Volume de serviços prestados no País cai 0,9% em novembro, aponta IBGE


Na comparação com novembro de 2023, houve alta de 2,9%, já descontado o efeito da inflação; taxa acumulada no ano indica avanço de 3,2%

Por Daniela Amorim
Atualização:

RIO - Assim como a produção industrial e as vendas no varejo, o setor de serviços ficou no vermelho no mês de novembro. O volume de serviços prestados encolheu 0,9% em relação a outubro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados nesta quarta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi ainda mais negativo do que a queda mediana de 0,5% prevista por analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast.

Na comparação entre novembro de 2024 e novembro de 2023, os serviços como um todo cresceram 2,9%, enquanto os serviços às famílias expandiram 5,0%. No acumulado do ano, a média global dos serviços aumentou 3,2%, e os serviços às famílias, 4,7%. No acumulado em 12 meses, a média dos serviços avançou 2,9%, enquanto os serviços às famílias, 5,0%.

continua após a publicidade

“O dado de hoje se soma aos resultados mais fracos da indústria e do varejo em novembro, reforçando nossa visão de desaceleração da atividade econômica no último trimestre de 2024. Para 2025, projetamos uma expansão do PIB (Produto Interno Bruto) de 2%, menor do que os 3,5% previstos para 2024″, previu o economista Heliezer Jacob, do C6 Bank, em comentário.

Receita bruta nominal do setor de serviços subiu 0,1% em novembro ante outubro, segundo o IBGE Foto: Leonardo Soares/Estadão

Apesar da surpresa para baixo, o setor de serviços continua forte, desacelerando de forma lenta, observou o economista Igor Cadilhac, do banco PicPay.

continua após a publicidade

“Para o futuro, esperamos que esse cenário se mantenha ao longo do ano, apesar da recente deterioração do quadro inflacionário e da consequente necessidade da elevação da taxa de juros”, disse Cadilhac.

‘Movimento de acomodação’

O recuo no volume de serviços prestados em novembro ante outubro foi um movimento de acomodação, após o setor ter subido a novo recorde histórico no mês anterior, avaliou Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE.

continua após a publicidade

“Esse resultado ocorre após os serviços terem alcançado o ápice da sua série em outubro de 2024. Portanto, a base de comparação que a gente tem é extremamente elevada”, frisou Lobo. “Esse resultado negativo é concentrado, apenas duas atividades tiveram taxas negativas”, lembrou.

O setor de serviços operava em novembro em nível 0,9% aquém do nível recorde alcançado em outubro de 2024, dentro da série histórica da pesquisa iniciada em 2011 pelo IBGE. O recuo em novembro eliminou apenas parte do ganho de 2,3% acumulado nos dois meses anteriores de crescimentos, setembro (0,9%) e outubro (1,4%).

“O saldo é positivo nesses últimos meses. O saldo desses três meses ainda é um crescimento de 1,4%, na comparação com agosto de 2024″, apontou Lobo. “A gente não pode dizer que essa primeira informação negativa (em novembro) significa uma reversão de trajetória. O que a gente tem, na verdade, é uma base de comparação ainda elevada”, disse.

continua após a publicidade

Quais segmentos tiveram maior variação

Na passagem de outubro para novembro, houve perdas nas atividades de transportes (-2,7%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-2,6%). Na direção oposta, houve avanços em informação e comunicação (1,0%), outros serviços (1,8%) e serviços prestados às famílias (1,7%).

Lobo pondera que tanto a queda de transportes quanto a de serviços profissionais e complementares devolveram apenas parte do ganho visto em ambas as atividades nos dois meses anteriores.

continua após a publicidade

“O saldo dos últimos três meses dessas duas atividades ainda é positivo, vale ressaltar essa informação”, declarou o pesquisador.

Em transportes, o recuo em novembro sucede a um ganho de 5,3% acumulado em setembro e outubro, o que gera um saldo positivo de 2,5% na atividade nos últimos três meses. Em serviços profissionais e complementares, a alta acumulada era de 3,5% em setembro e outubro, o que significa um saldo ainda positivo em 0,8% após a perda de novembro, calculou Lobo.

