XP contrata José Berenguer, presidente do JPMorgan, para comandar segmento corporativo


Executivo terá como missão liderar a expansão dos negócios de banco de atacado

Por Fernanda Guimarães

A XP tem grandes planos para seu banco de atacado, aquele que atende as empresas. Para deixar isso bem claro, a plataforma anunciou nesta segunda-feira, 15, que o novo comandante da área José Berenguer, um dos nomes mais conhecidos do mercado financeiro, que nos últimos sete anos esteve à frente do JPMorgan no Brasil.

Berenguer chega com a missão dar musculatura à XP também no segmento corporativo, para poder brigar com os grandes bancos da área. Ele entra como sócio na XP, que neste ano chegou a bater o valor de mercado de R$ 100 bilhões na Bolsa norte-americana Nasdaq.

Enquanto esteve à frente do JPMorgan, Berenguer participou de algumas das maiores operações nas quais a maior corretora do País se envolveu. Entre elas, a venda da própria participação na XP para o Itaú Unibanco, em 2017, bem como sua abertura de capital nos EUA, no fim do ano passado. Agora, ele muda de lado do balcão dentro de 90 dias. É quando termina o prazo contratual com o JP, espécie de quarentena que precisa cumprir.

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O executivo embarca na XP no momento em que a plataforma finca os pés no segmento bancário corporativo e acelera sua presença em operações como banco de investimento. Desde o ano passado, por exemplo, tem participado de diversas ofertas de ações.

Com a expectativa de crescimento do mercado de capitais no Brasil pela tendência de manutenção dos juros baixos, Berenguer terá a incumbência de conseguir com as empresas novas estratégias de produtos e negócios e, consequentemente, fazer a unidade crescer.

José Berenguer vai assumir a área da XP que atende empresas. Foto: Vivian Koblinsky/Divulgação
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"Vi a oportunidade de me juntar à empresa que está revolucionando o mercado financeiro brasileiro, ainda tão concentrado. Temos o objetivo de nos tornarmos referência também para os clientes corporativos, com a entrega de produtos inovadores e, principalmente, numa relação de confiança e transparência", disse Berenguer, em nota.

Guilherme Benchimol, fundador e presidente da XP, disse que espera revolucionar a relação com as empresas brasileiras. "Além de ser uma pessoa excepcional, o Berenguer é um dos mais importantes profissionais do setor financeiro brasileiro nas últimas décadas. Tenho certeza que não poderíamos ter pessoa melhor", escreveu Benchimol, em comunicado interno enviado na manhã desta segunda aos funcionários da XP, obtido pelo Estadão/Broadcast. "Definitivamente, já estava na hora de darmos um salto ainda maior e criar o nosso Banco de Atacado, aglutinando todas as frentes que se relacionam com empresas e grandes clientes."

Banco vai permitir trabalho remoto 'para sempre'

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Além de presidir o JPMorgan do Brasil nos últimos anos, Bereguer chefiou a gestora Gávea, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. Também comandou diferentes áreas no Santander e teve passagens por ABN AMRO Real, BBA Creditanstalt e ING. É, ainda, membro do Conselho de Administração da B3.

Pela primeira vez, Berenguer "abandonará" o terno e a gravata, ainda muito presente no mundo financeiro tradicional - mas não na XP. A plataforma, aliás, aproveitou a quarentena e a massificação do home office para anunciar o programa "XP de Qualquer Lugar": será permitido aos funcionários trabalho remoto "para sempre". Será ainda construída uma sede fora de São Paulo, no interior do Estado, nos moldes de como fez a Apple, na Califórnia.

O banco de investimento da XP foi lançado formalmente no ano passado, quando já ficou ao lado dos pesos pesados em rankings de ofertas de ações, perto de Itaú BBA, Bradesco BBI e BTG Pactual, por exemplo.

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Em 2019, XP coordenou cerca de 15 operações na Bolsa, chegando a ser o líder de algumas das operações. Também trouxe algumas inovações, como o "mini IPO" da Priner, do setor industrial, uma oferta de menos de R$ 200 milhões, muito abaixo da média das ofertas iniciais de ações (IPO, a na sigla em inglês) da Bolsa brasileira. O objetivo era abrir a possibilidade de IPOs para empresas de menor porte - e gerar novas alternativas de investimento a seus clientes -, comum nos EUA, mas não por aqui.

