Trump cita aumento de importação de aço chinês pelo Brasil ao justificar tarifa de 25%


Documento afirma que, de 2022 a 2024, importações de países sujeitos a cotas, como Brasil, Argentina e Coreia do Sul, aumentaram 1,5 milhão de toneladas, mesmo com a demanda dos EUA caindo mais de 6,1 milhões de toneladas

Por Clayton Freitas
Atualização:

Entre os vários motivos que elencou para justificar a tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, o presidente Donald Trump citou o aumento na importação do produto chinês por parte do Brasil.

“As importações brasileiras de países com níveis significativos de excesso de capacidade, especificamente a China, cresceram tremendamente nos últimos anos, mais do que triplicando desde a instituição desse acordo de cotas”, cita a ordem executiva entitulada Adjusting Imports of Steel into The United States (Ajustando as Importações de Aço para os Estados Unidos).

Tarifa do aço pode prejudicar exportações brasileiras Foto: Daniel Teixeira/Estadão
continua após a publicidade

O texto do republicano é corroborado pelos números. Relatório do Instituto Aço Brasil indica aumento de 14,6% das importações brasileiras do produto chinês, passando de 2,89 milhões de toneladas em 2023 para 3,3 milhões de toneladas no ano passado. Os dados indicam que a China é o maior exportador do produto para o Brasil.

Ainda segundo o enunciado da ordem executiva, a tarifa entra em vigor no dia 12 de março próximo. “Em meu julgamento, essas modificações são necessárias para abordar a parcela significativamente crescente de importações de artigos de aço e artigos de aço derivados dessas fontes, que ameaçam prejudicar a segurança nacional dos EUA”, escreve Trump.

O texto cita ainda que “à medida que a participação no mercado de importação de aço aumentou, o desempenho da indústria doméstica foi deprimido”.

continua após a publicidade

A ordem executiva traz o raciocínio de que países com cotas de exportação para os EUA foram inundados pela oferta do aço chinês, e, em vez de combater esse excesso de oferta no mercado global, despejaram mais de sua produção no país da América do Norte, prejudicando as empresas locais. “Esses acordos alternativos (de definições de cotas) não resultaram em ação suficiente por parte desses parceiros de comércio para lidar com a capacidade excessiva de não-mercado, causada principalmente pela China, ou em cooperação suficiente desses parceiros de comércio em questões como remédios transacionais e assuntos de alfândegas ou monitorando o comércio bilateral de aço”, escreve Trump.

Antes da medida anunciada por Trump, o Brasil era um dos países que estavam sujeitos a cotas, tais como a Argentina e a Coreia do Sul. Segundo o documento, de 2022 a 2024, as importações de produtos desses países aumentaram em aproximadamente 1,5 milhão de toneladas, mesmo com a demanda dos EUA diminuindo em mais de 6,1 milhões de toneladas durante o período. “A Argentina continuou a exportar aço para os Estados Unidos em quantidades insustentáveis, especialmente um aumento recente de produtos semiacabados”, cita o texto.

continua após a publicidade

O enunciado ainda aborda as importações de artigos de aço do Canadá e do México, que, segundo o texto, “aumentaram significativamente a níveis que mais uma vez ameaçam prejudicar a segurança nacional dos EUA.” O Canadá lidera a exportação de aço para os Estados Unidos, seguido do Brasil.

“Esses aumentos ocorreram enquanto as autoridades desses países apoiavam produtores não competitivos com subsídios e outras intervenções que exacerbaram a crise global de excesso de capacidade”, cita o texto.

Outro argumento é o de aumento das exportações de aço pela China. “Ao mesmo tempo, as exportações de aço da República Popular da China (China) aumentaram recentemente, ultrapassando 114 milhões de toneladas até novembro de 2024, ao mesmo tempo que deslocam a produção em outros países e os forçam a exportar maiores volumes de artigos de aço e artigos de aço derivados para os Estados Unidos”, cita o texto.

continua após a publicidade

Ainda segundo a ordem executiva assinada por Trump, houve elevação de importações de aço e alumínio por parte dos países que os Estados Unidos firmaram acordos de cotas (o volume total comprado desses países passou de 74% em 2018 para 82% 2024). “Enquanto as importações de países sujeitos a restrições quantitativas permanecem elevadas, independentemente das mudanças nas condições de demanda dos EUA e dos investimentos substanciais feitos para expandir as capacidades da indústria doméstica”, menciona.

