Shows de Taylor Swift ajudaram a impulsionar setor de serviços, que voltou a crescer em novembro


Gerente da pesquisa destacou em relatório o ‘crescimento da atividade de espetáculos teatrais e musicais, em função dos shows da cantora Taylor Swift no país’

Por Daniela Amorim
Atualização:

Após três meses rodando no vermelho, o setor de serviços voltou a mostrar crescimento em novembro de 2023. A expansão de 0,4% obtida em relação a outubro foi impulsionada pelo aumento nas transações financeiras digitais, pelo bom desempenho de empresas de cartões de desconto e programas de fidelidade e até pelos shows da cantora americana Taylor Swift no Brasil. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados nesta terça-feira, 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O setor de serviços segue resiliente, em grande parte por conta do mercado de trabalho aquecido. Projetamos crescimento do setor de 0,4% em dezembro e de 2,0% em 2023″, previu Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, em comentário.

Na passagem de outubro para novembro, três das cinco atividades investigadas na pesquisa do IBGE registraram avanços: outros serviços (3,6%), serviços profissionais, administrativos e complementares (1,0%) e serviços prestados às famílias (2,2%).

continua após a publicidade

O maior impacto positivo para a média global foi da atividade de outros serviços, puxada pelos serviços financeiros auxiliares, especialmente pelas empresas de uso do dinheiro digital, como as de máquinas eletrônicas de cartões de crédito e débito.

“A gente tem um uso muito maior do dinheiro digital do que do dinheiro físico, e isso só aumenta cada vez mais”, justificou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE. “Em novembro, foi Black Friday”, acrescentou o pesquisador, lembrando que o número de transações digitais pode ter aumentado por causa do período de promoções no varejo.

continua após a publicidade

A segunda maior contribuição para a expansão dos serviços em novembro partiu dos serviços profissionais, administrativos e complementares, tendo como destaques as empresas de atividades jurídicas e as de cartões de desconto e programas de fidelidade.

A terceira influência positiva foi dos serviços prestados às famílias, puxado pela alta em alojamento e alimentação, mas também pelo avanço em outros serviços prestados às famílias, diante do bom desempenho do ramo de espetáculos teatrais e musicais, em função dos shows da cantora Taylor Swift no Brasil, afirmou Lobo.

A cantora Taylor Swift durante apresentação no Allianz Parque, em São Paulo Foto: Taba Benedicto/Estadão
continua após a publicidade

“Quando tem um show dessa natureza, acaba movimentando não só a população local de onde o show vai acontecer”, disse o pesquisador do IBGE. “Acaba movimentando transporte de passageiros, alojamento, acaba movimentando toda uma gama de serviços para além da receita da empresa promotora do evento. Há um efeito multiplicador sobre o aumento da receita das empresas prestadoras de serviços quando ocorre qualquer evento de maior magnitude.”

Por outro lado, houve perdas em novembro nas duas atividades de maior peso no setor de serviços como um todo: transportes (-1,0%, quarta taxa negativa seguida, acumulando uma retração de 5,3% no período) e serviços de informação e comunicação (-0,1%, após avanço de 0,2% no mês anterior).

O recuo nos transportes, principal impacto negativo para a média global em novembro, foi puxado pela queda de 16,1% no transporte aéreo, decorrente do aumento de 19,12% nos preços das passagens. Já em serviços de informação, o ramo de telecomunicações caiu 3,2%, enquanto o de tecnologia da informação cresceu 1,3%.

continua após a publicidade

Crescimento interrompe perdas

O avanço nos serviços em novembro ante outubro de 2023 interrompeu uma sequência de três meses seguidos de quedas, quando o setor acumulou uma perda de 2,2%. Entretanto, o IBGE pondera que o setor permanece operando em patamar bem acima do pré-pandemia, 10,8% além do nível em que operava em fevereiro de 2020.

O resultado de novembro confirmou a trajetória de altos e baixos no setor ao longo de 2023. As atividades investigadas continuam crescendo, mas a taxas mais brandas que no pós-pandemia, avaliou Rodrigo Lobo, do IBGE.

continua após a publicidade

“Apesar da expansão no mês, os últimos resultados têm mostrado desaquecimento gradual da atividade de serviços, principalmente em razão da saída ou atenuação dos principais determinantes do crescimento do setor presente nos últimos trimestres. Entre esses, destacam-se o esgotamento do efeito em cadeia gerado pela produção agrícola, a estabilização de um novo normal para os hábitos de lazer e turismo de consumo das famílias e de investimentos de empresas em tecnologia da informação com o fim da pandemia. Assim, mantém-se o cenário de curto prazo de tendência de perda de dinamismo agregada no setor, embora de forma heterogênea entre os subsetores”, avaliou Thiago Xavier, analista da Tendências Consultoria Integrada.

