Ataque em escola de SP: como notar sinais de que meu filho adolescente precisa de ajuda?


Irritabilidade e isolamento merecem atenção; eiálogo constante e aberto entre comunidade escolar e famílias são cruciais para entender como e quando ajudar os jovens

Por João Ker
Atualização:

Um novo ataque a uma escola nesta semana renova a preocupação de pais sobre como notar sinais de alerta no comportamento dos filhos. Um adolescente de 13 anos matou uma professora e feriu mais quatro em um colégio estadual da zona oeste de São Paulo, após publicar vídeos e mensagens com ameaças.

Irritabilidade, alienação social, linguagem agressiva e tempo demais em telas de celular e computador são alguns dos sinais de alerta para pais, responsáveis e professores perceberem uma mudança grave no comportamento de crianças e adolescentes, segundo especialistas. Não significa que qualquer alteração desse tipo signifique que o jovem possa ser responsável por ataques desse tipo, mas que podem ser necessários maior acompanhamento e abertura de diálogo.

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“A violência está aumentando de forma geral, não só no Brasil, mas no mundo. As redes e bolhas de ódio repercutem na infância e principalmente na adolescência”, diz Evelyn Eisenstein, coordenadora do grupo de trabalho Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Relatório feito pelo grupo de transição do governo federal contabilizou 35 mortes em ataques a escolas entre os anos 2000 e 2022.

Ela aponta como o bullying no ambiente escolar pode contribuir para comportamentos violentos de crianças e adolescentes, daí a importância de pais e educadores ficarem atentos a sinais de alienação social. “As escolas precisam não só de um programa de prevenção da violência, mas de construção da paz”, afirma ela.

Alunos homenageiam professora morta em ataque Foto: Taba Benedicto / Estadão
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A colaboração entre família e escola também é imprescindível para evitar que essas situações se agravem, uma vez que adolescentes podem não se sentir confortáveis para contar em casa o que acontece na sala de aula. Mais ainda, monitorar as redes sociais dos filhos e que tipo de conteúdo consomem quando estão online também é uma forma de evitar problemas maiores.

“Uma criança de 13 anos, no início da adolescência, essa não deveria ter acesso a redes sociais sem supervisão”, alerta Cláudia Costin, diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV. “Prestem atenção no que seus filhos estão acessando.” A investigação policial apontou que o responsável pelo ataque desta semana publicou mensagens e vídeos exaltando a violência e também o autor do massacre em Suzano (SP), de 2019.

A internet, porém, não é a única culpada que merece atenção e vigilância constantes. “Às vezes os pais verbalizam falas fortes de ódio ou cunho racista, ou fazem brincadeiras preconceituosas na frente de crianças sem pensar direito”, diz Claudia. “As crianças acham que isso é legítimo e podem repercutir.”

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À família, cabe dar o exemplo, repreender comportamentos violentos desde o início (não passar a mão na cabeça quando ele estiver errado) e abrir o canal de comunicação sem minimizar os problemas das crianças e adolescentes.

“Ao saber que seu filho foi vítima de bullying, leve a sério”, diz Cláudia. “Não fique no ‘eu também sofri e vivi’, porque os que não sobreviveram não estão aqui para contar. Sem falar que isso também pode causar dores graves ao longo de toda a vida”, alerta a especialista.

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Aí entra de novo a colaboração entre casa e escola. Se um professor ouve discursos machistas, racistas ou LGBTfóbicos de uma criança - o que pode ser um indicador de que ela se considera “superior” a outros grupos sociais -, é necessário alertar a família. Mais grave ainda é o caso de esse jovem apresentar comportamento apologista em relação a outros ataques violentos em escolas.

“O comportamento mais evidente é o discurso de apologia aos ataques. Esse é o sinal vermelho e requer ação imediata para evitar novas ocorrências”, diz Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da USP. “O sinal amarelo é o uso de discurso misógino, racista, sexista, que determina o início de um processo de recrutamento ou participação de comunidades violentas.”

