‘Transparência no preço dos combustíveis da Petrobras acabou’, dizem especialistas


CBIE e Abicom afirmam que nova estratégia da estatal tira a previsibilidade do mercado; antes se petróleo e o câmbio subissem, a tendência era de que a Petrobras ia elevar os preços

Por Denise Luna
Atualização:

Apesar de ainda não estar clara, a nova estratégia de preços da Petrobras deixou o mercado com a sensação de que a “transparência acabou”. Essa é a opinião do sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Pedro Rodrigues, e do presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo.

Para Rodrigues, falta entender como a Petrobras vai operacionalizar a mudança. “Com o PPI você tinha previsibilidade e a tendência do que acontecia. Essa previsibilidade acabou”, disse ele, sobre o fim da política de preços de importação (PPI) anunciada hoje pela Petrobras. Em fato relevante ao mercado, a empresa informou que os preços nas suas refinarias não serão mais balizados com os preços de importação, como faz desde 2016.

Ele explica que no comunicado a Petrobras não detalhou como vai proceder daqui para frente, mas fala em custo de oportunidade, o que ele considera muito vago. “Você tinha o PPI, que não era uma coisa cravada, era uma tendência. Então você sabia que se o petróleo e o câmbio subissem, você tinha uma tendência que a Petrobras ia elevar os preços”, ressaltou.

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Para ele, as variáveis colocadas no fato relevante, como o custo alternativo do cliente e o valor marginal para a Petrobras são difíceis de serem conhecidas pelo mercado de forma geral, tanto para analistas, distribuidores, importadores e consumidores.

“O Brasil é um País que não tem um passado muito bom quando se fala em menos transparência de preços. Será que a Petrobras vai deixar dinheiro na mesa? Se eu estou com dificuldade de entender essa conta, imagina o acionista da Petrobras”, questiona Rodrigues, avaliando que provavelmente o papel da empresa vai sentir o impacto da notícia.

Representantes do setor criticam nova política de preços de combustíveis da Petrobras Foto: Daniel Teixeira/Estadão
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Ao contrário, os papéis preferenciais da companhia chegqram a subir mais de 3% na B3 na manhã de hoje, depois de terem fechado ontem em queda, após rumores de que a empresa iria divulgar a mudança na sua estratégia de preços.

Desde que assumiu a presidência da Petrobras, Jean Paul Prates tem deixado claro que manteria a relação de preços com o mercado internacional, mas acabaria com o PPI, política implantada em 2016 no governo de Michel Temer.

Rodrigues observa que ainda falta conhecer detalhes da nova fórmula da companhia, mas que em um primeiro momento a mudança “cheira mal”. Ele diz que os pequenos e grandes importadores terão problemas para realizar seus negócios, já que o preço da empresa predominante (Petrobras) não será conhecido.

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“Pior para o importador, como vai entrar com produto em região tal se a Petrobras decidir abaixar o preço? O que ele faz com o produto? Raízen e Vibra já estão preocupadas, todo mundo que importa está preocupado porque ninguém consegue entender a política nova”, afirmou.

Outro problema gerado com o fim do PPI, segundo Rodrigues, se refere à única refinaria privada do País, a Refinaria de Mataripe, na Bahia, que poderá ter de tomar a decisão de exportar toda a sua produção - 14% do refino do País -, o que junto com a retração das importações pode trazer desabastecimento.

“Nas últimas quatro semanas a gasolina da Acelen estava mais barata do que a Petrobras. Ela deve esperar a operacionalização para entender, mas há risco de exportar o produto dela”, avaliou.

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O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, disse que a nova estratégia de preços da Petrobras ainda não está clara, mas que o que ficou de concreto para o mercado é que a “transparência acabou”, afirmou ao Estadão/Broadcast.

“Eu li até duas vezes o fato relevante e, para mim, não está muito claro não, tem coisas muito subjetivas: como vai ponderar a melhor alternativa do cliente na formação de preço, a margem por refinaria, o preço do produto alternativo. Na minha visão, o que tem de concreto é que a transparência acabou”, avaliou.

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Para ele, os importadores perderam a referência que a política de paridade de importação trazia para o mercado, mas considerou o anúncio da empresa ainda vago, e disse que vai aguardar mais detalhes.

“Até agora o que entendi é que o agente dominante (Petrobras), que ainda tem uma parcela muito grande do mercado, está declarando que não tem mais transparência”, destacou Araújo, acrescentando que a Abicom vai continuar publicando a defasagem dos preços internos em relação ao mercado internacional.