Em novembro, os destaques negativos foram as reduções nos ramos de transporte de cargas, transporte de passageiros, atividades jurídicas, serviços de engenharia e consultoria em gestão empresarial.

continua após a publicidade

Por que serviços às famílias cresceram mais

Por outro lado, o aquecimento do mercado de trabalho, com níveis recordes de emprego e renda, pode estar influenciando positivamente um crescimento mais consistente nos serviços prestados às famílias, avaliou Rodrigo Lobo.

“Os níveis de desemprego estão cada vez menores, os níveis de emprego cada vez maiores, os níveis de renda cada vez maiores. Isso pode pesar no consumo de serviços”, disse Lobo.

As atividades que estão englobadas pela categoria de serviços às famílias são consideradas supérfluas, afirmou Lobo. O grupo inclui hotéis, restaurantes, atividades de lazer e recreação, academia de ginástica, entre outros.

“Esse cenário de consistência do crescimento dos serviços prestados às famílias pode estar relacionado com alguns ganhos dessas boas notícias do mercado de trabalho”, avaliou o pesquisador.

Em novembro, os serviços prestados às famílias ainda estavam 5,7% abaixo do patamar recorde de maio de 2014, mas o volume prestado atingiu o maior nível em quase uma década.

“É o maior nível de volume de serviços prestados às famílias desde fevereiro de 2015″, contou Lobo.

Para o pesquisador do IBGE, o volume de serviços prestados no País como um todo deve encerrar o ano de 2024 com uma expansão ao redor de 3,2% em relação ao ano anterior, quarto ano consecutivo de expansão. Em 2023, o setor de serviços cresceu 2,9%. /Com Anna Scabello

RIO - Assim como a produção industrial e as vendas no varejo, o setor de serviços ficou no vermelho no mês de novembro. O volume de serviços prestados encolheu 0,9% em relação a outubro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados nesta quarta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi ainda mais negativo do que a queda mediana de 0,5% prevista por analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast.

Na comparação entre novembro de 2024 e novembro de 2023, os serviços como um todo cresceram 2,9%, enquanto os serviços às famílias expandiram 5,0%. No acumulado do ano, a média global dos serviços aumentou 3,2%, e os serviços às famílias, 4,7%. No acumulado em 12 meses, a média dos serviços avançou 2,9%, enquanto os serviços às famílias, 5,0%.

“O dado de hoje se soma aos resultados mais fracos da indústria e do varejo em novembro, reforçando nossa visão de desaceleração da atividade econômica no último trimestre de 2024. Para 2025, projetamos uma expansão do PIB (Produto Interno Bruto) de 2%, menor do que os 3,5% previstos para 2024″, previu o economista Heliezer Jacob, do C6 Bank, em comentário.

Receita bruta nominal do setor de serviços subiu 0,1% em novembro ante outubro, segundo o IBGE Foto: Leonardo Soares/Estadão

Apesar da surpresa para baixo, o setor de serviços continua forte, desacelerando de forma lenta, observou o economista Igor Cadilhac, do banco PicPay.

“Para o futuro, esperamos que esse cenário se mantenha ao longo do ano, apesar da recente deterioração do quadro inflacionário e da consequente necessidade da elevação da taxa de juros”, disse Cadilhac.

‘Movimento de acomodação’

O recuo no volume de serviços prestados em novembro ante outubro foi um movimento de acomodação, após o setor ter subido a novo recorde histórico no mês anterior, avaliou Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE.

“Esse resultado ocorre após os serviços terem alcançado o ápice da sua série em outubro de 2024. Portanto, a base de comparação que a gente tem é extremamente elevada”, frisou Lobo. “Esse resultado negativo é concentrado, apenas duas atividades tiveram taxas negativas”, lembrou.

O setor de serviços operava em novembro em nível 0,9% aquém do nível recorde alcançado em outubro de 2024, dentro da série histórica da pesquisa iniciada em 2011 pelo IBGE. O recuo em novembro eliminou apenas parte do ganho de 2,3% acumulado nos dois meses anteriores de crescimentos, setembro (0,9%) e outubro (1,4%).

