Taxa de juros pode subir no Brasil e cair nos EUA; entenda a diferença na economia dos dois países


Maioria do mercado prevê aumento de 0,25 ponto na Selic, no Brasil, e corte da mesma intensidade nos Estados Unidos

Por Alvaro Gribel
Atualização:

BRASÍLIA – Brasil e Estados Unidos devem seguir caminhos opostos em relação à política monetária nesta quarta-feira, 18. Enquanto o mercado aposta que o Banco Central brasileiro vai começar um ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, a expectativa é de que o Federal Reserve (Fed), o BC americano, comece a baixar os juros por lá. Mas o que está por trás desses movimentos antagônicos entre as duas autoridades monetárias?

Há três grandes diferenças, neste momento, entre Brasil e EUA em relação ao combate à inflação. Por lá, os dados de atividade econômica estão mais fracos que o esperado, a inflação está recuando e há até o receio de uma recessão mais acentuada. Por aqui, ao contrário, o PIB surpreende para cima, o IPCA – índice oficial de preços – ronda o teto da meta e as projeções para os próximos anos estão “desancoradas”, ou seja, distantes da meta de 3%.

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Para completar o quadro mais complicado para a inflação brasileira, a política fiscal continua em xeque, diante da preocupação crescente do mercado com o rumo das contas públicas – o que se reflete na forte valorização do dólar sobre o real este ano. A moeda americana saiu do patamar de R$ 4,85 em janeiro e chegou a bater em R$ 5,74 em agosto, recuando para R$ 5,50 nesta semana.

Além disso, o Banco Central passa por uma transição na sua gestão, com a indicação do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, para a presidência do banco, após sucessivos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao atual presidente Roberto Campos Neto. Ainda que não tenha demonstrado sinais de leniência com a inflação enquanto diretor do banco, o mercado tem dúvidas se o comportamento se manterá depois que ele assumir a presidência da instituição.

Gabriel Galípolo foi indicado pelo governo Lula para substituir Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central e será sabatinado pelo Senado em outubro. Foto: WILTON JUNIOR/Estadão
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O economista-chefe da Suno Investimentos, Gustavo Sung, aposta que o Fed irá cortar os juros em 0,25 ponto, do atual patamar entre 5,25% e 5,50% para 5% e 5,25% – por lá, há um intervalo para os juros –, enquanto o BC brasileiro vai elevar a Selic também em 0,25 ponto, de 10,5% para 10,75% ao ano.

Ele lembra que, nos EUA, os últimos dados do mercado de trabalho medidos pelo payroll (do mercado de setor privado não agrícola) ficaram em 142 mil em agosto, abaixo da expectativa de 160 mil. Também houve revisões para baixo nos números de julho, com 86 mil vagas a menos do que o divulgado inicialmente.

“Os EUA estão com desaceleração da atividade e uma inflação mais comportada do que a nossa. O mercado de trabalho também dá sinais de arrefecimento. No Brasil, é exatamente o contrário, com o PIB surpreendendo para cima, a taxa de desemprego no nível mais baixo em dez anos e a inflação rondando o teto da meta, mesmo com a pequena deflação de agosto”, afirmou.

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A Suno entende que, nos EUA, além do corte de 0,25 ponto nesta quarta, haverá mais dois cortes de 0,25 ponto nas reuniões de novembro e dezembro, levando para o intervalo entre 4,50% e 4,75% ao ano. Já para o Brasil, a expectativa é de um aumento de 0,25 ponto na reunião desta quarta-feira, seguido por aumentos de mesma magnitude em novembro e dezembro, encerrando a Selic em 11,25% ao ano em 2024.

“Para 2025, o juro deverá continuar subindo até o fim do primeiro trimestre e encerrar o ano em 11,75%”, diz o economista.

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Pelo Boletim Focus, a Selic subirá para 11,25% em dezembro deste ano, mas voltará a cair para 10,5% em dezembro do ano que vem.

Inflação no Brasil acima da meta

Na semana passada, o IBGE divulgou uma leve deflação em agosto, de 0,02%, e, ainda assim, a taxa acumulada em 12 meses ficou em 4,24% – muito acima da meta de 3%. Com o acionamento da bandeira vermelha de energia em setembro e a seca que atinge várias regiões do País, há o risco de novos aumentos da energia e dos alimentos, o que colocaria até o teto da meta de 4,5% sob risco.

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A economista Andreia Ângelo, sócia da Warren Investimentos, explica que o risco por aqui, neste ano, é de que a inflação estoure o teto e o BC seja obrigado a enviar uma carta para o Ministério da Fazenda com a justificativa por não ter cumprido o seu mandato.