O adolescente de 13 anos que atacou a escola de São Paulo já havia sido denunciado há um mês por ter ameaçado colegas de morte. Em suas redes sociais e nos aplicativos de mensagem, ele também usava termos racistas e idolatrava outros autores de ataques similares. “A escola não substitui a família, mas complementa”, aponta Claudia. “É papel dela ajudar as crianças que mais precisam, porque senão punimos a criança duas vezes.”

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Confira abaixo algumas alterações de comportamento em crianças e adolescentes que merecem atenção:

● Interesse incomum por assuntos violentos (tais como obsessão por armas de fogo ou massacres);

● Atitudes violentas (verbais ou físicas);

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● Alienação social exagerada

● Recusa de falar com professoras e gestoras mulheres;

● Agressividade e uso de expressões pejorativas ao falar com mulheres e meninas, capacitismo, racismo, LGBTQIA+fobia;

● Exaltação a ataques em ambientes educacionais ou religiosos

Um novo ataque a uma escola nesta semana renova a preocupação de pais sobre como notar sinais de alerta no comportamento dos filhos. Um adolescente de 13 anos matou uma professora e feriu mais quatro em um colégio estadual da zona oeste de São Paulo, após publicar vídeos e mensagens com ameaças.

Irritabilidade, alienação social, linguagem agressiva e tempo demais em telas de celular e computador são alguns dos sinais de alerta para pais, responsáveis e professores perceberem uma mudança grave no comportamento de crianças e adolescentes, segundo especialistas. Não significa que qualquer alteração desse tipo signifique que o jovem possa ser responsável por ataques desse tipo, mas que podem ser necessários maior acompanhamento e abertura de diálogo.

“A violência está aumentando de forma geral, não só no Brasil, mas no mundo. As redes e bolhas de ódio repercutem na infância e principalmente na adolescência”, diz Evelyn Eisenstein, coordenadora do grupo de trabalho Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Relatório feito pelo grupo de transição do governo federal contabilizou 35 mortes em ataques a escolas entre os anos 2000 e 2022.

Ela aponta como o bullying no ambiente escolar pode contribuir para comportamentos violentos de crianças e adolescentes, daí a importância de pais e educadores ficarem atentos a sinais de alienação social. “As escolas precisam não só de um programa de prevenção da violência, mas de construção da paz”, afirma ela.

Alunos homenageiam professora morta em ataque Foto: Taba Benedicto / Estadão

A colaboração entre família e escola também é imprescindível para evitar que essas situações se agravem, uma vez que adolescentes podem não se sentir confortáveis para contar em casa o que acontece na sala de aula. Mais ainda, monitorar as redes sociais dos filhos e que tipo de conteúdo consomem quando estão online também é uma forma de evitar problemas maiores.

“Uma criança de 13 anos, no início da adolescência, essa não deveria ter acesso a redes sociais sem supervisão”, alerta Cláudia Costin, diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV. “Prestem atenção no que seus filhos estão acessando.” A investigação policial apontou que o responsável pelo ataque desta semana publicou mensagens e vídeos exaltando a violência e também o autor do massacre em Suzano (SP), de 2019.

A internet, porém, não é a única culpada que merece atenção e vigilância constantes. “Às vezes os pais verbalizam falas fortes de ódio ou cunho racista, ou fazem brincadeiras preconceituosas na frente de crianças sem pensar direito”, diz Claudia. “As crianças acham que isso é legítimo e podem repercutir.”

À família, cabe dar o exemplo, repreender comportamentos violentos desde o início (não passar a mão na cabeça quando ele estiver errado) e abrir o canal de comunicação sem minimizar os problemas das crianças e adolescentes.

“Ao saber que seu filho foi vítima de bullying, leve a sério”, diz Cláudia. “Não fique no ‘eu também sofri e vivi’, porque os que não sobreviveram não estão aqui para contar. Sem falar que isso também pode causar dores graves ao longo de toda a vida”, alerta a especialista.

