Vendas do varejo sobem 3,8% em janeiro ante dezembro


Na comparação anual, crescimento foi de 2,6% , segundo dados do IBGE

Por Daniela Amorim
Atualização:

RIO - O comércio varejista brasileiro voltou ao azul no início de 2023. O volume vendido avançou 3,8% em janeiro em relação a dezembro, crescimento mais acentuado para este período do ano dentro da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considerando todos os meses do ano, a taxa foi a mais elevada desde julho de 2021.

O resultado veio praticamente em linha com as estimativas mais otimistas de analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que esperavam desde uma queda de 0,1% a alta de 3,9%, com mediana positiva de 3,4%.

No varejo ampliado – que agora inclui as atividades de veículos, material de construção e agora também a de atacado de produtos alimentícios (conhecido como atacarejo) – subiram 0,2% em janeiro ante dezembro.

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Apesar do crescimento, o setor deve registrar perda de força ao longo do ano, avaliou o economista Carlos Lopes, do Banco BV.

“O varejo terminou o ano passado com um crescimento mais fraco e a tendência é encerrar 2023 com um crescimento acumulado em 12 meses próximo de 1,0%”, previu Lopes. “Vemos um crédito mais restrito e a renda começando a desacelerar. O mercado de trabalho também já mostra sinais de estabilização.”

O volume vendido avançou 3,8% em janeiro em relação a dezembro.  Foto: Foto: Daniel Teixeira/Estadão
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As vendas devem andar de lado em 2023, corrobora o economista João Savignon, da gestora de recursos Kínitro Capital. “O cenário doméstico, de desaceleração da economia e aperto no crédito, indicam um consumo fraco no ano”, explicou Savignon, que projeta crescimento de 1,0% para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, após alta de 2,9% em 2022. “O varejo deve acompanhar essa desaceleração”, completou.

Parte da forte expansão no varejo em janeiro é explicada por uma base de comparação baixa, justificou Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio no IBGE. O avanço ocorreu após dois meses de quedas: em novembro e dezembro de 2022, as vendas acumularam uma perda de 3,5%. Portanto, o saldo positivo em janeiro é pequeno perto da perda anterior.

“Black Friday e Natal foram ruins. Novembro e dezembro foram de queda nas vendas. Houve relatos então em janeiro de muitas promoções”, contou Cristiano Santos.

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Sete das oito atividades que integram o comércio varejista registraram expansão nas vendas em janeiro de 2023 ante dezembro de 2022: vestuário e calçados (27,9%), equipamentos de informática e comunicação (7,4%), supermercados (2,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,0%), combustíveis (1,5%), móveis e eletrodomésticos (1,3%) e livros e papelaria (0,6%). A única atividade com retração foi artigos farmacêuticos e de perfumaria (-1,2%).

O pesquisador do IBGE enumerou uma série de fatores que também contribuíram para a disseminação de resultados positivos entre as atividades pesquisadas. A desvalorização do dólar ante o real beneficiou a atividade de equipamentos de informática e comunicação, por exemplo, enquanto vestuário, que vinha de uma sucessão de quatro meses de retração nas vendas, foi puxado pelo “fenômeno de promoções de verão, com queda efetiva nos preços”. Santos ressalta ainda que o varejo também foi impulsionado por uma menor pressão inflacionária e por uma expansão do crédito para pessoas físicas.

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“Ou você tem rendimento extra para aumentar o seu consumo, ou você deixa de consumir outras coisas, ou você retira da poupança, ou você tem acesso ao crédito. Então, quando o crédito cresce, há tendência de que esse crédito possa vir para atividades de consumo”, disse Santos. “Mesmo com juros elevados.”

A taxa de desemprego estável, com rendimento real do trabalhador em alta, também ajudou as vendas. “Sobra um pouco mais de dinheiro para aproveitar também essas promoções de verão”, disse ele.

Na comparação anual, crescimento foi de 2,6% , segundo dados do IBGE Foto: Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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Na comparação com janeiro de 2022, seis das oito atividades que integram o varejo registraram avanços em janeiro de 2023. Na média global, o comércio varejista teve um crescimento de 2,6%, a sexta taxa positiva consecutiva. No varejo ampliado, as vendas cresceram 0,5%.

