Víssimo, dono de Evino e Grand Cru, troca comando e freia novos investimentos


Antigos CEOs assumem o posto da holding e terão missão de rever os planos de expansão num momento mais desafiador, de juros altos

Por Suzana Barelli
Atualização:

Os funcionários da Víssimo Group, holding criada após o e-commerce Evino adquirir a importadora Grand Cru em outubro de 2021, foram surpreendidos hoje, 25, com o tema da reunião geral, que acontece a cada 15 dias. Em vez dos assuntos gerais, o próprio Alexandre Bratt, CEO da holding, usou o microfone para anunciar o seu desligamento da companhia. Em seu lugar, assumem, como co-CEOs, Ari Gorenstein e Marcos Leal. Os dois executivos fundaram a Evino em 2013 e, com a fusão das duas empresas e a criação da Víssimo, haviam perdido este cargo.

Nos discursos de Gorenstein e de Bratt, a saída era esperada. “Foi o fim de um ciclo e sempre soube da temporalidade da minha cadeira”, afirmou ao Estadão Alexandre Bratt, na manhã de hoje, enquanto preparava o seu pronunciamento para os funcionários. “Minha missão era garantir que a integração entre as duas empresas fosse suave”, acrescentou ele.

Com carreira na área de gestão de empresas, Bratt chegou ao comando da Grand Cru em 2019, quando a importadora ainda pertencia ao fundo de private equity Aqua Capital e uma das suas funções era, exatamente, encontrar um comprador para a companhia. Bratt viveu um caso em que o CEO da companhia comprada, no caso a Grand Cru, assumiu como CEO da compradora (a holding Víssimo).

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“Houve um entendimento entre os acionistas que fazia sentido mudar o ciclo agora. Bratt ajudou a alicerçar as bases para o nosso crescimento, mas faz sentido agora trazer os fundadores originais junto aos acionistas para este novo ciclo”, afirma Gorenstein. Além de reassumir o posto de co-CEO, Goreinstein vai continuar como diretor de produtos da Víssimo, cargo que havia assumido com a constituição da holding.

Criada em 2021, a Víssimo hoje ocupa o terceiro lugar entre os maiores importadores de vinho no Brasil. A liderança cabe à Wine, que no início de 2021 comprou a importadora Cantu, e o segundo lugar é ocupado a VCT, o braço brasileiro da gigante Concha y Toro no Brasil, no ranking da Ideal Consulting. Mas o ano passado, com o fim da pandemia e a menor possibilidade de provar brancos e tintos em casa, não foi fácil para o mercado de vinhos, com forte retração principalmente na venda on-line, que é o foco da Evino.

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Importadora de vinhos Grand Cru Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Pelos dados da Ideal, a Evino registra, nos primeiros três meses do ano queda de 37,2% em volume de importação e de 29,1% em valor. A Grand Cru, por sua vez, tem uma retração menor: de 10,9% em volume e 1,4% em valor, no mesmo período. No trimestre, as importações de brancos e tintos registraram uma queda de 9%, na comparação com igual período do ano passado.

A holding não confirma os dados, mas diz que a redução de importação significa a melhor gestão dos estoques. “Nossos estoques estavam muito altos. E conseguimos mudar o formato de compras para ter um estoque menor, mas sem rupturas com os vinhos importados”, afirma Bratt. No Brasil, não é possível medir o consumo real de vinhos, porque há estatísticas apenas sobre a importação ou a venda das vinícolas brasileiras.

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Goreinstein diz, no entanto, que o cenário está melhorando e a holding cresceu 5,7% no primeiro quadrimestre de 2023 em comparação com igual período de 2022. O maior crescimento ocorre no B2B, área agora liderada pelo executivo João Palhinha, que no ano passado saiu da Qualimpor para assumir o posto. “Precisamos recalibrar os nossos planos, pelo momento desafiador do mercado, e também pelo descaminho crescente”, afirma o novo co-CEO.