Aí entra de novo a colaboração entre casa e escola. Se um professor ouve discursos machistas, racistas ou LGBTfóbicos de uma criança - o que pode ser um indicador de que ela se considera “superior” a outros grupos sociais -, é necessário alertar a família. Mais grave ainda é o caso de esse jovem apresentar comportamento apologista em relação a outros ataques violentos em escolas.

“O comportamento mais evidente é o discurso de apologia aos ataques. Esse é o sinal vermelho e requer ação imediata para evitar novas ocorrências”, diz Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da USP. “O sinal amarelo é o uso de discurso misógino, racista, sexista, que determina o início de um processo de recrutamento ou participação de comunidades violentas.”

O adolescente de 13 anos que atacou a escola de São Paulo já havia sido denunciado há um mês por ter ameaçado colegas de morte. Em suas redes sociais e nos aplicativos de mensagem, ele também usava termos racistas e idolatrava outros autores de ataques similares. “A escola não substitui a família, mas complementa”, aponta Claudia. “É papel dela ajudar as crianças que mais precisam, porque senão punimos a criança duas vezes.”

Confira abaixo algumas alterações de comportamento em crianças e adolescentes que merecem atenção:

● Interesse incomum por assuntos violentos (tais como obsessão por armas de fogo ou massacres);

● Atitudes violentas (verbais ou físicas);

● Alienação social exagerada

● Recusa de falar com professoras e gestoras mulheres;

● Agressividade e uso de expressões pejorativas ao falar com mulheres e meninas, capacitismo, racismo, LGBTQIA+fobia;

● Exaltação a ataques em ambientes educacionais ou religiosos

Um novo ataque a uma escola nesta semana renova a preocupação de pais sobre como notar sinais de alerta no comportamento dos filhos. Um adolescente de 13 anos matou uma professora e feriu mais quatro em um colégio estadual da zona oeste de São Paulo, após publicar vídeos e mensagens com ameaças.

Irritabilidade, alienação social, linguagem agressiva e tempo demais em telas de celular e computador são alguns dos sinais de alerta para pais, responsáveis e professores perceberem uma mudança grave no comportamento de crianças e adolescentes, segundo especialistas. Não significa que qualquer alteração desse tipo signifique que o jovem possa ser responsável por ataques desse tipo, mas que podem ser necessários maior acompanhamento e abertura de diálogo.

“A violência está aumentando de forma geral, não só no Brasil, mas no mundo. As redes e bolhas de ódio repercutem na infância e principalmente na adolescência”, diz Evelyn Eisenstein, coordenadora do grupo de trabalho Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Relatório feito pelo grupo de transição do governo federal contabilizou 35 mortes em ataques a escolas entre os anos 2000 e 2022.

Ela aponta como o bullying no ambiente escolar pode contribuir para comportamentos violentos de crianças e adolescentes, daí a importância de pais e educadores ficarem atentos a sinais de alienação social. “As escolas precisam não só de um programa de prevenção da violência, mas de construção da paz”, afirma ela.

Alunos homenageiam professora morta em ataque Foto: Taba Benedicto / Estadão

A colaboração entre família e escola também é imprescindível para evitar que essas situações se agravem, uma vez que adolescentes podem não se sentir confortáveis para contar em casa o que acontece na sala de aula. Mais ainda, monitorar as redes sociais dos filhos e que tipo de conteúdo consomem quando estão online também é uma forma de evitar problemas maiores.

“Uma criança de 13 anos, no início da adolescência, essa não deveria ter acesso a redes sociais sem supervisão”, alerta Cláudia Costin, diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV. “Prestem atenção no que seus filhos estão acessando.” A investigação policial apontou que o responsável pelo ataque desta semana publicou mensagens e vídeos exaltando a violência e também o autor do massacre em Suzano (SP), de 2019.