Novidade na pesquisa após uma atualização metodológica, a atividade de atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo teve uma retração de 0,9% no período, enquanto que a atividade de supermercados cresceu 2,2%. Na disputa comercial por clientes através de promoções, o varejo conseguiu se sair melhor que o atacarejo em janeiro. “O atacarejo passa a ser a terceira maior força no varejo ampliado em janeiro de 2023″, ressaltou Santos.

Após a reformulação periódica, a Pesquisa Mensal de Comércio divulgada nesta quarta-feira, 12, trouxe o atacarejo com 13,9% de participação no varejo ampliado em janeiro de 2023. Os supermercados estão com 33,0% de participação, e os veículos, com 17,2% de participação.

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O volume de vendas do varejo chegou a janeiro em patamar 3,3% acima do nível de fevereiro de 2020, no pré-pandemia de covid-19. No varejo ampliado, porém, as vendas operam ainda 1,3% abaixo do pré-pandemia. Apenas os segmentos de artigos farmacêuticos, combustíveis, material de construção e supermercados estão operando acima do patamar pré-crise sanitária.

(Colaboraram Daniel Tozzi Mendes e Marianna Gualter)

RIO - O comércio varejista brasileiro voltou ao azul no início de 2023. O volume vendido avançou 3,8% em janeiro em relação a dezembro, crescimento mais acentuado para este período do ano dentro da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considerando todos os meses do ano, a taxa foi a mais elevada desde julho de 2021.

O resultado veio praticamente em linha com as estimativas mais otimistas de analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que esperavam desde uma queda de 0,1% a alta de 3,9%, com mediana positiva de 3,4%.

No varejo ampliado – que agora inclui as atividades de veículos, material de construção e agora também a de atacado de produtos alimentícios (conhecido como atacarejo) – subiram 0,2% em janeiro ante dezembro.

Apesar do crescimento, o setor deve registrar perda de força ao longo do ano, avaliou o economista Carlos Lopes, do Banco BV.

“O varejo terminou o ano passado com um crescimento mais fraco e a tendência é encerrar 2023 com um crescimento acumulado em 12 meses próximo de 1,0%”, previu Lopes. “Vemos um crédito mais restrito e a renda começando a desacelerar. O mercado de trabalho também já mostra sinais de estabilização.”

O volume vendido avançou 3,8% em janeiro em relação a dezembro.  Foto: Foto: Daniel Teixeira/Estadão

As vendas devem andar de lado em 2023, corrobora o economista João Savignon, da gestora de recursos Kínitro Capital. “O cenário doméstico, de desaceleração da economia e aperto no crédito, indicam um consumo fraco no ano”, explicou Savignon, que projeta crescimento de 1,0% para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, após alta de 2,9% em 2022. “O varejo deve acompanhar essa desaceleração”, completou.

Parte da forte expansão no varejo em janeiro é explicada por uma base de comparação baixa, justificou Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio no IBGE. O avanço ocorreu após dois meses de quedas: em novembro e dezembro de 2022, as vendas acumularam uma perda de 3,5%. Portanto, o saldo positivo em janeiro é pequeno perto da perda anterior.

“Black Friday e Natal foram ruins. Novembro e dezembro foram de queda nas vendas. Houve relatos então em janeiro de muitas promoções”, contou Cristiano Santos.

Sete das oito atividades que integram o comércio varejista registraram expansão nas vendas em janeiro de 2023 ante dezembro de 2022: vestuário e calçados (27,9%), equipamentos de informática e comunicação (7,4%), supermercados (2,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,0%), combustíveis (1,5%), móveis e eletrodomésticos (1,3%) e livros e papelaria (0,6%). A única atividade com retração foi artigos farmacêuticos e de perfumaria (-1,2%).

O pesquisador do IBGE enumerou uma série de fatores que também contribuíram para a disseminação de resultados positivos entre as atividades pesquisadas. A desvalorização do dólar ante o real beneficiou a atividade de equipamentos de informática e comunicação, por exemplo, enquanto vestuário, que vinha de uma sucessão de quatro meses de retração nas vendas, foi puxado pelo “fenômeno de promoções de verão, com queda efetiva nos preços”. Santos ressalta ainda que o varejo também foi impulsionado por uma menor pressão inflacionária e por uma expansão do crédito para pessoas físicas.

“Ou você tem rendimento extra para aumentar o seu consumo, ou você deixa de consumir outras coisas, ou você retira da poupança, ou você tem acesso ao crédito. Então, quando o crédito cresce, há tendência de que esse crédito possa vir para atividades de consumo”, disse Santos. “Mesmo com juros elevados.”

