WhatsApp é ferramenta de vendas para quase a metade dos varejistas brasileiros


Aplicativo de mensagens é usado por 46% das companhias; apesar do avanço do e-commerce, o número de lojas físicas cresce, aponta ranking das 300 maiores varejistas da Cielo e da SBVC

Por Márcia De Chiara
Atualização:

Quase a metade das maiores varejistas que operam no País já vende por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp e mais de 70% têm comércio online, enviando mercadorias inclusive para fora do Brasil, revela o Ranking Cielo-SBVC, que reúne as 300 maiores empresas do varejo brasileiro. A edição de 2024 do estudo, que começou em 2015, foi elaborada pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), com base nos dados de 2023.

No ano passado, a digitalização do varejo, turbinada pela pandemia, avançou, mas não afetou a expansão das lojas físicas. Em 2023, as 300 maiores varejistas em faturamento abriram liquidamente, isto é, descontados os fechamentos de lojas, 2.492 pontos de venda. E mais das metade (58%) das companhias do ranking ampliaram o número de lojas físicas. O movimento de abertura de pontos de venda foi liderado pelas farmácias. E também ocorreu em praticamente todos os segmentos, exceto o de eletromóveis e de lojas de departamento.

“Isso derruba tese da perda de relevância da loja física”, afirma Alberto Serrentino, vice-presidente e conselheiro da SBVC e fundador da consultoria Varese Retail. Ele observa que, ao longo dos últimos dez anos, reportados nesta última edição do ranking, houve um salto importante na digitalização, na expansão dos marketplaces e nas plataformas internacionais que estrearam no País. “Mas tudo isso não fez diminuir o apetite do varejo por crescimento e expansão de base de lojas físicas.”

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Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), destaca a baixa concentração do varejo brasileiro Foto: LilianeDantas/Divulgação

De acordo com o ranking, no ano passado 217 das 300 maiores varejistas tinham comércio online, ante 162 em 2019. Em 2023, 17 vendiam online para fora do País; em 2022 eram 12. O aplicativo de mensagens WhatsApp já é usado por 46% das empresas do ranking como instrumento de venda. Essa fatia sobe para 65% no varejo não alimentar, com destaque para 73% das empresas de materiais de construção e 68% de farmácias e perfumarias.

O Magazine Luiza aparece como líder do varejo online, com vendas digitais das mercadorias próprias. A varejista é seguida pela Amazon e pelo Grupo Casas Bahia. Já o ranking de marketplaces, que inclui a vendas de mercadoria de terceiros, é encabeçado pelo Mercado Livre, seguido pelo Magazine Luiza, Shopee e Amazon.

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Superando a média

No ano passado, as 300 maiores varejistas faturaram juntas R$ 1,129 trilhão, com crescimento de 7,9% em relação a 2022. É um resultado que supera de longe o avanço de 4,1% no volume de vendas do varejo restrito no mesmo período, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também ultrapassa o resultado do varejo ampliado (que inclui materiais de construção e veículos), de 5,3% no mesmo período.

“O grupo das 300 maiores companhias continua a crescendo mais do que o varejo em geral, mostrando que essas empresas têm sido capazes de entender os consumidores e responder melhor aos movimentos do mercado”, analisa o presidente da SBVC, Eduardo Terra.

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Ele lembra que 2023 foi um ano bastante desafiador para o varejo brasileiro, com diversas empresas do varejo enfrentando restrição a crédito e recuperação judicial. No entanto, as principais companhias do setor não viveram uma crise, mostra o ranking.

O grupo formado pelas dez maiores varejistas em faturamento em 2023 é o mesmo do ano anterior, porém com mudanças significativas de posições. Mais uma vez o Carrefour foi em 2023 o maior varejista do País, com vendas de R$ 115,4 bilhões, seguido pelo Assaí (R$ 72,8 bilhões), Magazine Luiza (R$ 45,6 bilhões) e o Grupo Casas Bahia (R$ 36,9 bilhões).

