Tributação de compras de até US$ 50 é suficiente para bancar desoneração da folha, diz Fiemg


Números da entidade empresarial giram em torno de R$ 14,6 bilhões, no cenário mais negativo, e R$ 19,1 bilhões, no mais positivo; valores são maiores do que os projetados pelo governo

Por Mariana Carneiro

Estudo elaborado pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) concluiu que a tributação das compras de valor inferior a US$ 50 em sites estrangeiros pode gerar uma arrecadação maior do que a projetada pelo governo. Os números da entidade empresarial giram em torno de R$ 14,6 bilhões, no cenário mais negativo, e R$ 19,1 bilhões, no mais positivo, o suficiente para compensar a desoneração da folha de pagamentos.

O estudo se baseia em projeção feita pela Receita Federal no ano passado, aplicando a alíquota de 28% sobre os produtos. Em virtude de uma esperada queda nas compras, em decorrência da aplicação da tributação hoje zerada, a Receita estimou uma arrecadação de R$ 2,8 bilhões (em caso de 30% de queda nas compras).

Se as compras caíssem ainda mais, em um cenário de 70% de queda, a arrecadação seria de R$ 1,23 bilhão.

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Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, afirma que o número da Receita está subestimado e não considera uma eventual troca do consumo feito hoje nos sites estrangeiros por produtos fabricados no Brasil.

Governo e Congresso cogitam impor a tributação para financiar a desoneração da folha de pagamentos Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Se o consumo nesses sites cair 50%, o que eu não acredito que vá acontecer, a arrecadação sobe, mas não tanto. Haverá a ativação do consumo interno, que vai arrecadar mais. São dois movimentos”, disse o empresário. “Hoje, nem a embalagem, nem logística, nada fica no Brasil. Tudo vem de fora. É uma prática nociva.”

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Pelos cálculos da Fiemg, se o comércio por meio desses sites não cair, mesmo com a tributação, a arrecadação extra será de R$ 19,1 bilhões. Já se cair 45% (cenário mais adverso), a arrecadação seria de R$ 10,5 bilhões. Outros R$ 4,1 bilhões viriam dos impostos recolhidos pela troca por produtos domésticos.

“No pior cenário, estamos apurando uma arrecadação extra de R$ 15 bilhões para o governo”, afirmou.

Os números consideram uma alíquota de 28% de tributos federais sobre um volume de US$ 13,1 bilhões em compras de até US$ 50 em sites estrangeiros. O valor foi verificado em 2022 e corresponde a R$ 68,2 bilhões (com a taxa de câmbio média de R$ 5,22 naquele ano), advindo apenas dos sites que participam atualmente do programa Remessa Conforme, da Receita Federal.

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No segundo semestre do ano passado, a Receita registrou uma queda de 34% nas compras de pequeno valor de sites no exterior e credita esse movimento à incidência de ICMS (imposto estadual), que passou a ter uma alíquota padrão de 17%. Se prosperar a fixação de uma alíquota federal de 28%, a tributação total subiria para 45%.

“Não acredito que a queda tenha sido pelo (aumento do) valor da mercadoria, mas pela inclusão de mais uma etapa no ato da compra. Não é pelos 17%, mas pelo fator psicológico (da tributação). E acredito que ele já se deu todo naquele momento”, avaliou Roscoe.

O governo e o Congresso cogitam impor a tributação para financiar a desoneração da folha de pagamentos, que, segundo informações do Ministério da Fazenda, custará R$ 16 bilhões em 2024 e não consta do Orçamento. A projeção é que a desoneração dos 17 setores econômicos atendidos pelo programa custa R$ 12 bilhões, e a de pequenas prefeituras, outros R$ 4 bilhões.

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Na véspera do ano-novo, o governo baixou uma medida provisória revogando a política e instituindo, a partir de 1º de abril, uma reoneração gradual dos setores atendidos. Os municípios foram excluídos do benefício.

