‘Já disse várias vezes que a trajetória fiscal dos EUA é insustentável’, afirma o presidente do Fed


O chefe do banco central americano, que sofreu pressões de Trump no mandato anterior do republicano, também comentou qual resposta dará se o eleito pedir que renuncie: ‘Não’

Por Aline Bronzati e André Marinho
Atualização:

NOVA YORK E SÃO PAULO - O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, repetiu, nesta tarde de quinta-feira, 7, que a trajetória fiscal dos Estados Unidos é “insustentável” e representa uma “ameaça” à maior economia do mundo.

“Eu já disse muitas vezes que a política fiscal do governo federal dos EUA está em um caminho insustentável”, destacou a jornalistas, na entrevista coletiva em que comentou o corte de 0,25 ponto porcentual no juro anunciado mais cedo.

“O nível da nossa dívida em relação à economia é insustentável”, reforçou. “É, em última análise, uma ameaça à economia.”

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Powell acrescentou que o Fed não responde pela política fiscal americana.

Ele reforçou que os dirigentes da autoridade seguem focados em cumprir o mandato duplo, de emprego máximo e preços estáveis. “A economia está forte no geral e fez progressos significativos em direção às nossas metas”, afirmou.

'No curto prazo, a eleição não terá efeitos em nossas decisões políticas', diz Powell Foto: Mandel Ngan/AFP
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Segundo ele, o mercado de trabalho esfriou de seu estado anteriormente “superaquecido” e continua “sólido”. Já a inflação diminuiu “substancialmente”. “Estamos comprometidos em manter a força da nossa economia apoiando o emprego máximo e retornando a inflação para a nossa meta de 2%”, afirmou.

Efeito Trump

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Powell afirmou que, se o presidente eleito nos Estados Unidos, Donald Trump, pedir para que ele renunciar ao cargo, não o fará.

Questionado sobre essa possibilidade, durante coletiva de imprensa, ele respondeu: “não”. Powell também disse que não se considera legalmente obrigado a renunciar se Trump pedir.

Trump deve deixar Powell cumprir o fim de seu mandato à frente do Fed, que termina em maio de 2026, conforme a rede americana CNN, citando um assessor sênior do republicano. O interlocutor disse que o presidente eleito sempre pode mudar de ideia, mas sua visão atual — e a de sua equipe econômica — é que Powell deve permanecer no comando do banco central americano.

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Foi o próprio republicano que indicou Powell para a presidência do Fed, meses após assumir a Casa Branca, em 2017. Mas a lua de mel acabou cedo. Durante o seu primeiro mandato, Trump não só o criticava como teria tentado demiti-lo, mas acabou desistindo diante das barreiras legais. Durante a campanha, afirmou que não pretende apoiar o nome de Powell para um novo mandato.

Powell afirmou que os riscos geopolíticos estão elevados, mas tiveram pouco efeito na economia americana.

Ele ponderou, contudo, que isso pode mudar seja por meio de algum reflexo no preço do petróleo ou de outro fator.

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“O desempenho da economia dos EUA tem sido muito bom, e é isso que ouvimos de empresários”, explicou Powell. Segundo ele, a expectativa é de que, no próximo ano, a economia americana seja ainda mais forte.

Powell afirmou que as eleições presidenciais nos Estados Unidos têm efeito nulo nas decisões da autoridade monetária no curto prazo. “No curto prazo, a eleição não terá efeitos em nossas decisões políticas”, afirmou.

Ele disse ainda que a política de qualquer governo nos EUA tem potencial de impactar a economia de forma importante, mas que não é possível saber os efeitos. Segundo ele, não é papel do Fed especular, adivinhar.

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“É possível que as políticas de qualquer administração possam ter efeitos econômicos que, ao longo do tempo, importariam para a busca de nossos objetivos de mandato duplo”, explicou.

Ritmo da política de juros

Powell, disse que não há sinais no cenário econômico que indiquem que a autoridade tem de ter pressa para alcançar o patamar de juros neutros.

“Estamos vendo uma atividade econômica forte, uma força contínua no mercado de trabalho”, disse. Conforme Powell, o mercado de trabalho nos EUA está esfriando, mas continua em um “bom lugar”.

O banqueiro central também voltou a dizer que o Fed conseguiu fazer progressos no controle da inflação, mas que espera solavancos neste processo. “Enquanto nos aproximamos de juros neutros, poderemos reduzir o ritmo de cortes”, disse.