“O saldo é positivo nesses últimos meses. O saldo desses três meses ainda é um crescimento de 1,4%, na comparação com agosto de 2024″, apontou Lobo. “A gente não pode dizer que essa primeira informação negativa (em novembro) significa uma reversão de trajetória. O que a gente tem, na verdade, é uma base de comparação ainda elevada”, disse.

Quais segmentos tiveram maior variação

Na passagem de outubro para novembro, houve perdas nas atividades de transportes (-2,7%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-2,6%). Na direção oposta, houve avanços em informação e comunicação (1,0%), outros serviços (1,8%) e serviços prestados às famílias (1,7%).

Lobo pondera que tanto a queda de transportes quanto a de serviços profissionais e complementares devolveram apenas parte do ganho visto em ambas as atividades nos dois meses anteriores.

“O saldo dos últimos três meses dessas duas atividades ainda é positivo, vale ressaltar essa informação”, declarou o pesquisador.

Em transportes, o recuo em novembro sucede a um ganho de 5,3% acumulado em setembro e outubro, o que gera um saldo positivo de 2,5% na atividade nos últimos três meses. Em serviços profissionais e complementares, a alta acumulada era de 3,5% em setembro e outubro, o que significa um saldo ainda positivo em 0,8% após a perda de novembro, calculou Lobo.

Em novembro, os destaques negativos foram as reduções nos ramos de transporte de cargas, transporte de passageiros, atividades jurídicas, serviços de engenharia e consultoria em gestão empresarial.

Por que serviços às famílias cresceram mais

Por outro lado, o aquecimento do mercado de trabalho, com níveis recordes de emprego e renda, pode estar influenciando positivamente um crescimento mais consistente nos serviços prestados às famílias, avaliou Rodrigo Lobo.

“Os níveis de desemprego estão cada vez menores, os níveis de emprego cada vez maiores, os níveis de renda cada vez maiores. Isso pode pesar no consumo de serviços”, disse Lobo.

As atividades que estão englobadas pela categoria de serviços às famílias são consideradas supérfluas, afirmou Lobo. O grupo inclui hotéis, restaurantes, atividades de lazer e recreação, academia de ginástica, entre outros.

“Esse cenário de consistência do crescimento dos serviços prestados às famílias pode estar relacionado com alguns ganhos dessas boas notícias do mercado de trabalho”, avaliou o pesquisador.

Em novembro, os serviços prestados às famílias ainda estavam 5,7% abaixo do patamar recorde de maio de 2014, mas o volume prestado atingiu o maior nível em quase uma década.

“É o maior nível de volume de serviços prestados às famílias desde fevereiro de 2015″, contou Lobo.

Para o pesquisador do IBGE, o volume de serviços prestados no País como um todo deve encerrar o ano de 2024 com uma expansão ao redor de 3,2% em relação ao ano anterior, quarto ano consecutivo de expansão. Em 2023, o setor de serviços cresceu 2,9%. /Com Anna Scabello

RIO - Assim como a produção industrial e as vendas no varejo, o setor de serviços ficou no vermelho no mês de novembro. O volume de serviços prestados encolheu 0,9% em relação a outubro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados nesta quarta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi ainda mais negativo do que a queda mediana de 0,5% prevista por analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast.

Na comparação entre novembro de 2024 e novembro de 2023, os serviços como um todo cresceram 2,9%, enquanto os serviços às famílias expandiram 5,0%. No acumulado do ano, a média global dos serviços aumentou 3,2%, e os serviços às famílias, 4,7%. No acumulado em 12 meses, a média dos serviços avançou 2,9%, enquanto os serviços às famílias, 5,0%.

“O dado de hoje se soma aos resultados mais fracos da indústria e do varejo em novembro, reforçando nossa visão de desaceleração da atividade econômica no último trimestre de 2024. Para 2025, projetamos uma expansão do PIB (Produto Interno Bruto) de 2%, menor do que os 3,5% previstos para 2024″, previu o economista Heliezer Jacob, do C6 Bank, em comentário.

Receita bruta nominal do setor de serviços subiu 0,1% em novembro ante outubro, segundo o IBGE Foto: Leonardo Soares/Estadão

Apesar da surpresa para baixo, o setor de serviços continua forte, desacelerando de forma lenta, observou o economista Igor Cadilhac, do banco PicPay.

