Maia pede que presidente não ceda na Previdência


Em reunião no Planalto, presidente da Câmara sugere que Temer mantenha negociação da PEC no Congresso; ele defende modelo de transição e campanha publicitária

Por Vera Rosa e Felipe Frazão

BRASÍLIA - Após a denúncia por corrupção passiva ser rejeitada por 263 deputados na semana passada, o presidente Michel Temer fez ontem um afago ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e aceitou suas sugestões para não ceder antes da hora na negociação da reforma da Previdência.

Presidente se reuniu com Maia,Eunício, Henrique Meirelles, Antonio Imbassahye Moreira Franco Foto: Dida Sampaio/Estadão

Em reunião no Palácio do Planalto, da qual também participaram ministros, Temer concordou com as observações de Maia e deu sinais de que vai transformá-lo numa espécie de articulador da reforma, curando feridas deixadas no relacionamento dos dois no processo de votação da denúncia.

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O presidente disse em entrevista ao Estado, publicada no sábado, que as mudanças na Previdência poderiam se resumir à fixação da idade mínima para aposentadoria (65 anos para homens e 62 para mulheres) e ao corte dos privilégios do funcionalismo. Na reunião de ontem, porém, ouviu de Maia que é preciso discutir também um modelo de transição para os que ingressaram no serviço público antes de 2003. O deputado defendeu uma campanha publicitária para mostrar, em termos didáticos, que os aposentados podem ficar sem receber, como no Rio, se nada for feito agora.

“Queremos uma reforma, não uma meia-sola”, afirmou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, que também participou da reunião. “O presidente pediu trabalho e empenho para que possamos cumprir a agenda econômica. São medidas que podem dar tranquilidade fiscal, como a Previdência, a simplificação tributária e o Refis.” Além do Programa de Recuperação Fiscal, há mais de 20 Medidas Provisórias na pauta do Congresso.

Convocada de última hora por Temer, a reunião ocorreu no Planalto, o que não é usual no fim de semana, e durou quatro horas. Além de Maia e Moreira, contou com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Antônio Imbassahy (Governo). 

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Gravação. Antes de o plenário da Câmara derrubar a denúncia contra Temer, na quarta-feira, Maia chegou a ser olhado com desconfiança por auxiliares do presidente. Primeiro nome na linha sucessória da Presidência da República, o deputado foi acusado de se movimentar para ocupar a cadeira do peemedebista e não escondeu a mágoa.

O encontro de ontem serviu para serenar os ânimos. A convite de Temer, Maia também gravou um vídeo no Planalto, que foi divulgado na rede social do governo. Falou sobre a segunda fase das ações do Executivo no Rio, seu reduto eleitoral, no combate ao crime organizado.

A portas fechadas, Meirelles disse que o mercado estava “ansioso” por um prazo para a reforma da Previdência. A ideia do Planalto é aprová-la na Câmara até setembro, mas Eunício afirmou que o Congresso não pode fixar um prazo definitivo. “Eu tenho que pensar no consumidor, e não no mercado”, reagiu o presidente do Senado. “Se aprovar a idade mínima, 50% está resolvido. Já é metade da reforma”, completou.

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Por se tratar de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o governo precisa de 308 votos na Câmara e 49 no Senado, em duas votações, para mudar as regras da aposentadoria. A base aliada está dividida e Temer quer uma radiografia dos partidos para saber com quem pode contar nos próximos embates. A maior divisão ocorre no PSDB, que constantemente ameaça abandonar o governo.

O discurso oficial é o de que não haverá retaliação aos infiéis, mas Temer disse ao Estado que quem estiver “sentindo-se mal” no governo deve deixar a equipe. Na votação da denúncia, 22 deputados tucanos se posicionaram a favor do presidente, 21 contra e 4 se abstiveram. “Estamos entrosados, motivados e temos o compromisso de fazer o máximo para que a pauta de modernização do País avance”, amenizou Imbassahy, um dos quatro ministros do PSDB.

Ao Estado, Temer elogiou a atuação de Maia nos últimos dias. “O presidente Rodrigo Maia se comporta como estadista porque cumpre rigorosamente o regimento interno da Câmara e a Constituição. O exemplo dele deve servir para vários outros militantes da área jurídica, que muitas vezes ultrapassam os limites da lei”, argumentou o presidente em um recado indireto ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. 

