Americanas: Lemann, Sicupira e Telles propõem aporte de R$ 7 bilhões na varejista


Para credores, proposta ‘não resolve nada’, e reunião realizada nesta quinta para discutir a dívida foi considerada infrutífera

Por Altamiro Silva Junior, Matheus Piovesana e Talita Nascimento
Atualização:

Terminou sem progresso a reunião entre a Americanas e os bancos credores da companhia, segundo apurou o Estadão/Broadcast com fontes que pediram anonimato. O trio de acionistas de referência - Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira - propôs um aporte de R$ 7 bilhões na companhia, considerado insuficiente pelas instituições financeiras.

“Propuseram um aporte de R$ 7 bilhões, o que não resolve nada...”, disse um executivo a par das discussões. O valor é muito próximo aos R$ 6 bilhões propostos pelos três desde o começo do escândalo contábil envolvendo a varejista. Os bancos consideram que a empresa precisaria de ao menos R$ 15 bilhões para se manter de pé. Alguns credores já falam em até R$ 20 bilhões.

Entre os bancos, que se reuniram com representantes da empresa na manhã desta quinta-feira, 16, a proposta gerou revolta - e um deles abandonou a reunião no meio, de acordo com relatos. A mesma impressão veio de outros bancos, que consideraram, em avaliações feitas reservadamente ao Broadcast/Estadão, que seria impossível negociar com essa proposta.

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Ainda de acordo com fontes, os três também acenaram com uma proposta de desconto (haircut) sobre o valor de face das dívidas, o que é comum em processos de recuperação judicial. De todo modo, a percepção entre banqueiros é de que não houve progresso. Um deles qualificou inclusive como “retrocesso” a discussão desta manhã.

Aporte de R$ 7 bilhões, proposto pelo trio de acionistas de referência, é considerado insuficiente pelas instituições financeiras.  Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Havia a expectativa de que a reunião trouxesse avanço nas negociações, até pelo convite ter sido feito a diretores financeiros e presidentes de instituições financeiras. O encontro foi marcado pelo banco Rotschild, que assessora o trio no caso, e veio após uma série de reuniões individuais com os bancos credores, também infrutíferas.

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Nova versão

A Americanas apresentou nesta quinta-feira, 16, uma versão repaginada da proposta que, ao longo do último mês, não havia sido aceita pelos bancos, os maiores credores da companhia. Em resumo, a empresa receberia R$ 7 bilhões de seus três principais acionistas, e os credores financeiros converteriam outros R$ 18 bilhões que têm a receber em ações, ou seja, virariam sócios da rede de varejo. Além disso, a Americanas recompraria R$ 12 bilhões em dívidas. Entre os bancos, o clima com a proposta é de frustração e revolta - teve até banco que deixou a reunião antes do fim. Do lado da companhia, ainda há a perspectiva de algum acordo.

Os R$ 7 bilhões propostos hoje incluem R$ 1 bilhão do empréstimo DIP - modalidade de crédito para empresas em recuperação judicial. Na semana passada, a Justiça autorizou a Americanas a tomar estes recursos e o trio de sócios se comprometeu a colocar R$ 1 bilhão.

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Já os R$ 18 bilhões da conversão da dívida incluiriam não apenas as instituições financeiras, mas também outros credores financeiros, como os detentores de debêntures (títulos de dívida). Uma parte da conversão se daria via ações, e outra parte, através de dívida subordinada, segundo comunicado da Americanas.

A empresa propôs ainda recomprar R$ 12 bilhões da dívida, mas não está claro com que recursos. Hoje a companhia vive uma situação de caixa difícil. Boa parte dos recursos com os quais a Americanas contava foram capturados por bancos credores e seguem, até agora, indisponíveis para a companhia, seja em posse dessas instituições ou em depósitos judiciais. O crédito secou. Sem conseguir fazer antecipação de recebíveis de vendas já realizadas, a empresa tem de usar o caixa que resta para negociar mercadorias à vista, ou em prazos apertados com fornecedores.

Ou seja, não há R$ 12 bilhões sobrando. Uma possibilidade especulada é que essa recompra seja feita por meio de algum outro CNPJ do trio de investidores de referência ou de fundos especializados em comprar dívida com problemas.