Marcos Leal (óculos), Ari Gorenstein (camisa preta) e Alexandre Bratt Foto: Jussara Martins/Evino

Um exemplo são as franquias da Grand Cru. A holding tinha um plano agressivo de expandir as unidades em 2023, mas a ideia é, por enquanto, manter as atuais 118 lojas franqueadas, além das 19 próprias, possivelmente sem novas inaugurações. Na Evino, o modelo de lojas físicas ainda dá os primeiros passos, com duas lojas próprias e uma franquia, todas em São Paulo. “Com a atual taxa de juros, poucos vão trocar investimentos financeiros por investir em franquias”, diz Goreinstein.

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Bratt, por sua vez, diz que o Ebitda, indicador que mede o lucro da empresa, antes de abater os impostos e juros, cresceu no quadrimestre de 2023, com aumento de quase 10 pontos porcentuais. Mas a companhia não divulga os dados absolutos. “Neste ano, temos uma rentabilidade melhor”, diz Bratt. A conferir.

Os funcionários da Víssimo Group, holding criada após o e-commerce Evino adquirir a importadora Grand Cru em outubro de 2021, foram surpreendidos hoje, 25, com o tema da reunião geral, que acontece a cada 15 dias. Em vez dos assuntos gerais, o próprio Alexandre Bratt, CEO da holding, usou o microfone para anunciar o seu desligamento da companhia. Em seu lugar, assumem, como co-CEOs, Ari Gorenstein e Marcos Leal. Os dois executivos fundaram a Evino em 2013 e, com a fusão das duas empresas e a criação da Víssimo, haviam perdido este cargo.

Nos discursos de Gorenstein e de Bratt, a saída era esperada. “Foi o fim de um ciclo e sempre soube da temporalidade da minha cadeira”, afirmou ao Estadão Alexandre Bratt, na manhã de hoje, enquanto preparava o seu pronunciamento para os funcionários. “Minha missão era garantir que a integração entre as duas empresas fosse suave”, acrescentou ele.

Com carreira na área de gestão de empresas, Bratt chegou ao comando da Grand Cru em 2019, quando a importadora ainda pertencia ao fundo de private equity Aqua Capital e uma das suas funções era, exatamente, encontrar um comprador para a companhia. Bratt viveu um caso em que o CEO da companhia comprada, no caso a Grand Cru, assumiu como CEO da compradora (a holding Víssimo).

“Houve um entendimento entre os acionistas que fazia sentido mudar o ciclo agora. Bratt ajudou a alicerçar as bases para o nosso crescimento, mas faz sentido agora trazer os fundadores originais junto aos acionistas para este novo ciclo”, afirma Gorenstein. Além de reassumir o posto de co-CEO, Goreinstein vai continuar como diretor de produtos da Víssimo, cargo que havia assumido com a constituição da holding.

Criada em 2021, a Víssimo hoje ocupa o terceiro lugar entre os maiores importadores de vinho no Brasil. A liderança cabe à Wine, que no início de 2021 comprou a importadora Cantu, e o segundo lugar é ocupado a VCT, o braço brasileiro da gigante Concha y Toro no Brasil, no ranking da Ideal Consulting. Mas o ano passado, com o fim da pandemia e a menor possibilidade de provar brancos e tintos em casa, não foi fácil para o mercado de vinhos, com forte retração principalmente na venda on-line, que é o foco da Evino.

Importadora de vinhos Grand Cru Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Pelos dados da Ideal, a Evino registra, nos primeiros três meses do ano queda de 37,2% em volume de importação e de 29,1% em valor. A Grand Cru, por sua vez, tem uma retração menor: de 10,9% em volume e 1,4% em valor, no mesmo período. No trimestre, as importações de brancos e tintos registraram uma queda de 9%, na comparação com igual período do ano passado.

