Os diretores da Tesla, incluindo o co-fundador Elon Musk, concordaram em devolver mais de US$ 735 milhões (cerca de R$ 3,53 bilhões) em prêmios de ações e dinheiro para resolver um processo movido por investidores que acusavam os membros do conselho de concederem indevidamente grandes pacotes de remuneração a eles mesmos.
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Os diretores - incluindo o fundador da Oracle, Larry Ellison; James Murdoch, filho do magnata das mídias Rupert Murdoch; e o irmão de Musk, Kimbal Musk - concordaram em entregar as concessões de ações e dinheiro por opções já exercidas, além de implementar mudanças na governança corporativa na forma como revisar questões de remuneração em nível de conselho, de acordo com documentos judiciais.
Os diretores da Tesla negaram qualquer conduta inadequada como parte do acordo, mas afirmaram que concordaram em resolver o caso “para eliminar a incerteza, risco, ônus e despesas de mais litígios”, conforme o documento de 14 de julho no Tribunal de Chancelaria de Delaware.
A Tesla não respondeu imediatamente a um pedido de comentário feito pela reportagem da Bloomberg. Um fundo de pensão com sede no Michigan entrou com o processo contra o conselho da montadora de veículos elétricos em 2020.
A juíza Kathaleen St. J. McCormick ainda deve aprovar o acordo para que ele se torne final.
Outro caso
A resolução ocorre ao mesmo tempo em que McCormick também deve decidir em outro caso movido por um acionista da Tesla sobre um plano de remuneração executiva de US$ 55 bilhões (R$ 264,66 bilhões) para Elon Musk.
O processo alega que a aprovação do pacote de remuneração, o maior na história corporativa dos EUA, foi prejudicada por conflitos de interesse e divulgações inadequadas sobre os benchmarks de desempenho.
No caso de pagamento do conselho que foi resolvido, advogados argumentaram que os diretores da Tesla foram longe demais nos prêmios de compensação para si próprios a partir de 2017 e não pararam de abusar do sistema nos três anos seguintes.
Em 2018, os dois diretores não empregados da Tesla receberam concessões de ações no valor de mais de US$ 8,7 milhões para o ano, e a presidente do conselho - a executiva de telecomunicações australiana Robyn Denholm - foi a segunda presidente de conselho mais bem paga dos EUA, de acordo com o processo do fundo de pensão.
Denholm substituiu Musk como presidente do conselho como parte de um acordo que a Tesla fechou com a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA sobre alegações dos reguladores de que os tuítes prolíficos do bilionário CEO sobre a empresa violaram as leis de valores mobiliários.
Como parte do acordo de remuneração do conselho, os membros do conselho da Tesla devem devolver ações ou dinheiro e concordar em renunciar à remuneração por seus cargos como diretores de 2021 até este ano, de acordo com documentos judiciais.
A quantidade de ações a serem devolvidas está avaliada em US$ 458.649.785, enquanto o dinheiro a ser devolvido para a empresa é de US$ 276.616.720, de acordo com documentos judiciais./WP Bloomberg