Taxa de desemprego fica em 8,5% em abril e atinge 9,1 milhões de pessoas, segundo o IBGE


Número ficou abaixo do projetado pelo mercado, de 8,7%; no trimestre encerrado em março, desemprego era de 8,8%

Por Daniela Amorim e Cícero Cotrim
Atualização:

RIO - A taxa de desemprego no País desceu de 8,8% no trimestre terminado em março para 8,5% no trimestre encerrado em abril, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi o mais baixo para esse período do ano desde 2015, ficando aquém da expectativa de especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que estimavam uma taxa mediana de 8,7%.

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, o desemprego abaixo do esperado indica que a atividade econômica pode se manter mais forte no segundo trimestre, o que sugere uma nova rodada de revisões para cima nas expectativas do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023.

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“No final, as expectativas podem caminhar para um crescimento entre 1,5% e 2%. Esse ainda não é o cenário básico, mas já é mais provável do que um PIB abaixo de 1%, como se esperava no início do ano”, diz o economista, que prevê crescimento de 1,3% para o PIB deste ano. No último relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, economistas indicavam uma expansão mediana de 1,26% para a atividade econômica em 2023.

Contingente de pessoas ocupadas teve leve recuo em relação ao trimestre anterior Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Vale destaca que há elementos positivos que devem ajudar a economia este ano, como a provável aprovação do novo arcabouço fiscal, a possibilidade de manutenção das metas de inflação em 3% e o avanço da reforma tributária na Câmara. Esses fatores devem ajudar a ancorar as expectativas de inflação e, com isso, abrir espaço para um corte da taxa básica de juros, a Selic, no segundo semestre.

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Os resultados do mercado de trabalho em abril impõem viés de baixa à projeção de taxa de desemprego de 9% no fim de 2023, informou o Itaú Unibanco, em relatório. O banco calcula que a taxa de desocupação recuou de 8,3% no trimestre até março para 8,1% no período até abril, se descontadas as influências sazonais. Após a divulgação da Pnad, o C6 Bank já reduziu sua projeção para a taxa ajustada de desemprego ao fim de 2023, de 8,7% para 8,5%.

Na comparação com o trimestre anterior, terminado em janeiro, houve ligeira piora no desemprego no trimestre terminado em abril: a taxa de desocupação estava em 8,4%. O País ainda tem 9,095 milhões de desempregados. Em um trimestre, 605 mil pessoas perderam suas ocupações, mas apenas 101 mil delas passaram a buscar um emprego. A população inativa, que não trabalha nem procura uma vaga, cresceu em 885 mil pessoas.

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O mercado de trabalho mostrou uma redução sazonal na ocupação no trimestre até abril, mas o esperado aumento na busca por uma vaga não ocorreu, avaliou Alessandra Brito, analista da Pnad Contínua no IBGE. A desistência de buscar uma oportunidade entre as pessoas que perderam seus trabalhos não foi motivada por desalento em relação às condições de empregabilidade da economia. A população inativa cresceu engrossada por uma fatia de pessoas que fizeram uma opção pessoal de não querer trabalhar ou por não estarem disponíveis para assumir uma vaga.

“Pode ter influência de auxílios (transferências de renda do governo)”, confirmou Alessandra Brito.

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No trimestre até abril, faltou trabalho para 20,972 milhões de brasileiros, o equivalente a 533 mil subutilizados a menos em apenas um trimestre. A taxa de subutilização da força de trabalho desceu de 18,7% no trimestre até janeiro para 18,4% no trimestre até abril.

“A procura (por trabalho) não aumentou estatisticamente como era esperado pela questão sazonal, e não parece ser por desânimo em relação ao mercado de trabalho, porque as medidas para esse tipo de fenômeno reduziram”, observou Brito.

A tendência de aumento da população inativa já ocorre há alguns trimestres. No entanto, a população desalentada — que não trabalha nem busca uma vaga por acreditar que não encontraria uma oportunidade, por exemplo — vem diminuindo. O Brasil registrou 3,769 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em abril, 192 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em janeiro. Em um ano, 682 mil pessoas deixaram a situação de desalento.

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“O contexto marcado por um contingente relativamente menor de pessoas desocupadas está associado ao não-retorno de pessoas mais velhas ao mercado de trabalho, após numerosa emissão de aposentadorias por idade e tempo de contribuição no último ano. Não se descarta, ainda, o potencial desincentivo à busca efetiva por uma ocupação por parte dos inativos, em meio à ampliação do piso previdenciário e de programas assistenciais de transferência de renda no País. Até o fim de 2023, a taxa de desocupação deve exibir ligeiro crescimento na margem dessazonalizada, frente à desaceleração da atividade econômica, porém, mantendo-se em patamar historicamente reduzido”, avaliou Lucas Assis, analista da Tendências Consultoria Integrada.