Nos primeiros 11 meses de 2023, na série que desconta influências sazonais, o setor de serviços registrou expansão em seis deles, recuando em cinco oportunidades: janeiro, -3,4%; fevereiro, +0,9%; março, +1,1%; abril, -1,8%; maio, +1,5%; junho, +0,1%; julho, +0,7%; agosto, -1,4%; setembro, -0,2%; outubro, -0,5%; e novembro, +0,4%.

“Digamos que o setor de serviços não tenha mais nenhum grande motor que impulsiona, como serviços de tecnologia de informação e serviços de transporte de cargas impulsionavam no fim de 2022″, justificou Lobo, do IBGE.

continua após a publicidade

O pesquisador lembrou que o setor de serviços renovara recordes sucessivos no pós-pandemia, até o fim de 2022, quando atingiu o pico da série histórica. Atualmente, há tanto uma base de comparação elevada quanto uma normalização de demanda.

“Em 2023, alguns fatores começaram a mostrar sinais de perda de fôlego. Um deles foi o menor fôlego de crescimento dos serviços de tecnologia de informação”, lembrou ele, acrescentando que a pandemia apresentou uma demanda maior das empresas por digitalização. “Tudo isso cresceu muito no pós-pandemia, e parece que, em 2023, as coisas normalizaram. O setor segue crescendo na maior parte do tempo, mas não a taxas tão elevadas.”

Lobo acrescenta que o transporte de cargas também crescia de forma muito significativa, tanto pela explosão do comércio eletrônico quanto pelo bom desempenho do setor agrícola brasileiro.

“A produção agrícola brasileira teve recorde de safra em 2023, e essa safra se posiciona de forma muito mais relevante no primeiro semestre do ano. Então agora, no segundo semestre, perde um pouco desse dinamismo no transporte de cargas”, explicou.

O pesquisador defende ser difícil identificar como fatores macroeconômicos, como câmbio e juros, afetam a prestação de serviços como um todo, uma vez que o setor de serviços “é muito dinâmico e heterogêneo”. Uma variável macroeconômica pode afetar positivamente uma atividade de serviços e negativamente outra, resumiu.

Serviços acumulam expansão em 2023

De janeiro a novembro de 2023, o setor de serviços acumulou avanço de 2,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O setor deve encerrar o ano de 2023 com o terceiro crescimento anual consecutivo. Após a queda de 7,8% vista em 2020, provocada pelo choque da crise sanitária, houve expansão de 10,9% em 2021 e de 8,3% em 2022.

“Apesar do número positivo divulgado hoje (terça-feira, 16), acreditamos que o PIB deve ter apresentado uma pequena contração no quarto trimestre de 2023 e encerrado o ano em torno de 3%. Para 2024, projetamos um crescimento de 1,5% para a economia brasileira”, concluiu Salles, do C6 Bank.

Após três meses rodando no vermelho, o setor de serviços voltou a mostrar crescimento em novembro de 2023. A expansão de 0,4% obtida em relação a outubro foi impulsionada pelo aumento nas transações financeiras digitais, pelo bom desempenho de empresas de cartões de desconto e programas de fidelidade e até pelos shows da cantora americana Taylor Swift no Brasil. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados nesta terça-feira, 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O setor de serviços segue resiliente, em grande parte por conta do mercado de trabalho aquecido. Projetamos crescimento do setor de 0,4% em dezembro e de 2,0% em 2023″, previu Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, em comentário.

Na passagem de outubro para novembro, três das cinco atividades investigadas na pesquisa do IBGE registraram avanços: outros serviços (3,6%), serviços profissionais, administrativos e complementares (1,0%) e serviços prestados às famílias (2,2%).

O maior impacto positivo para a média global foi da atividade de outros serviços, puxada pelos serviços financeiros auxiliares, especialmente pelas empresas de uso do dinheiro digital, como as de máquinas eletrônicas de cartões de crédito e débito.

“A gente tem um uso muito maior do dinheiro digital do que do dinheiro físico, e isso só aumenta cada vez mais”, justificou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE. “Em novembro, foi Black Friday”, acrescentou o pesquisador, lembrando que o número de transações digitais pode ter aumentado por causa do período de promoções no varejo.