Uma área bem maior ficará sob o comando de Berenguer. Além das tradicionais atuações de banco de investimento, como oferta de ações, renda fixa e fusões e aquisições, ele terá em seu guarda-chuva todo o relacionamento com empresas, como um típico banco de atacado.

Neste ano, a XP já tinha trazido um nome bastante conhecido do mercado financeiro, o do ex-presidente do Goldman Sachs no Brasil, Paulo Leme. Ele ocupa o cargo de chairman do Comitê Global de Alocação da XP Private.

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Na mira: bancões 

Na carta envida internamente, Benchimol deixa claro que os planos para a sua plataforma corporativa são grandes e que por trás a ideia é, ainda, concorrer com os bancões, também nessa frente.

"Desde o início da nossa @xpinc, enxergamos o mundo de pessoas físicas como nossa grande oportunidade para transformar o mercado financeiro brasileiro e priorizar nossos esforços. O tempo foi passando e percebemos que havia um outro segmento tão grande, promissor e mal atendido quanto o anterior. Aos poucos, como sempre, fomos construindo uma estrutura capaz de ajudar as empresas brasileiras a terem as melhores soluções para os seus desafios financeiros. E assim, de forma descentralizada, foi nascendo a nossa vertical de atacado. Passados alguns anos, já podemos nos orgulhar em ter um dos mais relevantes investment banking e uma das melhores áreas corporates do Brasil", disse o fundador da XP.

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"Os concorrentes são sempre os grandes bancos, que por raízes históricas no Brasil acabaram concentrando tudo da indústria financeira", afirmou o sócio e diretor financeiro da XP, Bruno Constantino, em entrevista ao Estadão/Broadcast na semana passada.

A XP vem acelerando sua estratégia de crescimento neste ano. Já realizou três aquisições em 2020, sendo duas anunciadas em meio à pandemia de covid-19. Em segmentos diferentes, a XP vai abraçando mais áreas, que podem garantir que, no fim da jornada, o cliente faça mais negócios com a corretora.

Ainda para este ano a companhia vai passar a oferecer serviços bancários tradicionais, o que a preparará para buscar, já equipada, aqueles que investem por meio dos grandes bancos. A agenda de entrega da conta digital, que será conectada à plataforma e permitirá ao cliente ter cartões e pagar contas, por exemplo, está mantida para o fim do ano, diz Constantino.

A XP reportou crescimento para R$ 366 bilhões no volume de ativos sob custódia, de janeiro a março, e para R$ 385 bilhões. O crescimento também foi notado com a clientela: a XP encerrou o primeiro trimestre com 2,039 milhões de clientes ativos, expansão de 20% ante o visto em dezembro. Ante março de 2019, o aumento foi ainda mais expressivo, de 81%.

A XP tem grandes planos para seu banco de atacado, aquele que atende as empresas. Para deixar isso bem claro, a plataforma anunciou nesta segunda-feira, 15, que o novo comandante da área José Berenguer, um dos nomes mais conhecidos do mercado financeiro, que nos últimos sete anos esteve à frente do JPMorgan no Brasil.

Berenguer chega com a missão dar musculatura à XP também no segmento corporativo, para poder brigar com os grandes bancos da área. Ele entra como sócio na XP, que neste ano chegou a bater o valor de mercado de R$ 100 bilhões na Bolsa norte-americana Nasdaq.

Enquanto esteve à frente do JPMorgan, Berenguer participou de algumas das maiores operações nas quais a maior corretora do País se envolveu. Entre elas, a venda da própria participação na XP para o Itaú Unibanco, em 2017, bem como sua abertura de capital nos EUA, no fim do ano passado. Agora, ele muda de lado do balcão dentro de 90 dias. É quando termina o prazo contratual com o JP, espécie de quarentena que precisa cumprir.

O executivo embarca na XP no momento em que a plataforma finca os pés no segmento bancário corporativo e acelera sua presença em operações como banco de investimento. Desde o ano passado, por exemplo, tem participado de diversas ofertas de ações.

