A educação que vale a pena

A revolução da educação pela matemática


O Brasil que ficou entre os dez países com melhor pontuação na maior competição estudantil de matemática do mundo é o mesmo que forma uma multidão de jovens incapazes de fazer as contas mais básicas; é possível atenuar esse contraste

Por Ana Maria Diniz

O Brasil ficou entre os dez países com melhor pontuação na Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), a maior competição entre estudantes de 14 a 19 anos do ensino médio do mundo. Com 165 pontos, a equipe brasileira, formada por seis estudantes, superou os times da Alemanha, França, Japão e Canadá. Divulgado na semana passada, o resultado é o melhor em 39 anos e contrasta com a triste realidade do nosso ensino: seguimos entre os dez países com os piores resultados em matemática no Pisa. Isso significa que metade dos alunos de 15 anos no país não sabe fazer sequer as contas mais básicas.

É de se imaginar, num primeiro momento, que o desempenho excepcional desses seis garotos, oriundos do mesmo sistema educacional que condena a maioria dos nossos jovens a um futuro medíocre, se deva a algum tipo de superdotação ou inteligência fora do normal. Não é o caso. Aliás, a ideia do gênio, aquela criança que se sobressai em qualquer disciplina independentemente do estímulo e das adversidades sociais, é totalmente equivocada e ultrapassada. O brilhantismo e o empenho individual contam muito nessas situações, obviamente, mas o sucesso de alunos que chegam tão longe depende, sobretudo, de iniciativas para identificar e dar suporte a jovens talentos.

Nesse sentido, as olimpíadas estudantis a nível local têm um papel fundamental. Quando pensadas de forma criteriosa como políticas educacionais, essas competições não só detectam crianças e jovens virtuosos como também incentivam o aperfeiçoamento dos professores e melhoram o aprendizado de forma geral, garantindo melhores oportunidades para todos os alunos, principalmente os mais vulneráveis.  O exemplo de Cocal dos Alves, no Piauí, é revelador da importância desses torneios para o país.

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Encravada no meio do sertão, a cidade tem uma pobreza que salta aos olhos e se evidencia nas estatísticas: 40% dos 6 mil habitantes do lugar são analfabetos, 90% não têm emprego e 60% vivem com menos de meio salário mínimo por mês. Pelas previsões, seriam necessárias nove gerações para que os nascidos ali rompessem a barreira da miséria. Dessa forma, tal como seus pais e avós, eles continuariam, por várias décadas, a ter dois ou três anos de estudo e o horizonte limitado a duas opções: passar a vida na roça ou ir para a capital ser pedreiro ou doméstica. Não é o que que está acontecendo. Contrariando todas as probabilidades, hoje os jovens de Cocal dos Alves não só completam o ciclo básico como entram em massa nas universidades.

O gatilho para tamanho avanço num lugar tão improvável foi apertado há 15 anos, quando um professor da única escola de ensino médio da cidade arriscou inscrever os alunos na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas e Privadas (Obmep). Nenhum dos estudantes à época era fora da curva. Pelo contrário, todos tinham sérias dificuldades. Apesar disso, 17 foram premiados. Desde então, Cocal dos Altos acumula vitórias que vão além das 350 medalhas conquistadas. De 2005 a 2017, o Ideb do município saltou de 3,6 para 6,4.  Em 2017, dos alunos do 9º ano da escola estadual do município, 95% tinham aprendido o esperado em matemática e 86% em português.

Os efeitos positivos dessas competições na educação não se restringem a cidades ou casos específicos, valem para todo o país. Um estudo do Insper de 2009 demonstrou que estudantes do 9º ano das escolas brasileiras que participaram de olimpíadas de matemática tiveram médias 2,14 pontos superiores na Prova Brasil, que avalia as habilidades em leitura e matemática, em relação aos alunos de escolas que não tinham aderido à iniciativa. A variação se revelou mais significativa nos colégios que tinham participado de mais edições do desafio. Outro levantamento, de 2018, mostrou o impacto da Obmep na inclusão social: dos estudantes premiados em sete edições , quase mil eram beneficiários do Bolsa Família.

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Saber que temos esses medalhistas e que na Olimpíada Internacional de Matemática não ficamos lá no fim da fila, mas sim entre os dez melhores, é um grande alento. Isso me anima muito, pois mostra que o sonho de educar as crianças brasileiras para dominar o conhecimento é possível!

