Setores de varejo, bares e restaurantes se beneficiariam com a volta do horário de verão


Lojistas podem ampliar horário de funcionamento com o adiantamento dos relógios; medida pode aumentar faturamento dos negócios em alguns pontos porcentuais, segundo especialistas

Por Lucas Agrela
Atualização:

A volta do horário de verão está em discussão no Governo Federal para gerar economia de energia elétrica ao País, mas a medida pode também ampliar as vendas de alguns setores. Bares, restaurantes e varejistas de rua são os negócios que se beneficiariam da medida, extinta em 2019.

Segundo estimativa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o horário de verão é importante porque pode aumentar o faturamento dos negócios do setor em até 15%. Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, diz que as vantagens da mudança nos relógios é positiva para os negócios de alimentação fora do lar, mas também impacta positivamente todos os setores da economia pela tarifa de energia. A associação apoia a volta do horário de verão há cinco anos.

“Quando tem horário de verão, o nosso setor fatura até 50% a mais das 18h às 21h e isso representa um faturamento de 10% a 15% a mais sobre o todo. É necessário dizer que, num setor que está apertado, isso é muito importante. Temos ainda hoje mais de 20% das empresas com prejuízos, mais da metade sem lucrar, e com quatro em cada 10 com dívidas atrasadas. Todo faturamento é muito importante”, diz Solmucci. Ele afirma ainda não entender a relutância do governo em voltar com o horário de verão.

continua após a publicidade

O varejo também considera a mudança nos relógios como positiva, especialmente para lojas de rua. Em ambos os casos, a luz solar permitirá aos lojistas ampliar o horário de funcionamento e, assim, aumentando as possibilidades de vendas.

Comércio de rua no Alto do Ipiranga; bares, restaurantes e varejistas podem se beneficiar do horário de atendimento ampliado com possível volta do horário de verão Foto: Estadão

O professor e coordenador do Centro em Excelência em Varejo da FGV EAESP, Maurício Morgado, afirma que o horário de verão leva a população a ficar mais tempo na rua após o expediente - ou nos fins de semana. Isso significa um estímulo a mais para frequentar bares e restaurantes e lojas de varejo, incluindo até mesmo os supermercados.

continua após a publicidade

“Acho que (o horário de verão) realmente colabora para o movimento do varejo. Obviamente, não é milagroso, mas o pessoal vai perceber alguns pontos porcentuais de aumento no faturamento como um todo”, afirma Morgado. A estimativa é de que o horário ampliado de luz solar pode aumentar em 5% as vendas do varejo.

De acordo com especialistas, os únicos setores que são contra a volta do horário de verão são o agronegócio e a aviação, uma vez que a mudança nos relógios levaria a ajustes nas operações dos seus negócios, eventualmente resultando em prejuízos.

A Associação Brasileira de Companhias Aéreas (Abear), a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), a International Air Transport Association (IATA) e a Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil (JURCAIB) se dizem preocupadas com a volta do horário de verão. O motivo seria a falta de tempo suficiente para adequar as operações aéreas. “A entrada súbita do horário de verão causará, por parte das empresas aéreas brasileiras, alterações de horários em cidades brasileiras e internacionais que não aderem à nova hora legal de Brasília. Isso mudará a hora de saída/chegada dos voos, podendo gerar a perda do embarque pelos clientes por apresentação tardia e eventual perda de conectividade”, diz, em nota, apesar de o assunto estar em discussão no governo desde o começo do ano.

continua após a publicidade

Economia para o setor elétrico

Segundo estudo técnico do Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS), o horário de verão alivia o aumento da carga que ocorre entre 18h e 19h, adiando o pico de uso de energia em até duas horas. A medida de atrasar os relógios também pode gerar economia no custo da operação entre os meses de outubro e fevereiro de R$ 244 milhões a R$ 356 milhões, a depender da quantidade de chuvas.