Com a expectativa de crescimento do mercado de capitais no Brasil pela tendência de manutenção dos juros baixos, Berenguer terá a incumbência de conseguir com as empresas novas estratégias de produtos e negócios e, consequentemente, fazer a unidade crescer.

José Berenguer vai assumir a área da XP que atende empresas. Foto: Vivian Koblinsky/Divulgação

"Vi a oportunidade de me juntar à empresa que está revolucionando o mercado financeiro brasileiro, ainda tão concentrado. Temos o objetivo de nos tornarmos referência também para os clientes corporativos, com a entrega de produtos inovadores e, principalmente, numa relação de confiança e transparência", disse Berenguer, em nota.

Guilherme Benchimol, fundador e presidente da XP, disse que espera revolucionar a relação com as empresas brasileiras. "Além de ser uma pessoa excepcional, o Berenguer é um dos mais importantes profissionais do setor financeiro brasileiro nas últimas décadas. Tenho certeza que não poderíamos ter pessoa melhor", escreveu Benchimol, em comunicado interno enviado na manhã desta segunda aos funcionários da XP, obtido pelo Estadão/Broadcast. "Definitivamente, já estava na hora de darmos um salto ainda maior e criar o nosso Banco de Atacado, aglutinando todas as frentes que se relacionam com empresas e grandes clientes."

Banco vai permitir trabalho remoto 'para sempre'

Além de presidir o JPMorgan do Brasil nos últimos anos, Bereguer chefiou a gestora Gávea, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. Também comandou diferentes áreas no Santander e teve passagens por ABN AMRO Real, BBA Creditanstalt e ING. É, ainda, membro do Conselho de Administração da B3.

Pela primeira vez, Berenguer "abandonará" o terno e a gravata, ainda muito presente no mundo financeiro tradicional - mas não na XP. A plataforma, aliás, aproveitou a quarentena e a massificação do home office para anunciar o programa "XP de Qualquer Lugar": será permitido aos funcionários trabalho remoto "para sempre". Será ainda construída uma sede fora de São Paulo, no interior do Estado, nos moldes de como fez a Apple, na Califórnia.

O banco de investimento da XP foi lançado formalmente no ano passado, quando já ficou ao lado dos pesos pesados em rankings de ofertas de ações, perto de Itaú BBA, Bradesco BBI e BTG Pactual, por exemplo.

Em 2019, XP coordenou cerca de 15 operações na Bolsa, chegando a ser o líder de algumas das operações. Também trouxe algumas inovações, como o "mini IPO" da Priner, do setor industrial, uma oferta de menos de R$ 200 milhões, muito abaixo da média das ofertas iniciais de ações (IPO, a na sigla em inglês) da Bolsa brasileira. O objetivo era abrir a possibilidade de IPOs para empresas de menor porte - e gerar novas alternativas de investimento a seus clientes -, comum nos EUA, mas não por aqui.

Uma área bem maior ficará sob o comando de Berenguer. Além das tradicionais atuações de banco de investimento, como oferta de ações, renda fixa e fusões e aquisições, ele terá em seu guarda-chuva todo o relacionamento com empresas, como um típico banco de atacado.

Neste ano, a XP já tinha trazido um nome bastante conhecido do mercado financeiro, o do ex-presidente do Goldman Sachs no Brasil, Paulo Leme. Ele ocupa o cargo de chairman do Comitê Global de Alocação da XP Private.

Na mira: bancões 

Na carta envida internamente, Benchimol deixa claro que os planos para a sua plataforma corporativa são grandes e que por trás a ideia é, ainda, concorrer com os bancões, também nessa frente.

"Desde o início da nossa @xpinc, enxergamos o mundo de pessoas físicas como nossa grande oportunidade para transformar o mercado financeiro brasileiro e priorizar nossos esforços. O tempo foi passando e percebemos que havia um outro segmento tão grande, promissor e mal atendido quanto o anterior. Aos poucos, como sempre, fomos construindo uma estrutura capaz de ajudar as empresas brasileiras a terem as melhores soluções para os seus desafios financeiros. E assim, de forma descentralizada, foi nascendo a nossa vertical de atacado. Passados alguns anos, já podemos nos orgulhar em ter um dos mais relevantes investment banking e uma das melhores áreas corporates do Brasil", disse o fundador da XP.