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Participaram dos encontros de hoje o sócio do Rothschild, Luiz Muniz, que está assessorando da Americanas, e o sócio da 3G, Roberto Thompson, que representou o trio. A primeira reunião começou às 8h30, reuniu os principais credores e durou cerca de duas horas.

Expectativa baixa

Os bancos já separaram R$ 11,3 bilhões para cobrir o rombo da Americanas. Bradesco e Itaú fizeram provisões equivalentes a todos os empréstimos que ainda tinham a receber, ou seja, classificaram a varejista como um cliente que não vai pagar nada. Sem citar a Americanas nominalmente, executivos das instituições qualificaram o caso como fraude em coletivas de imprensa e teleconferências com o mercado nos últimos dias.

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Nos bastidores, interlocutores da companhia avaliam que, apesar de dura, a negociação teve avanços e que devem ter novidades em breve. Um acordo nunca teria deixado de ser possível, apesar de estar vez ou outra longe da realidade. Quem defende um consenso acredita que, desde o início, esse deveria ser o caminho adotado. No entanto, o ataque das instituições financeiras ao caixa da companhia teria tornado a busca por proteção na Justiça inevitável.

Terminou sem progresso a reunião entre a Americanas e os bancos credores da companhia, segundo apurou o Estadão/Broadcast com fontes que pediram anonimato. O trio de acionistas de referência - Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira - propôs um aporte de R$ 7 bilhões na companhia, considerado insuficiente pelas instituições financeiras.

“Propuseram um aporte de R$ 7 bilhões, o que não resolve nada...”, disse um executivo a par das discussões. O valor é muito próximo aos R$ 6 bilhões propostos pelos três desde o começo do escândalo contábil envolvendo a varejista. Os bancos consideram que a empresa precisaria de ao menos R$ 15 bilhões para se manter de pé. Alguns credores já falam em até R$ 20 bilhões.

Entre os bancos, que se reuniram com representantes da empresa na manhã desta quinta-feira, 16, a proposta gerou revolta - e um deles abandonou a reunião no meio, de acordo com relatos. A mesma impressão veio de outros bancos, que consideraram, em avaliações feitas reservadamente ao Broadcast/Estadão, que seria impossível negociar com essa proposta.

Ainda de acordo com fontes, os três também acenaram com uma proposta de desconto (haircut) sobre o valor de face das dívidas, o que é comum em processos de recuperação judicial. De todo modo, a percepção entre banqueiros é de que não houve progresso. Um deles qualificou inclusive como “retrocesso” a discussão desta manhã.

Aporte de R$ 7 bilhões, proposto pelo trio de acionistas de referência, é considerado insuficiente pelas instituições financeiras.  Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Havia a expectativa de que a reunião trouxesse avanço nas negociações, até pelo convite ter sido feito a diretores financeiros e presidentes de instituições financeiras. O encontro foi marcado pelo banco Rotschild, que assessora o trio no caso, e veio após uma série de reuniões individuais com os bancos credores, também infrutíferas.

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A Americanas apresentou nesta quinta-feira, 16, uma versão repaginada da proposta que, ao longo do último mês, não havia sido aceita pelos bancos, os maiores credores da companhia. Em resumo, a empresa receberia R$ 7 bilhões de seus três principais acionistas, e os credores financeiros converteriam outros R$ 18 bilhões que têm a receber em ações, ou seja, virariam sócios da rede de varejo. Além disso, a Americanas recompraria R$ 12 bilhões em dívidas. Entre os bancos, o clima com a proposta é de frustração e revolta - teve até banco que deixou a reunião antes do fim. Do lado da companhia, ainda há a perspectiva de algum acordo.

Os R$ 7 bilhões propostos hoje incluem R$ 1 bilhão do empréstimo DIP - modalidade de crédito para empresas em recuperação judicial. Na semana passada, a Justiça autorizou a Americanas a tomar estes recursos e o trio de sócios se comprometeu a colocar R$ 1 bilhão.

Já os R$ 18 bilhões da conversão da dívida incluiriam não apenas as instituições financeiras, mas também outros credores financeiros, como os detentores de debêntures (títulos de dívida). Uma parte da conversão se daria via ações, e outra parte, através de dívida subordinada, segundo comunicado da Americanas.

