Vale tem segunda renúncia de conselheiro no ano em meio à sucessão na presidência


Companhia informou saída de Vera Marie Inkster, sem detalhar motivos; em março, conselheiro criticou ‘nefasta influência política’ em processo de escolha de novo CEO

Por Redação

A Vale informou nesta segunda-feira, 1º, que Vera Marie Inkster renunciou ao cargo de membro do conselho de administração da empresa. Não foram apresentados os motivos para a decisão. Segundo a companhia, que está em processo de escolha de um novo CEO, o colegiado está trabalhando em sua substituição. Em momento oportuno, será convocada uma Assembleia-Geral para deliberar a respeito de sua recomposição, disse a mineradora.

É a segunda renúncia no conselho de administração da Vale neste ano. Em março, José Luciano Duarte Penido, conselheiro independente, escreveu uma carta após sua saída em que afirmava que o processo sucessório do comando da mineradora vinha sendo “conduzido de forma manipulada” e não atendia ao “melhor interesse da empresa”. Segundo ele, a companhia sofria “evidente e nefasta influência política”. A Vale divulgou um comunicado afirmando que seguia rigorosamente seu estatuto.

A renúncia desta segunda-feira causou apreensão ao mercado. Na avaliação do Citi, o episódio levanta importantes preocupações de governança corporativa. “Os acionistas da Vale são mais bem atendidos por um conselho independente, em nossa opinião. Ao mesmo tempo em que respeitamos o governo como uma parte interessada importante ao lado dos funcionários e das comunidades”, escrevem os analistas Alexander Hacking e Stefan Weskott, em relatório de atualização dos números da companhia. O banco mantém a recomendação de compra para as ações da Vale.

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Nesta segunda, os papéis da mineradora na Bolsa fecharam em alta de 1,48%. O desempenho contou com o apoio do minério, que subiu 2,5% em Dalian, na China. Exportadoras, de forma geral, têm se beneficiado também da escalada do dólar frente ao real.

Vale atravessa processo sucessório para definição de novo CEO Foto: FABIO MOTTA / ESTADÃO

Para analistas, a alta nas ações não foi mais expressiva devido à notícia da renúncia. Para a Ativa Investimentos, a saída foi mais um ruído negativo para o processo de sucessão que está ocorrendo na Vale. “A saída do segundo conselheiro em menos de quatro meses indica a existência de pensamentos muito diferentes na companhia e mostra que o dissenso segue prevalecendo em assuntos de interesse de seu conselho”, diz a Ativa.

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A Vale vem sendo alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No mês passado, o petista afirmou que a companhia foi “rifada” no processo de privatização e alegou não ser possível dialogar com a empresa. “Poderíamos ter aqui, do nosso lado, a Vale, que foi privatizada e rifada por 899 mil pequenos fundos, e que você não tem um dono para conversar, para discutir”, afirmou.

O processo para escolha do novo presidente da Vale, que sucederá Eduardo Bartolomeo a partir de 1º de janeiro de 2025, já foi lançado no mercado. Executivos de empresas começaram a ser sondados por consultorias de headhunting de renome internacional, segundo apurou o Estadão com pessoas próximas ao processo e especialistas. O cronograma de definição e contratação do novo comandante da mineradora está previsto para durar até o final de novembro. O governo chegou a tentar emplacar o nome do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o cargo, mas acabou recuando da ideia devido à repercussão negativa./Com Beth Moreira, Marcia Furlan e Júlia Pestana

A Vale informou nesta segunda-feira, 1º, que Vera Marie Inkster renunciou ao cargo de membro do conselho de administração da empresa. Não foram apresentados os motivos para a decisão. Segundo a companhia, que está em processo de escolha de um novo CEO, o colegiado está trabalhando em sua substituição. Em momento oportuno, será convocada uma Assembleia-Geral para deliberar a respeito de sua recomposição, disse a mineradora.

É a segunda renúncia no conselho de administração da Vale neste ano. Em março, José Luciano Duarte Penido, conselheiro independente, escreveu uma carta após sua saída em que afirmava que o processo sucessório do comando da mineradora vinha sendo “conduzido de forma manipulada” e não atendia ao “melhor interesse da empresa”. Segundo ele, a companhia sofria “evidente e nefasta influência política”. A Vale divulgou um comunicado afirmando que seguia rigorosamente seu estatuto.

A renúncia desta segunda-feira causou apreensão ao mercado. Na avaliação do Citi, o episódio levanta importantes preocupações de governança corporativa. “Os acionistas da Vale são mais bem atendidos por um conselho independente, em nossa opinião. Ao mesmo tempo em que respeitamos o governo como uma parte interessada importante ao lado dos funcionários e das comunidades”, escrevem os analistas Alexander Hacking e Stefan Weskott, em relatório de atualização dos números da companhia. O banco mantém a recomendação de compra para as ações da Vale.

