O governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva vai receber a segunda negativa para o comando do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior (Mdic), que foi extinto na gestão de Jair Bolsonaro e que será recriado em 2023. Convidado por Lula, Pedro Wongtschowski, presidente do Conselho de Administração do Grupo Ultra, decidiu não aceitar o ministério e vai comunicar a decisão ao presidente eleito, apurou o Estadão.
Segundo fontes próximas ao empresário, a negativa tem relação com a falta de convergência com as ideias econômicas do novo governo. O plano de governo de Lula, dentre outros pontos, se posiciona contra privatizações e concessões, algo que se choca com as visões de Wongtschowski, um dos nomes mais respeitados da indústria química no País. Ele foi apoiador da candidatura de Simone Tebet (MDB-MS) na última eleição presidencial e, no segundo turno, chegou a declarar voto em Lula. Procurado, Wongtschowski preferiu não comentar.
Na semana passada, o dono da Coteminas e filho de José Alencar, morto em 2011 e que foi vice-presidente de Lula, Josué Gomes, já tinha declinado ao cargo. O empresário preside também a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e vem enfrentando um ‘levante’ de sindicados filiados que querem sua destituição.
Com a nova negativa, um novo nome pode ganhar força, o de Armando Monteiro, que ficou à frente do Mdic no governo de Dilma Rousseff e é ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Monteiro é hoje filiado ao PSDB.