Nesta terça-feira, a Abicom indicou que o preço da gasolina no fechamento de ontem, antes do reajuste da Petrobras hoje, estava 15% mais caro nas refinarias da Petrobras do que no mercado internacional, enquanto o diesel registra preço 9% maior nessa mesma comparação.

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Apesar de ainda não estar clara, a nova estratégia de preços da Petrobras deixou o mercado com a sensação de que a “transparência acabou”. Essa é a opinião do sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Pedro Rodrigues, e do presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo.

Para Rodrigues, falta entender como a Petrobras vai operacionalizar a mudança. “Com o PPI você tinha previsibilidade e a tendência do que acontecia. Essa previsibilidade acabou”, disse ele, sobre o fim da política de preços de importação (PPI) anunciada hoje pela Petrobras. Em fato relevante ao mercado, a empresa informou que os preços nas suas refinarias não serão mais balizados com os preços de importação, como faz desde 2016.

Ele explica que no comunicado a Petrobras não detalhou como vai proceder daqui para frente, mas fala em custo de oportunidade, o que ele considera muito vago. “Você tinha o PPI, que não era uma coisa cravada, era uma tendência. Então você sabia que se o petróleo e o câmbio subissem, você tinha uma tendência que a Petrobras ia elevar os preços”, ressaltou.

Para ele, as variáveis colocadas no fato relevante, como o custo alternativo do cliente e o valor marginal para a Petrobras são difíceis de serem conhecidas pelo mercado de forma geral, tanto para analistas, distribuidores, importadores e consumidores.

“O Brasil é um País que não tem um passado muito bom quando se fala em menos transparência de preços. Será que a Petrobras vai deixar dinheiro na mesa? Se eu estou com dificuldade de entender essa conta, imagina o acionista da Petrobras”, questiona Rodrigues, avaliando que provavelmente o papel da empresa vai sentir o impacto da notícia.

Representantes do setor criticam nova política de preços de combustíveis da Petrobras Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Ao contrário, os papéis preferenciais da companhia chegqram a subir mais de 3% na B3 na manhã de hoje, depois de terem fechado ontem em queda, após rumores de que a empresa iria divulgar a mudança na sua estratégia de preços.

Desde que assumiu a presidência da Petrobras, Jean Paul Prates tem deixado claro que manteria a relação de preços com o mercado internacional, mas acabaria com o PPI, política implantada em 2016 no governo de Michel Temer.

Rodrigues observa que ainda falta conhecer detalhes da nova fórmula da companhia, mas que em um primeiro momento a mudança “cheira mal”. Ele diz que os pequenos e grandes importadores terão problemas para realizar seus negócios, já que o preço da empresa predominante (Petrobras) não será conhecido.

“Pior para o importador, como vai entrar com produto em região tal se a Petrobras decidir abaixar o preço? O que ele faz com o produto? Raízen e Vibra já estão preocupadas, todo mundo que importa está preocupado porque ninguém consegue entender a política nova”, afirmou.

Outro problema gerado com o fim do PPI, segundo Rodrigues, se refere à única refinaria privada do País, a Refinaria de Mataripe, na Bahia, que poderá ter de tomar a decisão de exportar toda a sua produção - 14% do refino do País -, o que junto com a retração das importações pode trazer desabastecimento.

“Nas últimas quatro semanas a gasolina da Acelen estava mais barata do que a Petrobras. Ela deve esperar a operacionalização para entender, mas há risco de exportar o produto dela”, avaliou.

O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, disse que a nova estratégia de preços da Petrobras ainda não está clara, mas que o que ficou de concreto para o mercado é que a “transparência acabou”, afirmou ao Estadão/Broadcast.

“Eu li até duas vezes o fato relevante e, para mim, não está muito claro não, tem coisas muito subjetivas: como vai ponderar a melhor alternativa do cliente na formação de preço, a margem por refinaria, o preço do produto alternativo. Na minha visão, o que tem de concreto é que a transparência acabou”, avaliou.

Para ele, os importadores perderam a referência que a política de paridade de importação trazia para o mercado, mas considerou o anúncio da empresa ainda vago, e disse que vai aguardar mais detalhes.

“Até agora o que entendi é que o agente dominante (Petrobras), que ainda tem uma parcela muito grande do mercado, está declarando que não tem mais transparência”, destacou Araújo, acrescentando que a Abicom vai continuar publicando a defasagem dos preços internos em relação ao mercado internacional.

