Adaptações e ensino remoto são tendência na engenharia pós-pandemia


Profissionais devem ter metas ainda mais restritivas para aumento de produtividade e menor desperdício

Por Ocimara Balmant, Alex Gomes e especiais para o Estado

Com a pandemia, o olhar para a própria engenharia ganha contornos mais nítidos. Trabalho remoto, busca por segurança no uso de dados e cortes de custos para garantir a sobrevivência de empresas são algumas das ações essenciais para a carreira de atuais e futuros engenheiros, o que obrigou a engenharia a buscar novos parâmetros. 

A indústria deve aumentar o uso de automação no futuro pós-pandemia de covid-19 Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Marcelo Dias, professor da Escola Superior de Engenharia e Gestão (Eseg) e pesquisador em neurociência do aprendizado, destaca três características: novas tecnologias, economia sustentável e capacidade analítica. “Permeando todas as engenharias, as novas tecnologias influenciarão fortemente todo tipo de melhoria. Daí a importância de profissionais terem uma formação robusta para lidarem com esse novo mundo”, diz sobre o primeiro pilar. 

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Avanços como robótica, automação e inteligência artificial passaram a ser a meta de profissionais que terão de atuar com questões como redução de aglomerações nas fábricas, por exemplo. Tais modernizações, ao mesmo tempo que oferecem ganhos de escala produtiva, ajudam a reduzir desperdícios e otimizar o uso de recursos como energia e água, o que impulsiona a economia sustentável. Por fim, os novos modos de gestão remotas de dados, pessoas ou parques industriais exigem dos engenheiros lidar com o terceiro pilar: a capacidade analítica.

Educação. Fazer chegar esse conteúdo de forma eficaz é o desafio das instituições. Em um futuro em que as aulas presenciais tendem a ser mais escassas, o uso apropriado das metodologias de ensino a distância fará a diferença na formação. Por enquanto, o que se percebe é mais uma adaptação do que uma estratégia consolidada de metodologia. “Como foram impedidas da noite para o dia de continuar com aulas presenciais, as instituições passaram a realizar um modelo remoto, com interação entre professores e alunos. Ou seja, o que ocorreu foi uma transposição da aula do câmpus para a casa do aluno”, analisa Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil.

Capelato acredita que o futuro será de cursos híbridos, aqueles que mesclam momentos presenciais com atividades feitas de forma remota e com metodologia como aula invertida e uso de simuladores. “A pandemia deixou evidente que não é preciso os alunos irem à escola todo dia. Eles podem frequentar o câmpus só para realizar as atividades que não conseguem de forma remota, como aulas práticas e laboratoriais. O novo modelo combina tecnologia com momentos presenciais.”

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Para instituições já familiarizadas com o EAD em seu portfólio, o caminho para converter cursos presenciais em híbridos já conta com um atalho. “No geral, temos de ter alguns macetes para manter a interação e a atenção. Mas acho que, quando se tem boa estrutura e conteúdo, consegue-se usar os formatos tecnológicos de ensino com mais facilidade”, afirma Gustavo Peçanha Lacerda de Lima.

Lima é coordenador do curso Formação Executiva em Gestão da Inovação e Tecnologia – Indústria 4.0 da Fundação Getulio Vargas (FGV). A formação, que era presencial, foi reformatada para atender à demanda impulsionada pelo isolamento. “Tínhamos pessoas do Rio de Janeiro e Estados do Nordeste que queriam fazer nosso curso. Assim reformatamos para permitir o acesso remoto”, explica.

Outra proposta do curso da FGV poderá ser tendência para a formação dos engenheiros na pós-pandemia: o modelo In Company, com aulas e conteúdos não só direcionados para o contexto específico do negócio, mas que visam a ajudar os profissionais a renovarem seu estilo de trabalho, adaptando-se melhor ao controle de equipes e processos a distância. “A comunicação remota vai além de saber usar aplicativos como WhatsApp e Zoom. É preciso aplicar técnicas de comunicação estruturada e engenharia colaborativa, com foco no negócio, na operação projetada e nos propósitos, que impulsionam o trabalho em conjunto.”