"Os concorrentes são sempre os grandes bancos, que por raízes históricas no Brasil acabaram concentrando tudo da indústria financeira", afirmou o sócio e diretor financeiro da XP, Bruno Constantino, em entrevista ao Estadão/Broadcast na semana passada.

A XP vem acelerando sua estratégia de crescimento neste ano. Já realizou três aquisições em 2020, sendo duas anunciadas em meio à pandemia de covid-19. Em segmentos diferentes, a XP vai abraçando mais áreas, que podem garantir que, no fim da jornada, o cliente faça mais negócios com a corretora.

Ainda para este ano a companhia vai passar a oferecer serviços bancários tradicionais, o que a preparará para buscar, já equipada, aqueles que investem por meio dos grandes bancos. A agenda de entrega da conta digital, que será conectada à plataforma e permitirá ao cliente ter cartões e pagar contas, por exemplo, está mantida para o fim do ano, diz Constantino.

A XP reportou crescimento para R$ 366 bilhões no volume de ativos sob custódia, de janeiro a março, e para R$ 385 bilhões. O crescimento também foi notado com a clientela: a XP encerrou o primeiro trimestre com 2,039 milhões de clientes ativos, expansão de 20% ante o visto em dezembro. Ante março de 2019, o aumento foi ainda mais expressivo, de 81%.

A XP tem grandes planos para seu banco de atacado, aquele que atende as empresas. Para deixar isso bem claro, a plataforma anunciou nesta segunda-feira, 15, que o novo comandante da área José Berenguer, um dos nomes mais conhecidos do mercado financeiro, que nos últimos sete anos esteve à frente do JPMorgan no Brasil.

Berenguer chega com a missão dar musculatura à XP também no segmento corporativo, para poder brigar com os grandes bancos da área. Ele entra como sócio na XP, que neste ano chegou a bater o valor de mercado de R$ 100 bilhões na Bolsa norte-americana Nasdaq.

Enquanto esteve à frente do JPMorgan, Berenguer participou de algumas das maiores operações nas quais a maior corretora do País se envolveu. Entre elas, a venda da própria participação na XP para o Itaú Unibanco, em 2017, bem como sua abertura de capital nos EUA, no fim do ano passado. Agora, ele muda de lado do balcão dentro de 90 dias. É quando termina o prazo contratual com o JP, espécie de quarentena que precisa cumprir.

O executivo embarca na XP no momento em que a plataforma finca os pés no segmento bancário corporativo e acelera sua presença em operações como banco de investimento. Desde o ano passado, por exemplo, tem participado de diversas ofertas de ações.

Com a expectativa de crescimento do mercado de capitais no Brasil pela tendência de manutenção dos juros baixos, Berenguer terá a incumbência de conseguir com as empresas novas estratégias de produtos e negócios e, consequentemente, fazer a unidade crescer.

José Berenguer vai assumir a área da XP que atende empresas. Foto: Vivian Koblinsky/Divulgação

"Vi a oportunidade de me juntar à empresa que está revolucionando o mercado financeiro brasileiro, ainda tão concentrado. Temos o objetivo de nos tornarmos referência também para os clientes corporativos, com a entrega de produtos inovadores e, principalmente, numa relação de confiança e transparência", disse Berenguer, em nota.

Guilherme Benchimol, fundador e presidente da XP, disse que espera revolucionar a relação com as empresas brasileiras. "Além de ser uma pessoa excepcional, o Berenguer é um dos mais importantes profissionais do setor financeiro brasileiro nas últimas décadas. Tenho certeza que não poderíamos ter pessoa melhor", escreveu Benchimol, em comunicado interno enviado na manhã desta segunda aos funcionários da XP, obtido pelo Estadão/Broadcast. "Definitivamente, já estava na hora de darmos um salto ainda maior e criar o nosso Banco de Atacado, aglutinando todas as frentes que se relacionam com empresas e grandes clientes."