Nesta terça-feira, a Abicom indicou que o preço da gasolina no fechamento de ontem, antes do reajuste da Petrobras hoje, estava 15% mais caro nas refinarias da Petrobras do que no mercado internacional, enquanto o diesel registra preço 9% maior nessa mesma comparação.

Apesar de ainda não estar clara, a nova estratégia de preços da Petrobras deixou o mercado com a sensação de que a “transparência acabou”. Essa é a opinião do sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Pedro Rodrigues, e do presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo.

Para Rodrigues, falta entender como a Petrobras vai operacionalizar a mudança. “Com o PPI você tinha previsibilidade e a tendência do que acontecia. Essa previsibilidade acabou”, disse ele, sobre o fim da política de preços de importação (PPI) anunciada hoje pela Petrobras. Em fato relevante ao mercado, a empresa informou que os preços nas suas refinarias não serão mais balizados com os preços de importação, como faz desde 2016.

Ele explica que no comunicado a Petrobras não detalhou como vai proceder daqui para frente, mas fala em custo de oportunidade, o que ele considera muito vago. “Você tinha o PPI, que não era uma coisa cravada, era uma tendência. Então você sabia que se o petróleo e o câmbio subissem, você tinha uma tendência que a Petrobras ia elevar os preços”, ressaltou.

Para ele, as variáveis colocadas no fato relevante, como o custo alternativo do cliente e o valor marginal para a Petrobras são difíceis de serem conhecidas pelo mercado de forma geral, tanto para analistas, distribuidores, importadores e consumidores.

“O Brasil é um País que não tem um passado muito bom quando se fala em menos transparência de preços. Será que a Petrobras vai deixar dinheiro na mesa? Se eu estou com dificuldade de entender essa conta, imagina o acionista da Petrobras”, questiona Rodrigues, avaliando que provavelmente o papel da empresa vai sentir o impacto da notícia.

Representantes do setor criticam nova política de preços de combustíveis da Petrobras Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Ao contrário, os papéis preferenciais da companhia chegqram a subir mais de 3% na B3 na manhã de hoje, depois de terem fechado ontem em queda, após rumores de que a empresa iria divulgar a mudança na sua estratégia de preços.

Desde que assumiu a presidência da Petrobras, Jean Paul Prates tem deixado claro que manteria a relação de preços com o mercado internacional, mas acabaria com o PPI, política implantada em 2016 no governo de Michel Temer.

Rodrigues observa que ainda falta conhecer detalhes da nova fórmula da companhia, mas que em um primeiro momento a mudança “cheira mal”. Ele diz que os pequenos e grandes importadores terão problemas para realizar seus negócios, já que o preço da empresa predominante (Petrobras) não será conhecido.

“Pior para o importador, como vai entrar com produto em região tal se a Petrobras decidir abaixar o preço? O que ele faz com o produto? Raízen e Vibra já estão preocupadas, todo mundo que importa está preocupado porque ninguém consegue entender a política nova”, afirmou.

Outro problema gerado com o fim do PPI, segundo Rodrigues, se refere à única refinaria privada do País, a Refinaria de Mataripe, na Bahia, que poderá ter de tomar a decisão de exportar toda a sua produção - 14% do refino do País -, o que junto com a retração das importações pode trazer desabastecimento.

“Nas últimas quatro semanas a gasolina da Acelen estava mais barata do que a Petrobras. Ela deve esperar a operacionalização para entender, mas há risco de exportar o produto dela”, avaliou.

O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, disse que a nova estratégia de preços da Petrobras ainda não está clara, mas que o que ficou de concreto para o mercado é que a “transparência acabou”, afirmou ao Estadão/Broadcast.

“Eu li até duas vezes o fato relevante e, para mim, não está muito claro não, tem coisas muito subjetivas: como vai ponderar a melhor alternativa do cliente na formação de preço, a margem por refinaria, o preço do produto alternativo. Na minha visão, o que tem de concreto é que a transparência acabou”, avaliou.

Para ele, os importadores perderam a referência que a política de paridade de importação trazia para o mercado, mas considerou o anúncio da empresa ainda vago, e disse que vai aguardar mais detalhes.

“Até agora o que entendi é que o agente dominante (Petrobras), que ainda tem uma parcela muito grande do mercado, está declarando que não tem mais transparência”, destacou Araújo, acrescentando que a Abicom vai continuar publicando a defasagem dos preços internos em relação ao mercado internacional.