O principal motivo é o uso da energia solar, que tem 19,5% de participação na matriz elétrica brasileira, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar). O uso da energia fotovoltaica alivia picos de uso de outras fontes de energia, como hidrelétrica e térmica, reduzindo custos de operação. Com o horário de verão, o pico de geração de energia é deslocado das 18h para às 20h, quando não há mais possibilidade de geração de energia solar.

continua após a publicidade

População favorável

Uma pesquisa da Abrasel, feita com três mil pessoas em setembro, mostrou que 54,9% dos entrevistados são favoráveis à volta do horário de verão ainda em 2024. Os detratores foram 25,8%.

continua após a publicidade

A maioria, 43,6%, indicou a economia de energia elétrica como principal razão para o desejo da mudança dos relógios. Por outro lado, 39,9% dos entrevistados disseram que a medida não gera economia. Já 16,4% disseram que não sabem ou não têm certeza.

A margem de erro da pesquisa da Abrasel é de dois pontos porcentuais para mais ou menos, e o levantamento tem um nível de confiança de 95%.

Procurados, o Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), a Sociedade Brasileira do Varejo e Comércio (SBVC), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) não responderam ou não comentaram sobre o impacto da volta do horário de verão para seus setores.

A volta do horário de verão está em discussão no Governo Federal para gerar economia de energia elétrica ao País, mas a medida pode também ampliar as vendas de alguns setores. Bares, restaurantes e varejistas de rua são os negócios que se beneficiariam da medida, extinta em 2019.

Segundo estimativa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o horário de verão é importante porque pode aumentar o faturamento dos negócios do setor em até 15%. Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, diz que as vantagens da mudança nos relógios é positiva para os negócios de alimentação fora do lar, mas também impacta positivamente todos os setores da economia pela tarifa de energia. A associação apoia a volta do horário de verão há cinco anos.

“Quando tem horário de verão, o nosso setor fatura até 50% a mais das 18h às 21h e isso representa um faturamento de 10% a 15% a mais sobre o todo. É necessário dizer que, num setor que está apertado, isso é muito importante. Temos ainda hoje mais de 20% das empresas com prejuízos, mais da metade sem lucrar, e com quatro em cada 10 com dívidas atrasadas. Todo faturamento é muito importante”, diz Solmucci. Ele afirma ainda não entender a relutância do governo em voltar com o horário de verão.

O varejo também considera a mudança nos relógios como positiva, especialmente para lojas de rua. Em ambos os casos, a luz solar permitirá aos lojistas ampliar o horário de funcionamento e, assim, aumentando as possibilidades de vendas.

Comércio de rua no Alto do Ipiranga; bares, restaurantes e varejistas podem se beneficiar do horário de atendimento ampliado com possível volta do horário de verão Foto: Estadão

O professor e coordenador do Centro em Excelência em Varejo da FGV EAESP, Maurício Morgado, afirma que o horário de verão leva a população a ficar mais tempo na rua após o expediente - ou nos fins de semana. Isso significa um estímulo a mais para frequentar bares e restaurantes e lojas de varejo, incluindo até mesmo os supermercados.

“Acho que (o horário de verão) realmente colabora para o movimento do varejo. Obviamente, não é milagroso, mas o pessoal vai perceber alguns pontos porcentuais de aumento no faturamento como um todo”, afirma Morgado. A estimativa é de que o horário ampliado de luz solar pode aumentar em 5% as vendas do varejo.

De acordo com especialistas, os únicos setores que são contra a volta do horário de verão são o agronegócio e a aviação, uma vez que a mudança nos relógios levaria a ajustes nas operações dos seus negócios, eventualmente resultando em prejuízos.

A Associação Brasileira de Companhias Aéreas (Abear), a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), a International Air Transport Association (IATA) e a Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil (JURCAIB) se dizem preocupadas com a volta do horário de verão. O motivo seria a falta de tempo suficiente para adequar as operações aéreas. “A entrada súbita do horário de verão causará, por parte das empresas aéreas brasileiras, alterações de horários em cidades brasileiras e internacionais que não aderem à nova hora legal de Brasília. Isso mudará a hora de saída/chegada dos voos, podendo gerar a perda do embarque pelos clientes por apresentação tardia e eventual perda de conectividade”, diz, em nota, apesar de o assunto estar em discussão no governo desde o começo do ano.