A holding não confirma os dados, mas diz que a redução de importação significa a melhor gestão dos estoques. “Nossos estoques estavam muito altos. E conseguimos mudar o formato de compras para ter um estoque menor, mas sem rupturas com os vinhos importados”, afirma Bratt. No Brasil, não é possível medir o consumo real de vinhos, porque há estatísticas apenas sobre a importação ou a venda das vinícolas brasileiras.

Goreinstein diz, no entanto, que o cenário está melhorando e a holding cresceu 5,7% no primeiro quadrimestre de 2023 em comparação com igual período de 2022. O maior crescimento ocorre no B2B, área agora liderada pelo executivo João Palhinha, que no ano passado saiu da Qualimpor para assumir o posto. “Precisamos recalibrar os nossos planos, pelo momento desafiador do mercado, e também pelo descaminho crescente”, afirma o novo co-CEO.

Marcos Leal (óculos), Ari Gorenstein (camisa preta) e Alexandre Bratt Foto: Jussara Martins/Evino

Um exemplo são as franquias da Grand Cru. A holding tinha um plano agressivo de expandir as unidades em 2023, mas a ideia é, por enquanto, manter as atuais 118 lojas franqueadas, além das 19 próprias, possivelmente sem novas inaugurações. Na Evino, o modelo de lojas físicas ainda dá os primeiros passos, com duas lojas próprias e uma franquia, todas em São Paulo. “Com a atual taxa de juros, poucos vão trocar investimentos financeiros por investir em franquias”, diz Goreinstein.

Bratt, por sua vez, diz que o Ebitda, indicador que mede o lucro da empresa, antes de abater os impostos e juros, cresceu no quadrimestre de 2023, com aumento de quase 10 pontos porcentuais. Mas a companhia não divulga os dados absolutos. “Neste ano, temos uma rentabilidade melhor”, diz Bratt. A conferir.

Os funcionários da Víssimo Group, holding criada após o e-commerce Evino adquirir a importadora Grand Cru em outubro de 2021, foram surpreendidos hoje, 25, com o tema da reunião geral, que acontece a cada 15 dias. Em vez dos assuntos gerais, o próprio Alexandre Bratt, CEO da holding, usou o microfone para anunciar o seu desligamento da companhia. Em seu lugar, assumem, como co-CEOs, Ari Gorenstein e Marcos Leal. Os dois executivos fundaram a Evino em 2013 e, com a fusão das duas empresas e a criação da Víssimo, haviam perdido este cargo.

Nos discursos de Gorenstein e de Bratt, a saída era esperada. “Foi o fim de um ciclo e sempre soube da temporalidade da minha cadeira”, afirmou ao Estadão Alexandre Bratt, na manhã de hoje, enquanto preparava o seu pronunciamento para os funcionários. “Minha missão era garantir que a integração entre as duas empresas fosse suave”, acrescentou ele.

Com carreira na área de gestão de empresas, Bratt chegou ao comando da Grand Cru em 2019, quando a importadora ainda pertencia ao fundo de private equity Aqua Capital e uma das suas funções era, exatamente, encontrar um comprador para a companhia. Bratt viveu um caso em que o CEO da companhia comprada, no caso a Grand Cru, assumiu como CEO da compradora (a holding Víssimo).

“Houve um entendimento entre os acionistas que fazia sentido mudar o ciclo agora. Bratt ajudou a alicerçar as bases para o nosso crescimento, mas faz sentido agora trazer os fundadores originais junto aos acionistas para este novo ciclo”, afirma Gorenstein. Além de reassumir o posto de co-CEO, Goreinstein vai continuar como diretor de produtos da Víssimo, cargo que havia assumido com a constituição da holding.

Criada em 2021, a Víssimo hoje ocupa o terceiro lugar entre os maiores importadores de vinho no Brasil. A liderança cabe à Wine, que no início de 2021 comprou a importadora Cantu, e o segundo lugar é ocupado a VCT, o braço brasileiro da gigante Concha y Toro no Brasil, no ranking da Ideal Consulting. Mas o ano passado, com o fim da pandemia e a menor possibilidade de provar brancos e tintos em casa, não foi fácil para o mercado de vinhos, com forte retração principalmente na venda on-line, que é o foco da Evino.