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Pela contabilidade do Planalto, muitos dos aliados que votaram contra Temer na quarta vão aprovar a reforma da Previdência. Questionado se confiava no apoio do PSDB, o presidente respondeu: “Não acredito que eles votem contra o Brasil

BRASÍLIA - Após a denúncia por corrupção passiva ser rejeitada por 263 deputados na semana passada, o presidente Michel Temer fez ontem um afago ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e aceitou suas sugestões para não ceder antes da hora na negociação da reforma da Previdência.

Presidente se reuniu com Maia,Eunício, Henrique Meirelles, Antonio Imbassahye Moreira Franco Foto: Dida Sampaio/Estadão

Em reunião no Palácio do Planalto, da qual também participaram ministros, Temer concordou com as observações de Maia e deu sinais de que vai transformá-lo numa espécie de articulador da reforma, curando feridas deixadas no relacionamento dos dois no processo de votação da denúncia.

O presidente disse em entrevista ao Estado, publicada no sábado, que as mudanças na Previdência poderiam se resumir à fixação da idade mínima para aposentadoria (65 anos para homens e 62 para mulheres) e ao corte dos privilégios do funcionalismo. Na reunião de ontem, porém, ouviu de Maia que é preciso discutir também um modelo de transição para os que ingressaram no serviço público antes de 2003. O deputado defendeu uma campanha publicitária para mostrar, em termos didáticos, que os aposentados podem ficar sem receber, como no Rio, se nada for feito agora.

“Queremos uma reforma, não uma meia-sola”, afirmou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, que também participou da reunião. “O presidente pediu trabalho e empenho para que possamos cumprir a agenda econômica. São medidas que podem dar tranquilidade fiscal, como a Previdência, a simplificação tributária e o Refis.” Além do Programa de Recuperação Fiscal, há mais de 20 Medidas Provisórias na pauta do Congresso.

Convocada de última hora por Temer, a reunião ocorreu no Planalto, o que não é usual no fim de semana, e durou quatro horas. Além de Maia e Moreira, contou com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Antônio Imbassahy (Governo). 

Gravação. Antes de o plenário da Câmara derrubar a denúncia contra Temer, na quarta-feira, Maia chegou a ser olhado com desconfiança por auxiliares do presidente. Primeiro nome na linha sucessória da Presidência da República, o deputado foi acusado de se movimentar para ocupar a cadeira do peemedebista e não escondeu a mágoa.

O encontro de ontem serviu para serenar os ânimos. A convite de Temer, Maia também gravou um vídeo no Planalto, que foi divulgado na rede social do governo. Falou sobre a segunda fase das ações do Executivo no Rio, seu reduto eleitoral, no combate ao crime organizado.

A portas fechadas, Meirelles disse que o mercado estava “ansioso” por um prazo para a reforma da Previdência. A ideia do Planalto é aprová-la na Câmara até setembro, mas Eunício afirmou que o Congresso não pode fixar um prazo definitivo. “Eu tenho que pensar no consumidor, e não no mercado”, reagiu o presidente do Senado. “Se aprovar a idade mínima, 50% está resolvido. Já é metade da reforma”, completou.

Por se tratar de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o governo precisa de 308 votos na Câmara e 49 no Senado, em duas votações, para mudar as regras da aposentadoria. A base aliada está dividida e Temer quer uma radiografia dos partidos para saber com quem pode contar nos próximos embates. A maior divisão ocorre no PSDB, que constantemente ameaça abandonar o governo.

O discurso oficial é o de que não haverá retaliação aos infiéis, mas Temer disse ao Estado que quem estiver “sentindo-se mal” no governo deve deixar a equipe. Na votação da denúncia, 22 deputados tucanos se posicionaram a favor do presidente, 21 contra e 4 se abstiveram. “Estamos entrosados, motivados e temos o compromisso de fazer o máximo para que a pauta de modernização do País avance”, amenizou Imbassahy, um dos quatro ministros do PSDB.

Ao Estado, Temer elogiou a atuação de Maia nos últimos dias. “O presidente Rodrigo Maia se comporta como estadista porque cumpre rigorosamente o regimento interno da Câmara e a Constituição. O exemplo dele deve servir para vários outros militantes da área jurídica, que muitas vezes ultrapassam os limites da lei”, argumentou o presidente em um recado indireto ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. 