A taxa de desemprego estável, com rendimento real do trabalhador em alta, também ajudou as vendas. “Sobra um pouco mais de dinheiro para aproveitar também essas promoções de verão”, disse ele.

Na comparação anual, crescimento foi de 2,6% , segundo dados do IBGE Foto: Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Na comparação com janeiro de 2022, seis das oito atividades que integram o varejo registraram avanços em janeiro de 2023. Na média global, o comércio varejista teve um crescimento de 2,6%, a sexta taxa positiva consecutiva. No varejo ampliado, as vendas cresceram 0,5%.

Novidade na pesquisa após uma atualização metodológica, a atividade de atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo teve uma retração de 0,9% no período, enquanto que a atividade de supermercados cresceu 2,2%. Na disputa comercial por clientes através de promoções, o varejo conseguiu se sair melhor que o atacarejo em janeiro. “O atacarejo passa a ser a terceira maior força no varejo ampliado em janeiro de 2023″, ressaltou Santos.

Após a reformulação periódica, a Pesquisa Mensal de Comércio divulgada nesta quarta-feira, 12, trouxe o atacarejo com 13,9% de participação no varejo ampliado em janeiro de 2023. Os supermercados estão com 33,0% de participação, e os veículos, com 17,2% de participação.

O volume de vendas do varejo chegou a janeiro em patamar 3,3% acima do nível de fevereiro de 2020, no pré-pandemia de covid-19. No varejo ampliado, porém, as vendas operam ainda 1,3% abaixo do pré-pandemia. Apenas os segmentos de artigos farmacêuticos, combustíveis, material de construção e supermercados estão operando acima do patamar pré-crise sanitária.

(Colaboraram Daniel Tozzi Mendes e Marianna Gualter)

RIO - O comércio varejista brasileiro voltou ao azul no início de 2023. O volume vendido avançou 3,8% em janeiro em relação a dezembro, crescimento mais acentuado para este período do ano dentro da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considerando todos os meses do ano, a taxa foi a mais elevada desde julho de 2021.

O resultado veio praticamente em linha com as estimativas mais otimistas de analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que esperavam desde uma queda de 0,1% a alta de 3,9%, com mediana positiva de 3,4%.

No varejo ampliado – que agora inclui as atividades de veículos, material de construção e agora também a de atacado de produtos alimentícios (conhecido como atacarejo) – subiram 0,2% em janeiro ante dezembro.

Apesar do crescimento, o setor deve registrar perda de força ao longo do ano, avaliou o economista Carlos Lopes, do Banco BV.

“O varejo terminou o ano passado com um crescimento mais fraco e a tendência é encerrar 2023 com um crescimento acumulado em 12 meses próximo de 1,0%”, previu Lopes. “Vemos um crédito mais restrito e a renda começando a desacelerar. O mercado de trabalho também já mostra sinais de estabilização.”

O volume vendido avançou 3,8% em janeiro em relação a dezembro.  Foto: Foto: Daniel Teixeira/Estadão

As vendas devem andar de lado em 2023, corrobora o economista João Savignon, da gestora de recursos Kínitro Capital. “O cenário doméstico, de desaceleração da economia e aperto no crédito, indicam um consumo fraco no ano”, explicou Savignon, que projeta crescimento de 1,0% para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, após alta de 2,9% em 2022. “O varejo deve acompanhar essa desaceleração”, completou.

Parte da forte expansão no varejo em janeiro é explicada por uma base de comparação baixa, justificou Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio no IBGE. O avanço ocorreu após dois meses de quedas: em novembro e dezembro de 2022, as vendas acumularam uma perda de 3,5%. Portanto, o saldo positivo em janeiro é pequeno perto da perda anterior.

“Black Friday e Natal foram ruins. Novembro e dezembro foram de queda nas vendas. Houve relatos então em janeiro de muitas promoções”, contou Cristiano Santos.

Sete das oito atividades que integram o comércio varejista registraram expansão nas vendas em janeiro de 2023 ante dezembro de 2022: vestuário e calçados (27,9%), equipamentos de informática e comunicação (7,4%), supermercados (2,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,0%), combustíveis (1,5%), móveis e eletrodomésticos (1,3%) e livros e papelaria (0,6%). A única atividade com retração foi artigos farmacêuticos e de perfumaria (-1,2%).