A geração de vagas mostrou retomada “muito forte” ao longo de 2022, lembrou Alessandra Brito, do IBGE. Passado esse momento de recuperação da ocupação no pós-pandemia, o mercado de trabalho parece ter estabilizado, mantendo a taxa de desemprego na casa dos 8%, nos patamares mais baixos desde 2015, observou Brito.

Com menos pessoas trabalhando, a massa de salários em circulação na economia encolheu em R$ 2,044 bilhões em um trimestre, para R$ 278,821 bilhões. No entanto, a massa salarial ainda é R$ 24,372 bilhões maior do que há um ano.

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O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma redução real de 0,1% na comparação com o trimestre até janeiro, R$ 3 a menos, para R$ 2.891. Em relação a um ano antes, a renda subiu 7,5%, R$ 201 a mais.

RIO - A taxa de desemprego no País desceu de 8,8% no trimestre terminado em março para 8,5% no trimestre encerrado em abril, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi o mais baixo para esse período do ano desde 2015, ficando aquém da expectativa de especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que estimavam uma taxa mediana de 8,7%.

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, o desemprego abaixo do esperado indica que a atividade econômica pode se manter mais forte no segundo trimestre, o que sugere uma nova rodada de revisões para cima nas expectativas do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023.

“No final, as expectativas podem caminhar para um crescimento entre 1,5% e 2%. Esse ainda não é o cenário básico, mas já é mais provável do que um PIB abaixo de 1%, como se esperava no início do ano”, diz o economista, que prevê crescimento de 1,3% para o PIB deste ano. No último relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, economistas indicavam uma expansão mediana de 1,26% para a atividade econômica em 2023.

Contingente de pessoas ocupadas teve leve recuo em relação ao trimestre anterior Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Vale destaca que há elementos positivos que devem ajudar a economia este ano, como a provável aprovação do novo arcabouço fiscal, a possibilidade de manutenção das metas de inflação em 3% e o avanço da reforma tributária na Câmara. Esses fatores devem ajudar a ancorar as expectativas de inflação e, com isso, abrir espaço para um corte da taxa básica de juros, a Selic, no segundo semestre.

Os resultados do mercado de trabalho em abril impõem viés de baixa à projeção de taxa de desemprego de 9% no fim de 2023, informou o Itaú Unibanco, em relatório. O banco calcula que a taxa de desocupação recuou de 8,3% no trimestre até março para 8,1% no período até abril, se descontadas as influências sazonais. Após a divulgação da Pnad, o C6 Bank já reduziu sua projeção para a taxa ajustada de desemprego ao fim de 2023, de 8,7% para 8,5%.

Na comparação com o trimestre anterior, terminado em janeiro, houve ligeira piora no desemprego no trimestre terminado em abril: a taxa de desocupação estava em 8,4%. O País ainda tem 9,095 milhões de desempregados. Em um trimestre, 605 mil pessoas perderam suas ocupações, mas apenas 101 mil delas passaram a buscar um emprego. A população inativa, que não trabalha nem procura uma vaga, cresceu em 885 mil pessoas.

O mercado de trabalho mostrou uma redução sazonal na ocupação no trimestre até abril, mas o esperado aumento na busca por uma vaga não ocorreu, avaliou Alessandra Brito, analista da Pnad Contínua no IBGE. A desistência de buscar uma oportunidade entre as pessoas que perderam seus trabalhos não foi motivada por desalento em relação às condições de empregabilidade da economia. A população inativa cresceu engrossada por uma fatia de pessoas que fizeram uma opção pessoal de não querer trabalhar ou por não estarem disponíveis para assumir uma vaga.

“Pode ter influência de auxílios (transferências de renda do governo)”, confirmou Alessandra Brito.

No trimestre até abril, faltou trabalho para 20,972 milhões de brasileiros, o equivalente a 533 mil subutilizados a menos em apenas um trimestre. A taxa de subutilização da força de trabalho desceu de 18,7% no trimestre até janeiro para 18,4% no trimestre até abril.

“A procura (por trabalho) não aumentou estatisticamente como era esperado pela questão sazonal, e não parece ser por desânimo em relação ao mercado de trabalho, porque as medidas para esse tipo de fenômeno reduziram”, observou Brito.