Emprego

Powell disse que não é necessário que o mercado de trabalho nos Estados Unidos esfrie mais para que a meta de inflação de 2% ao ano seja alcançada.

Ele avaliou que, com apropriada recalibração da política monetária no país, o BC dos EUA poderá manter o emprego forte.

“E, de modo geral, à medida que avançamos, estamos preparados para ajustar nossas avaliações do ritmo e destino apropriados (de corte de juros) conforme a perspectiva evolui”, disse. “Se o emprego se deteriorar, podemos nos mover mais rapidamente.”

Powell também afirmou que a escalada dos juros dos Treasuries não é um fator grande nas decisões do Fed. “Mesmo com corte de juros hoje, política segue restritiva”, avaliou.

Tendência dos juros nos EUA

Powell disse que não é um bom momento para a autoridade dar um forward guidance, ou seja, projeções futuras sobre o rumo dos juros americanos.

“Não achamos que seja um bom momento para fazer muito forward guidance”, disse.

Powell disse que o Fed está seguindo o caminho do meio, tentando manter a força no mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, permitir mais progresso na inflação.

Ele reafirmou que os dirigentes do Fed vão esperar para avaliar a evolução do ambiente até a reunião de dezembro, a última de 2024. “Temos seis semanas inteiras de dados para analisar para tomar essa decisão em dezembro”, justificou.

Powell afirmou que a decisão de juros da reunião de novembro vai depender da evolução do cenário nos Estados Unidos até lá.

Segundo Powell, desde o encontro de setembro, que marcou o início do processo de flexibilização monetária no país, dados da economia americana vieram mais fortes e houve uma leitura de inflação um pouco mais alto que o esperado. No mercado de trabalho, os dados de setembro foram mais fortes e os de outubro não.

“Até dezembro teremos, teremos mais dados, mais um relatório de trabalho, mais dois relatórios de inflação e muitos outros dados. Tomaremos uma decisão quando chegarmos a dezembro”, disse. Ele afirmou que o Fed está se equilibrando entre riscos de cortar juros de forma rápida ou lentamente demais. “A política está a caminho de uma postura mais neutra.”

Haverá aumento de juro em 2025?

Powell não descartou um possível aumento dos juros americanos em 2025. Disse, contudo, que um novo aperto monetário não está nos planos da autoridade.

Segundo ele, a expectativa básica do BC dos EUA é seguir rumo aos juros neutros de forma gradual, que a economia continuará a crescer em um ritmo saudável e que o mercado de trabalho permanecerá forte.

“Eu não descartaria nada, mas esse (aumento de juros) certamente não é nosso plano”, disse.

Ele voltou a reafirmar que o foco do Fed é baixar a inflação para a meta de 2% ao ano e que não seria apropriado um patamar abaixo. Afirmou, porém, que o Fed sabe que os americanos ainda estão sentindo os efeitos de preços elevados no país.

“As expectativas de inflação estão em lugar consistente com a meta de 2% ao ano. Observamos isso com muito cuidado e não permitiremos que as expectativas de inflação subam”, disse o presidente do Fed.

NOVA YORK E SÃO PAULO - O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, repetiu, nesta tarde de quinta-feira, 7, que a trajetória fiscal dos Estados Unidos é “insustentável” e representa uma “ameaça” à maior economia do mundo.

“Eu já disse muitas vezes que a política fiscal do governo federal dos EUA está em um caminho insustentável”, destacou a jornalistas, na entrevista coletiva em que comentou o corte de 0,25 ponto porcentual no juro anunciado mais cedo.

“O nível da nossa dívida em relação à economia é insustentável”, reforçou. “É, em última análise, uma ameaça à economia.”

Powell acrescentou que o Fed não responde pela política fiscal americana.

Ele reforçou que os dirigentes da autoridade seguem focados em cumprir o mandato duplo, de emprego máximo e preços estáveis. “A economia está forte no geral e fez progressos significativos em direção às nossas metas”, afirmou.

'No curto prazo, a eleição não terá efeitos em nossas decisões políticas', diz Powell Foto: Mandel Ngan/AFP

Segundo ele, o mercado de trabalho esfriou de seu estado anteriormente “superaquecido” e continua “sólido”. Já a inflação diminuiu “substancialmente”. “Estamos comprometidos em manter a força da nossa economia apoiando o emprego máximo e retornando a inflação para a nossa meta de 2%”, afirmou.

Efeito Trump

Powell afirmou que, se o presidente eleito nos Estados Unidos, Donald Trump, pedir para que ele renunciar ao cargo, não o fará.

