Vendas do varejo caem 0,1% em fevereiro ante janeiro


Na comparação anual, crescimento foi de 1% , segundo dados do IBGE

Por Daniela Amorim
Atualização:

O volume vendido pelo comércio varejista no País teve ligeiro recuo de 0,1% em fevereiro ante janeiro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio divulgados nesta terça-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O varejo vinha de uma expansão de 3,8% em janeiro, após perdas significativas em dezembro (-2,8%) e novembro (-0,7%). Segundo Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE, houve um volume menor que o esperado de vendas tanto na Black Friday quanto no Natal de 2022, sucedido por promoções que impulsionaram o desempenho no primeiro mês de 2023, que se desdobrou em uma estagnação em fevereiro.

Na comparação com fevereiro de 2022, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 1% em 2023 Foto: Wilton Junior/Estadão
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O resultado da pesquisa indica que a desaceleração da atividade econômica, antes concentrada mais em setores ligados ao crédito, começa a se espalhar para os demais, opinou o economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, Alex Agostini.

“Em parte por conta do endividamento das famílias, em parte por conta do cenário de mercado de trabalho, emprego e renda que começa a sentir os efeitos (da política monetária restritiva, com juros elevados)”, afirmou Agostini. “Tem um pouco também dos efeitos da troca de governo, que gera uma certa preocupação e todo mundo ‘pisa o freio’”, acrescentou.

A injeção de recursos na economia por parte do governo com medidas como o aumento dos pagamentos do programa Bolsa Família e a elevação do salário mínimo não devem trazer impacto significativo para o varejo, previu Agostini.

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“Boa parte das famílias está em situação de endividamento, o mercado de trabalho está em situação frágil, então, a contribuição do Bolsa Família e o aumento do salário mínimo servirão apenas para amenizar essa situação de endividamento e consumo de itens básicos”, justificou Agostini.

O varejo vem caminhando próximo da estabilidade nos últimos meses, com tendência à desaceleração, em um cenário de juros altos, aperto no crédito e aumento da inadimplência, avaliou o economista-chefe do Banco Modal, Rafael Rondinelli. “Mas do outro lado devemos ver um impulso nos programas de transferência de renda do governo, o que ajuda a equilibrar o cenário”, vê Rondinelli.

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Na passagem de janeiro para fevereiro, seis das oito atividades que integram o comércio varejista registraram perdas: equipamentos de informática e comunicação (-10,4%), vestuário e calçados (-6,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico, que inclui as lojas de departamento (-2,0%), móveis e eletrodomésticos (-1,7%), supermercados (-0,7%) e combustíveis (-0,3%). Os únicos segmentos com expansão foram artigos farmacêuticos e de perfumaria (1,4%) e livros e papelaria (4,7%).

Ou seja, o varejo ficou estagnado em fevereiro ante janeiro porque os gastos das famílias despendidos nas demais atividades no mês anterior foram dirigidos para farmacêuticos e papelaria, confirmou Cristiano Santos, do IBGE. Com restrição de renda, os consumidores gastaram mais do orçamento com itens farmacêuticos, atividade considerada essencial, e compras sazonais de material escolar, devido ao início do ano letivo. O avanço nas vendas de itens de perfumaria e cosméticos em fevereiro foi até mais acentuado que o de artigos farmacêuticos no mês.

“Como a inflação é positiva, (o consumidor) acaba gastando um pouco mais (do que no mês anterior)”, observou Santos.

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Cristiano Santos lembrou que o crescimento registrado no crédito a pessoas físicas em fevereiro ante janeiro evitou uma perda maior no varejo no período. No entanto, houve queda na massa de salários em circulação na economia e redução da população ocupada no mercado de trabalho.

“Outro fator puxando para a queda no varejo é a inadimplência, que teve alta novamente”, acrescentou Santos.

No comércio varejista ampliado - que inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício - houve elevação de 1,7% em fevereiro ante janeiro. O segmento de veículos registrou alta de 1,4%, enquanto material de construção caiu 2,0%. Ainda não há divulgação de dados individuais para o atacado de produtos alimentícios na série com ajuste sazonal.

