Vale discute saída antecipada de Eduardo Bartolomeo após anúncio de novo CEO; entenda


Atual presidente será substituído por Gustavo Pimenta, cuja escolha também foi anunciada antes do previsto; vice-presidência de Relações Institucionais deverá ser recriada

Por Mariana Carneiro e Ivo Ribeiro

BRASÍLIA E SÃO PAULO – A antecipação da saída do atual presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, do cargo entrou no radar dos acionistas da companhia após o processo de escolha do substituto ter sido antecipado em cerca de dois meses.

Procurada, a empresa não se manifestou.

O atual vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores, Gustavo Pimenta, foi escolhido em 26 de agosto para suceder Bartolomeo. No cronograma oficial da empresa, divulgado em maio, o nome do sucessor só seria fechado no fim de outubro para anúncio no Vale Day, em 3 de dezembro. Bartolomeo ainda ficaria no cargo até o fim de dezembro.

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Pessoas próximas aos acionistas dizem, no entanto, não haver motivos para manter “dois presidentes” simultaneamente no comando da empresa por tanto tempo. Por isso, já se debate Bartolomeo ser substituído seguindo a mesma lógica: dois meses antes do inicialmente previsto, ou seja, possivelmente em outubro.

Gustavo Pimenta, atual vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Vale, foi eleito como próximo presidente da companhia Foto: Divulgação/Vale

Gustavo Pimenta já deu início ao plano de transição e deverá fazer trocas nas vice-presidências, mas isso só deverá ocorrer após a formalização dele no cargo de CEO. Também se espera que o executivo se apresente pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um gesto para pacificar a relação da Vale com o governo federal, inflamada no processo de sucessão.

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Lula queria que a empresa fosse comandada pelo ex-ministro Guido Mantega e acionou auxiliares para a missão de colocá-lo no posto.

A iniciativa não prosperou diante de travas na governança da Vale, que hoje tem o controle mais disperso — nenhum acionista tem mais do que 10% do capital da companhia. Outros intentos do governo apareceram durante o processo de sucessão, como a tentativa de emplacar nomes ligados aos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), mas tampouco deram resultado.

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No mês passado, durante o processo de seleção de nomes levados pela empresa de recrutamento Russell Reynolds, conselheiros deliberaram de forma unânime que Gustavo Pimenta cumpria os requisitos para o posto. E, uma vez escolhido, decidiram acelerar o anúncio do nome dele para evitar novos ruídos de Brasília no processo de seleção.

Dessa forma, Pimenta foi consagrado antes do tempo regulamentar, abrindo a discussão para que ele também assuma mais cedo o cargo de presidente. Na Vale, a leitura é a de que é preciso virar a página e começar a trabalhar na nova fase da companhia.

O executivo já recebeu metas a cumprir, entre as quais melhorar o diálogo da empresa com Brasília e com os atores nos Estados onde a Vale atua. Essa era uma das debilidades de Bartolomeo no cargo e um dos motivos que levaram à troca.

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Pimenta foi escolhido, segundo pessoas ligadas à direção da companhia, por ser considerado um executivo com perfil estratégico, de vivência internacional e com grande capacidade de lidar com governos e outros atores. Sua capacidade de comunicação é mencionada como um dos pontos centrais na sua escolha.

O Estadão apurou que uma de suas diretrizes será reativar a diretoria de Relações Institucionais, que havia sido incorporada à área jurídica no ano passado, com a saída de Luís Eduardo Osório da empresa.

A área desde então tornou-se uma das atribuições de Alexandre Silva D’Ambrosio, vice-presidente de Assuntos Corporativos e Institucionais.

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Segundo informações de pessoas que acompanham a rotina na Vale, a junção das duas áreas gerou um conflito entre ações que são de natureza institucional com ações da área jurídica, o que não deu certo. Isso deixou a Vale, e seu presidente, vulneráveis nesse campo.

Dessa forma, é dado como certo que, sob Pimenta, essa área voltará a ter vida própria, sob o comando de um executivo específico e perfil para o cargo, com capacidade de negociação política.

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Além de depender de concessões, licenças e autorizações públicas para operar, a Vale tem assuntos espinhosos pendentes de resolução com o governo federal, como a conclusão do acordo sobre o desastre de Mariana (MG) e a rediscussão do valor da renovação de outorgas em ferrovias.

A avaliação é que Pimenta vai precisar de uma vice-presidência forte nessa área, que lhe dê anteparo e habilidade para interlocuções com agentes de governos e instituições.