Questionado sobre essa possibilidade, durante coletiva de imprensa, ele respondeu: “não”. Powell também disse que não se considera legalmente obrigado a renunciar se Trump pedir.

Trump deve deixar Powell cumprir o fim de seu mandato à frente do Fed, que termina em maio de 2026, conforme a rede americana CNN, citando um assessor sênior do republicano. O interlocutor disse que o presidente eleito sempre pode mudar de ideia, mas sua visão atual — e a de sua equipe econômica — é que Powell deve permanecer no comando do banco central americano.

Foi o próprio republicano que indicou Powell para a presidência do Fed, meses após assumir a Casa Branca, em 2017. Mas a lua de mel acabou cedo. Durante o seu primeiro mandato, Trump não só o criticava como teria tentado demiti-lo, mas acabou desistindo diante das barreiras legais. Durante a campanha, afirmou que não pretende apoiar o nome de Powell para um novo mandato.

Powell afirmou que os riscos geopolíticos estão elevados, mas tiveram pouco efeito na economia americana.

Ele ponderou, contudo, que isso pode mudar seja por meio de algum reflexo no preço do petróleo ou de outro fator.

“O desempenho da economia dos EUA tem sido muito bom, e é isso que ouvimos de empresários”, explicou Powell. Segundo ele, a expectativa é de que, no próximo ano, a economia americana seja ainda mais forte.

Powell afirmou que as eleições presidenciais nos Estados Unidos têm efeito nulo nas decisões da autoridade monetária no curto prazo. “No curto prazo, a eleição não terá efeitos em nossas decisões políticas”, afirmou.

Ele disse ainda que a política de qualquer governo nos EUA tem potencial de impactar a economia de forma importante, mas que não é possível saber os efeitos. Segundo ele, não é papel do Fed especular, adivinhar.

“É possível que as políticas de qualquer administração possam ter efeitos econômicos que, ao longo do tempo, importariam para a busca de nossos objetivos de mandato duplo”, explicou.

Ritmo da política de juros

Powell, disse que não há sinais no cenário econômico que indiquem que a autoridade tem de ter pressa para alcançar o patamar de juros neutros.

“Estamos vendo uma atividade econômica forte, uma força contínua no mercado de trabalho”, disse. Conforme Powell, o mercado de trabalho nos EUA está esfriando, mas continua em um “bom lugar”.

O banqueiro central também voltou a dizer que o Fed conseguiu fazer progressos no controle da inflação, mas que espera solavancos neste processo. “Enquanto nos aproximamos de juros neutros, poderemos reduzir o ritmo de cortes”, disse.

Emprego

Powell disse que não é necessário que o mercado de trabalho nos Estados Unidos esfrie mais para que a meta de inflação de 2% ao ano seja alcançada.

Ele avaliou que, com apropriada recalibração da política monetária no país, o BC dos EUA poderá manter o emprego forte.

“E, de modo geral, à medida que avançamos, estamos preparados para ajustar nossas avaliações do ritmo e destino apropriados (de corte de juros) conforme a perspectiva evolui”, disse. “Se o emprego se deteriorar, podemos nos mover mais rapidamente.”

Powell também afirmou que a escalada dos juros dos Treasuries não é um fator grande nas decisões do Fed. “Mesmo com corte de juros hoje, política segue restritiva”, avaliou.

Tendência dos juros nos EUA

Powell disse que não é um bom momento para a autoridade dar um forward guidance, ou seja, projeções futuras sobre o rumo dos juros americanos.

“Não achamos que seja um bom momento para fazer muito forward guidance”, disse.

Powell disse que o Fed está seguindo o caminho do meio, tentando manter a força no mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, permitir mais progresso na inflação.

Ele reafirmou que os dirigentes do Fed vão esperar para avaliar a evolução do ambiente até a reunião de dezembro, a última de 2024. “Temos seis semanas inteiras de dados para analisar para tomar essa decisão em dezembro”, justificou.

Powell afirmou que a decisão de juros da reunião de novembro vai depender da evolução do cenário nos Estados Unidos até lá.

Segundo Powell, desde o encontro de setembro, que marcou o início do processo de flexibilização monetária no país, dados da economia americana vieram mais fortes e houve uma leitura de inflação um pouco mais alto que o esperado. No mercado de trabalho, os dados de setembro foram mais fortes e os de outubro não.

“Até dezembro teremos, teremos mais dados, mais um relatório de trabalho, mais dois relatórios de inflação e muitos outros dados. Tomaremos uma decisão quando chegarmos a dezembro”, disse. Ele afirmou que o Fed está se equilibrando entre riscos de cortar juros de forma rápida ou lentamente demais. “A política está a caminho de uma postura mais neutra.”