Certamente, o Brasil atrasado de crianças perdidas e desalentadas não combina com o Brasil capaz de produzir jovens super competentes intelectualmente nos rincões mais pobres do nosso país. Se queremos ser um país de talentos e não um de iletrados, precisamos correr e instituir políticas públicas que multipliquem e distribuam o espírito e os bons resultados das olimpíadas de matemática por todas as nossas escolas.

O Brasil ficou entre os dez países com melhor pontuação na Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), a maior competição entre estudantes de 14 a 19 anos do ensino médio do mundo. Com 165 pontos, a equipe brasileira, formada por seis estudantes, superou os times da Alemanha, França, Japão e Canadá. Divulgado na semana passada, o resultado é o melhor em 39 anos e contrasta com a triste realidade do nosso ensino: seguimos entre os dez países com os piores resultados em matemática no Pisa. Isso significa que metade dos alunos de 15 anos no país não sabe fazer sequer as contas mais básicas.

É de se imaginar, num primeiro momento, que o desempenho excepcional desses seis garotos, oriundos do mesmo sistema educacional que condena a maioria dos nossos jovens a um futuro medíocre, se deva a algum tipo de superdotação ou inteligência fora do normal. Não é o caso. Aliás, a ideia do gênio, aquela criança que se sobressai em qualquer disciplina independentemente do estímulo e das adversidades sociais, é totalmente equivocada e ultrapassada. O brilhantismo e o empenho individual contam muito nessas situações, obviamente, mas o sucesso de alunos que chegam tão longe depende, sobretudo, de iniciativas para identificar e dar suporte a jovens talentos.

Nesse sentido, as olimpíadas estudantis a nível local têm um papel fundamental. Quando pensadas de forma criteriosa como políticas educacionais, essas competições não só detectam crianças e jovens virtuosos como também incentivam o aperfeiçoamento dos professores e melhoram o aprendizado de forma geral, garantindo melhores oportunidades para todos os alunos, principalmente os mais vulneráveis.  O exemplo de Cocal dos Alves, no Piauí, é revelador da importância desses torneios para o país.

Encravada no meio do sertão, a cidade tem uma pobreza que salta aos olhos e se evidencia nas estatísticas: 40% dos 6 mil habitantes do lugar são analfabetos, 90% não têm emprego e 60% vivem com menos de meio salário mínimo por mês. Pelas previsões, seriam necessárias nove gerações para que os nascidos ali rompessem a barreira da miséria. Dessa forma, tal como seus pais e avós, eles continuariam, por várias décadas, a ter dois ou três anos de estudo e o horizonte limitado a duas opções: passar a vida na roça ou ir para a capital ser pedreiro ou doméstica. Não é o que que está acontecendo. Contrariando todas as probabilidades, hoje os jovens de Cocal dos Alves não só completam o ciclo básico como entram em massa nas universidades.

O gatilho para tamanho avanço num lugar tão improvável foi apertado há 15 anos, quando um professor da única escola de ensino médio da cidade arriscou inscrever os alunos na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas e Privadas (Obmep). Nenhum dos estudantes à época era fora da curva. Pelo contrário, todos tinham sérias dificuldades. Apesar disso, 17 foram premiados. Desde então, Cocal dos Altos acumula vitórias que vão além das 350 medalhas conquistadas. De 2005 a 2017, o Ideb do município saltou de 3,6 para 6,4.  Em 2017, dos alunos do 9º ano da escola estadual do município, 95% tinham aprendido o esperado em matemática e 86% em português.

Os efeitos positivos dessas competições na educação não se restringem a cidades ou casos específicos, valem para todo o país. Um estudo do Insper de 2009 demonstrou que estudantes do 9º ano das escolas brasileiras que participaram de olimpíadas de matemática tiveram médias 2,14 pontos superiores na Prova Brasil, que avalia as habilidades em leitura e matemática, em relação aos alunos de escolas que não tinham aderido à iniciativa. A variação se revelou mais significativa nos colégios que tinham participado de mais edições do desafio. Outro levantamento, de 2018, mostrou o impacto da Obmep na inclusão social: dos estudantes premiados em sete edições , quase mil eram beneficiários do Bolsa Família.

Saber que temos esses medalhistas e que na Olimpíada Internacional de Matemática não ficamos lá no fim da fila, mas sim entre os dez melhores, é um grande alento. Isso me anima muito, pois mostra que o sonho de educar as crianças brasileiras para dominar o conhecimento é possível!

Certamente, o Brasil atrasado de crianças perdidas e desalentadas não combina com o Brasil capaz de produzir jovens super competentes intelectualmente nos rincões mais pobres do nosso país. Se queremos ser um país de talentos e não um de iletrados, precisamos correr e instituir políticas públicas que multipliquem e distribuam o espírito e os bons resultados das olimpíadas de matemática por todas as nossas escolas.