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Em relação a fevereiro de 2022, o comércio varejista teve um crescimento de 1,0% em fevereiro de 2023, com quedas também em seis das oito atividades pesquisadas. No varejo ampliado, as vendas caíram 0,2%./Colaboraram Daniel Tozzi Mendes e Italo Bertão Filho

O volume vendido pelo comércio varejista no País teve ligeiro recuo de 0,1% em fevereiro ante janeiro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio divulgados nesta terça-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O varejo vinha de uma expansão de 3,8% em janeiro, após perdas significativas em dezembro (-2,8%) e novembro (-0,7%). Segundo Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE, houve um volume menor que o esperado de vendas tanto na Black Friday quanto no Natal de 2022, sucedido por promoções que impulsionaram o desempenho no primeiro mês de 2023, que se desdobrou em uma estagnação em fevereiro.

Na comparação com fevereiro de 2022, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 1% em 2023 Foto: Wilton Junior/Estadão

O resultado da pesquisa indica que a desaceleração da atividade econômica, antes concentrada mais em setores ligados ao crédito, começa a se espalhar para os demais, opinou o economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, Alex Agostini.

“Em parte por conta do endividamento das famílias, em parte por conta do cenário de mercado de trabalho, emprego e renda que começa a sentir os efeitos (da política monetária restritiva, com juros elevados)”, afirmou Agostini. “Tem um pouco também dos efeitos da troca de governo, que gera uma certa preocupação e todo mundo ‘pisa o freio’”, acrescentou.

A injeção de recursos na economia por parte do governo com medidas como o aumento dos pagamentos do programa Bolsa Família e a elevação do salário mínimo não devem trazer impacto significativo para o varejo, previu Agostini.

“Boa parte das famílias está em situação de endividamento, o mercado de trabalho está em situação frágil, então, a contribuição do Bolsa Família e o aumento do salário mínimo servirão apenas para amenizar essa situação de endividamento e consumo de itens básicos”, justificou Agostini.

O varejo vem caminhando próximo da estabilidade nos últimos meses, com tendência à desaceleração, em um cenário de juros altos, aperto no crédito e aumento da inadimplência, avaliou o economista-chefe do Banco Modal, Rafael Rondinelli. “Mas do outro lado devemos ver um impulso nos programas de transferência de renda do governo, o que ajuda a equilibrar o cenário”, vê Rondinelli.

Na passagem de janeiro para fevereiro, seis das oito atividades que integram o comércio varejista registraram perdas: equipamentos de informática e comunicação (-10,4%), vestuário e calçados (-6,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico, que inclui as lojas de departamento (-2,0%), móveis e eletrodomésticos (-1,7%), supermercados (-0,7%) e combustíveis (-0,3%). Os únicos segmentos com expansão foram artigos farmacêuticos e de perfumaria (1,4%) e livros e papelaria (4,7%).

Ou seja, o varejo ficou estagnado em fevereiro ante janeiro porque os gastos das famílias despendidos nas demais atividades no mês anterior foram dirigidos para farmacêuticos e papelaria, confirmou Cristiano Santos, do IBGE. Com restrição de renda, os consumidores gastaram mais do orçamento com itens farmacêuticos, atividade considerada essencial, e compras sazonais de material escolar, devido ao início do ano letivo. O avanço nas vendas de itens de perfumaria e cosméticos em fevereiro foi até mais acentuado que o de artigos farmacêuticos no mês.

“Como a inflação é positiva, (o consumidor) acaba gastando um pouco mais (do que no mês anterior)”, observou Santos.

Cristiano Santos lembrou que o crescimento registrado no crédito a pessoas físicas em fevereiro ante janeiro evitou uma perda maior no varejo no período. No entanto, houve queda na massa de salários em circulação na economia e redução da população ocupada no mercado de trabalho.

“Outro fator puxando para a queda no varejo é a inadimplência, que teve alta novamente”, acrescentou Santos.

No comércio varejista ampliado - que inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício - houve elevação de 1,7% em fevereiro ante janeiro. O segmento de veículos registrou alta de 1,4%, enquanto material de construção caiu 2,0%. Ainda não há divulgação de dados individuais para o atacado de produtos alimentícios na série com ajuste sazonal.