Haverá aumento de juro em 2025?

Powell não descartou um possível aumento dos juros americanos em 2025. Disse, contudo, que um novo aperto monetário não está nos planos da autoridade.

Segundo ele, a expectativa básica do BC dos EUA é seguir rumo aos juros neutros de forma gradual, que a economia continuará a crescer em um ritmo saudável e que o mercado de trabalho permanecerá forte.

“Eu não descartaria nada, mas esse (aumento de juros) certamente não é nosso plano”, disse.

Ele voltou a reafirmar que o foco do Fed é baixar a inflação para a meta de 2% ao ano e que não seria apropriado um patamar abaixo. Afirmou, porém, que o Fed sabe que os americanos ainda estão sentindo os efeitos de preços elevados no país.

“As expectativas de inflação estão em lugar consistente com a meta de 2% ao ano. Observamos isso com muito cuidado e não permitiremos que as expectativas de inflação subam”, disse o presidente do Fed.

NOVA YORK E SÃO PAULO - O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, repetiu, nesta tarde de quinta-feira, 7, que a trajetória fiscal dos Estados Unidos é “insustentável” e representa uma “ameaça” à maior economia do mundo.

“Eu já disse muitas vezes que a política fiscal do governo federal dos EUA está em um caminho insustentável”, destacou a jornalistas, na entrevista coletiva em que comentou o corte de 0,25 ponto porcentual no juro anunciado mais cedo.

“O nível da nossa dívida em relação à economia é insustentável”, reforçou. “É, em última análise, uma ameaça à economia.”

Powell acrescentou que o Fed não responde pela política fiscal americana.

Ele reforçou que os dirigentes da autoridade seguem focados em cumprir o mandato duplo, de emprego máximo e preços estáveis. “A economia está forte no geral e fez progressos significativos em direção às nossas metas”, afirmou.

'No curto prazo, a eleição não terá efeitos em nossas decisões políticas', diz Powell Foto: Mandel Ngan/AFP

Segundo ele, o mercado de trabalho esfriou de seu estado anteriormente “superaquecido” e continua “sólido”. Já a inflação diminuiu “substancialmente”. “Estamos comprometidos em manter a força da nossa economia apoiando o emprego máximo e retornando a inflação para a nossa meta de 2%”, afirmou.

Efeito Trump

Powell afirmou que, se o presidente eleito nos Estados Unidos, Donald Trump, pedir para que ele renunciar ao cargo, não o fará.

Questionado sobre essa possibilidade, durante coletiva de imprensa, ele respondeu: “não”. Powell também disse que não se considera legalmente obrigado a renunciar se Trump pedir.

Trump deve deixar Powell cumprir o fim de seu mandato à frente do Fed, que termina em maio de 2026, conforme a rede americana CNN, citando um assessor sênior do republicano. O interlocutor disse que o presidente eleito sempre pode mudar de ideia, mas sua visão atual — e a de sua equipe econômica — é que Powell deve permanecer no comando do banco central americano.

Foi o próprio republicano que indicou Powell para a presidência do Fed, meses após assumir a Casa Branca, em 2017. Mas a lua de mel acabou cedo. Durante o seu primeiro mandato, Trump não só o criticava como teria tentado demiti-lo, mas acabou desistindo diante das barreiras legais. Durante a campanha, afirmou que não pretende apoiar o nome de Powell para um novo mandato.

Powell afirmou que os riscos geopolíticos estão elevados, mas tiveram pouco efeito na economia americana.

Ele ponderou, contudo, que isso pode mudar seja por meio de algum reflexo no preço do petróleo ou de outro fator.

“O desempenho da economia dos EUA tem sido muito bom, e é isso que ouvimos de empresários”, explicou Powell. Segundo ele, a expectativa é de que, no próximo ano, a economia americana seja ainda mais forte.

Powell afirmou que as eleições presidenciais nos Estados Unidos têm efeito nulo nas decisões da autoridade monetária no curto prazo. “No curto prazo, a eleição não terá efeitos em nossas decisões políticas”, afirmou.

Ele disse ainda que a política de qualquer governo nos EUA tem potencial de impactar a economia de forma importante, mas que não é possível saber os efeitos. Segundo ele, não é papel do Fed especular, adivinhar.

“É possível que as políticas de qualquer administração possam ter efeitos econômicos que, ao longo do tempo, importariam para a busca de nossos objetivos de mandato duplo”, explicou.