O Brasil ficou entre os dez países com melhor pontuação na Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), a maior competição entre estudantes de 14 a 19 anos do ensino médio do mundo. Com 165 pontos, a equipe brasileira, formada por seis estudantes, superou os times da Alemanha, França, Japão e Canadá. Divulgado na semana passada, o resultado é o melhor em 39 anos e contrasta com a triste realidade do nosso ensino: seguimos entre os dez países com os piores resultados em matemática no Pisa. Isso significa que metade dos alunos de 15 anos no país não sabe fazer sequer as contas mais básicas.

É de se imaginar, num primeiro momento, que o desempenho excepcional desses seis garotos, oriundos do mesmo sistema educacional que condena a maioria dos nossos jovens a um futuro medíocre, se deva a algum tipo de superdotação ou inteligência fora do normal. Não é o caso. Aliás, a ideia do gênio, aquela criança que se sobressai em qualquer disciplina independentemente do estímulo e das adversidades sociais, é totalmente equivocada e ultrapassada. O brilhantismo e o empenho individual contam muito nessas situações, obviamente, mas o sucesso de alunos que chegam tão longe depende, sobretudo, de iniciativas para identificar e dar suporte a jovens talentos.

Nesse sentido, as olimpíadas estudantis a nível local têm um papel fundamental. Quando pensadas de forma criteriosa como políticas educacionais, essas competições não só detectam crianças e jovens virtuosos como também incentivam o aperfeiçoamento dos professores e melhoram o aprendizado de forma geral, garantindo melhores oportunidades para todos os alunos, principalmente os mais vulneráveis.  O exemplo de Cocal dos Alves, no Piauí, é revelador da importância desses torneios para o país.

Encravada no meio do sertão, a cidade tem uma pobreza que salta aos olhos e se evidencia nas estatísticas: 40% dos 6 mil habitantes do lugar são analfabetos, 90% não têm emprego e 60% vivem com menos de meio salário mínimo por mês. Pelas previsões, seriam necessárias nove gerações para que os nascidos ali rompessem a barreira da miséria. Dessa forma, tal como seus pais e avós, eles continuariam, por várias décadas, a ter dois ou três anos de estudo e o horizonte limitado a duas opções: passar a vida na roça ou ir para a capital ser pedreiro ou doméstica. Não é o que que está acontecendo. Contrariando todas as probabilidades, hoje os jovens de Cocal dos Alves não só completam o ciclo básico como entram em massa nas universidades.

O gatilho para tamanho avanço num lugar tão improvável foi apertado há 15 anos, quando um professor da única escola de ensino médio da cidade arriscou inscrever os alunos na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas e Privadas (Obmep). Nenhum dos estudantes à época era fora da curva. Pelo contrário, todos tinham sérias dificuldades. Apesar disso, 17 foram premiados. Desde então, Cocal dos Altos acumula vitórias que vão além das 350 medalhas conquistadas. De 2005 a 2017, o Ideb do município saltou de 3,6 para 6,4.  Em 2017, dos alunos do 9º ano da escola estadual do município, 95% tinham aprendido o esperado em matemática e 86% em português.

Os efeitos positivos dessas competições na educação não se restringem a cidades ou casos específicos, valem para todo o país. Um estudo do Insper de 2009 demonstrou que estudantes do 9º ano das escolas brasileiras que participaram de olimpíadas de matemática tiveram médias 2,14 pontos superiores na Prova Brasil, que avalia as habilidades em leitura e matemática, em relação aos alunos de escolas que não tinham aderido à iniciativa. A variação se revelou mais significativa nos colégios que tinham participado de mais edições do desafio. Outro levantamento, de 2018, mostrou o impacto da Obmep na inclusão social: dos estudantes premiados em sete edições , quase mil eram beneficiários do Bolsa Família.

Saber que temos esses medalhistas e que na Olimpíada Internacional de Matemática não ficamos lá no fim da fila, mas sim entre os dez melhores, é um grande alento. Isso me anima muito, pois mostra que o sonho de educar as crianças brasileiras para dominar o conhecimento é possível!

Certamente, o Brasil atrasado de crianças perdidas e desalentadas não combina com o Brasil capaz de produzir jovens super competentes intelectualmente nos rincões mais pobres do nosso país. Se queremos ser um país de talentos e não um de iletrados, precisamos correr e instituir políticas públicas que multipliquem e distribuam o espírito e os bons resultados das olimpíadas de matemática por todas as nossas escolas.