A tendência de aumento da população inativa já ocorre há alguns trimestres. No entanto, a população desalentada — que não trabalha nem busca uma vaga por acreditar que não encontraria uma oportunidade, por exemplo — vem diminuindo. O Brasil registrou 3,769 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em abril, 192 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em janeiro. Em um ano, 682 mil pessoas deixaram a situação de desalento.

“O contexto marcado por um contingente relativamente menor de pessoas desocupadas está associado ao não-retorno de pessoas mais velhas ao mercado de trabalho, após numerosa emissão de aposentadorias por idade e tempo de contribuição no último ano. Não se descarta, ainda, o potencial desincentivo à busca efetiva por uma ocupação por parte dos inativos, em meio à ampliação do piso previdenciário e de programas assistenciais de transferência de renda no País. Até o fim de 2023, a taxa de desocupação deve exibir ligeiro crescimento na margem dessazonalizada, frente à desaceleração da atividade econômica, porém, mantendo-se em patamar historicamente reduzido”, avaliou Lucas Assis, analista da Tendências Consultoria Integrada.

A geração de vagas mostrou retomada “muito forte” ao longo de 2022, lembrou Alessandra Brito, do IBGE. Passado esse momento de recuperação da ocupação no pós-pandemia, o mercado de trabalho parece ter estabilizado, mantendo a taxa de desemprego na casa dos 8%, nos patamares mais baixos desde 2015, observou Brito.

Com menos pessoas trabalhando, a massa de salários em circulação na economia encolheu em R$ 2,044 bilhões em um trimestre, para R$ 278,821 bilhões. No entanto, a massa salarial ainda é R$ 24,372 bilhões maior do que há um ano.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma redução real de 0,1% na comparação com o trimestre até janeiro, R$ 3 a menos, para R$ 2.891. Em relação a um ano antes, a renda subiu 7,5%, R$ 201 a mais.

RIO - A taxa de desemprego no País desceu de 8,8% no trimestre terminado em março para 8,5% no trimestre encerrado em abril, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi o mais baixo para esse período do ano desde 2015, ficando aquém da expectativa de especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que estimavam uma taxa mediana de 8,7%.

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, o desemprego abaixo do esperado indica que a atividade econômica pode se manter mais forte no segundo trimestre, o que sugere uma nova rodada de revisões para cima nas expectativas do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023.

“No final, as expectativas podem caminhar para um crescimento entre 1,5% e 2%. Esse ainda não é o cenário básico, mas já é mais provável do que um PIB abaixo de 1%, como se esperava no início do ano”, diz o economista, que prevê crescimento de 1,3% para o PIB deste ano. No último relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, economistas indicavam uma expansão mediana de 1,26% para a atividade econômica em 2023.

Contingente de pessoas ocupadas teve leve recuo em relação ao trimestre anterior Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Vale destaca que há elementos positivos que devem ajudar a economia este ano, como a provável aprovação do novo arcabouço fiscal, a possibilidade de manutenção das metas de inflação em 3% e o avanço da reforma tributária na Câmara. Esses fatores devem ajudar a ancorar as expectativas de inflação e, com isso, abrir espaço para um corte da taxa básica de juros, a Selic, no segundo semestre.

Os resultados do mercado de trabalho em abril impõem viés de baixa à projeção de taxa de desemprego de 9% no fim de 2023, informou o Itaú Unibanco, em relatório. O banco calcula que a taxa de desocupação recuou de 8,3% no trimestre até março para 8,1% no período até abril, se descontadas as influências sazonais. Após a divulgação da Pnad, o C6 Bank já reduziu sua projeção para a taxa ajustada de desemprego ao fim de 2023, de 8,7% para 8,5%.

Na comparação com o trimestre anterior, terminado em janeiro, houve ligeira piora no desemprego no trimestre terminado em abril: a taxa de desocupação estava em 8,4%. O País ainda tem 9,095 milhões de desempregados. Em um trimestre, 605 mil pessoas perderam suas ocupações, mas apenas 101 mil delas passaram a buscar um emprego. A população inativa, que não trabalha nem procura uma vaga, cresceu em 885 mil pessoas.