Ritmo da política de juros

Powell, disse que não há sinais no cenário econômico que indiquem que a autoridade tem de ter pressa para alcançar o patamar de juros neutros.

“Estamos vendo uma atividade econômica forte, uma força contínua no mercado de trabalho”, disse. Conforme Powell, o mercado de trabalho nos EUA está esfriando, mas continua em um “bom lugar”.

O banqueiro central também voltou a dizer que o Fed conseguiu fazer progressos no controle da inflação, mas que espera solavancos neste processo. “Enquanto nos aproximamos de juros neutros, poderemos reduzir o ritmo de cortes”, disse.

Emprego

Powell disse que não é necessário que o mercado de trabalho nos Estados Unidos esfrie mais para que a meta de inflação de 2% ao ano seja alcançada.

Ele avaliou que, com apropriada recalibração da política monetária no país, o BC dos EUA poderá manter o emprego forte.

“E, de modo geral, à medida que avançamos, estamos preparados para ajustar nossas avaliações do ritmo e destino apropriados (de corte de juros) conforme a perspectiva evolui”, disse. “Se o emprego se deteriorar, podemos nos mover mais rapidamente.”

Powell também afirmou que a escalada dos juros dos Treasuries não é um fator grande nas decisões do Fed. “Mesmo com corte de juros hoje, política segue restritiva”, avaliou.

Tendência dos juros nos EUA

Powell disse que não é um bom momento para a autoridade dar um forward guidance, ou seja, projeções futuras sobre o rumo dos juros americanos.

“Não achamos que seja um bom momento para fazer muito forward guidance”, disse.

Powell disse que o Fed está seguindo o caminho do meio, tentando manter a força no mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, permitir mais progresso na inflação.

Ele reafirmou que os dirigentes do Fed vão esperar para avaliar a evolução do ambiente até a reunião de dezembro, a última de 2024. “Temos seis semanas inteiras de dados para analisar para tomar essa decisão em dezembro”, justificou.

Powell afirmou que a decisão de juros da reunião de novembro vai depender da evolução do cenário nos Estados Unidos até lá.

Segundo Powell, desde o encontro de setembro, que marcou o início do processo de flexibilização monetária no país, dados da economia americana vieram mais fortes e houve uma leitura de inflação um pouco mais alto que o esperado. No mercado de trabalho, os dados de setembro foram mais fortes e os de outubro não.

“Até dezembro teremos, teremos mais dados, mais um relatório de trabalho, mais dois relatórios de inflação e muitos outros dados. Tomaremos uma decisão quando chegarmos a dezembro”, disse. Ele afirmou que o Fed está se equilibrando entre riscos de cortar juros de forma rápida ou lentamente demais. “A política está a caminho de uma postura mais neutra.”

Haverá aumento de juro em 2025?

Powell não descartou um possível aumento dos juros americanos em 2025. Disse, contudo, que um novo aperto monetário não está nos planos da autoridade.

Segundo ele, a expectativa básica do BC dos EUA é seguir rumo aos juros neutros de forma gradual, que a economia continuará a crescer em um ritmo saudável e que o mercado de trabalho permanecerá forte.

“Eu não descartaria nada, mas esse (aumento de juros) certamente não é nosso plano”, disse.

Ele voltou a reafirmar que o foco do Fed é baixar a inflação para a meta de 2% ao ano e que não seria apropriado um patamar abaixo. Afirmou, porém, que o Fed sabe que os americanos ainda estão sentindo os efeitos de preços elevados no país.

“As expectativas de inflação estão em lugar consistente com a meta de 2% ao ano. Observamos isso com muito cuidado e não permitiremos que as expectativas de inflação subam”, disse o presidente do Fed.

NOVA YORK E SÃO PAULO - O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, repetiu, nesta tarde de quinta-feira, 7, que a trajetória fiscal dos Estados Unidos é “insustentável” e representa uma “ameaça” à maior economia do mundo.

“Eu já disse muitas vezes que a política fiscal do governo federal dos EUA está em um caminho insustentável”, destacou a jornalistas, na entrevista coletiva em que comentou o corte de 0,25 ponto porcentual no juro anunciado mais cedo.

“O nível da nossa dívida em relação à economia é insustentável”, reforçou. “É, em última análise, uma ameaça à economia.”

Powell acrescentou que o Fed não responde pela política fiscal americana.