“Este ano, ainda está valendo a meta de ano-calendário (a regra mudou para meta contínua, que considera o acumulado em 12 meses). Se acontecer esse pior cenário, o BC terá sofrido duras críticas do governo, por causa do nível da Selic, e ainda assim ele terá que explicar um possível estouro da meta”, disse.

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Sung lembra que houve declarações fortes tanto do atual presidente, Roberto Campos Neto, quanto do diretor Gabriel Galípolo, que levaram o mercado a “precificar” – ou seja, a já considerar – o aumento nesta quarta-feira.

“Galípolo foi até mais duro, o que levou o mercado a projetar uma alta de meio ponto. Mas Campos Neto, de uma certa forma, modulou essas declarações, falando em ajuste gradual – o que fez com que as apostas voltassem para 0,25 de alta”, disse.

Segundo Ângelo, a principal preocupação do Banco Central é com a piora das expectativas de inflação. De acordo com o Boletim Focus do Banco Central, o mercado financeiro entende que o IPCA ficará em 4,34% este ano, 3,95% no ano que vem e 3,61% em 2026. Ainda assim, a inflação corrente também tem influência.

“Com a economia aquecida e a inflação corrente mais alta, aumenta o risco de a inflação se espalhar, e isso também interfere nas expectativas de inflação. Uma manicure, por exemplo, se vir que o pão subiu, pode elevar o preço do serviço, ainda mais se achar que vai ter demanda. Ou se a energia ficou mais cara, afetando custos do salão”, explicou.

Um provável aumento de juros deve renovar as críticas do governo federal e também do Partido dos Trabalhadores em relação ao Banco Central. A dúvida é se os ataques passarão a ter como alvo Galípolo, indicado por Lula para o posto. Ele ainda precisará ser sabatinado pelo Senado, o que deve ocorrer no início de outubro.

BRASÍLIA – Brasil e Estados Unidos devem seguir caminhos opostos em relação à política monetária nesta quarta-feira, 18. Enquanto o mercado aposta que o Banco Central brasileiro vai começar um ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, a expectativa é de que o Federal Reserve (Fed), o BC americano, comece a baixar os juros por lá. Mas o que está por trás desses movimentos antagônicos entre as duas autoridades monetárias?

Há três grandes diferenças, neste momento, entre Brasil e EUA em relação ao combate à inflação. Por lá, os dados de atividade econômica estão mais fracos que o esperado, a inflação está recuando e há até o receio de uma recessão mais acentuada. Por aqui, ao contrário, o PIB surpreende para cima, o IPCA – índice oficial de preços – ronda o teto da meta e as projeções para os próximos anos estão “desancoradas”, ou seja, distantes da meta de 3%.

Para completar o quadro mais complicado para a inflação brasileira, a política fiscal continua em xeque, diante da preocupação crescente do mercado com o rumo das contas públicas – o que se reflete na forte valorização do dólar sobre o real este ano. A moeda americana saiu do patamar de R$ 4,85 em janeiro e chegou a bater em R$ 5,74 em agosto, recuando para R$ 5,50 nesta semana.

Além disso, o Banco Central passa por uma transição na sua gestão, com a indicação do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, para a presidência do banco, após sucessivos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao atual presidente Roberto Campos Neto. Ainda que não tenha demonstrado sinais de leniência com a inflação enquanto diretor do banco, o mercado tem dúvidas se o comportamento se manterá depois que ele assumir a presidência da instituição.

Gabriel Galípolo foi indicado pelo governo Lula para substituir Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central e será sabatinado pelo Senado em outubro. Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

O economista-chefe da Suno Investimentos, Gustavo Sung, aposta que o Fed irá cortar os juros em 0,25 ponto, do atual patamar entre 5,25% e 5,50% para 5% e 5,25% – por lá, há um intervalo para os juros –, enquanto o BC brasileiro vai elevar a Selic também em 0,25 ponto, de 10,5% para 10,75% ao ano.

Ele lembra que, nos EUA, os últimos dados do mercado de trabalho medidos pelo payroll (do mercado de setor privado não agrícola) ficaram em 142 mil em agosto, abaixo da expectativa de 160 mil. Também houve revisões para baixo nos números de julho, com 86 mil vagas a menos do que o divulgado inicialmente.

“Os EUA estão com desaceleração da atividade e uma inflação mais comportada do que a nossa. O mercado de trabalho também dá sinais de arrefecimento. No Brasil, é exatamente o contrário, com o PIB surpreendendo para cima, a taxa de desemprego no nível mais baixo em dez anos e a inflação rondando o teto da meta, mesmo com a pequena deflação de agosto”, afirmou.

