Vale expande produção de areia sustentável e projeta 2 milhões de toneladas em 2023


Mineradora vende sua areia como insumo para o setor de construção civil, em substituição à areia de leito de rio ou de minas dedicadas

Por Gabriel Vasconcelos

RIO - A Vale vai ampliar a produção de areia extraída do rejeito da mineração ao mesmo tempo em que busca melhorar o produto. A companhia expandiu a atividade para uma segunda mina e planeja coprocessar, ao todo, 2 milhões de toneladas (Mt) dessa areia em 2023. É o dobro do volume a ser realizado este ano e oito vezes o registrado em 2021 (250 mil toneladas), quando o projeto ganhou escala comercial.

Mais de 90% das 1 milhão de toneladas que a Vale vai produzir este ano virá da operação consolidada na mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), município 90 quilômetros a leste de Belo Horizonte (MG). O restante vai sair da operação recém-inaugurada na mina de Viga, em Congonhas (MG), a mesma distância, mas ao sul da capital mineira.

Viga deve produzir 85 mil toneladas de areia até o fim do ano e 185 mil toneladas em 2023, para só depois alcançar a capacidade máxima de 200 mil t/ano, informou a Vale ao Estadão/Broadcast. A escolha se deve às condições naturais da mina, entre composição mineral mais favorável e granulometria maior, além da integração com a malha ferroviária da MRS, que permite escoar a produção para os mercados de Rio e São Paulo. Esses mercados eram pouco acessados pela areia de Brucutu, mais restrita a Minas e Espírito Santo.

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Mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG) 

Foco em sustentabilidade

A Vale vende sua areia como insumo para o setor de construção civil, em substituição à areia de leito de rio ou de minas dedicadas. Uma pequena parte da produção é doada a projetos de prefeituras. A mineradora não revela os montantes envolvidos, mas diz praticar preços alinhados ao mercado brasileiro. Para efeito de comparação, enquanto a companhia mira os 2 milhões t/ano, o País consome cerca de 320 milhões de toneladas por ano com oferta confortável.

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A escalada de volume vai ampliar as receitas da unidade de negócio. Mas como areia tem baixo valor agregado ante o minério de ferro, além de outras limitações como oferta abundante e custo de transporte que esmaga ainda mais as margens, a centralidade da operação está em seu caráter ESG (ambiental, social e de governança na sigla em inglês), diz a engenheira de desenvolvimento de produtos responsável, Laís Resende.

De fato, o reaproveitamento da areia contida no rejeito corrente da Vale torna a cadeia de produção do minério de ferro mais sustentável e evita passivos ambientais à frente. Isso graças à redução no volume de resíduo que ainda é acumulado em barragens ativas ou empilhado a seco após a retirada da água. A relação é de um para um: cada tonelada de areia produzida significa uma tonelada a menos de rejeito a ser administrado pela Vale.

Em que pesem as limitações do negócio, Rezende diz haver espaço para torná-lo financeiramente atrativo nos próximos anos. A companhia já investiu mais de R$ 50 milhões em pesquisas desde 2014 e mantém os trabalhos para aprimorar o produto. O objetivo é permitir primeiro uma inserção mais valorizada no mercado de construção civil e, depois, a fabricação de produtos mais elaborados, como quartzo e vidro. Até o momento, diz Rezende, pelo menos a metade da produção de areia da Vale serviu à pavimentação, menos exigente.

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Areia de melhor qualidade

A areia de Viga incrementa a produção, mas também valoriza o portfólio da companhia por ser mais pura em sílica e ter grãos maiores. “Pelas características geológicas da mina e com a tecnologia aplicada, desenvolvemos uma areia mais grossa, com baixa presença de partículas finas e alto teor de pureza, tendo na composição entre 89% e 98% de sílica e menos de 7% de teor de ferro”, disse o gerente de operações de Viga, Jean Menezes ao Broadcast.

Essas características, diz Rezende, permitem uso mais amplo na receita de materiais como concreto. Até então, a areia da Vale compunha entre 30% e 50% do volume de areia da mistura, sendo misturada com materiais mais graúdos e exigindo quantidades maiores de cimento. Com a nova areia, a Vale informou que já realiza testes desse material com produtores de concreto e argamassa em toda a região Sudeste, com escoamento entre os estados por ferrovia.

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Tecnologia

O rejeito padrão da atividade de mineração da Vale tem entre 50% e 60% de volume de sílica porque ainda guarda excesso de ferro, diz Menezes. Ampliar o teor de sílica desse resíduo para a casa dos 80% ou 90% significa separar o ferro com mais eficiência, o que também turbina os volumes minerados. Para isso a Vale adquiriu tecnologia que quase triplicou a intensidade da concentração magnética, processo de atração do ferro diluído em água, nas minas em que se produz areia.

Os concentradores magnéticos são grelhas com espessura de 20 centímetros por cujas seções passa o fluido de terra ferrosa acrescido de água. O rejeito passa direto, no que o ferro fica retido e as estruturas giram para descarregá-lo. Em seguida esse rejeito passa por processos de retirada da umidade, filtragem e peneiramento para se adequar às exigências físicas do produto final.

