Tempestade em abril, calmaria em maio?


O início do trimestre foi marcado por mudanças nas expectativas. Em abril, o acirramento da crise no Oriente Médio pressionou o petróleo e fortaleceu o dólar. No entanto, a política monetária nos EUA concentrou as atenções.

Por Danilo Igliori, da Nomad e Estadão Blue Studio
Atualização:

Recapitulando, o ano iniciou com projeções de queda dos juros já no primeiro trimestre, com cortes no orçamento entre 1,0 e 1,25 ponto porcentual. Esse quadro começou a mudar após a primeira reunião do Comitê de Política Monetária dos EUA (Fomc), que trouxe a visão de que os juros cairiam até 0,75 ponto, a partir do meio do ano. Mas dados fortes do mercado de trabalho, inflação e varejo em abril resultaram em mais recalibragem de expectativas, e o mercado passou a apostar em cortes a partir de setembro, sem passar de 0,5 ponto.

E agora, onde estamos? Maio já trouxe elementos com potencial de mudar as expectativas novamente. O Fomc manteve, conforme esperado, a taxa de juros. A grande mudança no comunicado foi reconhecer a resistência da inflação nos últimos meses, o que poderia ser interpretado como a confirmação de que os juros não devem começar a cair tão cedo.

É possível que tenhamos outra reviravolta nas expectativas, desta vez para o lado positivo Foto: Getty Images
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Por outro lado, indicadores econômicos adicionaram elementos que podem incentivar o Fed a seguir em outra direção. As estimativas do PIB apontam para considerável desaceleração e os dados de contratações vieram abaixo da média dos últimos 12 meses. Jerome Powell mencionou que, além da inflação, o enfraquecimento da atividade econômica e do mercado de trabalho pode ser gatilho para cortes.

No Brasil, hoje teremos decisão do Copom e, pela primeira vez desde o início do ciclo de cortes, o mercado está dividido. A maioria dos analistas aponta para a diminuição do ritmo com redução de 0,25 ponto na Selic. Mas um grupo relevante acredita que ainda teremos mais um corte de 0,50, deixando a mudança na velocidade para a próxima reunião. Existem mudanças também nas expectativas para o nível terminal dos juros, com ampla maioria revisando projeções para cima. O aumento das incertezas no cenário externo é o principal motivo por trás dos ajustes.

Maio está só no início, mas é possível que traga outra reviravolta nas expectativas, desta vez para o lado positivo. Nesse caso, será interessante observar como os mercados podem se comportar.

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* Danilo Igliori é economista-chefe da Nomad

O conteúdo disponibilizado aqui não constitui ou deve ser considerado como conselho, recomendação ou oferta de ativos pela Nomad.

Serviços intermediados por Global Investment Services DTVM Ltda

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É possível que tenhamos outra reviravolta nas expectativas, desta vez para o lado positivo

Recapitulando, o ano iniciou com projeções de queda dos juros já no primeiro trimestre, com cortes no orçamento entre 1,0 e 1,25 ponto porcentual. Esse quadro começou a mudar após a primeira reunião do Comitê de Política Monetária dos EUA (Fomc), que trouxe a visão de que os juros cairiam até 0,75 ponto, a partir do meio do ano. Mas dados fortes do mercado de trabalho, inflação e varejo em abril resultaram em mais recalibragem de expectativas, e o mercado passou a apostar em cortes a partir de setembro, sem passar de 0,5 ponto.

E agora, onde estamos? Maio já trouxe elementos com potencial de mudar as expectativas novamente. O Fomc manteve, conforme esperado, a taxa de juros. A grande mudança no comunicado foi reconhecer a resistência da inflação nos últimos meses, o que poderia ser interpretado como a confirmação de que os juros não devem começar a cair tão cedo.

É possível que tenhamos outra reviravolta nas expectativas, desta vez para o lado positivo Foto: Getty Images

Por outro lado, indicadores econômicos adicionaram elementos que podem incentivar o Fed a seguir em outra direção. As estimativas do PIB apontam para considerável desaceleração e os dados de contratações vieram abaixo da média dos últimos 12 meses. Jerome Powell mencionou que, além da inflação, o enfraquecimento da atividade econômica e do mercado de trabalho pode ser gatilho para cortes.

No Brasil, hoje teremos decisão do Copom e, pela primeira vez desde o início do ciclo de cortes, o mercado está dividido. A maioria dos analistas aponta para a diminuição do ritmo com redução de 0,25 ponto na Selic. Mas um grupo relevante acredita que ainda teremos mais um corte de 0,50, deixando a mudança na velocidade para a próxima reunião. Existem mudanças também nas expectativas para o nível terminal dos juros, com ampla maioria revisando projeções para cima. O aumento das incertezas no cenário externo é o principal motivo por trás dos ajustes.

Maio está só no início, mas é possível que traga outra reviravolta nas expectativas, desta vez para o lado positivo. Nesse caso, será interessante observar como os mercados podem se comportar.

* Danilo Igliori é economista-chefe da Nomad

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Recapitulando, o ano iniciou com projeções de queda dos juros já no primeiro trimestre, com cortes no orçamento entre 1,0 e 1,25 ponto porcentual. Esse quadro começou a mudar após a primeira reunião do Comitê de Política Monetária dos EUA (Fomc), que trouxe a visão de que os juros cairiam até 0,75 ponto, a partir do meio do ano. Mas dados fortes do mercado de trabalho, inflação e varejo em abril resultaram em mais recalibragem de expectativas, e o mercado passou a apostar em cortes a partir de setembro, sem passar de 0,5 ponto.

E agora, onde estamos? Maio já trouxe elementos com potencial de mudar as expectativas novamente. O Fomc manteve, conforme esperado, a taxa de juros. A grande mudança no comunicado foi reconhecer a resistência da inflação nos últimos meses, o que poderia ser interpretado como a confirmação de que os juros não devem começar a cair tão cedo.

É possível que tenhamos outra reviravolta nas expectativas, desta vez para o lado positivo Foto: Getty Images

Por outro lado, indicadores econômicos adicionaram elementos que podem incentivar o Fed a seguir em outra direção. As estimativas do PIB apontam para considerável desaceleração e os dados de contratações vieram abaixo da média dos últimos 12 meses. Jerome Powell mencionou que, além da inflação, o enfraquecimento da atividade econômica e do mercado de trabalho pode ser gatilho para cortes.

No Brasil, hoje teremos decisão do Copom e, pela primeira vez desde o início do ciclo de cortes, o mercado está dividido. A maioria dos analistas aponta para a diminuição do ritmo com redução de 0,25 ponto na Selic. Mas um grupo relevante acredita que ainda teremos mais um corte de 0,50, deixando a mudança na velocidade para a próxima reunião. Existem mudanças também nas expectativas para o nível terminal dos juros, com ampla maioria revisando projeções para cima. O aumento das incertezas no cenário externo é o principal motivo por trás dos ajustes.

Maio está só no início, mas é possível que traga outra reviravolta nas expectativas, desta vez para o lado positivo. Nesse caso, será interessante observar como os mercados podem se comportar.

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