Economia para o setor elétrico

Segundo estudo técnico do Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS), o horário de verão alivia o aumento da carga que ocorre entre 18h e 19h, adiando o pico de uso de energia em até duas horas. A medida de atrasar os relógios também pode gerar economia no custo da operação entre os meses de outubro e fevereiro de R$ 244 milhões a R$ 356 milhões, a depender da quantidade de chuvas.

O principal motivo é o uso da energia solar, que tem 19,5% de participação na matriz elétrica brasileira, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar). O uso da energia fotovoltaica alivia picos de uso de outras fontes de energia, como hidrelétrica e térmica, reduzindo custos de operação. Com o horário de verão, o pico de geração de energia é deslocado das 18h para às 20h, quando não há mais possibilidade de geração de energia solar.

População favorável

Uma pesquisa da Abrasel, feita com três mil pessoas em setembro, mostrou que 54,9% dos entrevistados são favoráveis à volta do horário de verão ainda em 2024. Os detratores foram 25,8%.

A maioria, 43,6%, indicou a economia de energia elétrica como principal razão para o desejo da mudança dos relógios. Por outro lado, 39,9% dos entrevistados disseram que a medida não gera economia. Já 16,4% disseram que não sabem ou não têm certeza.

A margem de erro da pesquisa da Abrasel é de dois pontos porcentuais para mais ou menos, e o levantamento tem um nível de confiança de 95%.

Procurados, o Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), a Sociedade Brasileira do Varejo e Comércio (SBVC), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) não responderam ou não comentaram sobre o impacto da volta do horário de verão para seus setores.

A volta do horário de verão está em discussão no Governo Federal para gerar economia de energia elétrica ao País, mas a medida pode também ampliar as vendas de alguns setores. Bares, restaurantes e varejistas de rua são os negócios que se beneficiariam da medida, extinta em 2019.

Segundo estimativa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o horário de verão é importante porque pode aumentar o faturamento dos negócios do setor em até 15%. Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, diz que as vantagens da mudança nos relógios é positiva para os negócios de alimentação fora do lar, mas também impacta positivamente todos os setores da economia pela tarifa de energia. A associação apoia a volta do horário de verão há cinco anos.

“Quando tem horário de verão, o nosso setor fatura até 50% a mais das 18h às 21h e isso representa um faturamento de 10% a 15% a mais sobre o todo. É necessário dizer que, num setor que está apertado, isso é muito importante. Temos ainda hoje mais de 20% das empresas com prejuízos, mais da metade sem lucrar, e com quatro em cada 10 com dívidas atrasadas. Todo faturamento é muito importante”, diz Solmucci. Ele afirma ainda não entender a relutância do governo em voltar com o horário de verão.

O varejo também considera a mudança nos relógios como positiva, especialmente para lojas de rua. Em ambos os casos, a luz solar permitirá aos lojistas ampliar o horário de funcionamento e, assim, aumentando as possibilidades de vendas.

Comércio de rua no Alto do Ipiranga; bares, restaurantes e varejistas podem se beneficiar do horário de atendimento ampliado com possível volta do horário de verão Foto: Estadão

O professor e coordenador do Centro em Excelência em Varejo da FGV EAESP, Maurício Morgado, afirma que o horário de verão leva a população a ficar mais tempo na rua após o expediente - ou nos fins de semana. Isso significa um estímulo a mais para frequentar bares e restaurantes e lojas de varejo, incluindo até mesmo os supermercados.

“Acho que (o horário de verão) realmente colabora para o movimento do varejo. Obviamente, não é milagroso, mas o pessoal vai perceber alguns pontos porcentuais de aumento no faturamento como um todo”, afirma Morgado. A estimativa é de que o horário ampliado de luz solar pode aumentar em 5% as vendas do varejo.