Ele reforçou que os dirigentes da autoridade seguem focados em cumprir o mandato duplo, de emprego máximo e preços estáveis. “A economia está forte no geral e fez progressos significativos em direção às nossas metas”, afirmou.

'No curto prazo, a eleição não terá efeitos em nossas decisões políticas', diz Powell Foto: Mandel Ngan/AFP

Segundo ele, o mercado de trabalho esfriou de seu estado anteriormente “superaquecido” e continua “sólido”. Já a inflação diminuiu “substancialmente”. “Estamos comprometidos em manter a força da nossa economia apoiando o emprego máximo e retornando a inflação para a nossa meta de 2%”, afirmou.

Efeito Trump

Powell afirmou que, se o presidente eleito nos Estados Unidos, Donald Trump, pedir para que ele renunciar ao cargo, não o fará.

Questionado sobre essa possibilidade, durante coletiva de imprensa, ele respondeu: “não”. Powell também disse que não se considera legalmente obrigado a renunciar se Trump pedir.

Trump deve deixar Powell cumprir o fim de seu mandato à frente do Fed, que termina em maio de 2026, conforme a rede americana CNN, citando um assessor sênior do republicano. O interlocutor disse que o presidente eleito sempre pode mudar de ideia, mas sua visão atual — e a de sua equipe econômica — é que Powell deve permanecer no comando do banco central americano.

Foi o próprio republicano que indicou Powell para a presidência do Fed, meses após assumir a Casa Branca, em 2017. Mas a lua de mel acabou cedo. Durante o seu primeiro mandato, Trump não só o criticava como teria tentado demiti-lo, mas acabou desistindo diante das barreiras legais. Durante a campanha, afirmou que não pretende apoiar o nome de Powell para um novo mandato.

Powell afirmou que os riscos geopolíticos estão elevados, mas tiveram pouco efeito na economia americana.

Ele ponderou, contudo, que isso pode mudar seja por meio de algum reflexo no preço do petróleo ou de outro fator.

“O desempenho da economia dos EUA tem sido muito bom, e é isso que ouvimos de empresários”, explicou Powell. Segundo ele, a expectativa é de que, no próximo ano, a economia americana seja ainda mais forte.

Powell afirmou que as eleições presidenciais nos Estados Unidos têm efeito nulo nas decisões da autoridade monetária no curto prazo. “No curto prazo, a eleição não terá efeitos em nossas decisões políticas”, afirmou.

Ele disse ainda que a política de qualquer governo nos EUA tem potencial de impactar a economia de forma importante, mas que não é possível saber os efeitos. Segundo ele, não é papel do Fed especular, adivinhar.

“É possível que as políticas de qualquer administração possam ter efeitos econômicos que, ao longo do tempo, importariam para a busca de nossos objetivos de mandato duplo”, explicou.

Ritmo da política de juros

Powell, disse que não há sinais no cenário econômico que indiquem que a autoridade tem de ter pressa para alcançar o patamar de juros neutros.

“Estamos vendo uma atividade econômica forte, uma força contínua no mercado de trabalho”, disse. Conforme Powell, o mercado de trabalho nos EUA está esfriando, mas continua em um “bom lugar”.

O banqueiro central também voltou a dizer que o Fed conseguiu fazer progressos no controle da inflação, mas que espera solavancos neste processo. “Enquanto nos aproximamos de juros neutros, poderemos reduzir o ritmo de cortes”, disse.

Emprego

Powell disse que não é necessário que o mercado de trabalho nos Estados Unidos esfrie mais para que a meta de inflação de 2% ao ano seja alcançada.

Ele avaliou que, com apropriada recalibração da política monetária no país, o BC dos EUA poderá manter o emprego forte.

“E, de modo geral, à medida que avançamos, estamos preparados para ajustar nossas avaliações do ritmo e destino apropriados (de corte de juros) conforme a perspectiva evolui”, disse. “Se o emprego se deteriorar, podemos nos mover mais rapidamente.”

Powell também afirmou que a escalada dos juros dos Treasuries não é um fator grande nas decisões do Fed. “Mesmo com corte de juros hoje, política segue restritiva”, avaliou.

Tendência dos juros nos EUA

Powell disse que não é um bom momento para a autoridade dar um forward guidance, ou seja, projeções futuras sobre o rumo dos juros americanos.

“Não achamos que seja um bom momento para fazer muito forward guidance”, disse.

Powell disse que o Fed está seguindo o caminho do meio, tentando manter a força no mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, permitir mais progresso na inflação.