Pela contabilidade do Planalto, muitos dos aliados que votaram contra Temer na quarta vão aprovar a reforma da Previdência. Questionado se confiava no apoio do PSDB, o presidente respondeu: “Não acredito que eles votem contra o Brasil

BRASÍLIA - Após a denúncia por corrupção passiva ser rejeitada por 263 deputados na semana passada, o presidente Michel Temer fez ontem um afago ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e aceitou suas sugestões para não ceder antes da hora na negociação da reforma da Previdência.

Presidente se reuniu com Maia,Eunício, Henrique Meirelles, Antonio Imbassahye Moreira Franco Foto: Dida Sampaio/Estadão

Em reunião no Palácio do Planalto, da qual também participaram ministros, Temer concordou com as observações de Maia e deu sinais de que vai transformá-lo numa espécie de articulador da reforma, curando feridas deixadas no relacionamento dos dois no processo de votação da denúncia.

O presidente disse em entrevista ao Estado, publicada no sábado, que as mudanças na Previdência poderiam se resumir à fixação da idade mínima para aposentadoria (65 anos para homens e 62 para mulheres) e ao corte dos privilégios do funcionalismo. Na reunião de ontem, porém, ouviu de Maia que é preciso discutir também um modelo de transição para os que ingressaram no serviço público antes de 2003. O deputado defendeu uma campanha publicitária para mostrar, em termos didáticos, que os aposentados podem ficar sem receber, como no Rio, se nada for feito agora.

“Queremos uma reforma, não uma meia-sola”, afirmou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, que também participou da reunião. “O presidente pediu trabalho e empenho para que possamos cumprir a agenda econômica. São medidas que podem dar tranquilidade fiscal, como a Previdência, a simplificação tributária e o Refis.” Além do Programa de Recuperação Fiscal, há mais de 20 Medidas Provisórias na pauta do Congresso.

Convocada de última hora por Temer, a reunião ocorreu no Planalto, o que não é usual no fim de semana, e durou quatro horas. Além de Maia e Moreira, contou com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Antônio Imbassahy (Governo). 

Gravação. Antes de o plenário da Câmara derrubar a denúncia contra Temer, na quarta-feira, Maia chegou a ser olhado com desconfiança por auxiliares do presidente. Primeiro nome na linha sucessória da Presidência da República, o deputado foi acusado de se movimentar para ocupar a cadeira do peemedebista e não escondeu a mágoa.

O encontro de ontem serviu para serenar os ânimos. A convite de Temer, Maia também gravou um vídeo no Planalto, que foi divulgado na rede social do governo. Falou sobre a segunda fase das ações do Executivo no Rio, seu reduto eleitoral, no combate ao crime organizado.

A portas fechadas, Meirelles disse que o mercado estava “ansioso” por um prazo para a reforma da Previdência. A ideia do Planalto é aprová-la na Câmara até setembro, mas Eunício afirmou que o Congresso não pode fixar um prazo definitivo. “Eu tenho que pensar no consumidor, e não no mercado”, reagiu o presidente do Senado. “Se aprovar a idade mínima, 50% está resolvido. Já é metade da reforma”, completou.

Por se tratar de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o governo precisa de 308 votos na Câmara e 49 no Senado, em duas votações, para mudar as regras da aposentadoria. A base aliada está dividida e Temer quer uma radiografia dos partidos para saber com quem pode contar nos próximos embates. A maior divisão ocorre no PSDB, que constantemente ameaça abandonar o governo.

O discurso oficial é o de que não haverá retaliação aos infiéis, mas Temer disse ao Estado que quem estiver “sentindo-se mal” no governo deve deixar a equipe. Na votação da denúncia, 22 deputados tucanos se posicionaram a favor do presidente, 21 contra e 4 se abstiveram. “Estamos entrosados, motivados e temos o compromisso de fazer o máximo para que a pauta de modernização do País avance”, amenizou Imbassahy, um dos quatro ministros do PSDB.

Ao Estado, Temer elogiou a atuação de Maia nos últimos dias. “O presidente Rodrigo Maia se comporta como estadista porque cumpre rigorosamente o regimento interno da Câmara e a Constituição. O exemplo dele deve servir para vários outros militantes da área jurídica, que muitas vezes ultrapassam os limites da lei”, argumentou o presidente em um recado indireto ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. 