O mercado de trabalho mostrou uma redução sazonal na ocupação no trimestre até abril, mas o esperado aumento na busca por uma vaga não ocorreu, avaliou Alessandra Brito, analista da Pnad Contínua no IBGE. A desistência de buscar uma oportunidade entre as pessoas que perderam seus trabalhos não foi motivada por desalento em relação às condições de empregabilidade da economia. A população inativa cresceu engrossada por uma fatia de pessoas que fizeram uma opção pessoal de não querer trabalhar ou por não estarem disponíveis para assumir uma vaga.

“Pode ter influência de auxílios (transferências de renda do governo)”, confirmou Alessandra Brito.

No trimestre até abril, faltou trabalho para 20,972 milhões de brasileiros, o equivalente a 533 mil subutilizados a menos em apenas um trimestre. A taxa de subutilização da força de trabalho desceu de 18,7% no trimestre até janeiro para 18,4% no trimestre até abril.

“A procura (por trabalho) não aumentou estatisticamente como era esperado pela questão sazonal, e não parece ser por desânimo em relação ao mercado de trabalho, porque as medidas para esse tipo de fenômeno reduziram”, observou Brito.

A tendência de aumento da população inativa já ocorre há alguns trimestres. No entanto, a população desalentada — que não trabalha nem busca uma vaga por acreditar que não encontraria uma oportunidade, por exemplo — vem diminuindo. O Brasil registrou 3,769 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em abril, 192 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em janeiro. Em um ano, 682 mil pessoas deixaram a situação de desalento.

“O contexto marcado por um contingente relativamente menor de pessoas desocupadas está associado ao não-retorno de pessoas mais velhas ao mercado de trabalho, após numerosa emissão de aposentadorias por idade e tempo de contribuição no último ano. Não se descarta, ainda, o potencial desincentivo à busca efetiva por uma ocupação por parte dos inativos, em meio à ampliação do piso previdenciário e de programas assistenciais de transferência de renda no País. Até o fim de 2023, a taxa de desocupação deve exibir ligeiro crescimento na margem dessazonalizada, frente à desaceleração da atividade econômica, porém, mantendo-se em patamar historicamente reduzido”, avaliou Lucas Assis, analista da Tendências Consultoria Integrada.

A geração de vagas mostrou retomada “muito forte” ao longo de 2022, lembrou Alessandra Brito, do IBGE. Passado esse momento de recuperação da ocupação no pós-pandemia, o mercado de trabalho parece ter estabilizado, mantendo a taxa de desemprego na casa dos 8%, nos patamares mais baixos desde 2015, observou Brito.

Com menos pessoas trabalhando, a massa de salários em circulação na economia encolheu em R$ 2,044 bilhões em um trimestre, para R$ 278,821 bilhões. No entanto, a massa salarial ainda é R$ 24,372 bilhões maior do que há um ano.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma redução real de 0,1% na comparação com o trimestre até janeiro, R$ 3 a menos, para R$ 2.891. Em relação a um ano antes, a renda subiu 7,5%, R$ 201 a mais.

RIO - A taxa de desemprego no País desceu de 8,8% no trimestre terminado em março para 8,5% no trimestre encerrado em abril, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi o mais baixo para esse período do ano desde 2015, ficando aquém da expectativa de especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que estimavam uma taxa mediana de 8,7%.

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, o desemprego abaixo do esperado indica que a atividade econômica pode se manter mais forte no segundo trimestre, o que sugere uma nova rodada de revisões para cima nas expectativas do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023.

“No final, as expectativas podem caminhar para um crescimento entre 1,5% e 2%. Esse ainda não é o cenário básico, mas já é mais provável do que um PIB abaixo de 1%, como se esperava no início do ano”, diz o economista, que prevê crescimento de 1,3% para o PIB deste ano. No último relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, economistas indicavam uma expansão mediana de 1,26% para a atividade econômica em 2023.

Contingente de pessoas ocupadas teve leve recuo em relação ao trimestre anterior Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Vale destaca que há elementos positivos que devem ajudar a economia este ano, como a provável aprovação do novo arcabouço fiscal, a possibilidade de manutenção das metas de inflação em 3% e o avanço da reforma tributária na Câmara. Esses fatores devem ajudar a ancorar as expectativas de inflação e, com isso, abrir espaço para um corte da taxa básica de juros, a Selic, no segundo semestre.

Os resultados do mercado de trabalho em abril impõem viés de baixa à projeção de taxa de desemprego de 9% no fim de 2023, informou o Itaú Unibanco, em relatório. O banco calcula que a taxa de desocupação recuou de 8,3% no trimestre até março para 8,1% no período até abril, se descontadas as influências sazonais. Após a divulgação da Pnad, o C6 Bank já reduziu sua projeção para a taxa ajustada de desemprego ao fim de 2023, de 8,7% para 8,5%.