A internet, porém, não é a única culpada que merece atenção e vigilância constantes. “Às vezes os pais verbalizam falas fortes de ódio ou cunho racista, ou fazem brincadeiras preconceituosas na frente de crianças sem pensar direito”, diz Claudia. “As crianças acham que isso é legítimo e podem repercutir.”

À família, cabe dar o exemplo, repreender comportamentos violentos desde o início (não passar a mão na cabeça quando ele estiver errado) e abrir o canal de comunicação sem minimizar os problemas das crianças e adolescentes.

“Ao saber que seu filho foi vítima de bullying, leve a sério”, diz Cláudia. “Não fique no ‘eu também sofri e vivi’, porque os que não sobreviveram não estão aqui para contar. Sem falar que isso também pode causar dores graves ao longo de toda a vida”, alerta a especialista.

Aí entra de novo a colaboração entre casa e escola. Se um professor ouve discursos machistas, racistas ou LGBTfóbicos de uma criança - o que pode ser um indicador de que ela se considera “superior” a outros grupos sociais -, é necessário alertar a família. Mais grave ainda é o caso de esse jovem apresentar comportamento apologista em relação a outros ataques violentos em escolas.

“O comportamento mais evidente é o discurso de apologia aos ataques. Esse é o sinal vermelho e requer ação imediata para evitar novas ocorrências”, diz Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da USP. “O sinal amarelo é o uso de discurso misógino, racista, sexista, que determina o início de um processo de recrutamento ou participação de comunidades violentas.”

O adolescente de 13 anos que atacou a escola de São Paulo já havia sido denunciado há um mês por ter ameaçado colegas de morte. Em suas redes sociais e nos aplicativos de mensagem, ele também usava termos racistas e idolatrava outros autores de ataques similares. “A escola não substitui a família, mas complementa”, aponta Claudia. “É papel dela ajudar as crianças que mais precisam, porque senão punimos a criança duas vezes.”

Confira abaixo algumas alterações de comportamento em crianças e adolescentes que merecem atenção:

● Interesse incomum por assuntos violentos (tais como obsessão por armas de fogo ou massacres);

● Atitudes violentas (verbais ou físicas);

● Alienação social exagerada

● Recusa de falar com professoras e gestoras mulheres;

● Agressividade e uso de expressões pejorativas ao falar com mulheres e meninas, capacitismo, racismo, LGBTQIA+fobia;

● Exaltação a ataques em ambientes educacionais ou religiosos

Um novo ataque a uma escola nesta semana renova a preocupação de pais sobre como notar sinais de alerta no comportamento dos filhos. Um adolescente de 13 anos matou uma professora e feriu mais quatro em um colégio estadual da zona oeste de São Paulo, após publicar vídeos e mensagens com ameaças.

Irritabilidade, alienação social, linguagem agressiva e tempo demais em telas de celular e computador são alguns dos sinais de alerta para pais, responsáveis e professores perceberem uma mudança grave no comportamento de crianças e adolescentes, segundo especialistas. Não significa que qualquer alteração desse tipo signifique que o jovem possa ser responsável por ataques desse tipo, mas que podem ser necessários maior acompanhamento e abertura de diálogo.

“A violência está aumentando de forma geral, não só no Brasil, mas no mundo. As redes e bolhas de ódio repercutem na infância e principalmente na adolescência”, diz Evelyn Eisenstein, coordenadora do grupo de trabalho Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Relatório feito pelo grupo de transição do governo federal contabilizou 35 mortes em ataques a escolas entre os anos 2000 e 2022.

Ela aponta como o bullying no ambiente escolar pode contribuir para comportamentos violentos de crianças e adolescentes, daí a importância de pais e educadores ficarem atentos a sinais de alienação social. “As escolas precisam não só de um programa de prevenção da violência, mas de construção da paz”, afirma ela.

