Uruguai e China iniciarão nos próximos dias as negociações para assinar um tratado de livre-comércio (TLC), após ter sido concluído de maneira "positiva" o estudo de viabilidade que estava sendo feito por ambos os países.
O anúncio foi feito na quarta-feira, 13, pelo presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, durante uma entrevista coletiva realizada na Torre Executiva em Montevidéu, onde também destacou a posição do país sul-americano de "abertura ao mundo". "Vocês sabem bem que desde que este governo tomou posse, apesar da pandemia, temos tido uma política de relações exteriores de ligações com o mundo com uma vocação claramente aberta", comentou o mandatário.
Lacalle Pou disse também que o acordo alcançado é "benéfico para ambos os países" e que nos próximos dias as equipes do governo uruguaio entrarão em contato com os chineses para iniciar conversas para o tratado. "Os acordos significam prosperidade, oportunidades e trabalho. O nosso sonho desde o início do governo é tentar vender, comercializar os produtos, matérias-primas, produtos industrializados e tecnologia do nosso país", destacou Lacalle Pou.
O presidente havia tornado público em setembro de 2021 que Uruguai e China pretendiam avançar em um acordo com estas características, apesar da posição do Mercosul de não permitir que os países negociem acordos fora do bloco. Quando questionado sobre isto na entrevista coletiva, Lacalle Pou disse que o ministro das Relações Exteriores, Francisco Bustillo, já tinha comunicado aos chanceleres ou embaixadores de Argentina, Brasil e Paraguai.
"Em todas as cúpulas do Mercosul e em todos os casos que tivemos, reafirmamos a vocação de abertura do Uruguai. Isto não contraria nem se opõe à adesão ao bloco", comentou o mandatário. "Do nosso ponto de vista e com as regras internacionais em vigor no Mercosul, temos o direito de seguir em frente. Sempre dissemos que não queremos avançar sozinhos, todos sabemos o peso que o Mercosul tem nas dimensões demográfica e econômica para avançarmos juntos. O que o Uruguai não estava preparado para fazer era ficar parado", acrescentou./EFE