RIO - A Vale vai ampliar a produção de areia extraída do rejeito da mineração ao mesmo tempo em que busca melhorar o produto. A companhia expandiu a atividade para uma segunda mina e planeja coprocessar, ao todo, 2 milhões de toneladas (Mt) dessa areia em 2023. É o dobro do volume a ser realizado este ano e oito vezes o registrado em 2021 (250 mil toneladas), quando o projeto ganhou escala comercial.

Mais de 90% das 1 milhão de toneladas que a Vale vai produzir este ano virá da operação consolidada na mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), município 90 quilômetros a leste de Belo Horizonte (MG). O restante vai sair da operação recém-inaugurada na mina de Viga, em Congonhas (MG), a mesma distância, mas ao sul da capital mineira.

Viga deve produzir 85 mil toneladas de areia até o fim do ano e 185 mil toneladas em 2023, para só depois alcançar a capacidade máxima de 200 mil t/ano, informou a Vale ao Estadão/Broadcast. A escolha se deve às condições naturais da mina, entre composição mineral mais favorável e granulometria maior, além da integração com a malha ferroviária da MRS, que permite escoar a produção para os mercados de Rio e São Paulo. Esses mercados eram pouco acessados pela areia de Brucutu, mais restrita a Minas e Espírito Santo.

Mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG) 

Foco em sustentabilidade

A Vale vende sua areia como insumo para o setor de construção civil, em substituição à areia de leito de rio ou de minas dedicadas. Uma pequena parte da produção é doada a projetos de prefeituras. A mineradora não revela os montantes envolvidos, mas diz praticar preços alinhados ao mercado brasileiro. Para efeito de comparação, enquanto a companhia mira os 2 milhões t/ano, o País consome cerca de 320 milhões de toneladas por ano com oferta confortável.

A escalada de volume vai ampliar as receitas da unidade de negócio. Mas como areia tem baixo valor agregado ante o minério de ferro, além de outras limitações como oferta abundante e custo de transporte que esmaga ainda mais as margens, a centralidade da operação está em seu caráter ESG (ambiental, social e de governança na sigla em inglês), diz a engenheira de desenvolvimento de produtos responsável, Laís Resende.

De fato, o reaproveitamento da areia contida no rejeito corrente da Vale torna a cadeia de produção do minério de ferro mais sustentável e evita passivos ambientais à frente. Isso graças à redução no volume de resíduo que ainda é acumulado em barragens ativas ou empilhado a seco após a retirada da água. A relação é de um para um: cada tonelada de areia produzida significa uma tonelada a menos de rejeito a ser administrado pela Vale.

Em que pesem as limitações do negócio, Rezende diz haver espaço para torná-lo financeiramente atrativo nos próximos anos. A companhia já investiu mais de R$ 50 milhões em pesquisas desde 2014 e mantém os trabalhos para aprimorar o produto. O objetivo é permitir primeiro uma inserção mais valorizada no mercado de construção civil e, depois, a fabricação de produtos mais elaborados, como quartzo e vidro. Até o momento, diz Rezende, pelo menos a metade da produção de areia da Vale serviu à pavimentação, menos exigente.

Areia de melhor qualidade

A areia de Viga incrementa a produção, mas também valoriza o portfólio da companhia por ser mais pura em sílica e ter grãos maiores. “Pelas características geológicas da mina e com a tecnologia aplicada, desenvolvemos uma areia mais grossa, com baixa presença de partículas finas e alto teor de pureza, tendo na composição entre 89% e 98% de sílica e menos de 7% de teor de ferro”, disse o gerente de operações de Viga, Jean Menezes ao Broadcast.

Essas características, diz Rezende, permitem uso mais amplo na receita de materiais como concreto. Até então, a areia da Vale compunha entre 30% e 50% do volume de areia da mistura, sendo misturada com materiais mais graúdos e exigindo quantidades maiores de cimento. Com a nova areia, a Vale informou que já realiza testes desse material com produtores de concreto e argamassa em toda a região Sudeste, com escoamento entre os estados por ferrovia.

Tecnologia

O rejeito padrão da atividade de mineração da Vale tem entre 50% e 60% de volume de sílica porque ainda guarda excesso de ferro, diz Menezes. Ampliar o teor de sílica desse resíduo para a casa dos 80% ou 90% significa separar o ferro com mais eficiência, o que também turbina os volumes minerados. Para isso a Vale adquiriu tecnologia que quase triplicou a intensidade da concentração magnética, processo de atração do ferro diluído em água, nas minas em que se produz areia.

Os concentradores magnéticos são grelhas com espessura de 20 centímetros por cujas seções passa o fluido de terra ferrosa acrescido de água. O rejeito passa direto, no que o ferro fica retido e as estruturas giram para descarregá-lo. Em seguida esse rejeito passa por processos de retirada da umidade, filtragem e peneiramento para se adequar às exigências físicas do produto final.