Em relação a fevereiro de 2022, o comércio varejista teve um crescimento de 1,0% em fevereiro de 2023, com quedas também em seis das oito atividades pesquisadas. No varejo ampliado, as vendas caíram 0,2%./Colaboraram Daniel Tozzi Mendes e Italo Bertão Filho

O volume vendido pelo comércio varejista no País teve ligeiro recuo de 0,1% em fevereiro ante janeiro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio divulgados nesta terça-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O varejo vinha de uma expansão de 3,8% em janeiro, após perdas significativas em dezembro (-2,8%) e novembro (-0,7%). Segundo Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE, houve um volume menor que o esperado de vendas tanto na Black Friday quanto no Natal de 2022, sucedido por promoções que impulsionaram o desempenho no primeiro mês de 2023, que se desdobrou em uma estagnação em fevereiro.

Na comparação com fevereiro de 2022, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 1% em 2023 Foto: Wilton Junior/Estadão

O resultado da pesquisa indica que a desaceleração da atividade econômica, antes concentrada mais em setores ligados ao crédito, começa a se espalhar para os demais, opinou o economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, Alex Agostini.

“Em parte por conta do endividamento das famílias, em parte por conta do cenário de mercado de trabalho, emprego e renda que começa a sentir os efeitos (da política monetária restritiva, com juros elevados)”, afirmou Agostini. “Tem um pouco também dos efeitos da troca de governo, que gera uma certa preocupação e todo mundo ‘pisa o freio’”, acrescentou.

A injeção de recursos na economia por parte do governo com medidas como o aumento dos pagamentos do programa Bolsa Família e a elevação do salário mínimo não devem trazer impacto significativo para o varejo, previu Agostini.

“Boa parte das famílias está em situação de endividamento, o mercado de trabalho está em situação frágil, então, a contribuição do Bolsa Família e o aumento do salário mínimo servirão apenas para amenizar essa situação de endividamento e consumo de itens básicos”, justificou Agostini.

O varejo vem caminhando próximo da estabilidade nos últimos meses, com tendência à desaceleração, em um cenário de juros altos, aperto no crédito e aumento da inadimplência, avaliou o economista-chefe do Banco Modal, Rafael Rondinelli. “Mas do outro lado devemos ver um impulso nos programas de transferência de renda do governo, o que ajuda a equilibrar o cenário”, vê Rondinelli.

Na passagem de janeiro para fevereiro, seis das oito atividades que integram o comércio varejista registraram perdas: equipamentos de informática e comunicação (-10,4%), vestuário e calçados (-6,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico, que inclui as lojas de departamento (-2,0%), móveis e eletrodomésticos (-1,7%), supermercados (-0,7%) e combustíveis (-0,3%). Os únicos segmentos com expansão foram artigos farmacêuticos e de perfumaria (1,4%) e livros e papelaria (4,7%).

Ou seja, o varejo ficou estagnado em fevereiro ante janeiro porque os gastos das famílias despendidos nas demais atividades no mês anterior foram dirigidos para farmacêuticos e papelaria, confirmou Cristiano Santos, do IBGE. Com restrição de renda, os consumidores gastaram mais do orçamento com itens farmacêuticos, atividade considerada essencial, e compras sazonais de material escolar, devido ao início do ano letivo. O avanço nas vendas de itens de perfumaria e cosméticos em fevereiro foi até mais acentuado que o de artigos farmacêuticos no mês.

“Como a inflação é positiva, (o consumidor) acaba gastando um pouco mais (do que no mês anterior)”, observou Santos.

Cristiano Santos lembrou que o crescimento registrado no crédito a pessoas físicas em fevereiro ante janeiro evitou uma perda maior no varejo no período. No entanto, houve queda na massa de salários em circulação na economia e redução da população ocupada no mercado de trabalho.

“Outro fator puxando para a queda no varejo é a inadimplência, que teve alta novamente”, acrescentou Santos.

No comércio varejista ampliado - que inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício - houve elevação de 1,7% em fevereiro ante janeiro. O segmento de veículos registrou alta de 1,4%, enquanto material de construção caiu 2,0%. Ainda não há divulgação de dados individuais para o atacado de produtos alimentícios na série com ajuste sazonal.