A Suno entende que, nos EUA, além do corte de 0,25 ponto nesta quarta, haverá mais dois cortes de 0,25 ponto nas reuniões de novembro e dezembro, levando para o intervalo entre 4,50% e 4,75% ao ano. Já para o Brasil, a expectativa é de um aumento de 0,25 ponto na reunião desta quarta-feira, seguido por aumentos de mesma magnitude em novembro e dezembro, encerrando a Selic em 11,25% ao ano em 2024.

“Para 2025, o juro deverá continuar subindo até o fim do primeiro trimestre e encerrar o ano em 11,75%”, diz o economista.

Pelo Boletim Focus, a Selic subirá para 11,25% em dezembro deste ano, mas voltará a cair para 10,5% em dezembro do ano que vem.

Inflação no Brasil acima da meta

Na semana passada, o IBGE divulgou uma leve deflação em agosto, de 0,02%, e, ainda assim, a taxa acumulada em 12 meses ficou em 4,24% – muito acima da meta de 3%. Com o acionamento da bandeira vermelha de energia em setembro e a seca que atinge várias regiões do País, há o risco de novos aumentos da energia e dos alimentos, o que colocaria até o teto da meta de 4,5% sob risco.

A economista Andreia Ângelo, sócia da Warren Investimentos, explica que o risco por aqui, neste ano, é de que a inflação estoure o teto e o BC seja obrigado a enviar uma carta para o Ministério da Fazenda com a justificativa por não ter cumprido o seu mandato.

“Este ano, ainda está valendo a meta de ano-calendário (a regra mudou para meta contínua, que considera o acumulado em 12 meses). Se acontecer esse pior cenário, o BC terá sofrido duras críticas do governo, por causa do nível da Selic, e ainda assim ele terá que explicar um possível estouro da meta”, disse.

Sung lembra que houve declarações fortes tanto do atual presidente, Roberto Campos Neto, quanto do diretor Gabriel Galípolo, que levaram o mercado a “precificar” – ou seja, a já considerar – o aumento nesta quarta-feira.

“Galípolo foi até mais duro, o que levou o mercado a projetar uma alta de meio ponto. Mas Campos Neto, de uma certa forma, modulou essas declarações, falando em ajuste gradual – o que fez com que as apostas voltassem para 0,25 de alta”, disse.

Segundo Ângelo, a principal preocupação do Banco Central é com a piora das expectativas de inflação. De acordo com o Boletim Focus do Banco Central, o mercado financeiro entende que o IPCA ficará em 4,34% este ano, 3,95% no ano que vem e 3,61% em 2026. Ainda assim, a inflação corrente também tem influência.

“Com a economia aquecida e a inflação corrente mais alta, aumenta o risco de a inflação se espalhar, e isso também interfere nas expectativas de inflação. Uma manicure, por exemplo, se vir que o pão subiu, pode elevar o preço do serviço, ainda mais se achar que vai ter demanda. Ou se a energia ficou mais cara, afetando custos do salão”, explicou.

Um provável aumento de juros deve renovar as críticas do governo federal e também do Partido dos Trabalhadores em relação ao Banco Central. A dúvida é se os ataques passarão a ter como alvo Galípolo, indicado por Lula para o posto. Ele ainda precisará ser sabatinado pelo Senado, o que deve ocorrer no início de outubro.

BRASÍLIA – Brasil e Estados Unidos devem seguir caminhos opostos em relação à política monetária nesta quarta-feira, 18. Enquanto o mercado aposta que o Banco Central brasileiro vai começar um ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, a expectativa é de que o Federal Reserve (Fed), o BC americano, comece a baixar os juros por lá. Mas o que está por trás desses movimentos antagônicos entre as duas autoridades monetárias?

Há três grandes diferenças, neste momento, entre Brasil e EUA em relação ao combate à inflação. Por lá, os dados de atividade econômica estão mais fracos que o esperado, a inflação está recuando e há até o receio de uma recessão mais acentuada. Por aqui, ao contrário, o PIB surpreende para cima, o IPCA – índice oficial de preços – ronda o teto da meta e as projeções para os próximos anos estão “desancoradas”, ou seja, distantes da meta de 3%.

Para completar o quadro mais complicado para a inflação brasileira, a política fiscal continua em xeque, diante da preocupação crescente do mercado com o rumo das contas públicas – o que se reflete na forte valorização do dólar sobre o real este ano. A moeda americana saiu do patamar de R$ 4,85 em janeiro e chegou a bater em R$ 5,74 em agosto, recuando para R$ 5,50 nesta semana.

Além disso, o Banco Central passa por uma transição na sua gestão, com a indicação do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, para a presidência do banco, após sucessivos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao atual presidente Roberto Campos Neto. Ainda que não tenha demonstrado sinais de leniência com a inflação enquanto diretor do banco, o mercado tem dúvidas se o comportamento se manterá depois que ele assumir a presidência da instituição.