O Brasil ficou entre os dez países com melhor pontuação na Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), a maior competição entre estudantes de 14 a 19 anos do ensino médio do mundo. Com 165 pontos, a equipe brasileira, formada por seis estudantes, superou os times da Alemanha, França, Japão e Canadá. Divulgado na semana passada, o resultado é o melhor em 39 anos e contrasta com a triste realidade do nosso ensino: seguimos entre os dez países com os piores resultados em matemática no Pisa. Isso significa que metade dos alunos de 15 anos no país não sabe fazer sequer as contas mais básicas.

É de se imaginar, num primeiro momento, que o desempenho excepcional desses seis garotos, oriundos do mesmo sistema educacional que condena a maioria dos nossos jovens a um futuro medíocre, se deva a algum tipo de superdotação ou inteligência fora do normal. Não é o caso. Aliás, a ideia do gênio, aquela criança que se sobressai em qualquer disciplina independentemente do estímulo e das adversidades sociais, é totalmente equivocada e ultrapassada. O brilhantismo e o empenho individual contam muito nessas situações, obviamente, mas o sucesso de alunos que chegam tão longe depende, sobretudo, de iniciativas para identificar e dar suporte a jovens talentos.

Nesse sentido, as olimpíadas estudantis a nível local têm um papel fundamental. Quando pensadas de forma criteriosa como políticas educacionais, essas competições não só detectam crianças e jovens virtuosos como também incentivam o aperfeiçoamento dos professores e melhoram o aprendizado de forma geral, garantindo melhores oportunidades para todos os alunos, principalmente os mais vulneráveis.  O exemplo de Cocal dos Alves, no Piauí, é revelador da importância desses torneios para o país.

Encravada no meio do sertão, a cidade tem uma pobreza que salta aos olhos e se evidencia nas estatísticas: 40% dos 6 mil habitantes do lugar são analfabetos, 90% não têm emprego e 60% vivem com menos de meio salário mínimo por mês. Pelas previsões, seriam necessárias nove gerações para que os nascidos ali rompessem a barreira da miséria. Dessa forma, tal como seus pais e avós, eles continuariam, por várias décadas, a ter dois ou três anos de estudo e o horizonte limitado a duas opções: passar a vida na roça ou ir para a capital ser pedreiro ou doméstica. Não é o que que está acontecendo. Contrariando todas as probabilidades, hoje os jovens de Cocal dos Alves não só completam o ciclo básico como entram em massa nas universidades.

O gatilho para tamanho avanço num lugar tão improvável foi apertado há 15 anos, quando um professor da única escola de ensino médio da cidade arriscou inscrever os alunos na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas e Privadas (Obmep). Nenhum dos estudantes à época era fora da curva. Pelo contrário, todos tinham sérias dificuldades. Apesar disso, 17 foram premiados. Desde então, Cocal dos Altos acumula vitórias que vão além das 350 medalhas conquistadas. De 2005 a 2017, o Ideb do município saltou de 3,6 para 6,4.  Em 2017, dos alunos do 9º ano da escola estadual do município, 95% tinham aprendido o esperado em matemática e 86% em português.

Os efeitos positivos dessas competições na educação não se restringem a cidades ou casos específicos, valem para todo o país. Um estudo do Insper de 2009 demonstrou que estudantes do 9º ano das escolas brasileiras que participaram de olimpíadas de matemática tiveram médias 2,14 pontos superiores na Prova Brasil, que avalia as habilidades em leitura e matemática, em relação aos alunos de escolas que não tinham aderido à iniciativa. A variação se revelou mais significativa nos colégios que tinham participado de mais edições do desafio. Outro levantamento, de 2018, mostrou o impacto da Obmep na inclusão social: dos estudantes premiados em sete edições , quase mil eram beneficiários do Bolsa Família.

Saber que temos esses medalhistas e que na Olimpíada Internacional de Matemática não ficamos lá no fim da fila, mas sim entre os dez melhores, é um grande alento. Isso me anima muito, pois mostra que o sonho de educar as crianças brasileiras para dominar o conhecimento é possível!

Certamente, o Brasil atrasado de crianças perdidas e desalentadas não combina com o Brasil capaz de produzir jovens super competentes intelectualmente nos rincões mais pobres do nosso país. Se queremos ser um país de talentos e não um de iletrados, precisamos correr e instituir políticas públicas que multipliquem e distribuam o espírito e os bons resultados das olimpíadas de matemática por todas as nossas escolas.

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