A leitura é que o novo CEO não terá dificuldade diante dessa e de outras mudanças, pois conta com uma boa relação com os integrantes do conselho de administração, que devem aprovar as mudanças nas vice-presidências, e também com acionistas da companhia.

BRASÍLIA E SÃO PAULO – A antecipação da saída do atual presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, do cargo entrou no radar dos acionistas da companhia após o processo de escolha do substituto ter sido antecipado em cerca de dois meses.

Procurada, a empresa não se manifestou.

O atual vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores, Gustavo Pimenta, foi escolhido em 26 de agosto para suceder Bartolomeo. No cronograma oficial da empresa, divulgado em maio, o nome do sucessor só seria fechado no fim de outubro para anúncio no Vale Day, em 3 de dezembro. Bartolomeo ainda ficaria no cargo até o fim de dezembro.

Pessoas próximas aos acionistas dizem, no entanto, não haver motivos para manter “dois presidentes” simultaneamente no comando da empresa por tanto tempo. Por isso, já se debate Bartolomeo ser substituído seguindo a mesma lógica: dois meses antes do inicialmente previsto, ou seja, possivelmente em outubro.

Gustavo Pimenta, atual vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Vale, foi eleito como próximo presidente da companhia Foto: Divulgação/Vale

Gustavo Pimenta já deu início ao plano de transição e deverá fazer trocas nas vice-presidências, mas isso só deverá ocorrer após a formalização dele no cargo de CEO. Também se espera que o executivo se apresente pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um gesto para pacificar a relação da Vale com o governo federal, inflamada no processo de sucessão.

Lula queria que a empresa fosse comandada pelo ex-ministro Guido Mantega e acionou auxiliares para a missão de colocá-lo no posto.

A iniciativa não prosperou diante de travas na governança da Vale, que hoje tem o controle mais disperso — nenhum acionista tem mais do que 10% do capital da companhia. Outros intentos do governo apareceram durante o processo de sucessão, como a tentativa de emplacar nomes ligados aos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), mas tampouco deram resultado.

No mês passado, durante o processo de seleção de nomes levados pela empresa de recrutamento Russell Reynolds, conselheiros deliberaram de forma unânime que Gustavo Pimenta cumpria os requisitos para o posto. E, uma vez escolhido, decidiram acelerar o anúncio do nome dele para evitar novos ruídos de Brasília no processo de seleção.

Dessa forma, Pimenta foi consagrado antes do tempo regulamentar, abrindo a discussão para que ele também assuma mais cedo o cargo de presidente. Na Vale, a leitura é a de que é preciso virar a página e começar a trabalhar na nova fase da companhia.

O executivo já recebeu metas a cumprir, entre as quais melhorar o diálogo da empresa com Brasília e com os atores nos Estados onde a Vale atua. Essa era uma das debilidades de Bartolomeo no cargo e um dos motivos que levaram à troca.

Pimenta foi escolhido, segundo pessoas ligadas à direção da companhia, por ser considerado um executivo com perfil estratégico, de vivência internacional e com grande capacidade de lidar com governos e outros atores. Sua capacidade de comunicação é mencionada como um dos pontos centrais na sua escolha.

O Estadão apurou que uma de suas diretrizes será reativar a diretoria de Relações Institucionais, que havia sido incorporada à área jurídica no ano passado, com a saída de Luís Eduardo Osório da empresa.

A área desde então tornou-se uma das atribuições de Alexandre Silva D’Ambrosio, vice-presidente de Assuntos Corporativos e Institucionais.

Segundo informações de pessoas que acompanham a rotina na Vale, a junção das duas áreas gerou um conflito entre ações que são de natureza institucional com ações da área jurídica, o que não deu certo. Isso deixou a Vale, e seu presidente, vulneráveis nesse campo.

Dessa forma, é dado como certo que, sob Pimenta, essa área voltará a ter vida própria, sob o comando de um executivo específico e perfil para o cargo, com capacidade de negociação política.

Além de depender de concessões, licenças e autorizações públicas para operar, a Vale tem assuntos espinhosos pendentes de resolução com o governo federal, como a conclusão do acordo sobre o desastre de Mariana (MG) e a rediscussão do valor da renovação de outorgas em ferrovias.

A avaliação é que Pimenta vai precisar de uma vice-presidência forte nessa área, que lhe dê anteparo e habilidade para interlocuções com agentes de governos e instituições.