De acordo com especialistas, os únicos setores que são contra a volta do horário de verão são o agronegócio e a aviação, uma vez que a mudança nos relógios levaria a ajustes nas operações dos seus negócios, eventualmente resultando em prejuízos.

A Associação Brasileira de Companhias Aéreas (Abear), a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), a International Air Transport Association (IATA) e a Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil (JURCAIB) se dizem preocupadas com a volta do horário de verão. O motivo seria a falta de tempo suficiente para adequar as operações aéreas. “A entrada súbita do horário de verão causará, por parte das empresas aéreas brasileiras, alterações de horários em cidades brasileiras e internacionais que não aderem à nova hora legal de Brasília. Isso mudará a hora de saída/chegada dos voos, podendo gerar a perda do embarque pelos clientes por apresentação tardia e eventual perda de conectividade”, diz, em nota, apesar de o assunto estar em discussão no governo desde o começo do ano.

Economia para o setor elétrico

Segundo estudo técnico do Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS), o horário de verão alivia o aumento da carga que ocorre entre 18h e 19h, adiando o pico de uso de energia em até duas horas. A medida de atrasar os relógios também pode gerar economia no custo da operação entre os meses de outubro e fevereiro de R$ 244 milhões a R$ 356 milhões, a depender da quantidade de chuvas.

O principal motivo é o uso da energia solar, que tem 19,5% de participação na matriz elétrica brasileira, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar). O uso da energia fotovoltaica alivia picos de uso de outras fontes de energia, como hidrelétrica e térmica, reduzindo custos de operação. Com o horário de verão, o pico de geração de energia é deslocado das 18h para às 20h, quando não há mais possibilidade de geração de energia solar.

População favorável

Uma pesquisa da Abrasel, feita com três mil pessoas em setembro, mostrou que 54,9% dos entrevistados são favoráveis à volta do horário de verão ainda em 2024. Os detratores foram 25,8%.

A maioria, 43,6%, indicou a economia de energia elétrica como principal razão para o desejo da mudança dos relógios. Por outro lado, 39,9% dos entrevistados disseram que a medida não gera economia. Já 16,4% disseram que não sabem ou não têm certeza.

A margem de erro da pesquisa da Abrasel é de dois pontos porcentuais para mais ou menos, e o levantamento tem um nível de confiança de 95%.

Procurados, o Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), a Sociedade Brasileira do Varejo e Comércio (SBVC), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) não responderam ou não comentaram sobre o impacto da volta do horário de verão para seus setores.

A volta do horário de verão está em discussão no Governo Federal para gerar economia de energia elétrica ao País, mas a medida pode também ampliar as vendas de alguns setores. Bares, restaurantes e varejistas de rua são os negócios que se beneficiariam da medida, extinta em 2019.

Segundo estimativa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o horário de verão é importante porque pode aumentar o faturamento dos negócios do setor em até 15%. Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, diz que as vantagens da mudança nos relógios é positiva para os negócios de alimentação fora do lar, mas também impacta positivamente todos os setores da economia pela tarifa de energia. A associação apoia a volta do horário de verão há cinco anos.

“Quando tem horário de verão, o nosso setor fatura até 50% a mais das 18h às 21h e isso representa um faturamento de 10% a 15% a mais sobre o todo. É necessário dizer que, num setor que está apertado, isso é muito importante. Temos ainda hoje mais de 20% das empresas com prejuízos, mais da metade sem lucrar, e com quatro em cada 10 com dívidas atrasadas. Todo faturamento é muito importante”, diz Solmucci. Ele afirma ainda não entender a relutância do governo em voltar com o horário de verão.

O varejo também considera a mudança nos relógios como positiva, especialmente para lojas de rua. Em ambos os casos, a luz solar permitirá aos lojistas ampliar o horário de funcionamento e, assim, aumentando as possibilidades de vendas.

