuária foi “importante”, tanto na comparação com o trimestre anterior quanto em relação ao mesmo período do ano anterior. O instituto identificou a influência de queda de população ocupada em lavouras de milho e de café.

“Milho, principalmente, teve perda importante de pessoal ocupado”, afirmou. “A queda na agropecuária foi mais do que compensada pela expansão da ocupação em outras atividades”, ponderou Beringuy.

Entre os destaques positivos, Beringuy mencionou a geração de vagas em transporte e armazenagem, impulsionada pelo transporte e logística de cargas. Houve expansão significativa também de vagas em serviços profissionais e administrativos, puxada, segundo ela, pelo processo de terceirização e alocação de mão de obra em empresas, com recomposição de pessoal de escritório, por exemplo.

RIO - O mercado de trabalho manteve-se aquecido na virada do ano, a despeito da tendência sazonal de dispensa de trabalhadores temporários e de aumento na busca por uma vaga. A taxa de desemprego ficou em 7,6% no trimestre terminado em janeiro, a mais baixa para esse período do ano desde 2015, ante um resultado de 7,4% no trimestre encerrado em dezembro. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado de janeiro ficou abaixo das expectativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego mediana de 7,8%. Houve geração de vagas, e a renda média recebida pelos trabalhadores cresceu. O Itaú Unibanco calcula que, descontando as influências sazonais, a taxa de desemprego recuou de 8,0% no trimestre encerrado em dezembro para 7,8% no trimestre terminado em janeiro.

“Dados de janeiro continuaram mostrando resiliência do mercado de trabalho, com crescimento da população ocupada (tanto formal quanto informal)”, ressaltaram as economistas Natalia Cotarelli e Marina Garrido, em relatório do Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Itaú Unibanco.

No trimestre encerrado em dezembro de 2023, no entanto, a taxa de desocupação estava em 7,4%.  Foto: Nilton Fukuda/ Estadão

Com mais pessoas trabalhando e ganhos reais de salários, a massa de renda em circulação na economia alcançou novo recorde, R$ 305,125 bilhões, um aumento de R$ 6.295 bilhões em apenas um trimestre.

“Isso reforça mais uma vez a perspectiva que o consumo das famílias deve melhorar ao longo do ano, bem como devemos ver a desalavancagem (redução do endividamento) destas mesmas famílias que se endividaram durante a pandemia”, avaliou o economista André Perfeito, em comentário.

Com a ajuda da massa salarial recorde, Perfeito prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 2,2% em 2024. Ele acrescenta que a alta de 1,6% no rendimento médio em um trimestre reitera também a expectativa de maior demanda das famílias, mas também a percepção de que os preços dos serviços devem seguir pressionados nos índices de inflação.

“Neste sentido, a somatória de PIB mais forte e inflação de serviços persistentes pode atenuar a perspectiva de queda mais forte dos juros, sem com isso dizer que não haverá mais cortes na Selic (taxa básica de juros)”, avaliou Perfeito, que espera uma revisão para cima nas projeções de economistas para o PIB e para uma taxa Selic também mais elevada ao final do ciclo de cortes nos juros pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central.

A alta na renda real do trabalhador tem acompanhado a expansão do emprego formal, que possui remuneração mais elevada do que ocupações informais, explicou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

“Ao longo dos últimos trimestres a gente percebeu, e continua observando, o crescimento da ocupação com carteira assinada. Nesse trimestre (terminado em janeiro) também teve aumento do rendimento do setor público”, ressaltou Beringuy.

O País registrou uma geração de 387 mil vagas no mercado de trabalho no trimestre até janeiro em relação ao trimestre encerrado em outubro de 2023, sendo 335 mil delas com carteira assinada no setor privado. A população ocupada alcançou 100,593 milhões de pessoas no trimestre encerrado em janeiro. Em um ano, mais 1,957 milhão de pessoas encontraram uma ocupação.

“Não é de se esperar que no trimestre encerrado em janeiro haja crescimento expressivo da ocupação. No trimestre até janeiro de 2024, não houve crescimento significativo, mas já foi suficiente para não fazer a taxa de desocupação aumentar, mas sim permanecer estável (ante o resultado de outubro de 2023)”, frisou Beringuy.

Já a população desempregada — que tomou providências para buscar uma vaga — aumentou em 32 mil pessoas em um trimestre, totalizando 8,292 milhões no trimestre até janeiro. Em relação ao patamar de um ano antes, porém, 703 mil pessoas deixaram o desemprego.

Segundo Beringuy, o processo sazonal de dispensa de trabalhadores temporários, característico do início de cada ano, é melhor avaliado no fechamento do primeiro trimestre.

“O que a gente tem de 2024 é apenas o mês de janeiro. A gente tem apenas um terço dessa virada do ano representada nesse trimestre móvel. Esse trimestre móvel tem ainda uma influência importante do final do ano passado”, explicou.

Beringuy acrescenta que, apesar da entrada das informações de janeiro no cálculo, ainda não foi possível identificar um aumento sazonal importante da taxa de desocupação nem pressão de crescimento no número de pessoas em busca de emprego.

“Em algumas atividades, principalmente de serviços, não apenas não houve dispensa como houve expansão da ocupação”, declarou a pesquisadora do IBGE. “A população ocupada é recorde na série histórica comparável.”

Sete das dez atividades econômicas registraram abertura de vagas no trimestre encerrado em janeiro: indústria (234 mil a mais), serviços domésticos (121 mil), informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (241 mil), comércio (103 mil), construção (89 mil), outros serviços (164 mil) e transporte e armazenagem (247 mil). Houve demissões apenas na agricultura (503 mil vagas a menos), alojamento e alimentação (-126 mil) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-191 mil).

Em relação ao patamar de um ano antes, as atividades com perdas foram a agricultura (-582 mil trabalhadores) e o comércio (-2 mil vagas). Os demais setores contrataram: indústria (299 mil), serviços domésticos (58 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (591 mil trabalhadores a mais), alojamento e alimentação (83 mil), construção (130 mil pessoas), outros serviços (166 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (788 mil) e transporte (404 mil).

Beringuy notou que a perda de vagas na agropecuária foi “importante”, tanto na comparação com o trimestre anterior quanto em relação ao mesmo período do ano anterior. O instituto identificou a influência de queda de população ocupada em lavouras de milho e de café.

“Milho, principalmente, teve perda importante de pessoal ocupado”, afirmou. “A queda na agropecuária foi mais do que compensada pela expansão da ocupação em outras atividades”, ponderou Beringuy.

Entre os destaques positivos, Beringuy mencionou a geração de vagas em transporte e armazenagem, impulsionada pelo transporte e logística de cargas. Houve expansão significativa também de vagas em serviços profissionais e administrativos, puxada, segundo ela, pelo processo de terceirização e alocação de mão de obra em empresas, com recomposição de pessoal de escritório, por exemplo.

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