Ele reafirmou que os dirigentes do Fed vão esperar para avaliar a evolução do ambiente até a reunião de dezembro, a última de 2024. “Temos seis semanas inteiras de dados para analisar para tomar essa decisão em dezembro”, justificou.

Powell afirmou que a decisão de juros da reunião de novembro vai depender da evolução do cenário nos Estados Unidos até lá.

Segundo Powell, desde o encontro de setembro, que marcou o início do processo de flexibilização monetária no país, dados da economia americana vieram mais fortes e houve uma leitura de inflação um pouco mais alto que o esperado. No mercado de trabalho, os dados de setembro foram mais fortes e os de outubro não.

“Até dezembro teremos, teremos mais dados, mais um relatório de trabalho, mais dois relatórios de inflação e muitos outros dados. Tomaremos uma decisão quando chegarmos a dezembro”, disse. Ele afirmou que o Fed está se equilibrando entre riscos de cortar juros de forma rápida ou lentamente demais. “A política está a caminho de uma postura mais neutra.”

Haverá aumento de juro em 2025?

Powell não descartou um possível aumento dos juros americanos em 2025. Disse, contudo, que um novo aperto monetário não está nos planos da autoridade.

Segundo ele, a expectativa básica do BC dos EUA é seguir rumo aos juros neutros de forma gradual, que a economia continuará a crescer em um ritmo saudável e que o mercado de trabalho permanecerá forte.

“Eu não descartaria nada, mas esse (aumento de juros) certamente não é nosso plano”, disse.

Ele voltou a reafirmar que o foco do Fed é baixar a inflação para a meta de 2% ao ano e que não seria apropriado um patamar abaixo. Afirmou, porém, que o Fed sabe que os americanos ainda estão sentindo os efeitos de preços elevados no país.

“As expectativas de inflação estão em lugar consistente com a meta de 2% ao ano. Observamos isso com muito cuidado e não permitiremos que as expectativas de inflação subam”, disse o presidente do Fed.

NOVA YORK E SÃO PAULO - O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, repetiu, nesta tarde de quinta-feira, 7, que a trajetória fiscal dos Estados Unidos é “insustentável” e representa uma “ameaça” à maior economia do mundo.

“Eu já disse muitas vezes que a política fiscal do governo federal dos EUA está em um caminho insustentável”, destacou a jornalistas, na entrevista coletiva em que comentou o corte de 0,25 ponto porcentual no juro anunciado mais cedo.

“O nível da nossa dívida em relação à economia é insustentável”, reforçou. “É, em última análise, uma ameaça à economia.”

Powell acrescentou que o Fed não responde pela política fiscal americana.

Ele reforçou que os dirigentes da autoridade seguem focados em cumprir o mandato duplo, de emprego máximo e preços estáveis. “A economia está forte no geral e fez progressos significativos em direção às nossas metas”, afirmou.

'No curto prazo, a eleição não terá efeitos em nossas decisões políticas', diz Powell Foto: Mandel Ngan/AFP

Segundo ele, o mercado de trabalho esfriou de seu estado anteriormente “superaquecido” e continua “sólido”. Já a inflação diminuiu “substancialmente”. “Estamos comprometidos em manter a força da nossa economia apoiando o emprego máximo e retornando a inflação para a nossa meta de 2%”, afirmou.

Efeito Trump

Powell afirmou que, se o presidente eleito nos Estados Unidos, Donald Trump, pedir para que ele renunciar ao cargo, não o fará.

Questionado sobre essa possibilidade, durante coletiva de imprensa, ele respondeu: “não”. Powell também disse que não se considera legalmente obrigado a renunciar se Trump pedir.

Trump deve deixar Powell cumprir o fim de seu mandato à frente do Fed, que termina em maio de 2026, conforme a rede americana CNN, citando um assessor sênior do republicano. O interlocutor disse que o presidente eleito sempre pode mudar de ideia, mas sua visão atual — e a de sua equipe econômica — é que Powell deve permanecer no comando do banco central americano.

Foi o próprio republicano que indicou Powell para a presidência do Fed, meses após assumir a Casa Branca, em 2017. Mas a lua de mel acabou cedo. Durante o seu primeiro mandato, Trump não só o criticava como teria tentado demiti-lo, mas acabou desistindo diante das barreiras legais. Durante a campanha, afirmou que não pretende apoiar o nome de Powell para um novo mandato.

Powell afirmou que os riscos geopolíticos estão elevados, mas tiveram pouco efeito na economia americana.

Ele ponderou, contudo, que isso pode mudar seja por meio de algum reflexo no preço do petróleo ou de outro fator.

