A diretora de energia e descarbonização da Vale, Ludmilla Nascimento, afirmou nesta terça-feira, 17, que a companhia atingirá até o final de 2023 a meta de consumo de energia pela empresa no Brasil exclusivamente por fontes renováveis. Anteriormente, a companhia havia informado que a meta seria atingida somente em 2025.
Segundo a executiva, a meta foi antecipada devido à implementação do novo projeto solar da Vale, o Sol do Cerrado, instalado no município de Jaíba, região norte de Minas Gerais, em novembro do ano passado.
O empreendimento, considerado um dos maiores parques de energia solar da América Latina, tem potência instalada de 766 Megawatts-pico, o equivalente ao consumo de uma cidade de 800 mil habitantes. Em julho de 2023, quando passou a operar em plena capacidade, a energia gerada no projeto passou a representar 16% de toda a energia consumida pela Vale no Brasil.
“Com esse volume, a gente já consegue todo o consumo que precisamos garantir que toda a energia que a gente usa vem de energia renovável”, afirmou ela durante o 24º Congresso IBGC, em São Paulo.
A executiva ainda destacou que só foi possível alcançar a meta unindo o volume de energia limpa gerado com o Projeto Sol do Cerrado associada a outros projetos que já compõem o portfólio da empresa, como os ativos de geração hidrelétricos e eólicos, de propriedade direta e indireta, localizados no Brasil, no Canadá e na Indonésia. “Estamos comprometidos em liderar a transição energética”, afirmou a diretora de energia e descarbonização da Vale.
Futuros planos da Vale
Durante o Congresso do IBGC, a companhia compartilhou alguns dos seus planos em negócios sustentáveis. Questionada sobre uma possível implementação de carros elétricos na frota da empresa, a diretora da Vale afirmou que esse tem sido um tópico de atenção para a empresa.
“Obviamente estamos estudando a eletrificação da frota e também um piloto de caminhão elétrico”, explicou. Ela também falou sobre um eventual investimento na extração de lítio, minério considerado essencial para as baterias e já apelidado de “ouro branco” no mercado sustentável devido à alta demanda.
Segundo a executiva, embora diversas empresas tenham o lítio como foco, para a Vale o cobre e o níquel são opções de interesse atualmente. “É uma oportunidade de negócios para nós”, afirmou, destacando que trazer os renováveis de forma “mais agressiva” para os negócios e fomentar o baixo carbono, seja via produtos competitivos ou outras tecnologias, é um dos focos da companhia atualmente.
Ainda no evento, Ludmilla comentou o uso do hidrogênio verde, considerado uma das maiores pautas da agência ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança), dentro da Vale.
“Não tem projeto atualmente. Estamos estudando projetos com parceiros para usar amônia nas ferrovias e que este parceiro faça esse desenvolvimento”, afirmou, destacando que o hidrogênio pode ser usado na Vale para substituir o diesel e na cadeia da siderurgia para substituir o gás natural.
Ao final da palestra, a executiva destacou que, para atingir as metas de descarbonização da empresa em 2030, é preciso um mix do uso de ferramentas atuais com novas tecnologias. Segundo ela, tecnologia e protótipos estão sendo desenvolvidos, destacando que para atingir as metas será preciso escalar estes projetos.
“Em 2030, ainda vamos estar usando combustíveis fósseis, mas em uma proporção muito menor”, afirmou.