Em relação a fevereiro de 2022, o comércio varejista teve um crescimento de 1,0% em fevereiro de 2023, com quedas também em seis das oito atividades pesquisadas. No varejo ampliado, as vendas caíram 0,2%./Colaboraram Daniel Tozzi Mendes e Italo Bertão Filho

O volume vendido pelo comércio varejista no País teve ligeiro recuo de 0,1% em fevereiro ante janeiro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio divulgados nesta terça-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O varejo vinha de uma expansão de 3,8% em janeiro, após perdas significativas em dezembro (-2,8%) e novembro (-0,7%). Segundo Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE, houve um volume menor que o esperado de vendas tanto na Black Friday quanto no Natal de 2022, sucedido por promoções que impulsionaram o desempenho no primeiro mês de 2023, que se desdobrou em uma estagnação em fevereiro.

Na comparação com fevereiro de 2022, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 1% em 2023 Foto: Wilton Junior/Estadão

O resultado da pesquisa indica que a desaceleração da atividade econômica, antes concentrada mais em setores ligados ao crédito, começa a se espalhar para os demais, opinou o economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, Alex Agostini.

“Em parte por conta do endividamento das famílias, em parte por conta do cenário de mercado de trabalho, emprego e renda que começa a sentir os efeitos (da política monetária restritiva, com juros elevados)”, afirmou Agostini. “Tem um pouco também dos efeitos da troca de governo, que gera uma certa preocupação e todo mundo ‘pisa o freio’”, acrescentou.

A injeção de recursos na economia por parte do governo com medidas como o aumento dos pagamentos do programa Bolsa Família e a elevação do salário mínimo não devem trazer impacto significativo para o varejo, previu Agostini.

“Boa parte das famílias está em situação de endividamento, o mercado de trabalho está em situação frágil, então, a contribuição do Bolsa Família e o aumento do salário mínimo servirão apenas para amenizar essa situação de endividamento e consumo de itens básicos”, justificou Agostini.

O varejo vem caminhando próximo da estabilidade nos últimos meses, com tendência à desaceleração, em um cenário de juros altos, aperto no crédito e aumento da inadimplência, avaliou o economista-chefe do Banco Modal, Rafael Rondinelli. “Mas do outro lado devemos ver um impulso nos programas de transferência de renda do governo, o que ajuda a equilibrar o cenário”, vê Rondinelli.

Na passagem de janeiro para fevereiro, seis das oito atividades que integram o comércio varejista registraram perdas: equipamentos de informática e comunicação (-10,4%), vestuário e calçados (-6,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico, que inclui as lojas de departamento (-2,0%), móveis e eletrodomésticos (-1,7%), supermercados (-0,7%) e combustíveis (-0,3%). Os únicos segmentos com expansão foram artigos farmacêuticos e de perfumaria (1,4%) e livros e papelaria (4,7%).

Ou seja, o varejo ficou estagnado em fevereiro ante janeiro porque os gastos das famílias despendidos nas demais atividades no mês anterior foram dirigidos para farmacêuticos e papelaria, confirmou Cristiano Santos, do IBGE. Com restrição de renda, os consumidores gastaram mais do orçamento com itens farmacêuticos, atividade considerada essencial, e compras sazonais de material escolar, devido ao início do ano letivo. O avanço nas vendas de itens de perfumaria e cosméticos em fevereiro foi até mais acentuado que o de artigos farmacêuticos no mês.

“Como a inflação é positiva, (o consumidor) acaba gastando um pouco mais (do que no mês anterior)”, observou Santos.

Cristiano Santos lembrou que o crescimento registrado no crédito a pessoas físicas em fevereiro ante janeiro evitou uma perda maior no varejo no período. No entanto, houve queda na massa de salários em circulação na economia e redução da população ocupada no mercado de trabalho.

“Outro fator puxando para a queda no varejo é a inadimplência, que teve alta novamente”, acrescentou Santos.

No comércio varejista ampliado - que inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício - houve elevação de 1,7% em fevereiro ante janeiro. O segmento de veículos registrou alta de 1,4%, enquanto material de construção caiu 2,0%. Ainda não há divulgação de dados individuais para o atacado de produtos alimentícios na série com ajuste sazonal.