Comércio de rua no Alto do Ipiranga; bares, restaurantes e varejistas podem se beneficiar do horário de atendimento ampliado com possível volta do horário de verão Foto: Estadão

O professor e coordenador do Centro em Excelência em Varejo da FGV EAESP, Maurício Morgado, afirma que o horário de verão leva a população a ficar mais tempo na rua após o expediente - ou nos fins de semana. Isso significa um estímulo a mais para frequentar bares e restaurantes e lojas de varejo, incluindo até mesmo os supermercados.

“Acho que (o horário de verão) realmente colabora para o movimento do varejo. Obviamente, não é milagroso, mas o pessoal vai perceber alguns pontos porcentuais de aumento no faturamento como um todo”, afirma Morgado. A estimativa é de que o horário ampliado de luz solar pode aumentar em 5% as vendas do varejo.

De acordo com especialistas, os únicos setores que são contra a volta do horário de verão são o agronegócio e a aviação, uma vez que a mudança nos relógios levaria a ajustes nas operações dos seus negócios, eventualmente resultando em prejuízos.

A Associação Brasileira de Companhias Aéreas (Abear), a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), a International Air Transport Association (IATA) e a Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil (JURCAIB) se dizem preocupadas com a volta do horário de verão. O motivo seria a falta de tempo suficiente para adequar as operações aéreas. “A entrada súbita do horário de verão causará, por parte das empresas aéreas brasileiras, alterações de horários em cidades brasileiras e internacionais que não aderem à nova hora legal de Brasília. Isso mudará a hora de saída/chegada dos voos, podendo gerar a perda do embarque pelos clientes por apresentação tardia e eventual perda de conectividade”, diz, em nota, apesar de o assunto estar em discussão no governo desde o começo do ano.

Economia para o setor elétrico

Segundo estudo técnico do Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS), o horário de verão alivia o aumento da carga que ocorre entre 18h e 19h, adiando o pico de uso de energia em até duas horas. A medida de atrasar os relógios também pode gerar economia no custo da operação entre os meses de outubro e fevereiro de R$ 244 milhões a R$ 356 milhões, a depender da quantidade de chuvas.

O principal motivo é o uso da energia solar, que tem 19,5% de participação na matriz elétrica brasileira, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar). O uso da energia fotovoltaica alivia picos de uso de outras fontes de energia, como hidrelétrica e térmica, reduzindo custos de operação. Com o horário de verão, o pico de geração de energia é deslocado das 18h para às 20h, quando não há mais possibilidade de geração de energia solar.

População favorável

Uma pesquisa da Abrasel, feita com três mil pessoas em setembro, mostrou que 54,9% dos entrevistados são favoráveis à volta do horário de verão ainda em 2024. Os detratores foram 25,8%.

A maioria, 43,6%, indicou a economia de energia elétrica como principal razão para o desejo da mudança dos relógios. Por outro lado, 39,9% dos entrevistados disseram que a medida não gera economia. Já 16,4% disseram que não sabem ou não têm certeza.

A margem de erro da pesquisa da Abrasel é de dois pontos porcentuais para mais ou menos, e o levantamento tem um nível de confiança de 95%.

Procurados, o Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), a Sociedade Brasileira do Varejo e Comércio (SBVC), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) não responderam ou não comentaram sobre o impacto da volta do horário de verão para seus setores.

A volta do horário de verão está em discussão no Governo Federal para gerar economia de energia elétrica ao País, mas a medida pode também ampliar as vendas de alguns setores. Bares, restaurantes e varejistas de rua são os negócios que se beneficiariam da medida, extinta em 2019.

Segundo estimativa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o horário de verão é importante porque pode aumentar o faturamento dos negócios do setor em até 15%. Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, diz que as vantagens da mudança nos relógios é positiva para os negócios de alimentação fora do lar, mas também impacta positivamente todos os setores da economia pela tarifa de energia. A associação apoia a volta do horário de verão há cinco anos.