O sobe e desce no ranking de 2024 aparece a partir da quinta posição, ocupada pela Raia Drogasil (R$ 36,3 bilhões), que no ano anterior estava na sexta colocação. Na sequência, vem o Grupo O Boticário (R$ 30,8 bilhões), que no ranking anterior estava na sétima colocação. O Grupo Mateus, com vendas de R$ 25,3 bilhões, ascendeu do nono para o sétimo lugar, do ranking de 2023 para o de 2024, assim como o GPA Alimentar (R$ 20,6 bilhões), que passou da décima para a oitava colocação no mesmo período.

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Na contramão desse movimento, a Americanas despencou: saiu da quinta posição entre as maiores varejistas em faturamento no ranking de 2023 para a décima colocação no ranking de 2024 (R$ 17,4 bilhões). A Americanas ficou atrás da Natura&Co (R$ 18,7 bilhões), que caiu uma posição, do oitavo para o nono lugar, em igual período.

Força dos supermercados

Um ponto de destaque do ranking de 2024 é a força dos supermercados. Das 300 empresas listadas, 157 são supermercados, das quais quatro estão entre as dez maiores varejistas. “Nunca tivemos tantos supermercados listados no ranking”, observa Terra.

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Ele ressalta também a redução da internacionalização que houve no ranking varejista nos últimos dez anos em razão da força do comércio regional, sobretudo por causa da complexidade do País. “Tudo indica que o Brasil é uma País de varejistas regionais grandes, com faturamento de bilhões de reais”, diz Terra.

Segundo o especialista, as grandes empresas regionais têm o melhor dos dois mundos: aliam escala no volume de compras com conhecimento regional do consumidor. “São os Zaffaris, os Muffatos da vida”, compara, fazendo alusão a fortes redes regionais nascidas no Rio Grande do Sul e no Paraná, respectivamente.

A força das grandes varejistas regionais tem desdobramentos. Isto é, faz com que não exista grande concentração do setor no País, outro ponto destacado pelo ranking deste ano. No Brasil, as dez maiores varejistas representam apenas 18,8% das vendas, observa Terra. Já nos Estados Unidos essa fatia é de 52,4%, na Alemanha, de 82,2% e no México, 56,8%, por exemplo.

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O presidente da SBVC ressalta ainda que o Brasil não é um País de pequeno varejo, mas de médio. Isso porque as 300 maiores empresas do setor aumentam, ano a ano, a sua participação no total do comércio brasileiro. “Nos últimos dez anos, as 300 maiores companhias cresceram mais que a média do varejo brasileiro.”

Serrentino destaca que a extensão territorial do País e a concentração de consumo em poucos municípios de médio e grande porte, a massa de cidades de médio porte com potencial de consumo, a complexidade logística e tributária e os hábitos locais de compras fazem com que o varejo regional continue sendo dominante no País. “Isso tornou difícil a vida de muitas companhias internacionais que até tentaram se estabelecer aqui e acabaram deixando o mercado.”

Quase a metade das maiores varejistas que operam no País já vende por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp e mais de 70% têm comércio online, enviando mercadorias inclusive para fora do Brasil, revela o Ranking Cielo-SBVC, que reúne as 300 maiores empresas do varejo brasileiro. A edição de 2024 do estudo, que começou em 2015, foi elaborada pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), com base nos dados de 2023.

No ano passado, a digitalização do varejo, turbinada pela pandemia, avançou, mas não afetou a expansão das lojas físicas. Em 2023, as 300 maiores varejistas em faturamento abriram liquidamente, isto é, descontados os fechamentos de lojas, 2.492 pontos de venda. E mais das metade (58%) das companhias do ranking ampliaram o número de lojas físicas. O movimento de abertura de pontos de venda foi liderado pelas farmácias. E também ocorreu em praticamente todos os segmentos, exceto o de eletromóveis e de lojas de departamento.