Com a pandemia, o olhar para a própria engenharia ganha contornos mais nítidos. Trabalho remoto, busca por segurança no uso de dados e cortes de custos para garantir a sobrevivência de empresas são algumas das ações essenciais para a carreira de atuais e futuros engenheiros, o que obrigou a engenharia a buscar novos parâmetros. 

A indústria deve aumentar o uso de automação no futuro pós-pandemia de covid-19 Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Marcelo Dias, professor da Escola Superior de Engenharia e Gestão (Eseg) e pesquisador em neurociência do aprendizado, destaca três características: novas tecnologias, economia sustentável e capacidade analítica. “Permeando todas as engenharias, as novas tecnologias influenciarão fortemente todo tipo de melhoria. Daí a importância de profissionais terem uma formação robusta para lidarem com esse novo mundo”, diz sobre o primeiro pilar. 

Avanços como robótica, automação e inteligência artificial passaram a ser a meta de profissionais que terão de atuar com questões como redução de aglomerações nas fábricas, por exemplo. Tais modernizações, ao mesmo tempo que oferecem ganhos de escala produtiva, ajudam a reduzir desperdícios e otimizar o uso de recursos como energia e água, o que impulsiona a economia sustentável. Por fim, os novos modos de gestão remotas de dados, pessoas ou parques industriais exigem dos engenheiros lidar com o terceiro pilar: a capacidade analítica.

Educação. Fazer chegar esse conteúdo de forma eficaz é o desafio das instituições. Em um futuro em que as aulas presenciais tendem a ser mais escassas, o uso apropriado das metodologias de ensino a distância fará a diferença na formação. Por enquanto, o que se percebe é mais uma adaptação do que uma estratégia consolidada de metodologia. “Como foram impedidas da noite para o dia de continuar com aulas presenciais, as instituições passaram a realizar um modelo remoto, com interação entre professores e alunos. Ou seja, o que ocorreu foi uma transposição da aula do câmpus para a casa do aluno”, analisa Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil.

Capelato acredita que o futuro será de cursos híbridos, aqueles que mesclam momentos presenciais com atividades feitas de forma remota e com metodologia como aula invertida e uso de simuladores. “A pandemia deixou evidente que não é preciso os alunos irem à escola todo dia. Eles podem frequentar o câmpus só para realizar as atividades que não conseguem de forma remota, como aulas práticas e laboratoriais. O novo modelo combina tecnologia com momentos presenciais.”

Para instituições já familiarizadas com o EAD em seu portfólio, o caminho para converter cursos presenciais em híbridos já conta com um atalho. “No geral, temos de ter alguns macetes para manter a interação e a atenção. Mas acho que, quando se tem boa estrutura e conteúdo, consegue-se usar os formatos tecnológicos de ensino com mais facilidade”, afirma Gustavo Peçanha Lacerda de Lima.

Lima é coordenador do curso Formação Executiva em Gestão da Inovação e Tecnologia – Indústria 4.0 da Fundação Getulio Vargas (FGV). A formação, que era presencial, foi reformatada para atender à demanda impulsionada pelo isolamento. “Tínhamos pessoas do Rio de Janeiro e Estados do Nordeste que queriam fazer nosso curso. Assim reformatamos para permitir o acesso remoto”, explica.

Outra proposta do curso da FGV poderá ser tendência para a formação dos engenheiros na pós-pandemia: o modelo In Company, com aulas e conteúdos não só direcionados para o contexto específico do negócio, mas que visam a ajudar os profissionais a renovarem seu estilo de trabalho, adaptando-se melhor ao controle de equipes e processos a distância. “A comunicação remota vai além de saber usar aplicativos como WhatsApp e Zoom. É preciso aplicar técnicas de comunicação estruturada e engenharia colaborativa, com foco no negócio, na operação projetada e nos propósitos, que impulsionam o trabalho em conjunto.”

