Hoje eu vou contar para vocês sobre uma "aventura" na qual eu me meti. Aventura não porque envolvesse algum tipo de risco físico, mas porque era uma empreitada que teria um resultado totalmente incontrolável e uma enorme exposição pública para mim.
Eu e meu marido, Luiz Felipe, chegamos ao fim de mais um capítulo das nossas vidas, ele na coordenação de todo o Plano de Governo do candidato Geraldo Alckmin e eu na coordenação do Programa de Educação.
Vivemos uma experiência intensa, intensíssima, e de muita transformação.
Não foi fácil a escolha que fizemos, uma escolha norteada por nossa vontade de construir um país melhor, um país ético, livre, humano, eficiente e global. Essa escolha foi guiada por nossos valores e pela nossa vontade de apoiar um candidato sério, ético e tecnicamente capaz de assumir um país quebrado e reerguê-lo. Foi também uma escolha do que era possível, dentro do cenário e do contexto em que vivíamos.
Com essa nossa opção certamente ficamos do lado menos sexy do espectro de candidatos que se apresentaram. E isso foi MUITO difícil. Durante toda essa jornada fomos criticados, explícita ou sorrateiramente, por todos os lados, por todos os apaixonados por candidatos mais disruptivos, mais agressivos, mais extremistas do que o nosso.
A escolha pela moderação não atrai ninguém porque ela é a escolha do caminho difícil, é a escolha de quem parte da porcaria atual para construir um caminho virtuoso a partir dela. Ela não joga tudo para cima e sai dizendo que tudo vai ser diferente, pois a moderação sabe que só é possível mudar a realidade se for aos poucos, criando alicerces seguros e sólidos que limitam o espaço para as falcatruas e ao mesmo tempo pavimentam o caminho para uma condição de maior oportunidade para todos, maior eficiência e maior geração de valor para a sociedade.
Hoje estou triste, não posso negar. Triste principalmente pelo brasileiro ter que tomar uma decisão tão dura pela frente. Mas não me arrependo nem um minuto da minha escolha original, apesar da derrota. Dependendo dos olhos com os quais eu olhar para trás, posso dizer: fracassamos. Quem vê só o resultado pontual e objetivo pensa assim.
Mas eu realmente prefiro pensar diferente. Prefiro pensar nos ganhos, em tudo o que aprendemos, em tudo o que amadurecemos e descobrimos e, principalmente, em tudo o que ainda podemos construir e fazer a diferença com essa bagagem.
Não vamos desistir do Brasil, nunca. Acredito muito em construir uma democracia madura aqui. Talvez o caminho tenha que ser mais longo, o pêndulo tenha ainda que balançar um pouco mais antes de parar no ponto ótimo. Mas é neste país criativo, alegre e perseverante que temos um campo fértil para construir um novo modelo de sociedade, com Educação de qualidade em primeiro lugar - esse será, sem dúvida, um passo fundante para construir esse sonho.
E vamos para outra, lidando com a realidade a cada dia e encontrando uma forma de fazer a diferença!