A iniciativa gerou reação tanto no setor produtivo quanto no meio político. Isso porque o Congresso Nacional aprovou, em outubro, a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos até 2027. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o projeto, alegando inconstitucionalidade, mas em 14 de dezembro, o veto foi derrubado em nova votação com ampla maioria de senadores e deputados.

Desde a edição da MP, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vem sendo pressionado a rejeitar a iniciativa e a devolver a MP para o Executivo. Porém, ele disse na semana passada que conversaria com o ministro Fernando Haddad antes de tomar uma decisão.

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Roscoe afirma que a revisão da tributação de compras em sites estrangeiros era “inexorável” por ter criado uma assimetria que prejudica o comércio e a indústria local. O tema ganhou relevância no ano passado, mas perdeu tração após Haddad recuar da tributação. A primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, foi às redes sociais contra a iniciativa da Fazenda.

“O impacto é ainda maior porque ainda tem muita coisa entrando sem controle”, disse o empresário. “A Receita sempre joga para baixo (as projeções) para procurar novas fontes (de arrecadação). O impacto é de pelo menos R$ 15 bilhões com uma queda de 45% nas compras, o que eu já acho improvável.”

Roscoe afirmou que a tributação federal de 28% ainda é inferior ao considerado paritário para o setor produtivo, que requisita 60%, mas já inicia o debate. Ele refuta ainda a classificação dessas compras como de “pequeno valor”.

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“O valor não é baixo. Dá uns R$ 250, o que, sem impostos, dá uns R$ 500. Quase tudo o que a gente compra no dia a dia é menos do que isso”, afirmou.

Estudo elaborado pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) concluiu que a tributação das compras de valor inferior a US$ 50 em sites estrangeiros pode gerar uma arrecadação maior do que a projetada pelo governo. Os números da entidade empresarial giram em torno de R$ 14,6 bilhões, no cenário mais negativo, e R$ 19,1 bilhões, no mais positivo, o suficiente para compensar a desoneração da folha de pagamentos.

O estudo se baseia em projeção feita pela Receita Federal no ano passado, aplicando a alíquota de 28% sobre os produtos. Em virtude de uma esperada queda nas compras, em decorrência da aplicação da tributação hoje zerada, a Receita estimou uma arrecadação de R$ 2,8 bilhões (em caso de 30% de queda nas compras).

Se as compras caíssem ainda mais, em um cenário de 70% de queda, a arrecadação seria de R$ 1,23 bilhão.

Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, afirma que o número da Receita está subestimado e não considera uma eventual troca do consumo feito hoje nos sites estrangeiros por produtos fabricados no Brasil.

Governo e Congresso cogitam impor a tributação para financiar a desoneração da folha de pagamentos Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Se o consumo nesses sites cair 50%, o que eu não acredito que vá acontecer, a arrecadação sobe, mas não tanto. Haverá a ativação do consumo interno, que vai arrecadar mais. São dois movimentos”, disse o empresário. “Hoje, nem a embalagem, nem logística, nada fica no Brasil. Tudo vem de fora. É uma prática nociva.”

Pelos cálculos da Fiemg, se o comércio por meio desses sites não cair, mesmo com a tributação, a arrecadação extra será de R$ 19,1 bilhões. Já se cair 45% (cenário mais adverso), a arrecadação seria de R$ 10,5 bilhões. Outros R$ 4,1 bilhões viriam dos impostos recolhidos pela troca por produtos domésticos.

“No pior cenário, estamos apurando uma arrecadação extra de R$ 15 bilhões para o governo”, afirmou.

Os números consideram uma alíquota de 28% de tributos federais sobre um volume de US$ 13,1 bilhões em compras de até US$ 50 em sites estrangeiros. O valor foi verificado em 2022 e corresponde a R$ 68,2 bilhões (com a taxa de câmbio média de R$ 5,22 naquele ano), advindo apenas dos sites que participam atualmente do programa Remessa Conforme, da Receita Federal.