Impactos

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ainda discute os impactos da medida com um núcleo reduzido do governo. Para o setor do alumínio, os produtos brasileiros irão se tornar menos atrativos comercialmente com as tarifas.

continua após a publicidade

Já as siderúrgicas com grande potencial de perdas na exportação são a ArcelorMittal e a Ternium, fabricantes de aço semi-acabado (placas); de outro, a CSN, que vende produtos laminados de alto valor agregado no mercado americano, com material enviado da sua usina em Volta Redonda (RJ) para seu centro de distribuição local. Já a Gerdau pode se beneficiar com esse cenário, segundo avaliações de analistas. /Com Carlos Eduardo Valim

Entre os vários motivos que elencou para justificar a tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, o presidente Donald Trump citou o aumento na importação do produto chinês por parte do Brasil.

“As importações brasileiras de países com níveis significativos de excesso de capacidade, especificamente a China, cresceram tremendamente nos últimos anos, mais do que triplicando desde a instituição desse acordo de cotas”, cita a ordem executiva entitulada Adjusting Imports of Steel into The United States (Ajustando as Importações de Aço para os Estados Unidos).

Tarifa do aço pode prejudicar exportações brasileiras Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O texto do republicano é corroborado pelos números. Relatório do Instituto Aço Brasil indica aumento de 14,6% das importações brasileiras do produto chinês, passando de 2,89 milhões de toneladas em 2023 para 3,3 milhões de toneladas no ano passado. Os dados indicam que a China é o maior exportador do produto para o Brasil.

Ainda segundo o enunciado da ordem executiva, a tarifa entra em vigor no dia 12 de março próximo. “Em meu julgamento, essas modificações são necessárias para abordar a parcela significativamente crescente de importações de artigos de aço e artigos de aço derivados dessas fontes, que ameaçam prejudicar a segurança nacional dos EUA”, escreve Trump.

O texto cita ainda que “à medida que a participação no mercado de importação de aço aumentou, o desempenho da indústria doméstica foi deprimido”.

A ordem executiva traz o raciocínio de que países com cotas de exportação para os EUA foram inundados pela oferta do aço chinês, e, em vez de combater esse excesso de oferta no mercado global, despejaram mais de sua produção no país da América do Norte, prejudicando as empresas locais. “Esses acordos alternativos (de definições de cotas) não resultaram em ação suficiente por parte desses parceiros de comércio para lidar com a capacidade excessiva de não-mercado, causada principalmente pela China, ou em cooperação suficiente desses parceiros de comércio em questões como remédios transacionais e assuntos de alfândegas ou monitorando o comércio bilateral de aço”, escreve Trump.

Antes da medida anunciada por Trump, o Brasil era um dos países que estavam sujeitos a cotas, tais como a Argentina e a Coreia do Sul. Segundo o documento, de 2022 a 2024, as importações de produtos desses países aumentaram em aproximadamente 1,5 milhão de toneladas, mesmo com a demanda dos EUA diminuindo em mais de 6,1 milhões de toneladas durante o período. “A Argentina continuou a exportar aço para os Estados Unidos em quantidades insustentáveis, especialmente um aumento recente de produtos semiacabados”, cita o texto.

O enunciado ainda aborda as importações de artigos de aço do Canadá e do México, que, segundo o texto, “aumentaram significativamente a níveis que mais uma vez ameaçam prejudicar a segurança nacional dos EUA.” O Canadá lidera a exportação de aço para os Estados Unidos, seguido do Brasil.

“Esses aumentos ocorreram enquanto as autoridades desses países apoiavam produtores não competitivos com subsídios e outras intervenções que exacerbaram a crise global de excesso de capacidade”, cita o texto.

Outro argumento é o de aumento das exportações de aço pela China. “Ao mesmo tempo, as exportações de aço da República Popular da China (China) aumentaram recentemente, ultrapassando 114 milhões de toneladas até novembro de 2024, ao mesmo tempo que deslocam a produção em outros países e os forçam a exportar maiores volumes de artigos de aço e artigos de aço derivados para os Estados Unidos”, cita o texto.

Ainda segundo a ordem executiva assinada por Trump, houve elevação de importações de aço e alumínio por parte dos países que os Estados Unidos firmaram acordos de cotas (o volume total comprado desses países passou de 74% em 2018 para 82% 2024). “Enquanto as importações de países sujeitos a restrições quantitativas permanecem elevadas, independentemente das mudanças nas condições de demanda dos EUA e dos investimentos substanciais feitos para expandir as capacidades da indústria doméstica”, menciona.

Impactos

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ainda discute os impactos da medida com um núcleo reduzido do governo. Para o setor do alumínio, os produtos brasileiros irão se tornar menos atrativos comercialmente com as tarifas.