Nesta terça-feira, a Abicom indicou que o preço da gasolina no fechamento de ontem, antes do reajuste da Petrobras hoje, estava 15% mais caro nas refinarias da Petrobras do que no mercado internacional, enquanto o diesel registra preço 9% maior nessa mesma comparação.

Apesar de ainda não estar clara, a nova estratégia de preços da Petrobras deixou o mercado com a sensação de que a “transparência acabou”. Essa é a opinião do sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Pedro Rodrigues, e do presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo.

Para Rodrigues, falta entender como a Petrobras vai operacionalizar a mudança. “Com o PPI você tinha previsibilidade e a tendência do que acontecia. Essa previsibilidade acabou”, disse ele, sobre o fim da política de preços de importação (PPI) anunciada hoje pela Petrobras. Em fato relevante ao mercado, a empresa informou que os preços nas suas refinarias não serão mais balizados com os preços de importação, como faz desde 2016.

Ele explica que no comunicado a Petrobras não detalhou como vai proceder daqui para frente, mas fala em custo de oportunidade, o que ele considera muito vago. “Você tinha o PPI, que não era uma coisa cravada, era uma tendência. Então você sabia que se o petróleo e o câmbio subissem, você tinha uma tendência que a Petrobras ia elevar os preços”, ressaltou.

Para ele, as variáveis colocadas no fato relevante, como o custo alternativo do cliente e o valor marginal para a Petrobras são difíceis de serem conhecidas pelo mercado de forma geral, tanto para analistas, distribuidores, importadores e consumidores.

“O Brasil é um País que não tem um passado muito bom quando se fala em menos transparência de preços. Será que a Petrobras vai deixar dinheiro na mesa? Se eu estou com dificuldade de entender essa conta, imagina o acionista da Petrobras”, questiona Rodrigues, avaliando que provavelmente o papel da empresa vai sentir o impacto da notícia.

Representantes do setor criticam nova política de preços de combustíveis da Petrobras Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Ao contrário, os papéis preferenciais da companhia chegqram a subir mais de 3% na B3 na manhã de hoje, depois de terem fechado ontem em queda, após rumores de que a empresa iria divulgar a mudança na sua estratégia de preços.

Desde que assumiu a presidência da Petrobras, Jean Paul Prates tem deixado claro que manteria a relação de preços com o mercado internacional, mas acabaria com o PPI, política implantada em 2016 no governo de Michel Temer.

Rodrigues observa que ainda falta conhecer detalhes da nova fórmula da companhia, mas que em um primeiro momento a mudança “cheira mal”. Ele diz que os pequenos e grandes importadores terão problemas para realizar seus negócios, já que o preço da empresa predominante (Petrobras) não será conhecido.

“Pior para o importador, como vai entrar com produto em região tal se a Petrobras decidir abaixar o preço? O que ele faz com o produto? Raízen e Vibra já estão preocupadas, todo mundo que importa está preocupado porque ninguém consegue entender a política nova”, afirmou.

Outro problema gerado com o fim do PPI, segundo Rodrigues, se refere à única refinaria privada do País, a Refinaria de Mataripe, na Bahia, que poderá ter de tomar a decisão de exportar toda a sua produção - 14% do refino do País -, o que junto com a retração das importações pode trazer desabastecimento.

“Nas últimas quatro semanas a gasolina da Acelen estava mais barata do que a Petrobras. Ela deve esperar a operacionalização para entender, mas há risco de exportar o produto dela”, avaliou.

O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, disse que a nova estratégia de preços da Petrobras ainda não está clara, mas que o que ficou de concreto para o mercado é que a “transparência acabou”, afirmou ao Estadão/Broadcast.

“Eu li até duas vezes o fato relevante e, para mim, não está muito claro não, tem coisas muito subjetivas: como vai ponderar a melhor alternativa do cliente na formação de preço, a margem por refinaria, o preço do produto alternativo. Na minha visão, o que tem de concreto é que a transparência acabou”, avaliou.

Para ele, os importadores perderam a referência que a política de paridade de importação trazia para o mercado, mas considerou o anúncio da empresa ainda vago, e disse que vai aguardar mais detalhes.

“Até agora o que entendi é que o agente dominante (Petrobras), que ainda tem uma parcela muito grande do mercado, está declarando que não tem mais transparência”, destacou Araújo, acrescentando que a Abicom vai continuar publicando a defasagem dos preços internos em relação ao mercado internacional.

Nesta terça-feira, a Abicom indicou que o preço da gasolina no fechamento de ontem, antes do reajuste da Petrobras hoje, estava 15% mais caro nas refinarias da Petrobras do que no mercado internacional, enquanto o diesel registra preço 9% maior nessa mesma comparação.