A leitura é que o novo CEO não terá dificuldade diante dessa e de outras mudanças, pois conta com uma boa relação com os integrantes do conselho de administração, que devem aprovar as mudanças nas vice-presidências, e também com acionistas da companhia.

BRASÍLIA E SÃO PAULO – A antecipação da saída do atual presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, do cargo entrou no radar dos acionistas da companhia após o processo de escolha do substituto ter sido antecipado em cerca de dois meses.

Procurada, a empresa não se manifestou.

O atual vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores, Gustavo Pimenta, foi escolhido em 26 de agosto para suceder Bartolomeo. No cronograma oficial da empresa, divulgado em maio, o nome do sucessor só seria fechado no fim de outubro para anúncio no Vale Day, em 3 de dezembro. Bartolomeo ainda ficaria no cargo até o fim de dezembro.

Pessoas próximas aos acionistas dizem, no entanto, não haver motivos para manter “dois presidentes” simultaneamente no comando da empresa por tanto tempo. Por isso, já se debate Bartolomeo ser substituído seguindo a mesma lógica: dois meses antes do inicialmente previsto, ou seja, possivelmente em outubro.

Gustavo Pimenta, atual vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Vale, foi eleito como próximo presidente da companhia Foto: Divulgação/Vale

Gustavo Pimenta já deu início ao plano de transição e deverá fazer trocas nas vice-presidências, mas isso só deverá ocorrer após a formalização dele no cargo de CEO. Também se espera que o executivo se apresente pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um gesto para pacificar a relação da Vale com o governo federal, inflamada no processo de sucessão.

Lula queria que a empresa fosse comandada pelo ex-ministro Guido Mantega e acionou auxiliares para a missão de colocá-lo no posto.

A iniciativa não prosperou diante de travas na governança da Vale, que hoje tem o controle mais disperso — nenhum acionista tem mais do que 10% do capital da companhia. Outros intentos do governo apareceram durante o processo de sucessão, como a tentativa de emplacar nomes ligados aos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), mas tampouco deram resultado.

No mês passado, durante o processo de seleção de nomes levados pela empresa de recrutamento Russell Reynolds, conselheiros deliberaram de forma unânime que Gustavo Pimenta cumpria os requisitos para o posto. E, uma vez escolhido, decidiram acelerar o anúncio do nome dele para evitar novos ruídos de Brasília no processo de seleção.

Dessa forma, Pimenta foi consagrado antes do tempo regulamentar, abrindo a discussão para que ele também assuma mais cedo o cargo de presidente. Na Vale, a leitura é a de que é preciso virar a página e começar a trabalhar na nova fase da companhia.

O executivo já recebeu metas a cumprir, entre as quais melhorar o diálogo da empresa com Brasília e com os atores nos Estados onde a Vale atua. Essa era uma das debilidades de Bartolomeo no cargo e um dos motivos que levaram à troca.

Pimenta foi escolhido, segundo pessoas ligadas à direção da companhia, por ser considerado um executivo com perfil estratégico, de vivência internacional e com grande capacidade de lidar com governos e outros atores. Sua capacidade de comunicação é mencionada como um dos pontos centrais na sua escolha.

O Estadão apurou que uma de suas diretrizes será reativar a diretoria de Relações Institucionais, que havia sido incorporada à área jurídica no ano passado, com a saída de Luís Eduardo Osório da empresa.

A área desde então tornou-se uma das atribuições de Alexandre Silva D’Ambrosio, vice-presidente de Assuntos Corporativos e Institucionais.

Segundo informações de pessoas que acompanham a rotina na Vale, a junção das duas áreas gerou um conflito entre ações que são de natureza institucional com ações da área jurídica, o que não deu certo. Isso deixou a Vale, e seu presidente, vulneráveis nesse campo.

Dessa forma, é dado como certo que, sob Pimenta, essa área voltará a ter vida própria, sob o comando de um executivo específico e perfil para o cargo, com capacidade de negociação política.

Além de depender de concessões, licenças e autorizações públicas para operar, a Vale tem assuntos espinhosos pendentes de resolução com o governo federal, como a conclusão do acordo sobre o desastre de Mariana (MG) e a rediscussão do valor da renovação de outorgas em ferrovias.

A avaliação é que Pimenta vai precisar de uma vice-presidência forte nessa área, que lhe dê anteparo e habilidade para interlocuções com agentes de governos e instituições.