O pesquisador do IBGE enumerou uma série de fatores que também contribuíram para a disseminação de resultados positivos entre as atividades pesquisadas. A desvalorização do dólar ante o real beneficiou a atividade de equipamentos de informática e comunicação, por exemplo, enquanto vestuário, que vinha de uma sucessão de quatro meses de retração nas vendas, foi puxado pelo “fenômeno de promoções de verão, com queda efetiva nos preços”. Santos ressalta ainda que o varejo também foi impulsionado por uma menor pressão inflacionária e por uma expansão do crédito para pessoas físicas.

“Ou você tem rendimento extra para aumentar o seu consumo, ou você deixa de consumir outras coisas, ou você retira da poupança, ou você tem acesso ao crédito. Então, quando o crédito cresce, há tendência de que esse crédito possa vir para atividades de consumo”, disse Santos. “Mesmo com juros elevados.”

A taxa de desemprego estável, com rendimento real do trabalhador em alta, também ajudou as vendas. “Sobra um pouco mais de dinheiro para aproveitar também essas promoções de verão”, disse ele.

Na comparação anual, crescimento foi de 2,6% , segundo dados do IBGE Foto: Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Na comparação com janeiro de 2022, seis das oito atividades que integram o varejo registraram avanços em janeiro de 2023. Na média global, o comércio varejista teve um crescimento de 2,6%, a sexta taxa positiva consecutiva. No varejo ampliado, as vendas cresceram 0,5%.

Novidade na pesquisa após uma atualização metodológica, a atividade de atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo teve uma retração de 0,9% no período, enquanto que a atividade de supermercados cresceu 2,2%. Na disputa comercial por clientes através de promoções, o varejo conseguiu se sair melhor que o atacarejo em janeiro. “O atacarejo passa a ser a terceira maior força no varejo ampliado em janeiro de 2023″, ressaltou Santos.

Após a reformulação periódica, a Pesquisa Mensal de Comércio divulgada nesta quarta-feira, 12, trouxe o atacarejo com 13,9% de participação no varejo ampliado em janeiro de 2023. Os supermercados estão com 33,0% de participação, e os veículos, com 17,2% de participação.

O volume de vendas do varejo chegou a janeiro em patamar 3,3% acima do nível de fevereiro de 2020, no pré-pandemia de covid-19. No varejo ampliado, porém, as vendas operam ainda 1,3% abaixo do pré-pandemia. Apenas os segmentos de artigos farmacêuticos, combustíveis, material de construção e supermercados estão operando acima do patamar pré-crise sanitária.

(Colaboraram Daniel Tozzi Mendes e Marianna Gualter)

RIO - O comércio varejista brasileiro voltou ao azul no início de 2023. O volume vendido avançou 3,8% em janeiro em relação a dezembro, crescimento mais acentuado para este período do ano dentro da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considerando todos os meses do ano, a taxa foi a mais elevada desde julho de 2021.

O resultado veio praticamente em linha com as estimativas mais otimistas de analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que esperavam desde uma queda de 0,1% a alta de 3,9%, com mediana positiva de 3,4%.

No varejo ampliado – que agora inclui as atividades de veículos, material de construção e agora também a de atacado de produtos alimentícios (conhecido como atacarejo) – subiram 0,2% em janeiro ante dezembro.

Apesar do crescimento, o setor deve registrar perda de força ao longo do ano, avaliou o economista Carlos Lopes, do Banco BV.

“O varejo terminou o ano passado com um crescimento mais fraco e a tendência é encerrar 2023 com um crescimento acumulado em 12 meses próximo de 1,0%”, previu Lopes. “Vemos um crédito mais restrito e a renda começando a desacelerar. O mercado de trabalho também já mostra sinais de estabilização.”

O volume vendido avançou 3,8% em janeiro em relação a dezembro.  Foto: Foto: Daniel Teixeira/Estadão

As vendas devem andar de lado em 2023, corrobora o economista João Savignon, da gestora de recursos Kínitro Capital. “O cenário doméstico, de desaceleração da economia e aperto no crédito, indicam um consumo fraco no ano”, explicou Savignon, que projeta crescimento de 1,0% para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, após alta de 2,9% em 2022. “O varejo deve acompanhar essa desaceleração”, completou.