Alunos homenageiam professora morta em ataque Foto: Taba Benedicto / Estadão

A colaboração entre família e escola também é imprescindível para evitar que essas situações se agravem, uma vez que adolescentes podem não se sentir confortáveis para contar em casa o que acontece na sala de aula. Mais ainda, monitorar as redes sociais dos filhos e que tipo de conteúdo consomem quando estão online também é uma forma de evitar problemas maiores.

“Uma criança de 13 anos, no início da adolescência, essa não deveria ter acesso a redes sociais sem supervisão”, alerta Cláudia Costin, diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV. “Prestem atenção no que seus filhos estão acessando.” A investigação policial apontou que o responsável pelo ataque desta semana publicou mensagens e vídeos exaltando a violência e também o autor do massacre em Suzano (SP), de 2019.

A internet, porém, não é a única culpada que merece atenção e vigilância constantes. “Às vezes os pais verbalizam falas fortes de ódio ou cunho racista, ou fazem brincadeiras preconceituosas na frente de crianças sem pensar direito”, diz Claudia. “As crianças acham que isso é legítimo e podem repercutir.”

À família, cabe dar o exemplo, repreender comportamentos violentos desde o início (não passar a mão na cabeça quando ele estiver errado) e abrir o canal de comunicação sem minimizar os problemas das crianças e adolescentes.

“Ao saber que seu filho foi vítima de bullying, leve a sério”, diz Cláudia. “Não fique no ‘eu também sofri e vivi’, porque os que não sobreviveram não estão aqui para contar. Sem falar que isso também pode causar dores graves ao longo de toda a vida”, alerta a especialista.

Aí entra de novo a colaboração entre casa e escola. Se um professor ouve discursos machistas, racistas ou LGBTfóbicos de uma criança - o que pode ser um indicador de que ela se considera “superior” a outros grupos sociais -, é necessário alertar a família. Mais grave ainda é o caso de esse jovem apresentar comportamento apologista em relação a outros ataques violentos em escolas.

“O comportamento mais evidente é o discurso de apologia aos ataques. Esse é o sinal vermelho e requer ação imediata para evitar novas ocorrências”, diz Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da USP. “O sinal amarelo é o uso de discurso misógino, racista, sexista, que determina o início de um processo de recrutamento ou participação de comunidades violentas.”

O adolescente de 13 anos que atacou a escola de São Paulo já havia sido denunciado há um mês por ter ameaçado colegas de morte. Em suas redes sociais e nos aplicativos de mensagem, ele também usava termos racistas e idolatrava outros autores de ataques similares. “A escola não substitui a família, mas complementa”, aponta Claudia. “É papel dela ajudar as crianças que mais precisam, porque senão punimos a criança duas vezes.”

Confira abaixo algumas alterações de comportamento em crianças e adolescentes que merecem atenção:

● Interesse incomum por assuntos violentos (tais como obsessão por armas de fogo ou massacres);

● Atitudes violentas (verbais ou físicas);

● Alienação social exagerada

● Recusa de falar com professoras e gestoras mulheres;

● Agressividade e uso de expressões pejorativas ao falar com mulheres e meninas, capacitismo, racismo, LGBTQIA+fobia;

● Exaltação a ataques em ambientes educacionais ou religiosos

Um novo ataque a uma escola nesta semana renova a preocupação de pais sobre como notar sinais de alerta no comportamento dos filhos. Um adolescente de 13 anos matou uma professora e feriu mais quatro em um colégio estadual da zona oeste de São Paulo, após publicar vídeos e mensagens com ameaças.

Irritabilidade, alienação social, linguagem agressiva e tempo demais em telas de celular e computador são alguns dos sinais de alerta para pais, responsáveis e professores perceberem uma mudança grave no comportamento de crianças e adolescentes, segundo especialistas. Não significa que qualquer alteração desse tipo signifique que o jovem possa ser responsável por ataques desse tipo, mas que podem ser necessários maior acompanhamento e abertura de diálogo.