Em relação a fevereiro de 2022, o comércio varejista teve um crescimento de 1,0% em fevereiro de 2023, com quedas também em seis das oito atividades pesquisadas. No varejo ampliado, as vendas caíram 0,2%./Colaboraram Daniel Tozzi Mendes e Italo Bertão Filho

O volume vendido pelo comércio varejista no País teve ligeiro recuo de 0,1% em fevereiro ante janeiro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio divulgados nesta terça-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O varejo vinha de uma expansão de 3,8% em janeiro, após perdas significativas em dezembro (-2,8%) e novembro (-0,7%). Segundo Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE, houve um volume menor que o esperado de vendas tanto na Black Friday quanto no Natal de 2022, sucedido por promoções que impulsionaram o desempenho no primeiro mês de 2023, que se desdobrou em uma estagnação em fevereiro.

Na comparação com fevereiro de 2022, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 1% em 2023 Foto: Wilton Junior/Estadão

O resultado da pesquisa indica que a desaceleração da atividade econômica, antes concentrada mais em setores ligados ao crédito, começa a se espalhar para os demais, opinou o economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, Alex Agostini.

“Em parte por conta do endividamento das famílias, em parte por conta do cenário de mercado de trabalho, emprego e renda que começa a sentir os efeitos (da política monetária restritiva, com juros elevados)”, afirmou Agostini. “Tem um pouco também dos efeitos da troca de governo, que gera uma certa preocupação e todo mundo ‘pisa o freio’”, acrescentou.

A injeção de recursos na economia por parte do governo com medidas como o aumento dos pagamentos do programa Bolsa Família e a elevação do salário mínimo não devem trazer impacto significativo para o varejo, previu Agostini.

“Boa parte das famílias está em situação de endividamento, o mercado de trabalho está em situação frágil, então, a contribuição do Bolsa Família e o aumento do salário mínimo servirão apenas para amenizar essa situação de endividamento e consumo de itens básicos”, justificou Agostini.

O varejo vem caminhando próximo da estabilidade nos últimos meses, com tendência à desaceleração, em um cenário de juros altos, aperto no crédito e aumento da inadimplência, avaliou o economista-chefe do Banco Modal, Rafael Rondinelli. “Mas do outro lado devemos ver um impulso nos programas de transferência de renda do governo, o que ajuda a equilibrar o cenário”, vê Rondinelli.

Na passagem de janeiro para fevereiro, seis das oito atividades que integram o comércio varejista registraram perdas: equipamentos de informática e comunicação (-10,4%), vestuário e calçados (-6,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico, que inclui as lojas de departamento (-2,0%), móveis e eletrodomésticos (-1,7%), supermercados (-0,7%) e combustíveis (-0,3%). Os únicos segmentos com expansão foram artigos farmacêuticos e de perfumaria (1,4%) e livros e papelaria (4,7%).

Ou seja, o varejo ficou estagnado em fevereiro ante janeiro porque os gastos das famílias despendidos nas demais atividades no mês anterior foram dirigidos para farmacêuticos e papelaria, confirmou Cristiano Santos, do IBGE. Com restrição de renda, os consumidores gastaram mais do orçamento com itens farmacêuticos, atividade considerada essencial, e compras sazonais de material escolar, devido ao início do ano letivo. O avanço nas vendas de itens de perfumaria e cosméticos em fevereiro foi até mais acentuado que o de artigos farmacêuticos no mês.

“Como a inflação é positiva, (o consumidor) acaba gastando um pouco mais (do que no mês anterior)”, observou Santos.

Cristiano Santos lembrou que o crescimento registrado no crédito a pessoas físicas em fevereiro ante janeiro evitou uma perda maior no varejo no período. No entanto, houve queda na massa de salários em circulação na economia e redução da população ocupada no mercado de trabalho.

“Outro fator puxando para a queda no varejo é a inadimplência, que teve alta novamente”, acrescentou Santos.

No comércio varejista ampliado - que inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício - houve elevação de 1,7% em fevereiro ante janeiro. O segmento de veículos registrou alta de 1,4%, enquanto material de construção caiu 2,0%. Ainda não há divulgação de dados individuais para o atacado de produtos alimentícios na série com ajuste sazonal.

Em relação a fevereiro de 2022, o comércio varejista teve um crescimento de 1,0% em fevereiro de 2023, com quedas também em seis das oito atividades pesquisadas. No varejo ampliado, as vendas caíram 0,2%./Colaboraram Daniel Tozzi Mendes e Italo Bertão Filho

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