Parte da forte expansão no varejo em janeiro é explicada por uma base de comparação baixa, justificou Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio no IBGE. O avanço ocorreu após dois meses de quedas: em novembro e dezembro de 2022, as vendas acumularam uma perda de 3,5%. Portanto, o saldo positivo em janeiro é pequeno perto da perda anterior.

“Black Friday e Natal foram ruins. Novembro e dezembro foram de queda nas vendas. Houve relatos então em janeiro de muitas promoções”, contou Cristiano Santos.

Sete das oito atividades que integram o comércio varejista registraram expansão nas vendas em janeiro de 2023 ante dezembro de 2022: vestuário e calçados (27,9%), equipamentos de informática e comunicação (7,4%), supermercados (2,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,0%), combustíveis (1,5%), móveis e eletrodomésticos (1,3%) e livros e papelaria (0,6%). A única atividade com retração foi artigos farmacêuticos e de perfumaria (-1,2%).

O pesquisador do IBGE enumerou uma série de fatores que também contribuíram para a disseminação de resultados positivos entre as atividades pesquisadas. A desvalorização do dólar ante o real beneficiou a atividade de equipamentos de informática e comunicação, por exemplo, enquanto vestuário, que vinha de uma sucessão de quatro meses de retração nas vendas, foi puxado pelo “fenômeno de promoções de verão, com queda efetiva nos preços”. Santos ressalta ainda que o varejo também foi impulsionado por uma menor pressão inflacionária e por uma expansão do crédito para pessoas físicas.

“Ou você tem rendimento extra para aumentar o seu consumo, ou você deixa de consumir outras coisas, ou você retira da poupança, ou você tem acesso ao crédito. Então, quando o crédito cresce, há tendência de que esse crédito possa vir para atividades de consumo”, disse Santos. “Mesmo com juros elevados.”

A taxa de desemprego estável, com rendimento real do trabalhador em alta, também ajudou as vendas. “Sobra um pouco mais de dinheiro para aproveitar também essas promoções de verão”, disse ele.

Na comparação anual, crescimento foi de 2,6% , segundo dados do IBGE Foto: Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Na comparação com janeiro de 2022, seis das oito atividades que integram o varejo registraram avanços em janeiro de 2023. Na média global, o comércio varejista teve um crescimento de 2,6%, a sexta taxa positiva consecutiva. No varejo ampliado, as vendas cresceram 0,5%.

Novidade na pesquisa após uma atualização metodológica, a atividade de atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo teve uma retração de 0,9% no período, enquanto que a atividade de supermercados cresceu 2,2%. Na disputa comercial por clientes através de promoções, o varejo conseguiu se sair melhor que o atacarejo em janeiro. “O atacarejo passa a ser a terceira maior força no varejo ampliado em janeiro de 2023″, ressaltou Santos.

Após a reformulação periódica, a Pesquisa Mensal de Comércio divulgada nesta quarta-feira, 12, trouxe o atacarejo com 13,9% de participação no varejo ampliado em janeiro de 2023. Os supermercados estão com 33,0% de participação, e os veículos, com 17,2% de participação.

O volume de vendas do varejo chegou a janeiro em patamar 3,3% acima do nível de fevereiro de 2020, no pré-pandemia de covid-19. No varejo ampliado, porém, as vendas operam ainda 1,3% abaixo do pré-pandemia. Apenas os segmentos de artigos farmacêuticos, combustíveis, material de construção e supermercados estão operando acima do patamar pré-crise sanitária.

(Colaboraram Daniel Tozzi Mendes e Marianna Gualter)

RIO - O comércio varejista brasileiro voltou ao azul no início de 2023. O volume vendido avançou 3,8% em janeiro em relação a dezembro, crescimento mais acentuado para este período do ano dentro da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considerando todos os meses do ano, a taxa foi a mais elevada desde julho de 2021.

O resultado veio praticamente em linha com as estimativas mais otimistas de analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que esperavam desde uma queda de 0,1% a alta de 3,9%, com mediana positiva de 3,4%.

No varejo ampliado – que agora inclui as atividades de veículos, material de construção e agora também a de atacado de produtos alimentícios (conhecido como atacarejo) – subiram 0,2% em janeiro ante dezembro.

Apesar do crescimento, o setor deve registrar perda de força ao longo do ano, avaliou o economista Carlos Lopes, do Banco BV.