Importadora de vinhos Grand Cru Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Pelos dados da Ideal, a Evino registra, nos primeiros três meses do ano queda de 37,2% em volume de importação e de 29,1% em valor. A Grand Cru, por sua vez, tem uma retração menor: de 10,9% em volume e 1,4% em valor, no mesmo período. No trimestre, as importações de brancos e tintos registraram uma queda de 9%, na comparação com igual período do ano passado.

A holding não confirma os dados, mas diz que a redução de importação significa a melhor gestão dos estoques. “Nossos estoques estavam muito altos. E conseguimos mudar o formato de compras para ter um estoque menor, mas sem rupturas com os vinhos importados”, afirma Bratt. No Brasil, não é possível medir o consumo real de vinhos, porque há estatísticas apenas sobre a importação ou a venda das vinícolas brasileiras.

Goreinstein diz, no entanto, que o cenário está melhorando e a holding cresceu 5,7% no primeiro quadrimestre de 2023 em comparação com igual período de 2022. O maior crescimento ocorre no B2B, área agora liderada pelo executivo João Palhinha, que no ano passado saiu da Qualimpor para assumir o posto. “Precisamos recalibrar os nossos planos, pelo momento desafiador do mercado, e também pelo descaminho crescente”, afirma o novo co-CEO.

Marcos Leal (óculos), Ari Gorenstein (camisa preta) e Alexandre Bratt Foto: Jussara Martins/Evino

Um exemplo são as franquias da Grand Cru. A holding tinha um plano agressivo de expandir as unidades em 2023, mas a ideia é, por enquanto, manter as atuais 118 lojas franqueadas, além das 19 próprias, possivelmente sem novas inaugurações. Na Evino, o modelo de lojas físicas ainda dá os primeiros passos, com duas lojas próprias e uma franquia, todas em São Paulo. “Com a atual taxa de juros, poucos vão trocar investimentos financeiros por investir em franquias”, diz Goreinstein.

Bratt, por sua vez, diz que o Ebitda, indicador que mede o lucro da empresa, antes de abater os impostos e juros, cresceu no quadrimestre de 2023, com aumento de quase 10 pontos porcentuais. Mas a companhia não divulga os dados absolutos. “Neste ano, temos uma rentabilidade melhor”, diz Bratt. A conferir.

Os funcionários da Víssimo Group, holding criada após o e-commerce Evino adquirir a importadora Grand Cru em outubro de 2021, foram surpreendidos hoje, 25, com o tema da reunião geral, que acontece a cada 15 dias. Em vez dos assuntos gerais, o próprio Alexandre Bratt, CEO da holding, usou o microfone para anunciar o seu desligamento da companhia. Em seu lugar, assumem, como co-CEOs, Ari Gorenstein e Marcos Leal. Os dois executivos fundaram a Evino em 2013 e, com a fusão das duas empresas e a criação da Víssimo, haviam perdido este cargo.

Nos discursos de Gorenstein e de Bratt, a saída era esperada. “Foi o fim de um ciclo e sempre soube da temporalidade da minha cadeira”, afirmou ao Estadão Alexandre Bratt, na manhã de hoje, enquanto preparava o seu pronunciamento para os funcionários. “Minha missão era garantir que a integração entre as duas empresas fosse suave”, acrescentou ele.

Com carreira na área de gestão de empresas, Bratt chegou ao comando da Grand Cru em 2019, quando a importadora ainda pertencia ao fundo de private equity Aqua Capital e uma das suas funções era, exatamente, encontrar um comprador para a companhia. Bratt viveu um caso em que o CEO da companhia comprada, no caso a Grand Cru, assumiu como CEO da compradora (a holding Víssimo).

