Tesouro Direto: governo vai permitir usar títulos como caução para aluguel e garantia de empréstimos


Medida compõe série de ações feitas pelo governo para popularizar o programa de investimentos do Tesouro Nacional

Por Célia Froufe
Atualização:

BRASÍLIA - Com o intuito de popularizar o Tesouro Direto, a equipe econômica prepara um pacote de novos produtos com objetivos específicos que será lançado em julho. A ideia, segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, antecipou ao Estadão/Broadcast é que títulos públicos sejam usados em garantias de financiamentos e como caução de aluguel, por exemplo. Também está previsto o lançamento de papéis para produtos específicos, como para educação, formato de cartões de presente e ainda para realização das populares “vaquinhas”.

Além disso, poderá ser usado como um diferencial para empresas reterem funcionários por meio de contrapartida a destinação da aplicação pelo empregado em títulos que serão usados pelos filhos. “Estamos colocando muita prioridade no programa Tesouro Direto e vamos lançar um pacotão de coisas muito bacanas para popularizá-lo, criar um contexto para que cheguem à baixa renda”, disse em entrevista.

Medida compõe série de ações feitas pelo governo para popularizar o programa de investimentos do Tesouro Nacional  Foto: Nilton Fukuda/Estadão
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Além do impacto para as famílias, a nova empreitada prevista para o Tesouro Direto prevê medidas para fomentar de forma “gigantesca” a política pública. Ainda esta semana, Ceron terá reuniões com a B3, plataforma em que os títulos são negociados, para acertar os detalhes sobre como serão os formatos dos novos produtos. “Temos os títulos como prioridade zero e devemos lançar as novidades em julho, com a comercialização, a batida do martelo na B3, prevista para agosto”, projetou.

Em março, os investimentos no Tesouro Direto somaram R$ 6,8 bilhões - um recorde mensal - e o estoque é de R$ 110 bilhões. Do total de 23,7 milhões de pessoas que já aplicaram nesses títulos ao longo das duas décadas de existência, 2,1 milhões têm contas ativas. “Depois de 20 anos de existência, o Tesouro Direto cresceu muito, mas ainda está muito aquém do potencial. Vamos dar um empurrãozinho”, comentou o secretário, explicando que decidiu montar uma estrutura dedicada apenas a esses títulos no atual governo, passando a ter uma coordenação geral.

Entre as frentes que serão abertas para esse investimento, está a de poder usar os títulos para financiamentos bancários e para a compra de automóveis, entre outros. “Se eu já tenho Tesouro Direto para minha aposentadoria, posso usar os títulos como garantia. Isso ajudaria a reduzir os custos”, previu Ceron.

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Os papéis também poderão ser usados como caução no aluguel de um imóvel. Atualmente, o locatário precisa encontrar um fiador ou deixar algum período do aluguel depositado antecipadamente. Neste caso, o dinheiro fica parado, sem rendimentos. A intenção, de acordo com o secretário, é que fintechs encontrem soluções para lastrear este tipo de produto. As próprias imobiliárias ou seguradoras poderiam também oferecer a alternativa a seus clientes que tenham títulos públicos.

Além dos casos que os investimentos servem como ponto de partida para outras operações, Ceron disse que há a intenção também de estimular a poupança no Brasil. Depois do sucesso do Renda+, voltado para aplicações voltadas à aposentadoria, o governo trabalha agora para lançar um título voltado ao ciclo educacional, em especial para o período universitário.

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Universidade - Uma das ideias em elaboração é um papel com vencimento de três a 18 anos voltado para pais que queiram se programar para pagar pelo menos parte dos custos com a universidade. Assim, mesmo quem conta com um filho no ensino médio teria como começar a economizar. “Está claro que, quanto mais tempo de acumulação, melhor.”