Com a pandemia, o olhar para a própria engenharia ganha contornos mais nítidos. Trabalho remoto, busca por segurança no uso de dados e cortes de custos para garantir a sobrevivência de empresas são algumas das ações essenciais para a carreira de atuais e futuros engenheiros, o que obrigou a engenharia a buscar novos parâmetros. 

A indústria deve aumentar o uso de automação no futuro pós-pandemia de covid-19 Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Marcelo Dias, professor da Escola Superior de Engenharia e Gestão (Eseg) e pesquisador em neurociência do aprendizado, destaca três características: novas tecnologias, economia sustentável e capacidade analítica. “Permeando todas as engenharias, as novas tecnologias influenciarão fortemente todo tipo de melhoria. Daí a importância de profissionais terem uma formação robusta para lidarem com esse novo mundo”, diz sobre o primeiro pilar. 

Avanços como robótica, automação e inteligência artificial passaram a ser a meta de profissionais que terão de atuar com questões como redução de aglomerações nas fábricas, por exemplo. Tais modernizações, ao mesmo tempo que oferecem ganhos de escala produtiva, ajudam a reduzir desperdícios e otimizar o uso de recursos como energia e água, o que impulsiona a economia sustentável. Por fim, os novos modos de gestão remotas de dados, pessoas ou parques industriais exigem dos engenheiros lidar com o terceiro pilar: a capacidade analítica.

Educação. Fazer chegar esse conteúdo de forma eficaz é o desafio das instituições. Em um futuro em que as aulas presenciais tendem a ser mais escassas, o uso apropriado das metodologias de ensino a distância fará a diferença na formação. Por enquanto, o que se percebe é mais uma adaptação do que uma estratégia consolidada de metodologia. “Como foram impedidas da noite para o dia de continuar com aulas presenciais, as instituições passaram a realizar um modelo remoto, com interação entre professores e alunos. Ou seja, o que ocorreu foi uma transposição da aula do câmpus para a casa do aluno”, analisa Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil.

Capelato acredita que o futuro será de cursos híbridos, aqueles que mesclam momentos presenciais com atividades feitas de forma remota e com metodologia como aula invertida e uso de simuladores. “A pandemia deixou evidente que não é preciso os alunos irem à escola todo dia. Eles podem frequentar o câmpus só para realizar as atividades que não conseguem de forma remota, como aulas práticas e laboratoriais. O novo modelo combina tecnologia com momentos presenciais.”

Para instituições já familiarizadas com o EAD em seu portfólio, o caminho para converter cursos presenciais em híbridos já conta com um atalho. “No geral, temos de ter alguns macetes para manter a interação e a atenção. Mas acho que, quando se tem boa estrutura e conteúdo, consegue-se usar os formatos tecnológicos de ensino com mais facilidade”, afirma Gustavo Peçanha Lacerda de Lima.

Lima é coordenador do curso Formação Executiva em Gestão da Inovação e Tecnologia – Indústria 4.0 da Fundação Getulio Vargas (FGV). A formação, que era presencial, foi reformatada para atender à demanda impulsionada pelo isolamento. “Tínhamos pessoas do Rio de Janeiro e Estados do Nordeste que queriam fazer nosso curso. Assim reformatamos para permitir o acesso remoto”, explica.

Outra proposta do curso da FGV poderá ser tendência para a formação dos engenheiros na pós-pandemia: o modelo In Company, com aulas e conteúdos não só direcionados para o contexto específico do negócio, mas que visam a ajudar os profissionais a renovarem seu estilo de trabalho, adaptando-se melhor ao controle de equipes e processos a distância. “A comunicação remota vai além de saber usar aplicativos como WhatsApp e Zoom. É preciso aplicar técnicas de comunicação estruturada e engenharia colaborativa, com foco no negócio, na operação projetada e nos propósitos, que impulsionam o trabalho em conjunto.”

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