Apesar de ainda não estar clara, a nova estratégia de preços da Petrobras deixou o mercado com a sensação de que a “transparência acabou”. Essa é a opinião do sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Pedro Rodrigues, e do presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo.

Para Rodrigues, falta entender como a Petrobras vai operacionalizar a mudança. “Com o PPI você tinha previsibilidade e a tendência do que acontecia. Essa previsibilidade acabou”, disse ele, sobre o fim da política de preços de importação (PPI) anunciada hoje pela Petrobras. Em fato relevante ao mercado, a empresa informou que os preços nas suas refinarias não serão mais balizados com os preços de importação, como faz desde 2016.

Ele explica que no comunicado a Petrobras não detalhou como vai proceder daqui para frente, mas fala em custo de oportunidade, o que ele considera muito vago. “Você tinha o PPI, que não era uma coisa cravada, era uma tendência. Então você sabia que se o petróleo e o câmbio subissem, você tinha uma tendência que a Petrobras ia elevar os preços”, ressaltou.

Para ele, as variáveis colocadas no fato relevante, como o custo alternativo do cliente e o valor marginal para a Petrobras são difíceis de serem conhecidas pelo mercado de forma geral, tanto para analistas, distribuidores, importadores e consumidores.

“O Brasil é um País que não tem um passado muito bom quando se fala em menos transparência de preços. Será que a Petrobras vai deixar dinheiro na mesa? Se eu estou com dificuldade de entender essa conta, imagina o acionista da Petrobras”, questiona Rodrigues, avaliando que provavelmente o papel da empresa vai sentir o impacto da notícia.

Representantes do setor criticam nova política de preços de combustíveis da Petrobras Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Ao contrário, os papéis preferenciais da companhia chegqram a subir mais de 3% na B3 na manhã de hoje, depois de terem fechado ontem em queda, após rumores de que a empresa iria divulgar a mudança na sua estratégia de preços.

Desde que assumiu a presidência da Petrobras, Jean Paul Prates tem deixado claro que manteria a relação de preços com o mercado internacional, mas acabaria com o PPI, política implantada em 2016 no governo de Michel Temer.

Rodrigues observa que ainda falta conhecer detalhes da nova fórmula da companhia, mas que em um primeiro momento a mudança “cheira mal”. Ele diz que os pequenos e grandes importadores terão problemas para realizar seus negócios, já que o preço da empresa predominante (Petrobras) não será conhecido.

“Pior para o importador, como vai entrar com produto em região tal se a Petrobras decidir abaixar o preço? O que ele faz com o produto? Raízen e Vibra já estão preocupadas, todo mundo que importa está preocupado porque ninguém consegue entender a política nova”, afirmou.

Outro problema gerado com o fim do PPI, segundo Rodrigues, se refere à única refinaria privada do País, a Refinaria de Mataripe, na Bahia, que poderá ter de tomar a decisão de exportar toda a sua produção - 14% do refino do País -, o que junto com a retração das importações pode trazer desabastecimento.

“Nas últimas quatro semanas a gasolina da Acelen estava mais barata do que a Petrobras. Ela deve esperar a operacionalização para entender, mas há risco de exportar o produto dela”, avaliou.

O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, disse que a nova estratégia de preços da Petrobras ainda não está clara, mas que o que ficou de concreto para o mercado é que a “transparência acabou”, afirmou ao Estadão/Broadcast.

“Eu li até duas vezes o fato relevante e, para mim, não está muito claro não, tem coisas muito subjetivas: como vai ponderar a melhor alternativa do cliente na formação de preço, a margem por refinaria, o preço do produto alternativo. Na minha visão, o que tem de concreto é que a transparência acabou”, avaliou.

Para ele, os importadores perderam a referência que a política de paridade de importação trazia para o mercado, mas considerou o anúncio da empresa ainda vago, e disse que vai aguardar mais detalhes.

“Até agora o que entendi é que o agente dominante (Petrobras), que ainda tem uma parcela muito grande do mercado, está declarando que não tem mais transparência”, destacou Araújo, acrescentando que a Abicom vai continuar publicando a defasagem dos preços internos em relação ao mercado internacional.

Nesta terça-feira, a Abicom indicou que o preço da gasolina no fechamento de ontem, antes do reajuste da Petrobras hoje, estava 15% mais caro nas refinarias da Petrobras do que no mercado internacional, enquanto o diesel registra preço 9% maior nessa mesma comparação.

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