“A violência está aumentando de forma geral, não só no Brasil, mas no mundo. As redes e bolhas de ódio repercutem na infância e principalmente na adolescência”, diz Evelyn Eisenstein, coordenadora do grupo de trabalho Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Relatório feito pelo grupo de transição do governo federal contabilizou 35 mortes em ataques a escolas entre os anos 2000 e 2022.

Ela aponta como o bullying no ambiente escolar pode contribuir para comportamentos violentos de crianças e adolescentes, daí a importância de pais e educadores ficarem atentos a sinais de alienação social. “As escolas precisam não só de um programa de prevenção da violência, mas de construção da paz”, afirma ela.

Alunos homenageiam professora morta em ataque Foto: Taba Benedicto / Estadão

A colaboração entre família e escola também é imprescindível para evitar que essas situações se agravem, uma vez que adolescentes podem não se sentir confortáveis para contar em casa o que acontece na sala de aula. Mais ainda, monitorar as redes sociais dos filhos e que tipo de conteúdo consomem quando estão online também é uma forma de evitar problemas maiores.

“Uma criança de 13 anos, no início da adolescência, essa não deveria ter acesso a redes sociais sem supervisão”, alerta Cláudia Costin, diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV. “Prestem atenção no que seus filhos estão acessando.” A investigação policial apontou que o responsável pelo ataque desta semana publicou mensagens e vídeos exaltando a violência e também o autor do massacre em Suzano (SP), de 2019.

A internet, porém, não é a única culpada que merece atenção e vigilância constantes. “Às vezes os pais verbalizam falas fortes de ódio ou cunho racista, ou fazem brincadeiras preconceituosas na frente de crianças sem pensar direito”, diz Claudia. “As crianças acham que isso é legítimo e podem repercutir.”

À família, cabe dar o exemplo, repreender comportamentos violentos desde o início (não passar a mão na cabeça quando ele estiver errado) e abrir o canal de comunicação sem minimizar os problemas das crianças e adolescentes.

“Ao saber que seu filho foi vítima de bullying, leve a sério”, diz Cláudia. “Não fique no ‘eu também sofri e vivi’, porque os que não sobreviveram não estão aqui para contar. Sem falar que isso também pode causar dores graves ao longo de toda a vida”, alerta a especialista.

Aí entra de novo a colaboração entre casa e escola. Se um professor ouve discursos machistas, racistas ou LGBTfóbicos de uma criança - o que pode ser um indicador de que ela se considera “superior” a outros grupos sociais -, é necessário alertar a família. Mais grave ainda é o caso de esse jovem apresentar comportamento apologista em relação a outros ataques violentos em escolas.

“O comportamento mais evidente é o discurso de apologia aos ataques. Esse é o sinal vermelho e requer ação imediata para evitar novas ocorrências”, diz Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da USP. “O sinal amarelo é o uso de discurso misógino, racista, sexista, que determina o início de um processo de recrutamento ou participação de comunidades violentas.”

O adolescente de 13 anos que atacou a escola de São Paulo já havia sido denunciado há um mês por ter ameaçado colegas de morte. Em suas redes sociais e nos aplicativos de mensagem, ele também usava termos racistas e idolatrava outros autores de ataques similares. “A escola não substitui a família, mas complementa”, aponta Claudia. “É papel dela ajudar as crianças que mais precisam, porque senão punimos a criança duas vezes.”

Confira abaixo algumas alterações de comportamento em crianças e adolescentes que merecem atenção:

● Interesse incomum por assuntos violentos (tais como obsessão por armas de fogo ou massacres);

● Atitudes violentas (verbais ou físicas);

● Alienação social exagerada

● Recusa de falar com professoras e gestoras mulheres;

● Agressividade e uso de expressões pejorativas ao falar com mulheres e meninas, capacitismo, racismo, LGBTQIA+fobia;

● Exaltação a ataques em ambientes educacionais ou religiosos

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