“O varejo terminou o ano passado com um crescimento mais fraco e a tendência é encerrar 2023 com um crescimento acumulado em 12 meses próximo de 1,0%”, previu Lopes. “Vemos um crédito mais restrito e a renda começando a desacelerar. O mercado de trabalho também já mostra sinais de estabilização.”

O volume vendido avançou 3,8% em janeiro em relação a dezembro.  Foto: Foto: Daniel Teixeira/Estadão

As vendas devem andar de lado em 2023, corrobora o economista João Savignon, da gestora de recursos Kínitro Capital. “O cenário doméstico, de desaceleração da economia e aperto no crédito, indicam um consumo fraco no ano”, explicou Savignon, que projeta crescimento de 1,0% para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, após alta de 2,9% em 2022. “O varejo deve acompanhar essa desaceleração”, completou.

Parte da forte expansão no varejo em janeiro é explicada por uma base de comparação baixa, justificou Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio no IBGE. O avanço ocorreu após dois meses de quedas: em novembro e dezembro de 2022, as vendas acumularam uma perda de 3,5%. Portanto, o saldo positivo em janeiro é pequeno perto da perda anterior.

“Black Friday e Natal foram ruins. Novembro e dezembro foram de queda nas vendas. Houve relatos então em janeiro de muitas promoções”, contou Cristiano Santos.

Sete das oito atividades que integram o comércio varejista registraram expansão nas vendas em janeiro de 2023 ante dezembro de 2022: vestuário e calçados (27,9%), equipamentos de informática e comunicação (7,4%), supermercados (2,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,0%), combustíveis (1,5%), móveis e eletrodomésticos (1,3%) e livros e papelaria (0,6%). A única atividade com retração foi artigos farmacêuticos e de perfumaria (-1,2%).

O pesquisador do IBGE enumerou uma série de fatores que também contribuíram para a disseminação de resultados positivos entre as atividades pesquisadas. A desvalorização do dólar ante o real beneficiou a atividade de equipamentos de informática e comunicação, por exemplo, enquanto vestuário, que vinha de uma sucessão de quatro meses de retração nas vendas, foi puxado pelo “fenômeno de promoções de verão, com queda efetiva nos preços”. Santos ressalta ainda que o varejo também foi impulsionado por uma menor pressão inflacionária e por uma expansão do crédito para pessoas físicas.

“Ou você tem rendimento extra para aumentar o seu consumo, ou você deixa de consumir outras coisas, ou você retira da poupança, ou você tem acesso ao crédito. Então, quando o crédito cresce, há tendência de que esse crédito possa vir para atividades de consumo”, disse Santos. “Mesmo com juros elevados.”

A taxa de desemprego estável, com rendimento real do trabalhador em alta, também ajudou as vendas. “Sobra um pouco mais de dinheiro para aproveitar também essas promoções de verão”, disse ele.

Na comparação anual, crescimento foi de 2,6% , segundo dados do IBGE Foto: Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Na comparação com janeiro de 2022, seis das oito atividades que integram o varejo registraram avanços em janeiro de 2023. Na média global, o comércio varejista teve um crescimento de 2,6%, a sexta taxa positiva consecutiva. No varejo ampliado, as vendas cresceram 0,5%.

Novidade na pesquisa após uma atualização metodológica, a atividade de atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo teve uma retração de 0,9% no período, enquanto que a atividade de supermercados cresceu 2,2%. Na disputa comercial por clientes através de promoções, o varejo conseguiu se sair melhor que o atacarejo em janeiro. “O atacarejo passa a ser a terceira maior força no varejo ampliado em janeiro de 2023″, ressaltou Santos.

Após a reformulação periódica, a Pesquisa Mensal de Comércio divulgada nesta quarta-feira, 12, trouxe o atacarejo com 13,9% de participação no varejo ampliado em janeiro de 2023. Os supermercados estão com 33,0% de participação, e os veículos, com 17,2% de participação.

O volume de vendas do varejo chegou a janeiro em patamar 3,3% acima do nível de fevereiro de 2020, no pré-pandemia de covid-19. No varejo ampliado, porém, as vendas operam ainda 1,3% abaixo do pré-pandemia. Apenas os segmentos de artigos farmacêuticos, combustíveis, material de construção e supermercados estão operando acima do patamar pré-crise sanitária.

(Colaboraram Daniel Tozzi Mendes e Marianna Gualter)

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