“Isso derruba tese da perda de relevância da loja física”, afirma Alberto Serrentino, vice-presidente e conselheiro da SBVC e fundador da consultoria Varese Retail. Ele observa que, ao longo dos últimos dez anos, reportados nesta última edição do ranking, houve um salto importante na digitalização, na expansão dos marketplaces e nas plataformas internacionais que estrearam no País. “Mas tudo isso não fez diminuir o apetite do varejo por crescimento e expansão de base de lojas físicas.”

Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), destaca a baixa concentração do varejo brasileiro Foto: LilianeDantas/Divulgação

De acordo com o ranking, no ano passado 217 das 300 maiores varejistas tinham comércio online, ante 162 em 2019. Em 2023, 17 vendiam online para fora do País; em 2022 eram 12. O aplicativo de mensagens WhatsApp já é usado por 46% das empresas do ranking como instrumento de venda. Essa fatia sobe para 65% no varejo não alimentar, com destaque para 73% das empresas de materiais de construção e 68% de farmácias e perfumarias.

O Magazine Luiza aparece como líder do varejo online, com vendas digitais das mercadorias próprias. A varejista é seguida pela Amazon e pelo Grupo Casas Bahia. Já o ranking de marketplaces, que inclui a vendas de mercadoria de terceiros, é encabeçado pelo Mercado Livre, seguido pelo Magazine Luiza, Shopee e Amazon.

Superando a média

No ano passado, as 300 maiores varejistas faturaram juntas R$ 1,129 trilhão, com crescimento de 7,9% em relação a 2022. É um resultado que supera de longe o avanço de 4,1% no volume de vendas do varejo restrito no mesmo período, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também ultrapassa o resultado do varejo ampliado (que inclui materiais de construção e veículos), de 5,3% no mesmo período.

“O grupo das 300 maiores companhias continua a crescendo mais do que o varejo em geral, mostrando que essas empresas têm sido capazes de entender os consumidores e responder melhor aos movimentos do mercado”, analisa o presidente da SBVC, Eduardo Terra.

Ele lembra que 2023 foi um ano bastante desafiador para o varejo brasileiro, com diversas empresas do varejo enfrentando restrição a crédito e recuperação judicial. No entanto, as principais companhias do setor não viveram uma crise, mostra o ranking.

O grupo formado pelas dez maiores varejistas em faturamento em 2023 é o mesmo do ano anterior, porém com mudanças significativas de posições. Mais uma vez o Carrefour foi em 2023 o maior varejista do País, com vendas de R$ 115,4 bilhões, seguido pelo Assaí (R$ 72,8 bilhões), Magazine Luiza (R$ 45,6 bilhões) e o Grupo Casas Bahia (R$ 36,9 bilhões).

O sobe e desce no ranking de 2024 aparece a partir da quinta posição, ocupada pela Raia Drogasil (R$ 36,3 bilhões), que no ano anterior estava na sexta colocação. Na sequência, vem o Grupo O Boticário (R$ 30,8 bilhões), que no ranking anterior estava na sétima colocação. O Grupo Mateus, com vendas de R$ 25,3 bilhões, ascendeu do nono para o sétimo lugar, do ranking de 2023 para o de 2024, assim como o GPA Alimentar (R$ 20,6 bilhões), que passou da décima para a oitava colocação no mesmo período.

Na contramão desse movimento, a Americanas despencou: saiu da quinta posição entre as maiores varejistas em faturamento no ranking de 2023 para a décima colocação no ranking de 2024 (R$ 17,4 bilhões). A Americanas ficou atrás da Natura&Co (R$ 18,7 bilhões), que caiu uma posição, do oitavo para o nono lugar, em igual período.

Força dos supermercados

Um ponto de destaque do ranking de 2024 é a força dos supermercados. Das 300 empresas listadas, 157 são supermercados, das quais quatro estão entre as dez maiores varejistas. “Nunca tivemos tantos supermercados listados no ranking”, observa Terra.

Ele ressalta também a redução da internacionalização que houve no ranking varejista nos últimos dez anos em razão da força do comércio regional, sobretudo por causa da complexidade do País. “Tudo indica que o Brasil é uma País de varejistas regionais grandes, com faturamento de bilhões de reais”, diz Terra.