A segunda maior contribuição para a expansão dos serviços em novembro partiu dos serviços profissionais, administrativos e complementares, tendo como destaques as empresas de atividades jurídicas e as de cartões de desconto e programas de fidelidade.

A terceira influência positiva foi dos serviços prestados às famílias, puxado pela alta em alojamento e alimentação, mas também pelo avanço em outros serviços prestados às famílias, diante do bom desempenho do ramo de espetáculos teatrais e musicais, em função dos shows da cantora Taylor Swift no Brasil, afirmou Lobo.

A cantora Taylor Swift durante apresentação no Allianz Parque, em São Paulo Foto: Taba Benedicto/Estadão

“Quando tem um show dessa natureza, acaba movimentando não só a população local de onde o show vai acontecer”, disse o pesquisador do IBGE. “Acaba movimentando transporte de passageiros, alojamento, acaba movimentando toda uma gama de serviços para além da receita da empresa promotora do evento. Há um efeito multiplicador sobre o aumento da receita das empresas prestadoras de serviços quando ocorre qualquer evento de maior magnitude.”

Por outro lado, houve perdas em novembro nas duas atividades de maior peso no setor de serviços como um todo: transportes (-1,0%, quarta taxa negativa seguida, acumulando uma retração de 5,3% no período) e serviços de informação e comunicação (-0,1%, após avanço de 0,2% no mês anterior).

O recuo nos transportes, principal impacto negativo para a média global em novembro, foi puxado pela queda de 16,1% no transporte aéreo, decorrente do aumento de 19,12% nos preços das passagens. Já em serviços de informação, o ramo de telecomunicações caiu 3,2%, enquanto o de tecnologia da informação cresceu 1,3%.

Crescimento interrompe perdas

O avanço nos serviços em novembro ante outubro de 2023 interrompeu uma sequência de três meses seguidos de quedas, quando o setor acumulou uma perda de 2,2%. Entretanto, o IBGE pondera que o setor permanece operando em patamar bem acima do pré-pandemia, 10,8% além do nível em que operava em fevereiro de 2020.

O resultado de novembro confirmou a trajetória de altos e baixos no setor ao longo de 2023. As atividades investigadas continuam crescendo, mas a taxas mais brandas que no pós-pandemia, avaliou Rodrigo Lobo, do IBGE.

“Apesar da expansão no mês, os últimos resultados têm mostrado desaquecimento gradual da atividade de serviços, principalmente em razão da saída ou atenuação dos principais determinantes do crescimento do setor presente nos últimos trimestres. Entre esses, destacam-se o esgotamento do efeito em cadeia gerado pela produção agrícola, a estabilização de um novo normal para os hábitos de lazer e turismo de consumo das famílias e de investimentos de empresas em tecnologia da informação com o fim da pandemia. Assim, mantém-se o cenário de curto prazo de tendência de perda de dinamismo agregada no setor, embora de forma heterogênea entre os subsetores”, avaliou Thiago Xavier, analista da Tendências Consultoria Integrada.

Nos primeiros 11 meses de 2023, na série que desconta influências sazonais, o setor de serviços registrou expansão em seis deles, recuando em cinco oportunidades: janeiro, -3,4%; fevereiro, +0,9%; março, +1,1%; abril, -1,8%; maio, +1,5%; junho, +0,1%; julho, +0,7%; agosto, -1,4%; setembro, -0,2%; outubro, -0,5%; e novembro, +0,4%.

“Digamos que o setor de serviços não tenha mais nenhum grande motor que impulsiona, como serviços de tecnologia de informação e serviços de transporte de cargas impulsionavam no fim de 2022″, justificou Lobo, do IBGE.

O pesquisador lembrou que o setor de serviços renovara recordes sucessivos no pós-pandemia, até o fim de 2022, quando atingiu o pico da série histórica. Atualmente, há tanto uma base de comparação elevada quanto uma normalização de demanda.

“Em 2023, alguns fatores começaram a mostrar sinais de perda de fôlego. Um deles foi o menor fôlego de crescimento dos serviços de tecnologia de informação”, lembrou ele, acrescentando que a pandemia apresentou uma demanda maior das empresas por digitalização. “Tudo isso cresceu muito no pós-pandemia, e parece que, em 2023, as coisas normalizaram. O setor segue crescendo na maior parte do tempo, mas não a taxas tão elevadas.”

Lobo acrescenta que o transporte de cargas também crescia de forma muito significativa, tanto pela explosão do comércio eletrônico quanto pelo bom desempenho do setor agrícola brasileiro.