A empresa propôs ainda recomprar R$ 12 bilhões da dívida, mas não está claro com que recursos. Hoje a companhia vive uma situação de caixa difícil. Boa parte dos recursos com os quais a Americanas contava foram capturados por bancos credores e seguem, até agora, indisponíveis para a companhia, seja em posse dessas instituições ou em depósitos judiciais. O crédito secou. Sem conseguir fazer antecipação de recebíveis de vendas já realizadas, a empresa tem de usar o caixa que resta para negociar mercadorias à vista, ou em prazos apertados com fornecedores.

Ou seja, não há R$ 12 bilhões sobrando. Uma possibilidade especulada é que essa recompra seja feita por meio de algum outro CNPJ do trio de investidores de referência ou de fundos especializados em comprar dívida com problemas.

Participaram dos encontros de hoje o sócio do Rothschild, Luiz Muniz, que está assessorando da Americanas, e o sócio da 3G, Roberto Thompson, que representou o trio. A primeira reunião começou às 8h30, reuniu os principais credores e durou cerca de duas horas.

Expectativa baixa

Os bancos já separaram R$ 11,3 bilhões para cobrir o rombo da Americanas. Bradesco e Itaú fizeram provisões equivalentes a todos os empréstimos que ainda tinham a receber, ou seja, classificaram a varejista como um cliente que não vai pagar nada. Sem citar a Americanas nominalmente, executivos das instituições qualificaram o caso como fraude em coletivas de imprensa e teleconferências com o mercado nos últimos dias.

Nos bastidores, interlocutores da companhia avaliam que, apesar de dura, a negociação teve avanços e que devem ter novidades em breve. Um acordo nunca teria deixado de ser possível, apesar de estar vez ou outra longe da realidade. Quem defende um consenso acredita que, desde o início, esse deveria ser o caminho adotado. No entanto, o ataque das instituições financeiras ao caixa da companhia teria tornado a busca por proteção na Justiça inevitável.

Terminou sem progresso a reunião entre a Americanas e os bancos credores da companhia, segundo apurou o Estadão/Broadcast com fontes que pediram anonimato. O trio de acionistas de referência - Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira - propôs um aporte de R$ 7 bilhões na companhia, considerado insuficiente pelas instituições financeiras.

“Propuseram um aporte de R$ 7 bilhões, o que não resolve nada...”, disse um executivo a par das discussões. O valor é muito próximo aos R$ 6 bilhões propostos pelos três desde o começo do escândalo contábil envolvendo a varejista. Os bancos consideram que a empresa precisaria de ao menos R$ 15 bilhões para se manter de pé. Alguns credores já falam em até R$ 20 bilhões.

Entre os bancos, que se reuniram com representantes da empresa na manhã desta quinta-feira, 16, a proposta gerou revolta - e um deles abandonou a reunião no meio, de acordo com relatos. A mesma impressão veio de outros bancos, que consideraram, em avaliações feitas reservadamente ao Broadcast/Estadão, que seria impossível negociar com essa proposta.

Ainda de acordo com fontes, os três também acenaram com uma proposta de desconto (haircut) sobre o valor de face das dívidas, o que é comum em processos de recuperação judicial. De todo modo, a percepção entre banqueiros é de que não houve progresso. Um deles qualificou inclusive como “retrocesso” a discussão desta manhã.

Aporte de R$ 7 bilhões, proposto pelo trio de acionistas de referência, é considerado insuficiente pelas instituições financeiras.  Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Havia a expectativa de que a reunião trouxesse avanço nas negociações, até pelo convite ter sido feito a diretores financeiros e presidentes de instituições financeiras. O encontro foi marcado pelo banco Rotschild, que assessora o trio no caso, e veio após uma série de reuniões individuais com os bancos credores, também infrutíferas.

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A Americanas apresentou nesta quinta-feira, 16, uma versão repaginada da proposta que, ao longo do último mês, não havia sido aceita pelos bancos, os maiores credores da companhia. Em resumo, a empresa receberia R$ 7 bilhões de seus três principais acionistas, e os credores financeiros converteriam outros R$ 18 bilhões que têm a receber em ações, ou seja, virariam sócios da rede de varejo. Além disso, a Americanas recompraria R$ 12 bilhões em dívidas. Entre os bancos, o clima com a proposta é de frustração e revolta - teve até banco que deixou a reunião antes do fim. Do lado da companhia, ainda há a perspectiva de algum acordo.