Ao contrário dos títulos tradicionais, que podem realizar pagamentos todos os meses, o retorno ocorrerá com parcelas fixas num período de quatro a cinco anos, durante o tempo da faculdade. “É uma forma de ir poupando. Como a taxa de juro é a mesma do mercado, é bem atrativa, então gera mais rentabilidade do que poupança, por exemplo”, comparou Ceron. Se o jovem acabar sem frequentar uma faculdade, os recursos poderão ser sacados da mesma forma, de acordo com a decisão do investidor.

A ideia é que títulos públicos sejam usados em garantias de financiamentos e como caução de aluguel, por exemplo. Foto: Marcos Santos/USP Imagens
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Também na linha educacional, o secretário disse que prevê usar títulos como este para fomentar programas de políticas públicas, com incentivos, por exemplo, para alunos da rede estadual. O gestor poderá comunicar que alunos que concluírem o ensino médio, por exemplo, poderão receber recursos do governo local, que terá adquirido os papéis do Tesouro. “Estamos trabalhando para customizar o produto de modo que possam ser políticas públicas para o Estado que adquirem títulos e possam dar bolsas”, exemplificou. A expectativa é a de que, com iniciativas como esta, possa se quebrar o ciclo de pobreza de uma geração a outra no futuro.

Ceron disse que a Secretaria trabalha em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que conta com um estudo sobre como incentivos como este não apenas ajudam o desempenho escolar como também colaboram para diminuir a evasão, já que muitos estudantes passam a ter um horizonte. “A ideia é popularizar muito mesmo o Tesouro Direto e queremos que todas as crianças tenham um cadastro no programa”, afirmou. O secretário lembrou que é possível comprar papéis a partir de R$ 30,00.

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Vaquinha - Outra forma de acumular poupança seria por dois outros tipos de novos produtos. Um deles é por meio de gift cards para amigos, parentes ou mesmo crianças. Outro é por investimento coletivo dentro de uma família, por exemplo. “Pais, padrinhos, tios e avós podem criar um funding para o ciclo universitário”, disse, explicando que aplicações por meio de débito automático serão opções disponíveis.

Mais um formato em desenvolvimento é o de contrapartida de empresas em aplicações que seus funcionários possam fazer no Tesouro Direto para investimentos com foco nos filhos. “Isso terá um apelo gigantesco nas empresas, não tenho dúvidas. Isso deve aumentar o engajamento do funcionário com a empresa, pois o apelo é ainda maior do que com um modelo similar já feito atualmente para a previdência”, comparou.

BRASÍLIA - Com o intuito de popularizar o Tesouro Direto, a equipe econômica prepara um pacote de novos produtos com objetivos específicos que será lançado em julho. A ideia, segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, antecipou ao Estadão/Broadcast é que títulos públicos sejam usados em garantias de financiamentos e como caução de aluguel, por exemplo. Também está previsto o lançamento de papéis para produtos específicos, como para educação, formato de cartões de presente e ainda para realização das populares “vaquinhas”.

Além disso, poderá ser usado como um diferencial para empresas reterem funcionários por meio de contrapartida a destinação da aplicação pelo empregado em títulos que serão usados pelos filhos. “Estamos colocando muita prioridade no programa Tesouro Direto e vamos lançar um pacotão de coisas muito bacanas para popularizá-lo, criar um contexto para que cheguem à baixa renda”, disse em entrevista.

Medida compõe série de ações feitas pelo governo para popularizar o programa de investimentos do Tesouro Nacional  Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Além do impacto para as famílias, a nova empreitada prevista para o Tesouro Direto prevê medidas para fomentar de forma “gigantesca” a política pública. Ainda esta semana, Ceron terá reuniões com a B3, plataforma em que os títulos são negociados, para acertar os detalhes sobre como serão os formatos dos novos produtos. “Temos os títulos como prioridade zero e devemos lançar as novidades em julho, com a comercialização, a batida do martelo na B3, prevista para agosto”, projetou.

Em março, os investimentos no Tesouro Direto somaram R$ 6,8 bilhões - um recorde mensal - e o estoque é de R$ 110 bilhões. Do total de 23,7 milhões de pessoas que já aplicaram nesses títulos ao longo das duas décadas de existência, 2,1 milhões têm contas ativas. “Depois de 20 anos de existência, o Tesouro Direto cresceu muito, mas ainda está muito aquém do potencial. Vamos dar um empurrãozinho”, comentou o secretário, explicando que decidiu montar uma estrutura dedicada apenas a esses títulos no atual governo, passando a ter uma coordenação geral.