“O desempenho da economia dos EUA tem sido muito bom, e é isso que ouvimos de empresários”, explicou Powell. Segundo ele, a expectativa é de que, no próximo ano, a economia americana seja ainda mais forte.

Powell afirmou que as eleições presidenciais nos Estados Unidos têm efeito nulo nas decisões da autoridade monetária no curto prazo. “No curto prazo, a eleição não terá efeitos em nossas decisões políticas”, afirmou.

Ele disse ainda que a política de qualquer governo nos EUA tem potencial de impactar a economia de forma importante, mas que não é possível saber os efeitos. Segundo ele, não é papel do Fed especular, adivinhar.

“É possível que as políticas de qualquer administração possam ter efeitos econômicos que, ao longo do tempo, importariam para a busca de nossos objetivos de mandato duplo”, explicou.

Ritmo da política de juros

Powell, disse que não há sinais no cenário econômico que indiquem que a autoridade tem de ter pressa para alcançar o patamar de juros neutros.

“Estamos vendo uma atividade econômica forte, uma força contínua no mercado de trabalho”, disse. Conforme Powell, o mercado de trabalho nos EUA está esfriando, mas continua em um “bom lugar”.

O banqueiro central também voltou a dizer que o Fed conseguiu fazer progressos no controle da inflação, mas que espera solavancos neste processo. “Enquanto nos aproximamos de juros neutros, poderemos reduzir o ritmo de cortes”, disse.

Emprego

Powell disse que não é necessário que o mercado de trabalho nos Estados Unidos esfrie mais para que a meta de inflação de 2% ao ano seja alcançada.

Ele avaliou que, com apropriada recalibração da política monetária no país, o BC dos EUA poderá manter o emprego forte.

“E, de modo geral, à medida que avançamos, estamos preparados para ajustar nossas avaliações do ritmo e destino apropriados (de corte de juros) conforme a perspectiva evolui”, disse. “Se o emprego se deteriorar, podemos nos mover mais rapidamente.”

Powell também afirmou que a escalada dos juros dos Treasuries não é um fator grande nas decisões do Fed. “Mesmo com corte de juros hoje, política segue restritiva”, avaliou.

Tendência dos juros nos EUA

Powell disse que não é um bom momento para a autoridade dar um forward guidance, ou seja, projeções futuras sobre o rumo dos juros americanos.

“Não achamos que seja um bom momento para fazer muito forward guidance”, disse.

Powell disse que o Fed está seguindo o caminho do meio, tentando manter a força no mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, permitir mais progresso na inflação.

Ele reafirmou que os dirigentes do Fed vão esperar para avaliar a evolução do ambiente até a reunião de dezembro, a última de 2024. “Temos seis semanas inteiras de dados para analisar para tomar essa decisão em dezembro”, justificou.

Powell afirmou que a decisão de juros da reunião de novembro vai depender da evolução do cenário nos Estados Unidos até lá.

Segundo Powell, desde o encontro de setembro, que marcou o início do processo de flexibilização monetária no país, dados da economia americana vieram mais fortes e houve uma leitura de inflação um pouco mais alto que o esperado. No mercado de trabalho, os dados de setembro foram mais fortes e os de outubro não.

“Até dezembro teremos, teremos mais dados, mais um relatório de trabalho, mais dois relatórios de inflação e muitos outros dados. Tomaremos uma decisão quando chegarmos a dezembro”, disse. Ele afirmou que o Fed está se equilibrando entre riscos de cortar juros de forma rápida ou lentamente demais. “A política está a caminho de uma postura mais neutra.”

Haverá aumento de juro em 2025?

Powell não descartou um possível aumento dos juros americanos em 2025. Disse, contudo, que um novo aperto monetário não está nos planos da autoridade.

Segundo ele, a expectativa básica do BC dos EUA é seguir rumo aos juros neutros de forma gradual, que a economia continuará a crescer em um ritmo saudável e que o mercado de trabalho permanecerá forte.

“Eu não descartaria nada, mas esse (aumento de juros) certamente não é nosso plano”, disse.

Ele voltou a reafirmar que o foco do Fed é baixar a inflação para a meta de 2% ao ano e que não seria apropriado um patamar abaixo. Afirmou, porém, que o Fed sabe que os americanos ainda estão sentindo os efeitos de preços elevados no país.

“As expectativas de inflação estão em lugar consistente com a meta de 2% ao ano. Observamos isso com muito cuidado e não permitiremos que as expectativas de inflação subam”, disse o presidente do Fed.

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