Já as siderúrgicas com grande potencial de perdas na exportação são a ArcelorMittal e a Ternium, fabricantes de aço semi-acabado (placas); de outro, a CSN, que vende produtos laminados de alto valor agregado no mercado americano, com material enviado da sua usina em Volta Redonda (RJ) para seu centro de distribuição local. Já a Gerdau pode se beneficiar com esse cenário, segundo avaliações de analistas. /Com Carlos Eduardo Valim

Entre os vários motivos que elencou para justificar a tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, o presidente Donald Trump citou o aumento na importação do produto chinês por parte do Brasil.

“As importações brasileiras de países com níveis significativos de excesso de capacidade, especificamente a China, cresceram tremendamente nos últimos anos, mais do que triplicando desde a instituição desse acordo de cotas”, cita a ordem executiva entitulada Adjusting Imports of Steel into The United States (Ajustando as Importações de Aço para os Estados Unidos).

Tarifa do aço pode prejudicar exportações brasileiras Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O texto do republicano é corroborado pelos números. Relatório do Instituto Aço Brasil indica aumento de 14,6% das importações brasileiras do produto chinês, passando de 2,89 milhões de toneladas em 2023 para 3,3 milhões de toneladas no ano passado. Os dados indicam que a China é o maior exportador do produto para o Brasil.

Ainda segundo o enunciado da ordem executiva, a tarifa entra em vigor no dia 12 de março próximo. “Em meu julgamento, essas modificações são necessárias para abordar a parcela significativamente crescente de importações de artigos de aço e artigos de aço derivados dessas fontes, que ameaçam prejudicar a segurança nacional dos EUA”, escreve Trump.

O texto cita ainda que “à medida que a participação no mercado de importação de aço aumentou, o desempenho da indústria doméstica foi deprimido”.

A ordem executiva traz o raciocínio de que países com cotas de exportação para os EUA foram inundados pela oferta do aço chinês, e, em vez de combater esse excesso de oferta no mercado global, despejaram mais de sua produção no país da América do Norte, prejudicando as empresas locais. “Esses acordos alternativos (de definições de cotas) não resultaram em ação suficiente por parte desses parceiros de comércio para lidar com a capacidade excessiva de não-mercado, causada principalmente pela China, ou em cooperação suficiente desses parceiros de comércio em questões como remédios transacionais e assuntos de alfândegas ou monitorando o comércio bilateral de aço”, escreve Trump.

Antes da medida anunciada por Trump, o Brasil era um dos países que estavam sujeitos a cotas, tais como a Argentina e a Coreia do Sul. Segundo o documento, de 2022 a 2024, as importações de produtos desses países aumentaram em aproximadamente 1,5 milhão de toneladas, mesmo com a demanda dos EUA diminuindo em mais de 6,1 milhões de toneladas durante o período. “A Argentina continuou a exportar aço para os Estados Unidos em quantidades insustentáveis, especialmente um aumento recente de produtos semiacabados”, cita o texto.

O enunciado ainda aborda as importações de artigos de aço do Canadá e do México, que, segundo o texto, “aumentaram significativamente a níveis que mais uma vez ameaçam prejudicar a segurança nacional dos EUA.” O Canadá lidera a exportação de aço para os Estados Unidos, seguido do Brasil.

“Esses aumentos ocorreram enquanto as autoridades desses países apoiavam produtores não competitivos com subsídios e outras intervenções que exacerbaram a crise global de excesso de capacidade”, cita o texto.

Outro argumento é o de aumento das exportações de aço pela China. “Ao mesmo tempo, as exportações de aço da República Popular da China (China) aumentaram recentemente, ultrapassando 114 milhões de toneladas até novembro de 2024, ao mesmo tempo que deslocam a produção em outros países e os forçam a exportar maiores volumes de artigos de aço e artigos de aço derivados para os Estados Unidos”, cita o texto.

Ainda segundo a ordem executiva assinada por Trump, houve elevação de importações de aço e alumínio por parte dos países que os Estados Unidos firmaram acordos de cotas (o volume total comprado desses países passou de 74% em 2018 para 82% 2024). “Enquanto as importações de países sujeitos a restrições quantitativas permanecem elevadas, independentemente das mudanças nas condições de demanda dos EUA e dos investimentos substanciais feitos para expandir as capacidades da indústria doméstica”, menciona.

Impactos

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ainda discute os impactos da medida com um núcleo reduzido do governo. Para o setor do alumínio, os produtos brasileiros irão se tornar menos atrativos comercialmente com as tarifas.

Já as siderúrgicas com grande potencial de perdas na exportação são a ArcelorMittal e a Ternium, fabricantes de aço semi-acabado (placas); de outro, a CSN, que vende produtos laminados de alto valor agregado no mercado americano, com material enviado da sua usina em Volta Redonda (RJ) para seu centro de distribuição local. Já a Gerdau pode se beneficiar com esse cenário, segundo avaliações de analistas. /Com Carlos Eduardo Valim

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.