No segundo semestre do ano passado, a Receita registrou uma queda de 34% nas compras de pequeno valor de sites no exterior e credita esse movimento à incidência de ICMS (imposto estadual), que passou a ter uma alíquota padrão de 17%. Se prosperar a fixação de uma alíquota federal de 28%, a tributação total subiria para 45%.

“Não acredito que a queda tenha sido pelo (aumento do) valor da mercadoria, mas pela inclusão de mais uma etapa no ato da compra. Não é pelos 17%, mas pelo fator psicológico (da tributação). E acredito que ele já se deu todo naquele momento”, avaliou Roscoe.

O governo e o Congresso cogitam impor a tributação para financiar a desoneração da folha de pagamentos, que, segundo informações do Ministério da Fazenda, custará R$ 16 bilhões em 2024 e não consta do Orçamento. A projeção é que a desoneração dos 17 setores econômicos atendidos pelo programa custa R$ 12 bilhões, e a de pequenas prefeituras, outros R$ 4 bilhões.

Na véspera do ano-novo, o governo baixou uma medida provisória revogando a política e instituindo, a partir de 1º de abril, uma reoneração gradual dos setores atendidos. Os municípios foram excluídos do benefício.

A iniciativa gerou reação tanto no setor produtivo quanto no meio político. Isso porque o Congresso Nacional aprovou, em outubro, a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos até 2027. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o projeto, alegando inconstitucionalidade, mas em 14 de dezembro, o veto foi derrubado em nova votação com ampla maioria de senadores e deputados.

Desde a edição da MP, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vem sendo pressionado a rejeitar a iniciativa e a devolver a MP para o Executivo. Porém, ele disse na semana passada que conversaria com o ministro Fernando Haddad antes de tomar uma decisão.

Roscoe afirma que a revisão da tributação de compras em sites estrangeiros era “inexorável” por ter criado uma assimetria que prejudica o comércio e a indústria local. O tema ganhou relevância no ano passado, mas perdeu tração após Haddad recuar da tributação. A primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, foi às redes sociais contra a iniciativa da Fazenda.

“O impacto é ainda maior porque ainda tem muita coisa entrando sem controle”, disse o empresário. “A Receita sempre joga para baixo (as projeções) para procurar novas fontes (de arrecadação). O impacto é de pelo menos R$ 15 bilhões com uma queda de 45% nas compras, o que eu já acho improvável.”

Roscoe afirmou que a tributação federal de 28% ainda é inferior ao considerado paritário para o setor produtivo, que requisita 60%, mas já inicia o debate. Ele refuta ainda a classificação dessas compras como de “pequeno valor”.

“O valor não é baixo. Dá uns R$ 250, o que, sem impostos, dá uns R$ 500. Quase tudo o que a gente compra no dia a dia é menos do que isso”, afirmou.

Estudo elaborado pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) concluiu que a tributação das compras de valor inferior a US$ 50 em sites estrangeiros pode gerar uma arrecadação maior do que a projetada pelo governo. Os números da entidade empresarial giram em torno de R$ 14,6 bilhões, no cenário mais negativo, e R$ 19,1 bilhões, no mais positivo, o suficiente para compensar a desoneração da folha de pagamentos.

O estudo se baseia em projeção feita pela Receita Federal no ano passado, aplicando a alíquota de 28% sobre os produtos. Em virtude de uma esperada queda nas compras, em decorrência da aplicação da tributação hoje zerada, a Receita estimou uma arrecadação de R$ 2,8 bilhões (em caso de 30% de queda nas compras).

Se as compras caíssem ainda mais, em um cenário de 70% de queda, a arrecadação seria de R$ 1,23 bilhão.

Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, afirma que o número da Receita está subestimado e não considera uma eventual troca do consumo feito hoje nos sites estrangeiros por produtos fabricados no Brasil.