“A produção agrícola brasileira teve recorde de safra em 2023, e essa safra se posiciona de forma muito mais relevante no primeiro semestre do ano. Então agora, no segundo semestre, perde um pouco desse dinamismo no transporte de cargas”, explicou.

O pesquisador defende ser difícil identificar como fatores macroeconômicos, como câmbio e juros, afetam a prestação de serviços como um todo, uma vez que o setor de serviços “é muito dinâmico e heterogêneo”. Uma variável macroeconômica pode afetar positivamente uma atividade de serviços e negativamente outra, resumiu.

Serviços acumulam expansão em 2023

De janeiro a novembro de 2023, o setor de serviços acumulou avanço de 2,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O setor deve encerrar o ano de 2023 com o terceiro crescimento anual consecutivo. Após a queda de 7,8% vista em 2020, provocada pelo choque da crise sanitária, houve expansão de 10,9% em 2021 e de 8,3% em 2022.

“Apesar do número positivo divulgado hoje (terça-feira, 16), acreditamos que o PIB deve ter apresentado uma pequena contração no quarto trimestre de 2023 e encerrado o ano em torno de 3%. Para 2024, projetamos um crescimento de 1,5% para a economia brasileira”, concluiu Salles, do C6 Bank.

Após três meses rodando no vermelho, o setor de serviços voltou a mostrar crescimento em novembro de 2023. A expansão de 0,4% obtida em relação a outubro foi impulsionada pelo aumento nas transações financeiras digitais, pelo bom desempenho de empresas de cartões de desconto e programas de fidelidade e até pelos shows da cantora americana Taylor Swift no Brasil. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados nesta terça-feira, 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O setor de serviços segue resiliente, em grande parte por conta do mercado de trabalho aquecido. Projetamos crescimento do setor de 0,4% em dezembro e de 2,0% em 2023″, previu Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, em comentário.

Na passagem de outubro para novembro, três das cinco atividades investigadas na pesquisa do IBGE registraram avanços: outros serviços (3,6%), serviços profissionais, administrativos e complementares (1,0%) e serviços prestados às famílias (2,2%).

O maior impacto positivo para a média global foi da atividade de outros serviços, puxada pelos serviços financeiros auxiliares, especialmente pelas empresas de uso do dinheiro digital, como as de máquinas eletrônicas de cartões de crédito e débito.

“A gente tem um uso muito maior do dinheiro digital do que do dinheiro físico, e isso só aumenta cada vez mais”, justificou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE. “Em novembro, foi Black Friday”, acrescentou o pesquisador, lembrando que o número de transações digitais pode ter aumentado por causa do período de promoções no varejo.

A segunda maior contribuição para a expansão dos serviços em novembro partiu dos serviços profissionais, administrativos e complementares, tendo como destaques as empresas de atividades jurídicas e as de cartões de desconto e programas de fidelidade.

A terceira influência positiva foi dos serviços prestados às famílias, puxado pela alta em alojamento e alimentação, mas também pelo avanço em outros serviços prestados às famílias, diante do bom desempenho do ramo de espetáculos teatrais e musicais, em função dos shows da cantora Taylor Swift no Brasil, afirmou Lobo.

A cantora Taylor Swift durante apresentação no Allianz Parque, em São Paulo Foto: Taba Benedicto/Estadão

“Quando tem um show dessa natureza, acaba movimentando não só a população local de onde o show vai acontecer”, disse o pesquisador do IBGE. “Acaba movimentando transporte de passageiros, alojamento, acaba movimentando toda uma gama de serviços para além da receita da empresa promotora do evento. Há um efeito multiplicador sobre o aumento da receita das empresas prestadoras de serviços quando ocorre qualquer evento de maior magnitude.”

Por outro lado, houve perdas em novembro nas duas atividades de maior peso no setor de serviços como um todo: transportes (-1,0%, quarta taxa negativa seguida, acumulando uma retração de 5,3% no período) e serviços de informação e comunicação (-0,1%, após avanço de 0,2% no mês anterior).

O recuo nos transportes, principal impacto negativo para a média global em novembro, foi puxado pela queda de 16,1% no transporte aéreo, decorrente do aumento de 19,12% nos preços das passagens. Já em serviços de informação, o ramo de telecomunicações caiu 3,2%, enquanto o de tecnologia da informação cresceu 1,3%.

Crescimento interrompe perdas

O avanço nos serviços em novembro ante outubro de 2023 interrompeu uma sequência de três meses seguidos de quedas, quando o setor acumulou uma perda de 2,2%. Entretanto, o IBGE pondera que o setor permanece operando em patamar bem acima do pré-pandemia, 10,8% além do nível em que operava em fevereiro de 2020.