Os R$ 7 bilhões propostos hoje incluem R$ 1 bilhão do empréstimo DIP - modalidade de crédito para empresas em recuperação judicial. Na semana passada, a Justiça autorizou a Americanas a tomar estes recursos e o trio de sócios se comprometeu a colocar R$ 1 bilhão.

Já os R$ 18 bilhões da conversão da dívida incluiriam não apenas as instituições financeiras, mas também outros credores financeiros, como os detentores de debêntures (títulos de dívida). Uma parte da conversão se daria via ações, e outra parte, através de dívida subordinada, segundo comunicado da Americanas.

A empresa propôs ainda recomprar R$ 12 bilhões da dívida, mas não está claro com que recursos. Hoje a companhia vive uma situação de caixa difícil. Boa parte dos recursos com os quais a Americanas contava foram capturados por bancos credores e seguem, até agora, indisponíveis para a companhia, seja em posse dessas instituições ou em depósitos judiciais. O crédito secou. Sem conseguir fazer antecipação de recebíveis de vendas já realizadas, a empresa tem de usar o caixa que resta para negociar mercadorias à vista, ou em prazos apertados com fornecedores.

Ou seja, não há R$ 12 bilhões sobrando. Uma possibilidade especulada é que essa recompra seja feita por meio de algum outro CNPJ do trio de investidores de referência ou de fundos especializados em comprar dívida com problemas.

Participaram dos encontros de hoje o sócio do Rothschild, Luiz Muniz, que está assessorando da Americanas, e o sócio da 3G, Roberto Thompson, que representou o trio. A primeira reunião começou às 8h30, reuniu os principais credores e durou cerca de duas horas.

Expectativa baixa

Os bancos já separaram R$ 11,3 bilhões para cobrir o rombo da Americanas. Bradesco e Itaú fizeram provisões equivalentes a todos os empréstimos que ainda tinham a receber, ou seja, classificaram a varejista como um cliente que não vai pagar nada. Sem citar a Americanas nominalmente, executivos das instituições qualificaram o caso como fraude em coletivas de imprensa e teleconferências com o mercado nos últimos dias.

Nos bastidores, interlocutores da companhia avaliam que, apesar de dura, a negociação teve avanços e que devem ter novidades em breve. Um acordo nunca teria deixado de ser possível, apesar de estar vez ou outra longe da realidade. Quem defende um consenso acredita que, desde o início, esse deveria ser o caminho adotado. No entanto, o ataque das instituições financeiras ao caixa da companhia teria tornado a busca por proteção na Justiça inevitável.

Terminou sem progresso a reunião entre a Americanas e os bancos credores da companhia, segundo apurou o Estadão/Broadcast com fontes que pediram anonimato. O trio de acionistas de referência - Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira - propôs um aporte de R$ 7 bilhões na companhia, considerado insuficiente pelas instituições financeiras.

“Propuseram um aporte de R$ 7 bilhões, o que não resolve nada...”, disse um executivo a par das discussões. O valor é muito próximo aos R$ 6 bilhões propostos pelos três desde o começo do escândalo contábil envolvendo a varejista. Os bancos consideram que a empresa precisaria de ao menos R$ 15 bilhões para se manter de pé. Alguns credores já falam em até R$ 20 bilhões.

Entre os bancos, que se reuniram com representantes da empresa na manhã desta quinta-feira, 16, a proposta gerou revolta - e um deles abandonou a reunião no meio, de acordo com relatos. A mesma impressão veio de outros bancos, que consideraram, em avaliações feitas reservadamente ao Broadcast/Estadão, que seria impossível negociar com essa proposta.

Ainda de acordo com fontes, os três também acenaram com uma proposta de desconto (haircut) sobre o valor de face das dívidas, o que é comum em processos de recuperação judicial. De todo modo, a percepção entre banqueiros é de que não houve progresso. Um deles qualificou inclusive como “retrocesso” a discussão desta manhã.