Segundo o especialista, as grandes empresas regionais têm o melhor dos dois mundos: aliam escala no volume de compras com conhecimento regional do consumidor. “São os Zaffaris, os Muffatos da vida”, compara, fazendo alusão a fortes redes regionais nascidas no Rio Grande do Sul e no Paraná, respectivamente.

A força das grandes varejistas regionais tem desdobramentos. Isto é, faz com que não exista grande concentração do setor no País, outro ponto destacado pelo ranking deste ano. No Brasil, as dez maiores varejistas representam apenas 18,8% das vendas, observa Terra. Já nos Estados Unidos essa fatia é de 52,4%, na Alemanha, de 82,2% e no México, 56,8%, por exemplo.

O presidente da SBVC ressalta ainda que o Brasil não é um País de pequeno varejo, mas de médio. Isso porque as 300 maiores empresas do setor aumentam, ano a ano, a sua participação no total do comércio brasileiro. “Nos últimos dez anos, as 300 maiores companhias cresceram mais que a média do varejo brasileiro.”

Serrentino destaca que a extensão territorial do País e a concentração de consumo em poucos municípios de médio e grande porte, a massa de cidades de médio porte com potencial de consumo, a complexidade logística e tributária e os hábitos locais de compras fazem com que o varejo regional continue sendo dominante no País. “Isso tornou difícil a vida de muitas companhias internacionais que até tentaram se estabelecer aqui e acabaram deixando o mercado.”

Quase a metade das maiores varejistas que operam no País já vende por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp e mais de 70% têm comércio online, enviando mercadorias inclusive para fora do Brasil, revela o Ranking Cielo-SBVC, que reúne as 300 maiores empresas do varejo brasileiro. A edição de 2024 do estudo, que começou em 2015, foi elaborada pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), com base nos dados de 2023.

No ano passado, a digitalização do varejo, turbinada pela pandemia, avançou, mas não afetou a expansão das lojas físicas. Em 2023, as 300 maiores varejistas em faturamento abriram liquidamente, isto é, descontados os fechamentos de lojas, 2.492 pontos de venda. E mais das metade (58%) das companhias do ranking ampliaram o número de lojas físicas. O movimento de abertura de pontos de venda foi liderado pelas farmácias. E também ocorreu em praticamente todos os segmentos, exceto o de eletromóveis e de lojas de departamento.

“Isso derruba tese da perda de relevância da loja física”, afirma Alberto Serrentino, vice-presidente e conselheiro da SBVC e fundador da consultoria Varese Retail. Ele observa que, ao longo dos últimos dez anos, reportados nesta última edição do ranking, houve um salto importante na digitalização, na expansão dos marketplaces e nas plataformas internacionais que estrearam no País. “Mas tudo isso não fez diminuir o apetite do varejo por crescimento e expansão de base de lojas físicas.”

Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), destaca a baixa concentração do varejo brasileiro Foto: LilianeDantas/Divulgação

De acordo com o ranking, no ano passado 217 das 300 maiores varejistas tinham comércio online, ante 162 em 2019. Em 2023, 17 vendiam online para fora do País; em 2022 eram 12. O aplicativo de mensagens WhatsApp já é usado por 46% das empresas do ranking como instrumento de venda. Essa fatia sobe para 65% no varejo não alimentar, com destaque para 73% das empresas de materiais de construção e 68% de farmácias e perfumarias.

O Magazine Luiza aparece como líder do varejo online, com vendas digitais das mercadorias próprias. A varejista é seguida pela Amazon e pelo Grupo Casas Bahia. Já o ranking de marketplaces, que inclui a vendas de mercadoria de terceiros, é encabeçado pelo Mercado Livre, seguido pelo Magazine Luiza, Shopee e Amazon.

Superando a média

No ano passado, as 300 maiores varejistas faturaram juntas R$ 1,129 trilhão, com crescimento de 7,9% em relação a 2022. É um resultado que supera de longe o avanço de 4,1% no volume de vendas do varejo restrito no mesmo período, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também ultrapassa o resultado do varejo ampliado (que inclui materiais de construção e veículos), de 5,3% no mesmo período.