Nesta segunda, os papéis da mineradora na Bolsa fecharam em alta de 1,48%. O desempenho contou com o apoio do minério, que subiu 2,5% em Dalian, na China. Exportadoras, de forma geral, têm se beneficiado também da escalada do dólar frente ao real.

Vale atravessa processo sucessório para definição de novo CEO Foto: FABIO MOTTA / ESTADÃO

Para analistas, a alta nas ações não foi mais expressiva devido à notícia da renúncia. Para a Ativa Investimentos, a saída foi mais um ruído negativo para o processo de sucessão que está ocorrendo na Vale. “A saída do segundo conselheiro em menos de quatro meses indica a existência de pensamentos muito diferentes na companhia e mostra que o dissenso segue prevalecendo em assuntos de interesse de seu conselho”, diz a Ativa.

A Vale vem sendo alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No mês passado, o petista afirmou que a companhia foi “rifada” no processo de privatização e alegou não ser possível dialogar com a empresa. “Poderíamos ter aqui, do nosso lado, a Vale, que foi privatizada e rifada por 899 mil pequenos fundos, e que você não tem um dono para conversar, para discutir”, afirmou.

O processo para escolha do novo presidente da Vale, que sucederá Eduardo Bartolomeo a partir de 1º de janeiro de 2025, já foi lançado no mercado. Executivos de empresas começaram a ser sondados por consultorias de headhunting de renome internacional, segundo apurou o Estadão com pessoas próximas ao processo e especialistas. O cronograma de definição e contratação do novo comandante da mineradora está previsto para durar até o final de novembro. O governo chegou a tentar emplacar o nome do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o cargo, mas acabou recuando da ideia devido à repercussão negativa./Com Beth Moreira, Marcia Furlan e Júlia Pestana

A Vale informou nesta segunda-feira, 1º, que Vera Marie Inkster renunciou ao cargo de membro do conselho de administração da empresa. Não foram apresentados os motivos para a decisão. Segundo a companhia, que está em processo de escolha de um novo CEO, o colegiado está trabalhando em sua substituição. Em momento oportuno, será convocada uma Assembleia-Geral para deliberar a respeito de sua recomposição, disse a mineradora.

É a segunda renúncia no conselho de administração da Vale neste ano. Em março, José Luciano Duarte Penido, conselheiro independente, escreveu uma carta após sua saída em que afirmava que o processo sucessório do comando da mineradora vinha sendo “conduzido de forma manipulada” e não atendia ao “melhor interesse da empresa”. Segundo ele, a companhia sofria “evidente e nefasta influência política”. A Vale divulgou um comunicado afirmando que seguia rigorosamente seu estatuto.

A renúncia desta segunda-feira causou apreensão ao mercado. Na avaliação do Citi, o episódio levanta importantes preocupações de governança corporativa. “Os acionistas da Vale são mais bem atendidos por um conselho independente, em nossa opinião. Ao mesmo tempo em que respeitamos o governo como uma parte interessada importante ao lado dos funcionários e das comunidades”, escrevem os analistas Alexander Hacking e Stefan Weskott, em relatório de atualização dos números da companhia. O banco mantém a recomendação de compra para as ações da Vale.

Nesta segunda, os papéis da mineradora na Bolsa fecharam em alta de 1,48%. O desempenho contou com o apoio do minério, que subiu 2,5% em Dalian, na China. Exportadoras, de forma geral, têm se beneficiado também da escalada do dólar frente ao real.

Vale atravessa processo sucessório para definição de novo CEO Foto: FABIO MOTTA / ESTADÃO

Para analistas, a alta nas ações não foi mais expressiva devido à notícia da renúncia. Para a Ativa Investimentos, a saída foi mais um ruído negativo para o processo de sucessão que está ocorrendo na Vale. “A saída do segundo conselheiro em menos de quatro meses indica a existência de pensamentos muito diferentes na companhia e mostra que o dissenso segue prevalecendo em assuntos de interesse de seu conselho”, diz a Ativa.

A Vale vem sendo alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No mês passado, o petista afirmou que a companhia foi “rifada” no processo de privatização e alegou não ser possível dialogar com a empresa. “Poderíamos ter aqui, do nosso lado, a Vale, que foi privatizada e rifada por 899 mil pequenos fundos, e que você não tem um dono para conversar, para discutir”, afirmou.

O processo para escolha do novo presidente da Vale, que sucederá Eduardo Bartolomeo a partir de 1º de janeiro de 2025, já foi lançado no mercado. Executivos de empresas começaram a ser sondados por consultorias de headhunting de renome internacional, segundo apurou o Estadão com pessoas próximas ao processo e especialistas. O cronograma de definição e contratação do novo comandante da mineradora está previsto para durar até o final de novembro. O governo chegou a tentar emplacar o nome do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o cargo, mas acabou recuando da ideia devido à repercussão negativa./Com Beth Moreira, Marcia Furlan e Júlia Pestana

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