Na comparação com o trimestre anterior, terminado em janeiro, houve ligeira piora no desemprego no trimestre terminado em abril: a taxa de desocupação estava em 8,4%. O País ainda tem 9,095 milhões de desempregados. Em um trimestre, 605 mil pessoas perderam suas ocupações, mas apenas 101 mil delas passaram a buscar um emprego. A população inativa, que não trabalha nem procura uma vaga, cresceu em 885 mil pessoas.

O mercado de trabalho mostrou uma redução sazonal na ocupação no trimestre até abril, mas o esperado aumento na busca por uma vaga não ocorreu, avaliou Alessandra Brito, analista da Pnad Contínua no IBGE. A desistência de buscar uma oportunidade entre as pessoas que perderam seus trabalhos não foi motivada por desalento em relação às condições de empregabilidade da economia. A população inativa cresceu engrossada por uma fatia de pessoas que fizeram uma opção pessoal de não querer trabalhar ou por não estarem disponíveis para assumir uma vaga.

“Pode ter influência de auxílios (transferências de renda do governo)”, confirmou Alessandra Brito.

No trimestre até abril, faltou trabalho para 20,972 milhões de brasileiros, o equivalente a 533 mil subutilizados a menos em apenas um trimestre. A taxa de subutilização da força de trabalho desceu de 18,7% no trimestre até janeiro para 18,4% no trimestre até abril.

“A procura (por trabalho) não aumentou estatisticamente como era esperado pela questão sazonal, e não parece ser por desânimo em relação ao mercado de trabalho, porque as medidas para esse tipo de fenômeno reduziram”, observou Brito.

A tendência de aumento da população inativa já ocorre há alguns trimestres. No entanto, a população desalentada — que não trabalha nem busca uma vaga por acreditar que não encontraria uma oportunidade, por exemplo — vem diminuindo. O Brasil registrou 3,769 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em abril, 192 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em janeiro. Em um ano, 682 mil pessoas deixaram a situação de desalento.

“O contexto marcado por um contingente relativamente menor de pessoas desocupadas está associado ao não-retorno de pessoas mais velhas ao mercado de trabalho, após numerosa emissão de aposentadorias por idade e tempo de contribuição no último ano. Não se descarta, ainda, o potencial desincentivo à busca efetiva por uma ocupação por parte dos inativos, em meio à ampliação do piso previdenciário e de programas assistenciais de transferência de renda no País. Até o fim de 2023, a taxa de desocupação deve exibir ligeiro crescimento na margem dessazonalizada, frente à desaceleração da atividade econômica, porém, mantendo-se em patamar historicamente reduzido”, avaliou Lucas Assis, analista da Tendências Consultoria Integrada.

A geração de vagas mostrou retomada “muito forte” ao longo de 2022, lembrou Alessandra Brito, do IBGE. Passado esse momento de recuperação da ocupação no pós-pandemia, o mercado de trabalho parece ter estabilizado, mantendo a taxa de desemprego na casa dos 8%, nos patamares mais baixos desde 2015, observou Brito.

Com menos pessoas trabalhando, a massa de salários em circulação na economia encolheu em R$ 2,044 bilhões em um trimestre, para R$ 278,821 bilhões. No entanto, a massa salarial ainda é R$ 24,372 bilhões maior do que há um ano.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma redução real de 0,1% na comparação com o trimestre até janeiro, R$ 3 a menos, para R$ 2.891. Em relação a um ano antes, a renda subiu 7,5%, R$ 201 a mais.

RIO - A taxa de desemprego no País desceu de 8,8% no trimestre terminado em março para 8,5% no trimestre encerrado em abril, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi o mais baixo para esse período do ano desde 2015, ficando aquém da expectativa de especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que estimavam uma taxa mediana de 8,7%.

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, o desemprego abaixo do esperado indica que a atividade econômica pode se manter mais forte no segundo trimestre, o que sugere uma nova rodada de revisões para cima nas expectativas do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023.

“No final, as expectativas podem caminhar para um crescimento entre 1,5% e 2%. Esse ainda não é o cenário básico, mas já é mais provável do que um PIB abaixo de 1%, como se esperava no início do ano”, diz o economista, que prevê crescimento de 1,3% para o PIB deste ano. No último relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, economistas indicavam uma expansão mediana de 1,26% para a atividade econômica em 2023.