Governo e Congresso cogitam impor a tributação para financiar a desoneração da folha de pagamentos Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Se o consumo nesses sites cair 50%, o que eu não acredito que vá acontecer, a arrecadação sobe, mas não tanto. Haverá a ativação do consumo interno, que vai arrecadar mais. São dois movimentos”, disse o empresário. “Hoje, nem a embalagem, nem logística, nada fica no Brasil. Tudo vem de fora. É uma prática nociva.”

Pelos cálculos da Fiemg, se o comércio por meio desses sites não cair, mesmo com a tributação, a arrecadação extra será de R$ 19,1 bilhões. Já se cair 45% (cenário mais adverso), a arrecadação seria de R$ 10,5 bilhões. Outros R$ 4,1 bilhões viriam dos impostos recolhidos pela troca por produtos domésticos.

“No pior cenário, estamos apurando uma arrecadação extra de R$ 15 bilhões para o governo”, afirmou.

Os números consideram uma alíquota de 28% de tributos federais sobre um volume de US$ 13,1 bilhões em compras de até US$ 50 em sites estrangeiros. O valor foi verificado em 2022 e corresponde a R$ 68,2 bilhões (com a taxa de câmbio média de R$ 5,22 naquele ano), advindo apenas dos sites que participam atualmente do programa Remessa Conforme, da Receita Federal.

No segundo semestre do ano passado, a Receita registrou uma queda de 34% nas compras de pequeno valor de sites no exterior e credita esse movimento à incidência de ICMS (imposto estadual), que passou a ter uma alíquota padrão de 17%. Se prosperar a fixação de uma alíquota federal de 28%, a tributação total subiria para 45%.

“Não acredito que a queda tenha sido pelo (aumento do) valor da mercadoria, mas pela inclusão de mais uma etapa no ato da compra. Não é pelos 17%, mas pelo fator psicológico (da tributação). E acredito que ele já se deu todo naquele momento”, avaliou Roscoe.

O governo e o Congresso cogitam impor a tributação para financiar a desoneração da folha de pagamentos, que, segundo informações do Ministério da Fazenda, custará R$ 16 bilhões em 2024 e não consta do Orçamento. A projeção é que a desoneração dos 17 setores econômicos atendidos pelo programa custa R$ 12 bilhões, e a de pequenas prefeituras, outros R$ 4 bilhões.

Na véspera do ano-novo, o governo baixou uma medida provisória revogando a política e instituindo, a partir de 1º de abril, uma reoneração gradual dos setores atendidos. Os municípios foram excluídos do benefício.

A iniciativa gerou reação tanto no setor produtivo quanto no meio político. Isso porque o Congresso Nacional aprovou, em outubro, a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos até 2027. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o projeto, alegando inconstitucionalidade, mas em 14 de dezembro, o veto foi derrubado em nova votação com ampla maioria de senadores e deputados.

Desde a edição da MP, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vem sendo pressionado a rejeitar a iniciativa e a devolver a MP para o Executivo. Porém, ele disse na semana passada que conversaria com o ministro Fernando Haddad antes de tomar uma decisão.

Roscoe afirma que a revisão da tributação de compras em sites estrangeiros era “inexorável” por ter criado uma assimetria que prejudica o comércio e a indústria local. O tema ganhou relevância no ano passado, mas perdeu tração após Haddad recuar da tributação. A primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, foi às redes sociais contra a iniciativa da Fazenda.

“O impacto é ainda maior porque ainda tem muita coisa entrando sem controle”, disse o empresário. “A Receita sempre joga para baixo (as projeções) para procurar novas fontes (de arrecadação). O impacto é de pelo menos R$ 15 bilhões com uma queda de 45% nas compras, o que eu já acho improvável.”

Roscoe afirmou que a tributação federal de 28% ainda é inferior ao considerado paritário para o setor produtivo, que requisita 60%, mas já inicia o debate. Ele refuta ainda a classificação dessas compras como de “pequeno valor”.

“O valor não é baixo. Dá uns R$ 250, o que, sem impostos, dá uns R$ 500. Quase tudo o que a gente compra no dia a dia é menos do que isso”, afirmou.

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