“Quando tem horário de verão, o nosso setor fatura até 50% a mais das 18h às 21h e isso representa um faturamento de 10% a 15% a mais sobre o todo. É necessário dizer que, num setor que está apertado, isso é muito importante. Temos ainda hoje mais de 20% das empresas com prejuízos, mais da metade sem lucrar, e com quatro em cada 10 com dívidas atrasadas. Todo faturamento é muito importante”, diz Solmucci. Ele afirma ainda não entender a relutância do governo em voltar com o horário de verão.

O varejo também considera a mudança nos relógios como positiva, especialmente para lojas de rua. Em ambos os casos, a luz solar permitirá aos lojistas ampliar o horário de funcionamento e, assim, aumentando as possibilidades de vendas.

Comércio de rua no Alto do Ipiranga; bares, restaurantes e varejistas podem se beneficiar do horário de atendimento ampliado com possível volta do horário de verão Foto: Estadão

O professor e coordenador do Centro em Excelência em Varejo da FGV EAESP, Maurício Morgado, afirma que o horário de verão leva a população a ficar mais tempo na rua após o expediente - ou nos fins de semana. Isso significa um estímulo a mais para frequentar bares e restaurantes e lojas de varejo, incluindo até mesmo os supermercados.

“Acho que (o horário de verão) realmente colabora para o movimento do varejo. Obviamente, não é milagroso, mas o pessoal vai perceber alguns pontos porcentuais de aumento no faturamento como um todo”, afirma Morgado. A estimativa é de que o horário ampliado de luz solar pode aumentar em 5% as vendas do varejo.

De acordo com especialistas, os únicos setores que são contra a volta do horário de verão são o agronegócio e a aviação, uma vez que a mudança nos relógios levaria a ajustes nas operações dos seus negócios, eventualmente resultando em prejuízos.

A Associação Brasileira de Companhias Aéreas (Abear), a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), a International Air Transport Association (IATA) e a Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil (JURCAIB) se dizem preocupadas com a volta do horário de verão. O motivo seria a falta de tempo suficiente para adequar as operações aéreas. “A entrada súbita do horário de verão causará, por parte das empresas aéreas brasileiras, alterações de horários em cidades brasileiras e internacionais que não aderem à nova hora legal de Brasília. Isso mudará a hora de saída/chegada dos voos, podendo gerar a perda do embarque pelos clientes por apresentação tardia e eventual perda de conectividade”, diz, em nota, apesar de o assunto estar em discussão no governo desde o começo do ano.

Economia para o setor elétrico

Segundo estudo técnico do Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS), o horário de verão alivia o aumento da carga que ocorre entre 18h e 19h, adiando o pico de uso de energia em até duas horas. A medida de atrasar os relógios também pode gerar economia no custo da operação entre os meses de outubro e fevereiro de R$ 244 milhões a R$ 356 milhões, a depender da quantidade de chuvas.

O principal motivo é o uso da energia solar, que tem 19,5% de participação na matriz elétrica brasileira, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar). O uso da energia fotovoltaica alivia picos de uso de outras fontes de energia, como hidrelétrica e térmica, reduzindo custos de operação. Com o horário de verão, o pico de geração de energia é deslocado das 18h para às 20h, quando não há mais possibilidade de geração de energia solar.

População favorável

Uma pesquisa da Abrasel, feita com três mil pessoas em setembro, mostrou que 54,9% dos entrevistados são favoráveis à volta do horário de verão ainda em 2024. Os detratores foram 25,8%.

A maioria, 43,6%, indicou a economia de energia elétrica como principal razão para o desejo da mudança dos relógios. Por outro lado, 39,9% dos entrevistados disseram que a medida não gera economia. Já 16,4% disseram que não sabem ou não têm certeza.

A margem de erro da pesquisa da Abrasel é de dois pontos porcentuais para mais ou menos, e o levantamento tem um nível de confiança de 95%.

Procurados, o Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), a Sociedade Brasileira do Varejo e Comércio (SBVC), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) não responderam ou não comentaram sobre o impacto da volta do horário de verão para seus setores.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.