Entre as frentes que serão abertas para esse investimento, está a de poder usar os títulos para financiamentos bancários e para a compra de automóveis, entre outros. “Se eu já tenho Tesouro Direto para minha aposentadoria, posso usar os títulos como garantia. Isso ajudaria a reduzir os custos”, previu Ceron.

Os papéis também poderão ser usados como caução no aluguel de um imóvel. Atualmente, o locatário precisa encontrar um fiador ou deixar algum período do aluguel depositado antecipadamente. Neste caso, o dinheiro fica parado, sem rendimentos. A intenção, de acordo com o secretário, é que fintechs encontrem soluções para lastrear este tipo de produto. As próprias imobiliárias ou seguradoras poderiam também oferecer a alternativa a seus clientes que tenham títulos públicos.

Além dos casos que os investimentos servem como ponto de partida para outras operações, Ceron disse que há a intenção também de estimular a poupança no Brasil. Depois do sucesso do Renda+, voltado para aplicações voltadas à aposentadoria, o governo trabalha agora para lançar um título voltado ao ciclo educacional, em especial para o período universitário.

Universidade - Uma das ideias em elaboração é um papel com vencimento de três a 18 anos voltado para pais que queiram se programar para pagar pelo menos parte dos custos com a universidade. Assim, mesmo quem conta com um filho no ensino médio teria como começar a economizar. “Está claro que, quanto mais tempo de acumulação, melhor.”

Ao contrário dos títulos tradicionais, que podem realizar pagamentos todos os meses, o retorno ocorrerá com parcelas fixas num período de quatro a cinco anos, durante o tempo da faculdade. “É uma forma de ir poupando. Como a taxa de juro é a mesma do mercado, é bem atrativa, então gera mais rentabilidade do que poupança, por exemplo”, comparou Ceron. Se o jovem acabar sem frequentar uma faculdade, os recursos poderão ser sacados da mesma forma, de acordo com a decisão do investidor.

A ideia é que títulos públicos sejam usados em garantias de financiamentos e como caução de aluguel, por exemplo. Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Também na linha educacional, o secretário disse que prevê usar títulos como este para fomentar programas de políticas públicas, com incentivos, por exemplo, para alunos da rede estadual. O gestor poderá comunicar que alunos que concluírem o ensino médio, por exemplo, poderão receber recursos do governo local, que terá adquirido os papéis do Tesouro. “Estamos trabalhando para customizar o produto de modo que possam ser políticas públicas para o Estado que adquirem títulos e possam dar bolsas”, exemplificou. A expectativa é a de que, com iniciativas como esta, possa se quebrar o ciclo de pobreza de uma geração a outra no futuro.

Ceron disse que a Secretaria trabalha em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que conta com um estudo sobre como incentivos como este não apenas ajudam o desempenho escolar como também colaboram para diminuir a evasão, já que muitos estudantes passam a ter um horizonte. “A ideia é popularizar muito mesmo o Tesouro Direto e queremos que todas as crianças tenham um cadastro no programa”, afirmou. O secretário lembrou que é possível comprar papéis a partir de R$ 30,00.

Vaquinha - Outra forma de acumular poupança seria por dois outros tipos de novos produtos. Um deles é por meio de gift cards para amigos, parentes ou mesmo crianças. Outro é por investimento coletivo dentro de uma família, por exemplo. “Pais, padrinhos, tios e avós podem criar um funding para o ciclo universitário”, disse, explicando que aplicações por meio de débito automático serão opções disponíveis.

Mais um formato em desenvolvimento é o de contrapartida de empresas em aplicações que seus funcionários possam fazer no Tesouro Direto para investimentos com foco nos filhos. “Isso terá um apelo gigantesco nas empresas, não tenho dúvidas. Isso deve aumentar o engajamento do funcionário com a empresa, pois o apelo é ainda maior do que com um modelo similar já feito atualmente para a previdência”, comparou.