“Houve um entendimento entre os acionistas que fazia sentido mudar o ciclo agora. Bratt ajudou a alicerçar as bases para o nosso crescimento, mas faz sentido agora trazer os fundadores originais junto aos acionistas para este novo ciclo”, afirma Gorenstein. Além de reassumir o posto de co-CEO, Goreinstein vai continuar como diretor de produtos da Víssimo, cargo que havia assumido com a constituição da holding.

Criada em 2021, a Víssimo hoje ocupa o terceiro lugar entre os maiores importadores de vinho no Brasil. A liderança cabe à Wine, que no início de 2021 comprou a importadora Cantu, e o segundo lugar é ocupado a VCT, o braço brasileiro da gigante Concha y Toro no Brasil, no ranking da Ideal Consulting. Mas o ano passado, com o fim da pandemia e a menor possibilidade de provar brancos e tintos em casa, não foi fácil para o mercado de vinhos, com forte retração principalmente na venda on-line, que é o foco da Evino.

Importadora de vinhos Grand Cru Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Pelos dados da Ideal, a Evino registra, nos primeiros três meses do ano queda de 37,2% em volume de importação e de 29,1% em valor. A Grand Cru, por sua vez, tem uma retração menor: de 10,9% em volume e 1,4% em valor, no mesmo período. No trimestre, as importações de brancos e tintos registraram uma queda de 9%, na comparação com igual período do ano passado.

A holding não confirma os dados, mas diz que a redução de importação significa a melhor gestão dos estoques. “Nossos estoques estavam muito altos. E conseguimos mudar o formato de compras para ter um estoque menor, mas sem rupturas com os vinhos importados”, afirma Bratt. No Brasil, não é possível medir o consumo real de vinhos, porque há estatísticas apenas sobre a importação ou a venda das vinícolas brasileiras.

Goreinstein diz, no entanto, que o cenário está melhorando e a holding cresceu 5,7% no primeiro quadrimestre de 2023 em comparação com igual período de 2022. O maior crescimento ocorre no B2B, área agora liderada pelo executivo João Palhinha, que no ano passado saiu da Qualimpor para assumir o posto. “Precisamos recalibrar os nossos planos, pelo momento desafiador do mercado, e também pelo descaminho crescente”, afirma o novo co-CEO.

Marcos Leal (óculos), Ari Gorenstein (camisa preta) e Alexandre Bratt Foto: Jussara Martins/Evino

Um exemplo são as franquias da Grand Cru. A holding tinha um plano agressivo de expandir as unidades em 2023, mas a ideia é, por enquanto, manter as atuais 118 lojas franqueadas, além das 19 próprias, possivelmente sem novas inaugurações. Na Evino, o modelo de lojas físicas ainda dá os primeiros passos, com duas lojas próprias e uma franquia, todas em São Paulo. “Com a atual taxa de juros, poucos vão trocar investimentos financeiros por investir em franquias”, diz Goreinstein.

Bratt, por sua vez, diz que o Ebitda, indicador que mede o lucro da empresa, antes de abater os impostos e juros, cresceu no quadrimestre de 2023, com aumento de quase 10 pontos porcentuais. Mas a companhia não divulga os dados absolutos. “Neste ano, temos uma rentabilidade melhor”, diz Bratt. A conferir.

Os funcionários da Víssimo Group, holding criada após o e-commerce Evino adquirir a importadora Grand Cru em outubro de 2021, foram surpreendidos hoje, 25, com o tema da reunião geral, que acontece a cada 15 dias. Em vez dos assuntos gerais, o próprio Alexandre Bratt, CEO da holding, usou o microfone para anunciar o seu desligamento da companhia. Em seu lugar, assumem, como co-CEOs, Ari Gorenstein e Marcos Leal. Os dois executivos fundaram a Evino em 2013 e, com a fusão das duas empresas e a criação da Víssimo, haviam perdido este cargo.