Contingente de pessoas ocupadas teve leve recuo em relação ao trimestre anterior Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Vale destaca que há elementos positivos que devem ajudar a economia este ano, como a provável aprovação do novo arcabouço fiscal, a possibilidade de manutenção das metas de inflação em 3% e o avanço da reforma tributária na Câmara. Esses fatores devem ajudar a ancorar as expectativas de inflação e, com isso, abrir espaço para um corte da taxa básica de juros, a Selic, no segundo semestre.

Os resultados do mercado de trabalho em abril impõem viés de baixa à projeção de taxa de desemprego de 9% no fim de 2023, informou o Itaú Unibanco, em relatório. O banco calcula que a taxa de desocupação recuou de 8,3% no trimestre até março para 8,1% no período até abril, se descontadas as influências sazonais. Após a divulgação da Pnad, o C6 Bank já reduziu sua projeção para a taxa ajustada de desemprego ao fim de 2023, de 8,7% para 8,5%.

Na comparação com o trimestre anterior, terminado em janeiro, houve ligeira piora no desemprego no trimestre terminado em abril: a taxa de desocupação estava em 8,4%. O País ainda tem 9,095 milhões de desempregados. Em um trimestre, 605 mil pessoas perderam suas ocupações, mas apenas 101 mil delas passaram a buscar um emprego. A população inativa, que não trabalha nem procura uma vaga, cresceu em 885 mil pessoas.

O mercado de trabalho mostrou uma redução sazonal na ocupação no trimestre até abril, mas o esperado aumento na busca por uma vaga não ocorreu, avaliou Alessandra Brito, analista da Pnad Contínua no IBGE. A desistência de buscar uma oportunidade entre as pessoas que perderam seus trabalhos não foi motivada por desalento em relação às condições de empregabilidade da economia. A população inativa cresceu engrossada por uma fatia de pessoas que fizeram uma opção pessoal de não querer trabalhar ou por não estarem disponíveis para assumir uma vaga.

“Pode ter influência de auxílios (transferências de renda do governo)”, confirmou Alessandra Brito.

No trimestre até abril, faltou trabalho para 20,972 milhões de brasileiros, o equivalente a 533 mil subutilizados a menos em apenas um trimestre. A taxa de subutilização da força de trabalho desceu de 18,7% no trimestre até janeiro para 18,4% no trimestre até abril.

“A procura (por trabalho) não aumentou estatisticamente como era esperado pela questão sazonal, e não parece ser por desânimo em relação ao mercado de trabalho, porque as medidas para esse tipo de fenômeno reduziram”, observou Brito.

A tendência de aumento da população inativa já ocorre há alguns trimestres. No entanto, a população desalentada — que não trabalha nem busca uma vaga por acreditar que não encontraria uma oportunidade, por exemplo — vem diminuindo. O Brasil registrou 3,769 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em abril, 192 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em janeiro. Em um ano, 682 mil pessoas deixaram a situação de desalento.

“O contexto marcado por um contingente relativamente menor de pessoas desocupadas está associado ao não-retorno de pessoas mais velhas ao mercado de trabalho, após numerosa emissão de aposentadorias por idade e tempo de contribuição no último ano. Não se descarta, ainda, o potencial desincentivo à busca efetiva por uma ocupação por parte dos inativos, em meio à ampliação do piso previdenciário e de programas assistenciais de transferência de renda no País. Até o fim de 2023, a taxa de desocupação deve exibir ligeiro crescimento na margem dessazonalizada, frente à desaceleração da atividade econômica, porém, mantendo-se em patamar historicamente reduzido”, avaliou Lucas Assis, analista da Tendências Consultoria Integrada.

A geração de vagas mostrou retomada “muito forte” ao longo de 2022, lembrou Alessandra Brito, do IBGE. Passado esse momento de recuperação da ocupação no pós-pandemia, o mercado de trabalho parece ter estabilizado, mantendo a taxa de desemprego na casa dos 8%, nos patamares mais baixos desde 2015, observou Brito.

Com menos pessoas trabalhando, a massa de salários em circulação na economia encolheu em R$ 2,044 bilhões em um trimestre, para R$ 278,821 bilhões. No entanto, a massa salarial ainda é R$ 24,372 bilhões maior do que há um ano.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma redução real de 0,1% na comparação com o trimestre até janeiro, R$ 3 a menos, para R$ 2.891. Em relação a um ano antes, a renda subiu 7,5%, R$ 201 a mais.

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