Gabriel Galípolo foi indicado pelo governo Lula para substituir Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central e será sabatinado pelo Senado em outubro. Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

O economista-chefe da Suno Investimentos, Gustavo Sung, aposta que o Fed irá cortar os juros em 0,25 ponto, do atual patamar entre 5,25% e 5,50% para 5% e 5,25% – por lá, há um intervalo para os juros –, enquanto o BC brasileiro vai elevar a Selic também em 0,25 ponto, de 10,5% para 10,75% ao ano.

Ele lembra que, nos EUA, os últimos dados do mercado de trabalho medidos pelo payroll (do mercado de setor privado não agrícola) ficaram em 142 mil em agosto, abaixo da expectativa de 160 mil. Também houve revisões para baixo nos números de julho, com 86 mil vagas a menos do que o divulgado inicialmente.

“Os EUA estão com desaceleração da atividade e uma inflação mais comportada do que a nossa. O mercado de trabalho também dá sinais de arrefecimento. No Brasil, é exatamente o contrário, com o PIB surpreendendo para cima, a taxa de desemprego no nível mais baixo em dez anos e a inflação rondando o teto da meta, mesmo com a pequena deflação de agosto”, afirmou.

A Suno entende que, nos EUA, além do corte de 0,25 ponto nesta quarta, haverá mais dois cortes de 0,25 ponto nas reuniões de novembro e dezembro, levando para o intervalo entre 4,50% e 4,75% ao ano. Já para o Brasil, a expectativa é de um aumento de 0,25 ponto na reunião desta quarta-feira, seguido por aumentos de mesma magnitude em novembro e dezembro, encerrando a Selic em 11,25% ao ano em 2024.

“Para 2025, o juro deverá continuar subindo até o fim do primeiro trimestre e encerrar o ano em 11,75%”, diz o economista.

Pelo Boletim Focus, a Selic subirá para 11,25% em dezembro deste ano, mas voltará a cair para 10,5% em dezembro do ano que vem.

Inflação no Brasil acima da meta

Na semana passada, o IBGE divulgou uma leve deflação em agosto, de 0,02%, e, ainda assim, a taxa acumulada em 12 meses ficou em 4,24% – muito acima da meta de 3%. Com o acionamento da bandeira vermelha de energia em setembro e a seca que atinge várias regiões do País, há o risco de novos aumentos da energia e dos alimentos, o que colocaria até o teto da meta de 4,5% sob risco.

A economista Andreia Ângelo, sócia da Warren Investimentos, explica que o risco por aqui, neste ano, é de que a inflação estoure o teto e o BC seja obrigado a enviar uma carta para o Ministério da Fazenda com a justificativa por não ter cumprido o seu mandato.

“Este ano, ainda está valendo a meta de ano-calendário (a regra mudou para meta contínua, que considera o acumulado em 12 meses). Se acontecer esse pior cenário, o BC terá sofrido duras críticas do governo, por causa do nível da Selic, e ainda assim ele terá que explicar um possível estouro da meta”, disse.

Sung lembra que houve declarações fortes tanto do atual presidente, Roberto Campos Neto, quanto do diretor Gabriel Galípolo, que levaram o mercado a “precificar” – ou seja, a já considerar – o aumento nesta quarta-feira.

“Galípolo foi até mais duro, o que levou o mercado a projetar uma alta de meio ponto. Mas Campos Neto, de uma certa forma, modulou essas declarações, falando em ajuste gradual – o que fez com que as apostas voltassem para 0,25 de alta”, disse.

Segundo Ângelo, a principal preocupação do Banco Central é com a piora das expectativas de inflação. De acordo com o Boletim Focus do Banco Central, o mercado financeiro entende que o IPCA ficará em 4,34% este ano, 3,95% no ano que vem e 3,61% em 2026. Ainda assim, a inflação corrente também tem influência.

“Com a economia aquecida e a inflação corrente mais alta, aumenta o risco de a inflação se espalhar, e isso também interfere nas expectativas de inflação. Uma manicure, por exemplo, se vir que o pão subiu, pode elevar o preço do serviço, ainda mais se achar que vai ter demanda. Ou se a energia ficou mais cara, afetando custos do salão”, explicou.

Um provável aumento de juros deve renovar as críticas do governo federal e também do Partido dos Trabalhadores em relação ao Banco Central. A dúvida é se os ataques passarão a ter como alvo Galípolo, indicado por Lula para o posto. Ele ainda precisará ser sabatinado pelo Senado, o que deve ocorrer no início de outubro.

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