O resultado de novembro confirmou a trajetória de altos e baixos no setor ao longo de 2023. As atividades investigadas continuam crescendo, mas a taxas mais brandas que no pós-pandemia, avaliou Rodrigo Lobo, do IBGE.

“Apesar da expansão no mês, os últimos resultados têm mostrado desaquecimento gradual da atividade de serviços, principalmente em razão da saída ou atenuação dos principais determinantes do crescimento do setor presente nos últimos trimestres. Entre esses, destacam-se o esgotamento do efeito em cadeia gerado pela produção agrícola, a estabilização de um novo normal para os hábitos de lazer e turismo de consumo das famílias e de investimentos de empresas em tecnologia da informação com o fim da pandemia. Assim, mantém-se o cenário de curto prazo de tendência de perda de dinamismo agregada no setor, embora de forma heterogênea entre os subsetores”, avaliou Thiago Xavier, analista da Tendências Consultoria Integrada.

Nos primeiros 11 meses de 2023, na série que desconta influências sazonais, o setor de serviços registrou expansão em seis deles, recuando em cinco oportunidades: janeiro, -3,4%; fevereiro, +0,9%; março, +1,1%; abril, -1,8%; maio, +1,5%; junho, +0,1%; julho, +0,7%; agosto, -1,4%; setembro, -0,2%; outubro, -0,5%; e novembro, +0,4%.

“Digamos que o setor de serviços não tenha mais nenhum grande motor que impulsiona, como serviços de tecnologia de informação e serviços de transporte de cargas impulsionavam no fim de 2022″, justificou Lobo, do IBGE.

O pesquisador lembrou que o setor de serviços renovara recordes sucessivos no pós-pandemia, até o fim de 2022, quando atingiu o pico da série histórica. Atualmente, há tanto uma base de comparação elevada quanto uma normalização de demanda.

“Em 2023, alguns fatores começaram a mostrar sinais de perda de fôlego. Um deles foi o menor fôlego de crescimento dos serviços de tecnologia de informação”, lembrou ele, acrescentando que a pandemia apresentou uma demanda maior das empresas por digitalização. “Tudo isso cresceu muito no pós-pandemia, e parece que, em 2023, as coisas normalizaram. O setor segue crescendo na maior parte do tempo, mas não a taxas tão elevadas.”

Lobo acrescenta que o transporte de cargas também crescia de forma muito significativa, tanto pela explosão do comércio eletrônico quanto pelo bom desempenho do setor agrícola brasileiro.

“A produção agrícola brasileira teve recorde de safra em 2023, e essa safra se posiciona de forma muito mais relevante no primeiro semestre do ano. Então agora, no segundo semestre, perde um pouco desse dinamismo no transporte de cargas”, explicou.

O pesquisador defende ser difícil identificar como fatores macroeconômicos, como câmbio e juros, afetam a prestação de serviços como um todo, uma vez que o setor de serviços “é muito dinâmico e heterogêneo”. Uma variável macroeconômica pode afetar positivamente uma atividade de serviços e negativamente outra, resumiu.

Serviços acumulam expansão em 2023

De janeiro a novembro de 2023, o setor de serviços acumulou avanço de 2,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O setor deve encerrar o ano de 2023 com o terceiro crescimento anual consecutivo. Após a queda de 7,8% vista em 2020, provocada pelo choque da crise sanitária, houve expansão de 10,9% em 2021 e de 8,3% em 2022.

“Apesar do número positivo divulgado hoje (terça-feira, 16), acreditamos que o PIB deve ter apresentado uma pequena contração no quarto trimestre de 2023 e encerrado o ano em torno de 3%. Para 2024, projetamos um crescimento de 1,5% para a economia brasileira”, concluiu Salles, do C6 Bank.

Após três meses rodando no vermelho, o setor de serviços voltou a mostrar crescimento em novembro de 2023. A expansão de 0,4% obtida em relação a outubro foi impulsionada pelo aumento nas transações financeiras digitais, pelo bom desempenho de empresas de cartões de desconto e programas de fidelidade e até pelos shows da cantora americana Taylor Swift no Brasil. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados nesta terça-feira, 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O setor de serviços segue resiliente, em grande parte por conta do mercado de trabalho aquecido. Projetamos crescimento do setor de 0,4% em dezembro e de 2,0% em 2023″, previu Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, em comentário.

Na passagem de outubro para novembro, três das cinco atividades investigadas na pesquisa do IBGE registraram avanços: outros serviços (3,6%), serviços profissionais, administrativos e complementares (1,0%) e serviços prestados às famílias (2,2%).