Aporte de R$ 7 bilhões, proposto pelo trio de acionistas de referência, é considerado insuficiente pelas instituições financeiras.  Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Havia a expectativa de que a reunião trouxesse avanço nas negociações, até pelo convite ter sido feito a diretores financeiros e presidentes de instituições financeiras. O encontro foi marcado pelo banco Rotschild, que assessora o trio no caso, e veio após uma série de reuniões individuais com os bancos credores, também infrutíferas.

Nova versão

A Americanas apresentou nesta quinta-feira, 16, uma versão repaginada da proposta que, ao longo do último mês, não havia sido aceita pelos bancos, os maiores credores da companhia. Em resumo, a empresa receberia R$ 7 bilhões de seus três principais acionistas, e os credores financeiros converteriam outros R$ 18 bilhões que têm a receber em ações, ou seja, virariam sócios da rede de varejo. Além disso, a Americanas recompraria R$ 12 bilhões em dívidas. Entre os bancos, o clima com a proposta é de frustração e revolta - teve até banco que deixou a reunião antes do fim. Do lado da companhia, ainda há a perspectiva de algum acordo.

Os R$ 7 bilhões propostos hoje incluem R$ 1 bilhão do empréstimo DIP - modalidade de crédito para empresas em recuperação judicial. Na semana passada, a Justiça autorizou a Americanas a tomar estes recursos e o trio de sócios se comprometeu a colocar R$ 1 bilhão.

Já os R$ 18 bilhões da conversão da dívida incluiriam não apenas as instituições financeiras, mas também outros credores financeiros, como os detentores de debêntures (títulos de dívida). Uma parte da conversão se daria via ações, e outra parte, através de dívida subordinada, segundo comunicado da Americanas.

A empresa propôs ainda recomprar R$ 12 bilhões da dívida, mas não está claro com que recursos. Hoje a companhia vive uma situação de caixa difícil. Boa parte dos recursos com os quais a Americanas contava foram capturados por bancos credores e seguem, até agora, indisponíveis para a companhia, seja em posse dessas instituições ou em depósitos judiciais. O crédito secou. Sem conseguir fazer antecipação de recebíveis de vendas já realizadas, a empresa tem de usar o caixa que resta para negociar mercadorias à vista, ou em prazos apertados com fornecedores.

Ou seja, não há R$ 12 bilhões sobrando. Uma possibilidade especulada é que essa recompra seja feita por meio de algum outro CNPJ do trio de investidores de referência ou de fundos especializados em comprar dívida com problemas.

Participaram dos encontros de hoje o sócio do Rothschild, Luiz Muniz, que está assessorando da Americanas, e o sócio da 3G, Roberto Thompson, que representou o trio. A primeira reunião começou às 8h30, reuniu os principais credores e durou cerca de duas horas.

Expectativa baixa

Os bancos já separaram R$ 11,3 bilhões para cobrir o rombo da Americanas. Bradesco e Itaú fizeram provisões equivalentes a todos os empréstimos que ainda tinham a receber, ou seja, classificaram a varejista como um cliente que não vai pagar nada. Sem citar a Americanas nominalmente, executivos das instituições qualificaram o caso como fraude em coletivas de imprensa e teleconferências com o mercado nos últimos dias.

Nos bastidores, interlocutores da companhia avaliam que, apesar de dura, a negociação teve avanços e que devem ter novidades em breve. Um acordo nunca teria deixado de ser possível, apesar de estar vez ou outra longe da realidade. Quem defende um consenso acredita que, desde o início, esse deveria ser o caminho adotado. No entanto, o ataque das instituições financeiras ao caixa da companhia teria tornado a busca por proteção na Justiça inevitável.

Terminou sem progresso a reunião entre a Americanas e os bancos credores da companhia, segundo apurou o Estadão/Broadcast com fontes que pediram anonimato. O trio de acionistas de referência - Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira - propôs um aporte de R$ 7 bilhões na companhia, considerado insuficiente pelas instituições financeiras.

“Propuseram um aporte de R$ 7 bilhões, o que não resolve nada...”, disse um executivo a par das discussões. O valor é muito próximo aos R$ 6 bilhões propostos pelos três desde o começo do escândalo contábil envolvendo a varejista. Os bancos consideram que a empresa precisaria de ao menos R$ 15 bilhões para se manter de pé. Alguns credores já falam em até R$ 20 bilhões.