Nos discursos de Gorenstein e de Bratt, a saída era esperada. “Foi o fim de um ciclo e sempre soube da temporalidade da minha cadeira”, afirmou ao Estadão Alexandre Bratt, na manhã de hoje, enquanto preparava o seu pronunciamento para os funcionários. “Minha missão era garantir que a integração entre as duas empresas fosse suave”, acrescentou ele.

Com carreira na área de gestão de empresas, Bratt chegou ao comando da Grand Cru em 2019, quando a importadora ainda pertencia ao fundo de private equity Aqua Capital e uma das suas funções era, exatamente, encontrar um comprador para a companhia. Bratt viveu um caso em que o CEO da companhia comprada, no caso a Grand Cru, assumiu como CEO da compradora (a holding Víssimo).

“Houve um entendimento entre os acionistas que fazia sentido mudar o ciclo agora. Bratt ajudou a alicerçar as bases para o nosso crescimento, mas faz sentido agora trazer os fundadores originais junto aos acionistas para este novo ciclo”, afirma Gorenstein. Além de reassumir o posto de co-CEO, Goreinstein vai continuar como diretor de produtos da Víssimo, cargo que havia assumido com a constituição da holding.

Criada em 2021, a Víssimo hoje ocupa o terceiro lugar entre os maiores importadores de vinho no Brasil. A liderança cabe à Wine, que no início de 2021 comprou a importadora Cantu, e o segundo lugar é ocupado a VCT, o braço brasileiro da gigante Concha y Toro no Brasil, no ranking da Ideal Consulting. Mas o ano passado, com o fim da pandemia e a menor possibilidade de provar brancos e tintos em casa, não foi fácil para o mercado de vinhos, com forte retração principalmente na venda on-line, que é o foco da Evino.

Importadora de vinhos Grand Cru Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Pelos dados da Ideal, a Evino registra, nos primeiros três meses do ano queda de 37,2% em volume de importação e de 29,1% em valor. A Grand Cru, por sua vez, tem uma retração menor: de 10,9% em volume e 1,4% em valor, no mesmo período. No trimestre, as importações de brancos e tintos registraram uma queda de 9%, na comparação com igual período do ano passado.

A holding não confirma os dados, mas diz que a redução de importação significa a melhor gestão dos estoques. “Nossos estoques estavam muito altos. E conseguimos mudar o formato de compras para ter um estoque menor, mas sem rupturas com os vinhos importados”, afirma Bratt. No Brasil, não é possível medir o consumo real de vinhos, porque há estatísticas apenas sobre a importação ou a venda das vinícolas brasileiras.

Goreinstein diz, no entanto, que o cenário está melhorando e a holding cresceu 5,7% no primeiro quadrimestre de 2023 em comparação com igual período de 2022. O maior crescimento ocorre no B2B, área agora liderada pelo executivo João Palhinha, que no ano passado saiu da Qualimpor para assumir o posto. “Precisamos recalibrar os nossos planos, pelo momento desafiador do mercado, e também pelo descaminho crescente”, afirma o novo co-CEO.

Marcos Leal (óculos), Ari Gorenstein (camisa preta) e Alexandre Bratt Foto: Jussara Martins/Evino

Um exemplo são as franquias da Grand Cru. A holding tinha um plano agressivo de expandir as unidades em 2023, mas a ideia é, por enquanto, manter as atuais 118 lojas franqueadas, além das 19 próprias, possivelmente sem novas inaugurações. Na Evino, o modelo de lojas físicas ainda dá os primeiros passos, com duas lojas próprias e uma franquia, todas em São Paulo. “Com a atual taxa de juros, poucos vão trocar investimentos financeiros por investir em franquias”, diz Goreinstein.

Bratt, por sua vez, diz que o Ebitda, indicador que mede o lucro da empresa, antes de abater os impostos e juros, cresceu no quadrimestre de 2023, com aumento de quase 10 pontos porcentuais. Mas a companhia não divulga os dados absolutos. “Neste ano, temos uma rentabilidade melhor”, diz Bratt. A conferir.

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