O maior impacto positivo para a média global foi da atividade de outros serviços, puxada pelos serviços financeiros auxiliares, especialmente pelas empresas de uso do dinheiro digital, como as de máquinas eletrônicas de cartões de crédito e débito.

“A gente tem um uso muito maior do dinheiro digital do que do dinheiro físico, e isso só aumenta cada vez mais”, justificou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE. “Em novembro, foi Black Friday”, acrescentou o pesquisador, lembrando que o número de transações digitais pode ter aumentado por causa do período de promoções no varejo.

A segunda maior contribuição para a expansão dos serviços em novembro partiu dos serviços profissionais, administrativos e complementares, tendo como destaques as empresas de atividades jurídicas e as de cartões de desconto e programas de fidelidade.

A terceira influência positiva foi dos serviços prestados às famílias, puxado pela alta em alojamento e alimentação, mas também pelo avanço em outros serviços prestados às famílias, diante do bom desempenho do ramo de espetáculos teatrais e musicais, em função dos shows da cantora Taylor Swift no Brasil, afirmou Lobo.

A cantora Taylor Swift durante apresentação no Allianz Parque, em São Paulo Foto: Taba Benedicto/Estadão

“Quando tem um show dessa natureza, acaba movimentando não só a população local de onde o show vai acontecer”, disse o pesquisador do IBGE. “Acaba movimentando transporte de passageiros, alojamento, acaba movimentando toda uma gama de serviços para além da receita da empresa promotora do evento. Há um efeito multiplicador sobre o aumento da receita das empresas prestadoras de serviços quando ocorre qualquer evento de maior magnitude.”

Por outro lado, houve perdas em novembro nas duas atividades de maior peso no setor de serviços como um todo: transportes (-1,0%, quarta taxa negativa seguida, acumulando uma retração de 5,3% no período) e serviços de informação e comunicação (-0,1%, após avanço de 0,2% no mês anterior).

O recuo nos transportes, principal impacto negativo para a média global em novembro, foi puxado pela queda de 16,1% no transporte aéreo, decorrente do aumento de 19,12% nos preços das passagens. Já em serviços de informação, o ramo de telecomunicações caiu 3,2%, enquanto o de tecnologia da informação cresceu 1,3%.

Crescimento interrompe perdas

O avanço nos serviços em novembro ante outubro de 2023 interrompeu uma sequência de três meses seguidos de quedas, quando o setor acumulou uma perda de 2,2%. Entretanto, o IBGE pondera que o setor permanece operando em patamar bem acima do pré-pandemia, 10,8% além do nível em que operava em fevereiro de 2020.

O resultado de novembro confirmou a trajetória de altos e baixos no setor ao longo de 2023. As atividades investigadas continuam crescendo, mas a taxas mais brandas que no pós-pandemia, avaliou Rodrigo Lobo, do IBGE.

“Apesar da expansão no mês, os últimos resultados têm mostrado desaquecimento gradual da atividade de serviços, principalmente em razão da saída ou atenuação dos principais determinantes do crescimento do setor presente nos últimos trimestres. Entre esses, destacam-se o esgotamento do efeito em cadeia gerado pela produção agrícola, a estabilização de um novo normal para os hábitos de lazer e turismo de consumo das famílias e de investimentos de empresas em tecnologia da informação com o fim da pandemia. Assim, mantém-se o cenário de curto prazo de tendência de perda de dinamismo agregada no setor, embora de forma heterogênea entre os subsetores”, avaliou Thiago Xavier, analista da Tendências Consultoria Integrada.

Nos primeiros 11 meses de 2023, na série que desconta influências sazonais, o setor de serviços registrou expansão em seis deles, recuando em cinco oportunidades: janeiro, -3,4%; fevereiro, +0,9%; março, +1,1%; abril, -1,8%; maio, +1,5%; junho, +0,1%; julho, +0,7%; agosto, -1,4%; setembro, -0,2%; outubro, -0,5%; e novembro, +0,4%.

“Digamos que o setor de serviços não tenha mais nenhum grande motor que impulsiona, como serviços de tecnologia de informação e serviços de transporte de cargas impulsionavam no fim de 2022″, justificou Lobo, do IBGE.

O pesquisador lembrou que o setor de serviços renovara recordes sucessivos no pós-pandemia, até o fim de 2022, quando atingiu o pico da série histórica. Atualmente, há tanto uma base de comparação elevada quanto uma normalização de demanda.