BRASÍLIA - Com o intuito de popularizar o Tesouro Direto, a equipe econômica prepara um pacote de novos produtos com objetivos específicos que será lançado em julho. A ideia, segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, antecipou ao Estadão/Broadcast é que títulos públicos sejam usados em garantias de financiamentos e como caução de aluguel, por exemplo. Também está previsto o lançamento de papéis para produtos específicos, como para educação, formato de cartões de presente e ainda para realização das populares “vaquinhas”.

Além disso, poderá ser usado como um diferencial para empresas reterem funcionários por meio de contrapartida a destinação da aplicação pelo empregado em títulos que serão usados pelos filhos. “Estamos colocando muita prioridade no programa Tesouro Direto e vamos lançar um pacotão de coisas muito bacanas para popularizá-lo, criar um contexto para que cheguem à baixa renda”, disse em entrevista.

Medida compõe série de ações feitas pelo governo para popularizar o programa de investimentos do Tesouro Nacional  Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Além do impacto para as famílias, a nova empreitada prevista para o Tesouro Direto prevê medidas para fomentar de forma “gigantesca” a política pública. Ainda esta semana, Ceron terá reuniões com a B3, plataforma em que os títulos são negociados, para acertar os detalhes sobre como serão os formatos dos novos produtos. “Temos os títulos como prioridade zero e devemos lançar as novidades em julho, com a comercialização, a batida do martelo na B3, prevista para agosto”, projetou.

Em março, os investimentos no Tesouro Direto somaram R$ 6,8 bilhões - um recorde mensal - e o estoque é de R$ 110 bilhões. Do total de 23,7 milhões de pessoas que já aplicaram nesses títulos ao longo das duas décadas de existência, 2,1 milhões têm contas ativas. “Depois de 20 anos de existência, o Tesouro Direto cresceu muito, mas ainda está muito aquém do potencial. Vamos dar um empurrãozinho”, comentou o secretário, explicando que decidiu montar uma estrutura dedicada apenas a esses títulos no atual governo, passando a ter uma coordenação geral.

Entre as frentes que serão abertas para esse investimento, está a de poder usar os títulos para financiamentos bancários e para a compra de automóveis, entre outros. “Se eu já tenho Tesouro Direto para minha aposentadoria, posso usar os títulos como garantia. Isso ajudaria a reduzir os custos”, previu Ceron.

Os papéis também poderão ser usados como caução no aluguel de um imóvel. Atualmente, o locatário precisa encontrar um fiador ou deixar algum período do aluguel depositado antecipadamente. Neste caso, o dinheiro fica parado, sem rendimentos. A intenção, de acordo com o secretário, é que fintechs encontrem soluções para lastrear este tipo de produto. As próprias imobiliárias ou seguradoras poderiam também oferecer a alternativa a seus clientes que tenham títulos públicos.

Além dos casos que os investimentos servem como ponto de partida para outras operações, Ceron disse que há a intenção também de estimular a poupança no Brasil. Depois do sucesso do Renda+, voltado para aplicações voltadas à aposentadoria, o governo trabalha agora para lançar um título voltado ao ciclo educacional, em especial para o período universitário.

Universidade - Uma das ideias em elaboração é um papel com vencimento de três a 18 anos voltado para pais que queiram se programar para pagar pelo menos parte dos custos com a universidade. Assim, mesmo quem conta com um filho no ensino médio teria como começar a economizar. “Está claro que, quanto mais tempo de acumulação, melhor.”

Ao contrário dos títulos tradicionais, que podem realizar pagamentos todos os meses, o retorno ocorrerá com parcelas fixas num período de quatro a cinco anos, durante o tempo da faculdade. “É uma forma de ir poupando. Como a taxa de juro é a mesma do mercado, é bem atrativa, então gera mais rentabilidade do que poupança, por exemplo”, comparou Ceron. Se o jovem acabar sem frequentar uma faculdade, os recursos poderão ser sacados da mesma forma, de acordo com a decisão do investidor.

