A Vale vendeu suas operações de carvão térmico na Colômbia por US$ 407 milhões para a CPC, subsidiária da Colombian Natural Resources. Com a operação, a mineradora brasileira deu o pontapé inicial em seus planos de desinvestimento. "A venda das operações de carvão térmico na Colômbia é parte de nossos esforços contínuos de otimização do portfólio de ativos", disse a companhia, em comunicado.Desde que assumiu o comando da mineradora há um ano, Murilo Ferreira, já acenou com a possibilidade de vender a frota de supergraneleiros e ativos de petróleo e gás. Mas o movimento pode atingir até mesmo segmentos considerados prioritários, como o minério de ferro e fertilizantes. Recentemente, Ferreira admitiu que a companhia está reavaliando investimentos na Argentina e na Guiné, em função do atual cenário de incerteza econômica e política nos dois países. Juntos, os investimentos somam US$ 8,4 bilhões. A expectativa é que o estudo de viabilidade da mina de potássio Rio Colorado, na Argentina, fique pronto nas próximas semanas. Orçado em US$ 5,9 bilhões, o projeto foi concebido para produzir 4,3 milhões de toneladas por ano. A situação de Simandou, investimento de minério de ferro na Guiné, também é complicada. De um total previsto de US$ 2,5 bilhões, a mineradora já investiu US$ 500 milhões. O projeto segue parado por conta da nova legislação na Guiné, que obriga o governo a ter 15% de participação no projeto, com a possibilidade de adquirir mais 20% no futuro. Além disso, condiciona ainda uma fatia de 51% na operação logística. A expectativa é de que a Vale somente bata o martelo sobre o destino desse ativo após as eleições no país, em julho. A decisão de sair de carvão térmico foi anunciada há dez dias, quando executivos da empresa informaram que a prioridade era apenas investimentos em carvão metalúrgico. Analistas aguardam também para este ano solução para os ativos de petróleo e gás e para os supergraneleiros. MPF. O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública pedindo a suspensão das atividades em Onça Puma, unidade de níquel da Vale no Pará, até que a mineradora cumpra "as condicionantes de compensação e mitigação dos impactos sobre os índios Xikrin e Kayapó". O MPF quer a empresa pague "todos os danos materiais e morais causados aos índios nos últimos 2 anos, em que o empreendimento funcionou sem cumprir as medidas compensatórias". Segundo o MPF, o montante ultrapassaria R$ 1 milhão para cada comunidade afetada. / COLABOROU FERNANDA GUIMARÃES