Pela contabilidade do Planalto, muitos dos aliados que votaram contra Temer na quarta vão aprovar a reforma da Previdência. Questionado se confiava no apoio do PSDB, o presidente respondeu: “Não acredito que eles votem contra o Brasil

BRASÍLIA - Após a denúncia por corrupção passiva ser rejeitada por 263 deputados na semana passada, o presidente Michel Temer fez ontem um afago ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e aceitou suas sugestões para não ceder antes da hora na negociação da reforma da Previdência.

Presidente se reuniu com Maia,Eunício, Henrique Meirelles, Antonio Imbassahye Moreira Franco Foto: Dida Sampaio/Estadão

Em reunião no Palácio do Planalto, da qual também participaram ministros, Temer concordou com as observações de Maia e deu sinais de que vai transformá-lo numa espécie de articulador da reforma, curando feridas deixadas no relacionamento dos dois no processo de votação da denúncia.

O presidente disse em entrevista ao Estado, publicada no sábado, que as mudanças na Previdência poderiam se resumir à fixação da idade mínima para aposentadoria (65 anos para homens e 62 para mulheres) e ao corte dos privilégios do funcionalismo. Na reunião de ontem, porém, ouviu de Maia que é preciso discutir também um modelo de transição para os que ingressaram no serviço público antes de 2003. O deputado defendeu uma campanha publicitária para mostrar, em termos didáticos, que os aposentados podem ficar sem receber, como no Rio, se nada for feito agora.

“Queremos uma reforma, não uma meia-sola”, afirmou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, que também participou da reunião. “O presidente pediu trabalho e empenho para que possamos cumprir a agenda econômica. São medidas que podem dar tranquilidade fiscal, como a Previdência, a simplificação tributária e o Refis.” Além do Programa de Recuperação Fiscal, há mais de 20 Medidas Provisórias na pauta do Congresso.

Convocada de última hora por Temer, a reunião ocorreu no Planalto, o que não é usual no fim de semana, e durou quatro horas. Além de Maia e Moreira, contou com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Antônio Imbassahy (Governo). 

Gravação. Antes de o plenário da Câmara derrubar a denúncia contra Temer, na quarta-feira, Maia chegou a ser olhado com desconfiança por auxiliares do presidente. Primeiro nome na linha sucessória da Presidência da República, o deputado foi acusado de se movimentar para ocupar a cadeira do peemedebista e não escondeu a mágoa.

O encontro de ontem serviu para serenar os ânimos. A convite de Temer, Maia também gravou um vídeo no Planalto, que foi divulgado na rede social do governo. Falou sobre a segunda fase das ações do Executivo no Rio, seu reduto eleitoral, no combate ao crime organizado.

A portas fechadas, Meirelles disse que o mercado estava “ansioso” por um prazo para a reforma da Previdência. A ideia do Planalto é aprová-la na Câmara até setembro, mas Eunício afirmou que o Congresso não pode fixar um prazo definitivo. “Eu tenho que pensar no consumidor, e não no mercado”, reagiu o presidente do Senado. “Se aprovar a idade mínima, 50% está resolvido. Já é metade da reforma”, completou.

Por se tratar de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o governo precisa de 308 votos na Câmara e 49 no Senado, em duas votações, para mudar as regras da aposentadoria. A base aliada está dividida e Temer quer uma radiografia dos partidos para saber com quem pode contar nos próximos embates. A maior divisão ocorre no PSDB, que constantemente ameaça abandonar o governo.

O discurso oficial é o de que não haverá retaliação aos infiéis, mas Temer disse ao Estado que quem estiver “sentindo-se mal” no governo deve deixar a equipe. Na votação da denúncia, 22 deputados tucanos se posicionaram a favor do presidente, 21 contra e 4 se abstiveram. “Estamos entrosados, motivados e temos o compromisso de fazer o máximo para que a pauta de modernização do País avance”, amenizou Imbassahy, um dos quatro ministros do PSDB.

Ao Estado, Temer elogiou a atuação de Maia nos últimos dias. “O presidente Rodrigo Maia se comporta como estadista porque cumpre rigorosamente o regimento interno da Câmara e a Constituição. O exemplo dele deve servir para vários outros militantes da área jurídica, que muitas vezes ultrapassam os limites da lei”, argumentou o presidente em um recado indireto ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. 