Banco vai permitir trabalho remoto 'para sempre'

Além de presidir o JPMorgan do Brasil nos últimos anos, Bereguer chefiou a gestora Gávea, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. Também comandou diferentes áreas no Santander e teve passagens por ABN AMRO Real, BBA Creditanstalt e ING. É, ainda, membro do Conselho de Administração da B3.

Pela primeira vez, Berenguer "abandonará" o terno e a gravata, ainda muito presente no mundo financeiro tradicional - mas não na XP. A plataforma, aliás, aproveitou a quarentena e a massificação do home office para anunciar o programa "XP de Qualquer Lugar": será permitido aos funcionários trabalho remoto "para sempre". Será ainda construída uma sede fora de São Paulo, no interior do Estado, nos moldes de como fez a Apple, na Califórnia.

O banco de investimento da XP foi lançado formalmente no ano passado, quando já ficou ao lado dos pesos pesados em rankings de ofertas de ações, perto de Itaú BBA, Bradesco BBI e BTG Pactual, por exemplo.

Em 2019, XP coordenou cerca de 15 operações na Bolsa, chegando a ser o líder de algumas das operações. Também trouxe algumas inovações, como o "mini IPO" da Priner, do setor industrial, uma oferta de menos de R$ 200 milhões, muito abaixo da média das ofertas iniciais de ações (IPO, a na sigla em inglês) da Bolsa brasileira. O objetivo era abrir a possibilidade de IPOs para empresas de menor porte - e gerar novas alternativas de investimento a seus clientes -, comum nos EUA, mas não por aqui.

Uma área bem maior ficará sob o comando de Berenguer. Além das tradicionais atuações de banco de investimento, como oferta de ações, renda fixa e fusões e aquisições, ele terá em seu guarda-chuva todo o relacionamento com empresas, como um típico banco de atacado.

Neste ano, a XP já tinha trazido um nome bastante conhecido do mercado financeiro, o do ex-presidente do Goldman Sachs no Brasil, Paulo Leme. Ele ocupa o cargo de chairman do Comitê Global de Alocação da XP Private.

Na mira: bancões 

Na carta envida internamente, Benchimol deixa claro que os planos para a sua plataforma corporativa são grandes e que por trás a ideia é, ainda, concorrer com os bancões, também nessa frente.

"Desde o início da nossa @xpinc, enxergamos o mundo de pessoas físicas como nossa grande oportunidade para transformar o mercado financeiro brasileiro e priorizar nossos esforços. O tempo foi passando e percebemos que havia um outro segmento tão grande, promissor e mal atendido quanto o anterior. Aos poucos, como sempre, fomos construindo uma estrutura capaz de ajudar as empresas brasileiras a terem as melhores soluções para os seus desafios financeiros. E assim, de forma descentralizada, foi nascendo a nossa vertical de atacado. Passados alguns anos, já podemos nos orgulhar em ter um dos mais relevantes investment banking e uma das melhores áreas corporates do Brasil", disse o fundador da XP.

"Os concorrentes são sempre os grandes bancos, que por raízes históricas no Brasil acabaram concentrando tudo da indústria financeira", afirmou o sócio e diretor financeiro da XP, Bruno Constantino, em entrevista ao Estadão/Broadcast na semana passada.

A XP vem acelerando sua estratégia de crescimento neste ano. Já realizou três aquisições em 2020, sendo duas anunciadas em meio à pandemia de covid-19. Em segmentos diferentes, a XP vai abraçando mais áreas, que podem garantir que, no fim da jornada, o cliente faça mais negócios com a corretora.

Ainda para este ano a companhia vai passar a oferecer serviços bancários tradicionais, o que a preparará para buscar, já equipada, aqueles que investem por meio dos grandes bancos. A agenda de entrega da conta digital, que será conectada à plataforma e permitirá ao cliente ter cartões e pagar contas, por exemplo, está mantida para o fim do ano, diz Constantino.

A XP reportou crescimento para R$ 366 bilhões no volume de ativos sob custódia, de janeiro a março, e para R$ 385 bilhões. O crescimento também foi notado com a clientela: a XP encerrou o primeiro trimestre com 2,039 milhões de clientes ativos, expansão de 20% ante o visto em dezembro. Ante março de 2019, o aumento foi ainda mais expressivo, de 81%.

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