“Em 2023, alguns fatores começaram a mostrar sinais de perda de fôlego. Um deles foi o menor fôlego de crescimento dos serviços de tecnologia de informação”, lembrou ele, acrescentando que a pandemia apresentou uma demanda maior das empresas por digitalização. “Tudo isso cresceu muito no pós-pandemia, e parece que, em 2023, as coisas normalizaram. O setor segue crescendo na maior parte do tempo, mas não a taxas tão elevadas.”

Lobo acrescenta que o transporte de cargas também crescia de forma muito significativa, tanto pela explosão do comércio eletrônico quanto pelo bom desempenho do setor agrícola brasileiro.

“A produção agrícola brasileira teve recorde de safra em 2023, e essa safra se posiciona de forma muito mais relevante no primeiro semestre do ano. Então agora, no segundo semestre, perde um pouco desse dinamismo no transporte de cargas”, explicou.

O pesquisador defende ser difícil identificar como fatores macroeconômicos, como câmbio e juros, afetam a prestação de serviços como um todo, uma vez que o setor de serviços “é muito dinâmico e heterogêneo”. Uma variável macroeconômica pode afetar positivamente uma atividade de serviços e negativamente outra, resumiu.

Serviços acumulam expansão em 2023

De janeiro a novembro de 2023, o setor de serviços acumulou avanço de 2,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O setor deve encerrar o ano de 2023 com o terceiro crescimento anual consecutivo. Após a queda de 7,8% vista em 2020, provocada pelo choque da crise sanitária, houve expansão de 10,9% em 2021 e de 8,3% em 2022.

“Apesar do número positivo divulgado hoje (terça-feira, 16), acreditamos que o PIB deve ter apresentado uma pequena contração no quarto trimestre de 2023 e encerrado o ano em torno de 3%. Para 2024, projetamos um crescimento de 1,5% para a economia brasileira”, concluiu Salles, do C6 Bank.

Após três meses rodando no vermelho, o setor de serviços voltou a mostrar crescimento em novembro de 2023. A expansão de 0,4% obtida em relação a outubro foi impulsionada pelo aumento nas transações financeiras digitais, pelo bom desempenho de empresas de cartões de desconto e programas de fidelidade e até pelos shows da cantora americana Taylor Swift no Brasil. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados nesta terça-feira, 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O setor de serviços segue resiliente, em grande parte por conta do mercado de trabalho aquecido. Projetamos crescimento do setor de 0,4% em dezembro e de 2,0% em 2023″, previu Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, em comentário.

Na passagem de outubro para novembro, três das cinco atividades investigadas na pesquisa do IBGE registraram avanços: outros serviços (3,6%), serviços profissionais, administrativos e complementares (1,0%) e serviços prestados às famílias (2,2%).

O maior impacto positivo para a média global foi da atividade de outros serviços, puxada pelos serviços financeiros auxiliares, especialmente pelas empresas de uso do dinheiro digital, como as de máquinas eletrônicas de cartões de crédito e débito.

“A gente tem um uso muito maior do dinheiro digital do que do dinheiro físico, e isso só aumenta cada vez mais”, justificou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE. “Em novembro, foi Black Friday”, acrescentou o pesquisador, lembrando que o número de transações digitais pode ter aumentado por causa do período de promoções no varejo.

A segunda maior contribuição para a expansão dos serviços em novembro partiu dos serviços profissionais, administrativos e complementares, tendo como destaques as empresas de atividades jurídicas e as de cartões de desconto e programas de fidelidade.

A terceira influência positiva foi dos serviços prestados às famílias, puxado pela alta em alojamento e alimentação, mas também pelo avanço em outros serviços prestados às famílias, diante do bom desempenho do ramo de espetáculos teatrais e musicais, em função dos shows da cantora Taylor Swift no Brasil, afirmou Lobo.

A cantora Taylor Swift durante apresentação no Allianz Parque, em São Paulo Foto: Taba Benedicto/Estadão

“Quando tem um show dessa natureza, acaba movimentando não só a população local de onde o show vai acontecer”, disse o pesquisador do IBGE. “Acaba movimentando transporte de passageiros, alojamento, acaba movimentando toda uma gama de serviços para além da receita da empresa promotora do evento. Há um efeito multiplicador sobre o aumento da receita das empresas prestadoras de serviços quando ocorre qualquer evento de maior magnitude.”

Por outro lado, houve perdas em novembro nas duas atividades de maior peso no setor de serviços como um todo: transportes (-1,0%, quarta taxa negativa seguida, acumulando uma retração de 5,3% no período) e serviços de informação e comunicação (-0,1%, após avanço de 0,2% no mês anterior).