A ideia é que títulos públicos sejam usados em garantias de financiamentos e como caução de aluguel, por exemplo. Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Também na linha educacional, o secretário disse que prevê usar títulos como este para fomentar programas de políticas públicas, com incentivos, por exemplo, para alunos da rede estadual. O gestor poderá comunicar que alunos que concluírem o ensino médio, por exemplo, poderão receber recursos do governo local, que terá adquirido os papéis do Tesouro. “Estamos trabalhando para customizar o produto de modo que possam ser políticas públicas para o Estado que adquirem títulos e possam dar bolsas”, exemplificou. A expectativa é a de que, com iniciativas como esta, possa se quebrar o ciclo de pobreza de uma geração a outra no futuro.

Ceron disse que a Secretaria trabalha em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que conta com um estudo sobre como incentivos como este não apenas ajudam o desempenho escolar como também colaboram para diminuir a evasão, já que muitos estudantes passam a ter um horizonte. “A ideia é popularizar muito mesmo o Tesouro Direto e queremos que todas as crianças tenham um cadastro no programa”, afirmou. O secretário lembrou que é possível comprar papéis a partir de R$ 30,00.

Vaquinha - Outra forma de acumular poupança seria por dois outros tipos de novos produtos. Um deles é por meio de gift cards para amigos, parentes ou mesmo crianças. Outro é por investimento coletivo dentro de uma família, por exemplo. “Pais, padrinhos, tios e avós podem criar um funding para o ciclo universitário”, disse, explicando que aplicações por meio de débito automático serão opções disponíveis.

Mais um formato em desenvolvimento é o de contrapartida de empresas em aplicações que seus funcionários possam fazer no Tesouro Direto para investimentos com foco nos filhos. “Isso terá um apelo gigantesco nas empresas, não tenho dúvidas. Isso deve aumentar o engajamento do funcionário com a empresa, pois o apelo é ainda maior do que com um modelo similar já feito atualmente para a previdência”, comparou.

BRASÍLIA - Com o intuito de popularizar o Tesouro Direto, a equipe econômica prepara um pacote de novos produtos com objetivos específicos que será lançado em julho. A ideia, segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, antecipou ao Estadão/Broadcast é que títulos públicos sejam usados em garantias de financiamentos e como caução de aluguel, por exemplo. Também está previsto o lançamento de papéis para produtos específicos, como para educação, formato de cartões de presente e ainda para realização das populares “vaquinhas”.

Além disso, poderá ser usado como um diferencial para empresas reterem funcionários por meio de contrapartida a destinação da aplicação pelo empregado em títulos que serão usados pelos filhos. “Estamos colocando muita prioridade no programa Tesouro Direto e vamos lançar um pacotão de coisas muito bacanas para popularizá-lo, criar um contexto para que cheguem à baixa renda”, disse em entrevista.

Medida compõe série de ações feitas pelo governo para popularizar o programa de investimentos do Tesouro Nacional  Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Além do impacto para as famílias, a nova empreitada prevista para o Tesouro Direto prevê medidas para fomentar de forma “gigantesca” a política pública. Ainda esta semana, Ceron terá reuniões com a B3, plataforma em que os títulos são negociados, para acertar os detalhes sobre como serão os formatos dos novos produtos. “Temos os títulos como prioridade zero e devemos lançar as novidades em julho, com a comercialização, a batida do martelo na B3, prevista para agosto”, projetou.

Em março, os investimentos no Tesouro Direto somaram R$ 6,8 bilhões - um recorde mensal - e o estoque é de R$ 110 bilhões. Do total de 23,7 milhões de pessoas que já aplicaram nesses títulos ao longo das duas décadas de existência, 2,1 milhões têm contas ativas. “Depois de 20 anos de existência, o Tesouro Direto cresceu muito, mas ainda está muito aquém do potencial. Vamos dar um empurrãozinho”, comentou o secretário, explicando que decidiu montar uma estrutura dedicada apenas a esses títulos no atual governo, passando a ter uma coordenação geral.