RIO - A Vale vai ampliar a produção de areia extraída do rejeito da mineração ao mesmo tempo em que busca melhorar o produto. A companhia expandiu a atividade para uma segunda mina e planeja coprocessar, ao todo, 2 milhões de toneladas (Mt) dessa areia em 2023. É o dobro do volume a ser realizado este ano e oito vezes o registrado em 2021 (250 mil toneladas), quando o projeto ganhou escala comercial.

Mais de 90% das 1 milhão de toneladas que a Vale vai produzir este ano virá da operação consolidada na mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), município 90 quilômetros a leste de Belo Horizonte (MG). O restante vai sair da operação recém-inaugurada na mina de Viga, em Congonhas (MG), a mesma distância, mas ao sul da capital mineira.

Viga deve produzir 85 mil toneladas de areia até o fim do ano e 185 mil toneladas em 2023, para só depois alcançar a capacidade máxima de 200 mil t/ano, informou a Vale ao Estadão/Broadcast. A escolha se deve às condições naturais da mina, entre composição mineral mais favorável e granulometria maior, além da integração com a malha ferroviária da MRS, que permite escoar a produção para os mercados de Rio e São Paulo. Esses mercados eram pouco acessados pela areia de Brucutu, mais restrita a Minas e Espírito Santo.

Mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG) 

Foco em sustentabilidade

A Vale vende sua areia como insumo para o setor de construção civil, em substituição à areia de leito de rio ou de minas dedicadas. Uma pequena parte da produção é doada a projetos de prefeituras. A mineradora não revela os montantes envolvidos, mas diz praticar preços alinhados ao mercado brasileiro. Para efeito de comparação, enquanto a companhia mira os 2 milhões t/ano, o País consome cerca de 320 milhões de toneladas por ano com oferta confortável.

A escalada de volume vai ampliar as receitas da unidade de negócio. Mas como areia tem baixo valor agregado ante o minério de ferro, além de outras limitações como oferta abundante e custo de transporte que esmaga ainda mais as margens, a centralidade da operação está em seu caráter ESG (ambiental, social e de governança na sigla em inglês), diz a engenheira de desenvolvimento de produtos responsável, Laís Resende.

De fato, o reaproveitamento da areia contida no rejeito corrente da Vale torna a cadeia de produção do minério de ferro mais sustentável e evita passivos ambientais à frente. Isso graças à redução no volume de resíduo que ainda é acumulado em barragens ativas ou empilhado a seco após a retirada da água. A relação é de um para um: cada tonelada de areia produzida significa uma tonelada a menos de rejeito a ser administrado pela Vale.

Em que pesem as limitações do negócio, Rezende diz haver espaço para torná-lo financeiramente atrativo nos próximos anos. A companhia já investiu mais de R$ 50 milhões em pesquisas desde 2014 e mantém os trabalhos para aprimorar o produto. O objetivo é permitir primeiro uma inserção mais valorizada no mercado de construção civil e, depois, a fabricação de produtos mais elaborados, como quartzo e vidro. Até o momento, diz Rezende, pelo menos a metade da produção de areia da Vale serviu à pavimentação, menos exigente.

Areia de melhor qualidade

A areia de Viga incrementa a produção, mas também valoriza o portfólio da companhia por ser mais pura em sílica e ter grãos maiores. “Pelas características geológicas da mina e com a tecnologia aplicada, desenvolvemos uma areia mais grossa, com baixa presença de partículas finas e alto teor de pureza, tendo na composição entre 89% e 98% de sílica e menos de 7% de teor de ferro”, disse o gerente de operações de Viga, Jean Menezes ao Broadcast.

Essas características, diz Rezende, permitem uso mais amplo na receita de materiais como concreto. Até então, a areia da Vale compunha entre 30% e 50% do volume de areia da mistura, sendo misturada com materiais mais graúdos e exigindo quantidades maiores de cimento. Com a nova areia, a Vale informou que já realiza testes desse material com produtores de concreto e argamassa em toda a região Sudeste, com escoamento entre os estados por ferrovia.

Tecnologia

O rejeito padrão da atividade de mineração da Vale tem entre 50% e 60% de volume de sílica porque ainda guarda excesso de ferro, diz Menezes. Ampliar o teor de sílica desse resíduo para a casa dos 80% ou 90% significa separar o ferro com mais eficiência, o que também turbina os volumes minerados. Para isso a Vale adquiriu tecnologia que quase triplicou a intensidade da concentração magnética, processo de atração do ferro diluído em água, nas minas em que se produz areia.

Os concentradores magnéticos são grelhas com espessura de 20 centímetros por cujas seções passa o fluido de terra ferrosa acrescido de água. O rejeito passa direto, no que o ferro fica retido e as estruturas giram para descarregá-lo. Em seguida esse rejeito passa por processos de retirada da umidade, filtragem e peneiramento para se adequar às exigências físicas do produto final.

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