“O grupo das 300 maiores companhias continua a crescendo mais do que o varejo em geral, mostrando que essas empresas têm sido capazes de entender os consumidores e responder melhor aos movimentos do mercado”, analisa o presidente da SBVC, Eduardo Terra.

Ele lembra que 2023 foi um ano bastante desafiador para o varejo brasileiro, com diversas empresas do varejo enfrentando restrição a crédito e recuperação judicial. No entanto, as principais companhias do setor não viveram uma crise, mostra o ranking.

O grupo formado pelas dez maiores varejistas em faturamento em 2023 é o mesmo do ano anterior, porém com mudanças significativas de posições. Mais uma vez o Carrefour foi em 2023 o maior varejista do País, com vendas de R$ 115,4 bilhões, seguido pelo Assaí (R$ 72,8 bilhões), Magazine Luiza (R$ 45,6 bilhões) e o Grupo Casas Bahia (R$ 36,9 bilhões).

O sobe e desce no ranking de 2024 aparece a partir da quinta posição, ocupada pela Raia Drogasil (R$ 36,3 bilhões), que no ano anterior estava na sexta colocação. Na sequência, vem o Grupo O Boticário (R$ 30,8 bilhões), que no ranking anterior estava na sétima colocação. O Grupo Mateus, com vendas de R$ 25,3 bilhões, ascendeu do nono para o sétimo lugar, do ranking de 2023 para o de 2024, assim como o GPA Alimentar (R$ 20,6 bilhões), que passou da décima para a oitava colocação no mesmo período.

Na contramão desse movimento, a Americanas despencou: saiu da quinta posição entre as maiores varejistas em faturamento no ranking de 2023 para a décima colocação no ranking de 2024 (R$ 17,4 bilhões). A Americanas ficou atrás da Natura&Co (R$ 18,7 bilhões), que caiu uma posição, do oitavo para o nono lugar, em igual período.

Força dos supermercados

Um ponto de destaque do ranking de 2024 é a força dos supermercados. Das 300 empresas listadas, 157 são supermercados, das quais quatro estão entre as dez maiores varejistas. “Nunca tivemos tantos supermercados listados no ranking”, observa Terra.

Ele ressalta também a redução da internacionalização que houve no ranking varejista nos últimos dez anos em razão da força do comércio regional, sobretudo por causa da complexidade do País. “Tudo indica que o Brasil é uma País de varejistas regionais grandes, com faturamento de bilhões de reais”, diz Terra.

Segundo o especialista, as grandes empresas regionais têm o melhor dos dois mundos: aliam escala no volume de compras com conhecimento regional do consumidor. “São os Zaffaris, os Muffatos da vida”, compara, fazendo alusão a fortes redes regionais nascidas no Rio Grande do Sul e no Paraná, respectivamente.

A força das grandes varejistas regionais tem desdobramentos. Isto é, faz com que não exista grande concentração do setor no País, outro ponto destacado pelo ranking deste ano. No Brasil, as dez maiores varejistas representam apenas 18,8% das vendas, observa Terra. Já nos Estados Unidos essa fatia é de 52,4%, na Alemanha, de 82,2% e no México, 56,8%, por exemplo.

O presidente da SBVC ressalta ainda que o Brasil não é um País de pequeno varejo, mas de médio. Isso porque as 300 maiores empresas do setor aumentam, ano a ano, a sua participação no total do comércio brasileiro. “Nos últimos dez anos, as 300 maiores companhias cresceram mais que a média do varejo brasileiro.”

Serrentino destaca que a extensão territorial do País e a concentração de consumo em poucos municípios de médio e grande porte, a massa de cidades de médio porte com potencial de consumo, a complexidade logística e tributária e os hábitos locais de compras fazem com que o varejo regional continue sendo dominante no País. “Isso tornou difícil a vida de muitas companhias internacionais que até tentaram se estabelecer aqui e acabaram deixando o mercado.”

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