A leitura é que o novo CEO não terá dificuldade diante dessa e de outras mudanças, pois conta com uma boa relação com os integrantes do conselho de administração, que devem aprovar as mudanças nas vice-presidências, e também com acionistas da companhia.

BRASÍLIA E SÃO PAULO – A antecipação da saída do atual presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, do cargo entrou no radar dos acionistas da companhia após o processo de escolha do substituto ter sido antecipado em cerca de dois meses.

Procurada, a empresa não se manifestou.

O atual vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores, Gustavo Pimenta, foi escolhido em 26 de agosto para suceder Bartolomeo. No cronograma oficial da empresa, divulgado em maio, o nome do sucessor só seria fechado no fim de outubro para anúncio no Vale Day, em 3 de dezembro. Bartolomeo ainda ficaria no cargo até o fim de dezembro.

Pessoas próximas aos acionistas dizem, no entanto, não haver motivos para manter “dois presidentes” simultaneamente no comando da empresa por tanto tempo. Por isso, já se debate Bartolomeo ser substituído seguindo a mesma lógica: dois meses antes do inicialmente previsto, ou seja, possivelmente em outubro.

Gustavo Pimenta, atual vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Vale, foi eleito como próximo presidente da companhia Foto: Divulgação/Vale

Gustavo Pimenta já deu início ao plano de transição e deverá fazer trocas nas vice-presidências, mas isso só deverá ocorrer após a formalização dele no cargo de CEO. Também se espera que o executivo se apresente pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um gesto para pacificar a relação da Vale com o governo federal, inflamada no processo de sucessão.

Lula queria que a empresa fosse comandada pelo ex-ministro Guido Mantega e acionou auxiliares para a missão de colocá-lo no posto.

A iniciativa não prosperou diante de travas na governança da Vale, que hoje tem o controle mais disperso — nenhum acionista tem mais do que 10% do capital da companhia. Outros intentos do governo apareceram durante o processo de sucessão, como a tentativa de emplacar nomes ligados aos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), mas tampouco deram resultado.

No mês passado, durante o processo de seleção de nomes levados pela empresa de recrutamento Russell Reynolds, conselheiros deliberaram de forma unânime que Gustavo Pimenta cumpria os requisitos para o posto. E, uma vez escolhido, decidiram acelerar o anúncio do nome dele para evitar novos ruídos de Brasília no processo de seleção.

Dessa forma, Pimenta foi consagrado antes do tempo regulamentar, abrindo a discussão para que ele também assuma mais cedo o cargo de presidente. Na Vale, a leitura é a de que é preciso virar a página e começar a trabalhar na nova fase da companhia.

O executivo já recebeu metas a cumprir, entre as quais melhorar o diálogo da empresa com Brasília e com os atores nos Estados onde a Vale atua. Essa era uma das debilidades de Bartolomeo no cargo e um dos motivos que levaram à troca.

Pimenta foi escolhido, segundo pessoas ligadas à direção da companhia, por ser considerado um executivo com perfil estratégico, de vivência internacional e com grande capacidade de lidar com governos e outros atores. Sua capacidade de comunicação é mencionada como um dos pontos centrais na sua escolha.

O Estadão apurou que uma de suas diretrizes será reativar a diretoria de Relações Institucionais, que havia sido incorporada à área jurídica no ano passado, com a saída de Luís Eduardo Osório da empresa.

A área desde então tornou-se uma das atribuições de Alexandre Silva D’Ambrosio, vice-presidente de Assuntos Corporativos e Institucionais.

Segundo informações de pessoas que acompanham a rotina na Vale, a junção das duas áreas gerou um conflito entre ações que são de natureza institucional com ações da área jurídica, o que não deu certo. Isso deixou a Vale, e seu presidente, vulneráveis nesse campo.

Dessa forma, é dado como certo que, sob Pimenta, essa área voltará a ter vida própria, sob o comando de um executivo específico e perfil para o cargo, com capacidade de negociação política.

Além de depender de concessões, licenças e autorizações públicas para operar, a Vale tem assuntos espinhosos pendentes de resolução com o governo federal, como a conclusão do acordo sobre o desastre de Mariana (MG) e a rediscussão do valor da renovação de outorgas em ferrovias.

A avaliação é que Pimenta vai precisar de uma vice-presidência forte nessa área, que lhe dê anteparo e habilidade para interlocuções com agentes de governos e instituições.

A leitura é que o novo CEO não terá dificuldade diante dessa e de outras mudanças, pois conta com uma boa relação com os integrantes do conselho de administração, que devem aprovar as mudanças nas vice-presidências, e também com acionistas da companhia.