Pela contabilidade do Planalto, muitos dos aliados que votaram contra Temer na quarta vão aprovar a reforma da Previdência. Questionado se confiava no apoio do PSDB, o presidente respondeu: “Não acredito que eles votem contra o Brasil

BRASÍLIA - Após a denúncia por corrupção passiva ser rejeitada por 263 deputados na semana passada, o presidente Michel Temer fez ontem um afago ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e aceitou suas sugestões para não ceder antes da hora na negociação da reforma da Previdência.

Presidente se reuniu com Maia,Eunício, Henrique Meirelles, Antonio Imbassahye Moreira Franco Foto: Dida Sampaio/Estadão

Em reunião no Palácio do Planalto, da qual também participaram ministros, Temer concordou com as observações de Maia e deu sinais de que vai transformá-lo numa espécie de articulador da reforma, curando feridas deixadas no relacionamento dos dois no processo de votação da denúncia.

O presidente disse em entrevista ao Estado, publicada no sábado, que as mudanças na Previdência poderiam se resumir à fixação da idade mínima para aposentadoria (65 anos para homens e 62 para mulheres) e ao corte dos privilégios do funcionalismo. Na reunião de ontem, porém, ouviu de Maia que é preciso discutir também um modelo de transição para os que ingressaram no serviço público antes de 2003. O deputado defendeu uma campanha publicitária para mostrar, em termos didáticos, que os aposentados podem ficar sem receber, como no Rio, se nada for feito agora.

“Queremos uma reforma, não uma meia-sola”, afirmou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, que também participou da reunião. “O presidente pediu trabalho e empenho para que possamos cumprir a agenda econômica. São medidas que podem dar tranquilidade fiscal, como a Previdência, a simplificação tributária e o Refis.” Além do Programa de Recuperação Fiscal, há mais de 20 Medidas Provisórias na pauta do Congresso.

Convocada de última hora por Temer, a reunião ocorreu no Planalto, o que não é usual no fim de semana, e durou quatro horas. Além de Maia e Moreira, contou com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Antônio Imbassahy (Governo). 

Gravação. Antes de o plenário da Câmara derrubar a denúncia contra Temer, na quarta-feira, Maia chegou a ser olhado com desconfiança por auxiliares do presidente. Primeiro nome na linha sucessória da Presidência da República, o deputado foi acusado de se movimentar para ocupar a cadeira do peemedebista e não escondeu a mágoa.

O encontro de ontem serviu para serenar os ânimos. A convite de Temer, Maia também gravou um vídeo no Planalto, que foi divulgado na rede social do governo. Falou sobre a segunda fase das ações do Executivo no Rio, seu reduto eleitoral, no combate ao crime organizado.

A portas fechadas, Meirelles disse que o mercado estava “ansioso” por um prazo para a reforma da Previdência. A ideia do Planalto é aprová-la na Câmara até setembro, mas Eunício afirmou que o Congresso não pode fixar um prazo definitivo. “Eu tenho que pensar no consumidor, e não no mercado”, reagiu o presidente do Senado. “Se aprovar a idade mínima, 50% está resolvido. Já é metade da reforma”, completou.

Por se tratar de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o governo precisa de 308 votos na Câmara e 49 no Senado, em duas votações, para mudar as regras da aposentadoria. A base aliada está dividida e Temer quer uma radiografia dos partidos para saber com quem pode contar nos próximos embates. A maior divisão ocorre no PSDB, que constantemente ameaça abandonar o governo.

O discurso oficial é o de que não haverá retaliação aos infiéis, mas Temer disse ao Estado que quem estiver “sentindo-se mal” no governo deve deixar a equipe. Na votação da denúncia, 22 deputados tucanos se posicionaram a favor do presidente, 21 contra e 4 se abstiveram. “Estamos entrosados, motivados e temos o compromisso de fazer o máximo para que a pauta de modernização do País avance”, amenizou Imbassahy, um dos quatro ministros do PSDB.

Ao Estado, Temer elogiou a atuação de Maia nos últimos dias. “O presidente Rodrigo Maia se comporta como estadista porque cumpre rigorosamente o regimento interno da Câmara e a Constituição. O exemplo dele deve servir para vários outros militantes da área jurídica, que muitas vezes ultrapassam os limites da lei”, argumentou o presidente em um recado indireto ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. 

Pela contabilidade do Planalto, muitos dos aliados que votaram contra Temer na quarta vão aprovar a reforma da Previdência. Questionado se confiava no apoio do PSDB, o presidente respondeu: “Não acredito que eles votem contra o Brasil

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