Entre os bancos, que se reuniram com representantes da empresa na manhã desta quinta-feira, 16, a proposta gerou revolta - e um deles abandonou a reunião no meio, de acordo com relatos. A mesma impressão veio de outros bancos, que consideraram, em avaliações feitas reservadamente ao Broadcast/Estadão, que seria impossível negociar com essa proposta.

Ainda de acordo com fontes, os três também acenaram com uma proposta de desconto (haircut) sobre o valor de face das dívidas, o que é comum em processos de recuperação judicial. De todo modo, a percepção entre banqueiros é de que não houve progresso. Um deles qualificou inclusive como “retrocesso” a discussão desta manhã.

Aporte de R$ 7 bilhões, proposto pelo trio de acionistas de referência, é considerado insuficiente pelas instituições financeiras.  Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Havia a expectativa de que a reunião trouxesse avanço nas negociações, até pelo convite ter sido feito a diretores financeiros e presidentes de instituições financeiras. O encontro foi marcado pelo banco Rotschild, que assessora o trio no caso, e veio após uma série de reuniões individuais com os bancos credores, também infrutíferas.

Nova versão

A Americanas apresentou nesta quinta-feira, 16, uma versão repaginada da proposta que, ao longo do último mês, não havia sido aceita pelos bancos, os maiores credores da companhia. Em resumo, a empresa receberia R$ 7 bilhões de seus três principais acionistas, e os credores financeiros converteriam outros R$ 18 bilhões que têm a receber em ações, ou seja, virariam sócios da rede de varejo. Além disso, a Americanas recompraria R$ 12 bilhões em dívidas. Entre os bancos, o clima com a proposta é de frustração e revolta - teve até banco que deixou a reunião antes do fim. Do lado da companhia, ainda há a perspectiva de algum acordo.

Os R$ 7 bilhões propostos hoje incluem R$ 1 bilhão do empréstimo DIP - modalidade de crédito para empresas em recuperação judicial. Na semana passada, a Justiça autorizou a Americanas a tomar estes recursos e o trio de sócios se comprometeu a colocar R$ 1 bilhão.

Já os R$ 18 bilhões da conversão da dívida incluiriam não apenas as instituições financeiras, mas também outros credores financeiros, como os detentores de debêntures (títulos de dívida). Uma parte da conversão se daria via ações, e outra parte, através de dívida subordinada, segundo comunicado da Americanas.

A empresa propôs ainda recomprar R$ 12 bilhões da dívida, mas não está claro com que recursos. Hoje a companhia vive uma situação de caixa difícil. Boa parte dos recursos com os quais a Americanas contava foram capturados por bancos credores e seguem, até agora, indisponíveis para a companhia, seja em posse dessas instituições ou em depósitos judiciais. O crédito secou. Sem conseguir fazer antecipação de recebíveis de vendas já realizadas, a empresa tem de usar o caixa que resta para negociar mercadorias à vista, ou em prazos apertados com fornecedores.

Ou seja, não há R$ 12 bilhões sobrando. Uma possibilidade especulada é que essa recompra seja feita por meio de algum outro CNPJ do trio de investidores de referência ou de fundos especializados em comprar dívida com problemas.

Participaram dos encontros de hoje o sócio do Rothschild, Luiz Muniz, que está assessorando da Americanas, e o sócio da 3G, Roberto Thompson, que representou o trio. A primeira reunião começou às 8h30, reuniu os principais credores e durou cerca de duas horas.

Expectativa baixa

Os bancos já separaram R$ 11,3 bilhões para cobrir o rombo da Americanas. Bradesco e Itaú fizeram provisões equivalentes a todos os empréstimos que ainda tinham a receber, ou seja, classificaram a varejista como um cliente que não vai pagar nada. Sem citar a Americanas nominalmente, executivos das instituições qualificaram o caso como fraude em coletivas de imprensa e teleconferências com o mercado nos últimos dias.

Nos bastidores, interlocutores da companhia avaliam que, apesar de dura, a negociação teve avanços e que devem ter novidades em breve. Um acordo nunca teria deixado de ser possível, apesar de estar vez ou outra longe da realidade. Quem defende um consenso acredita que, desde o início, esse deveria ser o caminho adotado. No entanto, o ataque das instituições financeiras ao caixa da companhia teria tornado a busca por proteção na Justiça inevitável.

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