O recuo nos transportes, principal impacto negativo para a média global em novembro, foi puxado pela queda de 16,1% no transporte aéreo, decorrente do aumento de 19,12% nos preços das passagens. Já em serviços de informação, o ramo de telecomunicações caiu 3,2%, enquanto o de tecnologia da informação cresceu 1,3%.

Crescimento interrompe perdas

O avanço nos serviços em novembro ante outubro de 2023 interrompeu uma sequência de três meses seguidos de quedas, quando o setor acumulou uma perda de 2,2%. Entretanto, o IBGE pondera que o setor permanece operando em patamar bem acima do pré-pandemia, 10,8% além do nível em que operava em fevereiro de 2020.

O resultado de novembro confirmou a trajetória de altos e baixos no setor ao longo de 2023. As atividades investigadas continuam crescendo, mas a taxas mais brandas que no pós-pandemia, avaliou Rodrigo Lobo, do IBGE.

“Apesar da expansão no mês, os últimos resultados têm mostrado desaquecimento gradual da atividade de serviços, principalmente em razão da saída ou atenuação dos principais determinantes do crescimento do setor presente nos últimos trimestres. Entre esses, destacam-se o esgotamento do efeito em cadeia gerado pela produção agrícola, a estabilização de um novo normal para os hábitos de lazer e turismo de consumo das famílias e de investimentos de empresas em tecnologia da informação com o fim da pandemia. Assim, mantém-se o cenário de curto prazo de tendência de perda de dinamismo agregada no setor, embora de forma heterogênea entre os subsetores”, avaliou Thiago Xavier, analista da Tendências Consultoria Integrada.

Nos primeiros 11 meses de 2023, na série que desconta influências sazonais, o setor de serviços registrou expansão em seis deles, recuando em cinco oportunidades: janeiro, -3,4%; fevereiro, +0,9%; março, +1,1%; abril, -1,8%; maio, +1,5%; junho, +0,1%; julho, +0,7%; agosto, -1,4%; setembro, -0,2%; outubro, -0,5%; e novembro, +0,4%.

“Digamos que o setor de serviços não tenha mais nenhum grande motor que impulsiona, como serviços de tecnologia de informação e serviços de transporte de cargas impulsionavam no fim de 2022″, justificou Lobo, do IBGE.

O pesquisador lembrou que o setor de serviços renovara recordes sucessivos no pós-pandemia, até o fim de 2022, quando atingiu o pico da série histórica. Atualmente, há tanto uma base de comparação elevada quanto uma normalização de demanda.

“Em 2023, alguns fatores começaram a mostrar sinais de perda de fôlego. Um deles foi o menor fôlego de crescimento dos serviços de tecnologia de informação”, lembrou ele, acrescentando que a pandemia apresentou uma demanda maior das empresas por digitalização. “Tudo isso cresceu muito no pós-pandemia, e parece que, em 2023, as coisas normalizaram. O setor segue crescendo na maior parte do tempo, mas não a taxas tão elevadas.”

Lobo acrescenta que o transporte de cargas também crescia de forma muito significativa, tanto pela explosão do comércio eletrônico quanto pelo bom desempenho do setor agrícola brasileiro.

“A produção agrícola brasileira teve recorde de safra em 2023, e essa safra se posiciona de forma muito mais relevante no primeiro semestre do ano. Então agora, no segundo semestre, perde um pouco desse dinamismo no transporte de cargas”, explicou.

O pesquisador defende ser difícil identificar como fatores macroeconômicos, como câmbio e juros, afetam a prestação de serviços como um todo, uma vez que o setor de serviços “é muito dinâmico e heterogêneo”. Uma variável macroeconômica pode afetar positivamente uma atividade de serviços e negativamente outra, resumiu.

Serviços acumulam expansão em 2023

De janeiro a novembro de 2023, o setor de serviços acumulou avanço de 2,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O setor deve encerrar o ano de 2023 com o terceiro crescimento anual consecutivo. Após a queda de 7,8% vista em 2020, provocada pelo choque da crise sanitária, houve expansão de 10,9% em 2021 e de 8,3% em 2022.

“Apesar do número positivo divulgado hoje (terça-feira, 16), acreditamos que o PIB deve ter apresentado uma pequena contração no quarto trimestre de 2023 e encerrado o ano em torno de 3%. Para 2024, projetamos um crescimento de 1,5% para a economia brasileira”, concluiu Salles, do C6 Bank.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.