Entre as frentes que serão abertas para esse investimento, está a de poder usar os títulos para financiamentos bancários e para a compra de automóveis, entre outros. “Se eu já tenho Tesouro Direto para minha aposentadoria, posso usar os títulos como garantia. Isso ajudaria a reduzir os custos”, previu Ceron.

Os papéis também poderão ser usados como caução no aluguel de um imóvel. Atualmente, o locatário precisa encontrar um fiador ou deixar algum período do aluguel depositado antecipadamente. Neste caso, o dinheiro fica parado, sem rendimentos. A intenção, de acordo com o secretário, é que fintechs encontrem soluções para lastrear este tipo de produto. As próprias imobiliárias ou seguradoras poderiam também oferecer a alternativa a seus clientes que tenham títulos públicos.

Além dos casos que os investimentos servem como ponto de partida para outras operações, Ceron disse que há a intenção também de estimular a poupança no Brasil. Depois do sucesso do Renda+, voltado para aplicações voltadas à aposentadoria, o governo trabalha agora para lançar um título voltado ao ciclo educacional, em especial para o período universitário.

Universidade - Uma das ideias em elaboração é um papel com vencimento de três a 18 anos voltado para pais que queiram se programar para pagar pelo menos parte dos custos com a universidade. Assim, mesmo quem conta com um filho no ensino médio teria como começar a economizar. “Está claro que, quanto mais tempo de acumulação, melhor.”

Ao contrário dos títulos tradicionais, que podem realizar pagamentos todos os meses, o retorno ocorrerá com parcelas fixas num período de quatro a cinco anos, durante o tempo da faculdade. “É uma forma de ir poupando. Como a taxa de juro é a mesma do mercado, é bem atrativa, então gera mais rentabilidade do que poupança, por exemplo”, comparou Ceron. Se o jovem acabar sem frequentar uma faculdade, os recursos poderão ser sacados da mesma forma, de acordo com a decisão do investidor.

A ideia é que títulos públicos sejam usados em garantias de financiamentos e como caução de aluguel, por exemplo. Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Também na linha educacional, o secretário disse que prevê usar títulos como este para fomentar programas de políticas públicas, com incentivos, por exemplo, para alunos da rede estadual. O gestor poderá comunicar que alunos que concluírem o ensino médio, por exemplo, poderão receber recursos do governo local, que terá adquirido os papéis do Tesouro. “Estamos trabalhando para customizar o produto de modo que possam ser políticas públicas para o Estado que adquirem títulos e possam dar bolsas”, exemplificou. A expectativa é a de que, com iniciativas como esta, possa se quebrar o ciclo de pobreza de uma geração a outra no futuro.

Ceron disse que a Secretaria trabalha em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que conta com um estudo sobre como incentivos como este não apenas ajudam o desempenho escolar como também colaboram para diminuir a evasão, já que muitos estudantes passam a ter um horizonte. “A ideia é popularizar muito mesmo o Tesouro Direto e queremos que todas as crianças tenham um cadastro no programa”, afirmou. O secretário lembrou que é possível comprar papéis a partir de R$ 30,00.

Vaquinha - Outra forma de acumular poupança seria por dois outros tipos de novos produtos. Um deles é por meio de gift cards para amigos, parentes ou mesmo crianças. Outro é por investimento coletivo dentro de uma família, por exemplo. “Pais, padrinhos, tios e avós podem criar um funding para o ciclo universitário”, disse, explicando que aplicações por meio de débito automático serão opções disponíveis.

Mais um formato em desenvolvimento é o de contrapartida de empresas em aplicações que seus funcionários possam fazer no Tesouro Direto para investimentos com foco nos filhos. “Isso terá um apelo gigantesco nas empresas, não tenho dúvidas. Isso deve aumentar o engajamento do funcionário com a empresa, pois o apelo é ainda maior do que com um modelo similar já feito atualmente para a previdência”, comparou.

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