BRASÍLIA E SÃO PAULO – A antecipação da saída do atual presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, do cargo entrou no radar dos acionistas da companhia após o processo de escolha do substituto ter sido antecipado em cerca de dois meses.

Procurada, a empresa não se manifestou.

O atual vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores, Gustavo Pimenta, foi escolhido em 26 de agosto para suceder Bartolomeo. No cronograma oficial da empresa, divulgado em maio, o nome do sucessor só seria fechado no fim de outubro para anúncio no Vale Day, em 3 de dezembro. Bartolomeo ainda ficaria no cargo até o fim de dezembro.

Pessoas próximas aos acionistas dizem, no entanto, não haver motivos para manter “dois presidentes” simultaneamente no comando da empresa por tanto tempo. Por isso, já se debate Bartolomeo ser substituído seguindo a mesma lógica: dois meses antes do inicialmente previsto, ou seja, possivelmente em outubro.

Gustavo Pimenta, atual vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Vale, foi eleito como próximo presidente da companhia Foto: Divulgação/Vale

Gustavo Pimenta já deu início ao plano de transição e deverá fazer trocas nas vice-presidências, mas isso só deverá ocorrer após a formalização dele no cargo de CEO. Também se espera que o executivo se apresente pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um gesto para pacificar a relação da Vale com o governo federal, inflamada no processo de sucessão.

Lula queria que a empresa fosse comandada pelo ex-ministro Guido Mantega e acionou auxiliares para a missão de colocá-lo no posto.

A iniciativa não prosperou diante de travas na governança da Vale, que hoje tem o controle mais disperso — nenhum acionista tem mais do que 10% do capital da companhia. Outros intentos do governo apareceram durante o processo de sucessão, como a tentativa de emplacar nomes ligados aos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), mas tampouco deram resultado.

No mês passado, durante o processo de seleção de nomes levados pela empresa de recrutamento Russell Reynolds, conselheiros deliberaram de forma unânime que Gustavo Pimenta cumpria os requisitos para o posto. E, uma vez escolhido, decidiram acelerar o anúncio do nome dele para evitar novos ruídos de Brasília no processo de seleção.

Dessa forma, Pimenta foi consagrado antes do tempo regulamentar, abrindo a discussão para que ele também assuma mais cedo o cargo de presidente. Na Vale, a leitura é a de que é preciso virar a página e começar a trabalhar na nova fase da companhia.

O executivo já recebeu metas a cumprir, entre as quais melhorar o diálogo da empresa com Brasília e com os atores nos Estados onde a Vale atua. Essa era uma das debilidades de Bartolomeo no cargo e um dos motivos que levaram à troca.

Pimenta foi escolhido, segundo pessoas ligadas à direção da companhia, por ser considerado um executivo com perfil estratégico, de vivência internacional e com grande capacidade de lidar com governos e outros atores. Sua capacidade de comunicação é mencionada como um dos pontos centrais na sua escolha.

O Estadão apurou que uma de suas diretrizes será reativar a diretoria de Relações Institucionais, que havia sido incorporada à área jurídica no ano passado, com a saída de Luís Eduardo Osório da empresa.

A área desde então tornou-se uma das atribuições de Alexandre Silva D’Ambrosio, vice-presidente de Assuntos Corporativos e Institucionais.

Segundo informações de pessoas que acompanham a rotina na Vale, a junção das duas áreas gerou um conflito entre ações que são de natureza institucional com ações da área jurídica, o que não deu certo. Isso deixou a Vale, e seu presidente, vulneráveis nesse campo.

Dessa forma, é dado como certo que, sob Pimenta, essa área voltará a ter vida própria, sob o comando de um executivo específico e perfil para o cargo, com capacidade de negociação política.

Além de depender de concessões, licenças e autorizações públicas para operar, a Vale tem assuntos espinhosos pendentes de resolução com o governo federal, como a conclusão do acordo sobre o desastre de Mariana (MG) e a rediscussão do valor da renovação de outorgas em ferrovias.

A avaliação é que Pimenta vai precisar de uma vice-presidência forte nessa área, que lhe dê anteparo e habilidade para interlocuções com agentes de governos e instituições.

A leitura é que o novo CEO não terá dificuldade diante dessa e de outras mudanças, pois conta com uma boa relação com os integrantes do conselho de administração, que devem aprovar as mudanças nas vice-presidências, e também com acionistas da companhia.

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