“Para o futuro, esperamos que esse cenário se mantenha ao longo do ano, apesar da recente deterioração do quadro inflacionário e da consequente necessidade da elevação da taxa de juros”, disse Cadilhac.

‘Movimento de acomodação’

O recuo no volume de serviços prestados em novembro ante outubro foi um movimento de acomodação, após o setor ter subido a novo recorde histórico no mês anterior, avaliou Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE.

“Esse resultado ocorre após os serviços terem alcançado o ápice da sua série em outubro de 2024. Portanto, a base de comparação que a gente tem é extremamente elevada”, frisou Lobo. “Esse resultado negativo é concentrado, apenas duas atividades tiveram taxas negativas”, lembrou.

O setor de serviços operava em novembro em nível 0,9% aquém do nível recorde alcançado em outubro de 2024, dentro da série histórica da pesquisa iniciada em 2011 pelo IBGE. O recuo em novembro eliminou apenas parte do ganho de 2,3% acumulado nos dois meses anteriores de crescimentos, setembro (0,9%) e outubro (1,4%).

“O saldo é positivo nesses últimos meses. O saldo desses três meses ainda é um crescimento de 1,4%, na comparação com agosto de 2024″, apontou Lobo. “A gente não pode dizer que essa primeira informação negativa (em novembro) significa uma reversão de trajetória. O que a gente tem, na verdade, é uma base de comparação ainda elevada”, disse.

Quais segmentos tiveram maior variação

Na passagem de outubro para novembro, houve perdas nas atividades de transportes (-2,7%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-2,6%). Na direção oposta, houve avanços em informação e comunicação (1,0%), outros serviços (1,8%) e serviços prestados às famílias (1,7%).

Lobo pondera que tanto a queda de transportes quanto a de serviços profissionais e complementares devolveram apenas parte do ganho visto em ambas as atividades nos dois meses anteriores.

“O saldo dos últimos três meses dessas duas atividades ainda é positivo, vale ressaltar essa informação”, declarou o pesquisador.

Em transportes, o recuo em novembro sucede a um ganho de 5,3% acumulado em setembro e outubro, o que gera um saldo positivo de 2,5% na atividade nos últimos três meses. Em serviços profissionais e complementares, a alta acumulada era de 3,5% em setembro e outubro, o que significa um saldo ainda positivo em 0,8% após a perda de novembro, calculou Lobo.

Em novembro, os destaques negativos foram as reduções nos ramos de transporte de cargas, transporte de passageiros, atividades jurídicas, serviços de engenharia e consultoria em gestão empresarial.

Por que serviços às famílias cresceram mais

Por outro lado, o aquecimento do mercado de trabalho, com níveis recordes de emprego e renda, pode estar influenciando positivamente um crescimento mais consistente nos serviços prestados às famílias, avaliou Rodrigo Lobo.

“Os níveis de desemprego estão cada vez menores, os níveis de emprego cada vez maiores, os níveis de renda cada vez maiores. Isso pode pesar no consumo de serviços”, disse Lobo.

As atividades que estão englobadas pela categoria de serviços às famílias são consideradas supérfluas, afirmou Lobo. O grupo inclui hotéis, restaurantes, atividades de lazer e recreação, academia de ginástica, entre outros.

“Esse cenário de consistência do crescimento dos serviços prestados às famílias pode estar relacionado com alguns ganhos dessas boas notícias do mercado de trabalho”, avaliou o pesquisador.

Em novembro, os serviços prestados às famílias ainda estavam 5,7% abaixo do patamar recorde de maio de 2014, mas o volume prestado atingiu o maior nível em quase uma década.

“É o maior nível de volume de serviços prestados às famílias desde fevereiro de 2015″, contou Lobo.

Para o pesquisador do IBGE, o volume de serviços prestados no País como um todo deve encerrar o ano de 2024 com uma expansão ao redor de 3,2% em relação ao ano anterior, quarto ano consecutivo de expansão. Em 2023, o setor de serviços cresceu 2,9%. /Com Anna Scabello

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.