Ataques a escolas: como pais e alunos devem lidar com a divulgação de ameaças nas redes


Sequência de atentados em colégios e boatos assustam famílias; especialistas recomendam encaminhar denúncias às autoridades, ficar atento à desinformação e evitar pânico

Por Renata Cafardo, Ítalo Lo Re e Isabel Gomes
Atualização:

Nos últimos dias, a circulação de mensagens nas redes sociais sobre supostas ameaças e planos de ataques em escolas e faculdades tem assustado estudantes e pais de alunos. Após dois atentados com mortes – em São Paulo e em Blumenau (SC) –, os governos dizem ter reforçado a segurança no entorno dos colégios e a estrutura de investigação de denúncias.

Após dois atentados com mortes – em São Paulo e em Blumenau (SC) –, os governos dizem ter reforçado a segurança no entorno dos colégios e a estrutura de investigação de denúncias. Foto: Werther Santana/Estadão

Paralelamente, dirigentes de ensino e colégios têm divulgado para as escolas e as famílias quais têm sido as orientações e providências tomadas. Especialistas recomendam que professores, pais e alunos evitem espalhar o pânico e ajudem na construção coletiva dos canais de diálogo e soluções. Veja algumas dicas:

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  • Denunciar às autoridades suspeitas de planos de ataques em escolas e faculdades. O governo federal criou um canal para recebimento de informações sobre ameaças e ataques contra escolas. Para realizar a denúncia, é preciso preencher um curto formulário que não exige identificação no endereço www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura. Veja aqui como fazer. Para que haja investigação, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo orienta que é preciso registrar boletim de ocorrência.
  • Não espalhe nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens fotos e vídeos cujas informações não têm a veracidade checada. “Ao receberem denúncias, é fundamental que os alunos ou responsáveis entrem em contato com a diretoria da escola para informar e saber a verdade sobre a suspeita, em vez de espalhar boatos para outros pais”, diz nota técnica do Instituto Sou da Paz. Para especialistas e autoridades, grande parte do conteúdo que circula nas redes sociais é de boatos ou desinformação. A disseminação de conteúdos do tipo pode aumentar a sensação de insegurança e produzir o “efeito contágio” – replicação de violências inspiradas nessas mensagens. “Quanto mais as pessoas causam pânico e compartilhando ameaças falsas, mais atrapalham as investigações, sobrecarregam os agentes de segurança nas investigações e também acionam gatilhos para potenciais imitadores”, alerta a pesquisadora da USP Michele Prado, que estuda o extremismo online.
  • Denuncie postagens nocivas às próprias redes. Várias das plataformas têm seus próprios canais de denúncia, onde mensagens de ódio ou supostas ameaças de ataque podem ser denunciadas. No WhatsApp, por exemplo, denúncias devem ser enviadas para o email support@whatsapp.com, detalhando o ocorrido com o máximo de informações e até anexando uma captura de tela. O usuário ou grupo denunciado, segundo o WhatsApp, não recebe notificação sobre isso. O TikTok também tem um canal de denúncias, que pode ser acessado aqui.
  • Evite entrar em pânico. Especialistas alertam que disseminar fotos e vídeos ou se render ao desespero não resolvem o problema. “O pânico é desagregador”, diz Ilana Katz, psicanalista que integra a Rede Nacional de Pesquisas em Saúde Mental de Crianças e Adolescentes. Busque informações oficiais e orientações dos educadores do local onde você ou seu filho estuda. Não acredite, sem verificar, em mensagens sobre ataques ou suspensão de atividades – muitos deles são falsos. “Existem fake news falando de ameaça todo dia. Se gerar esse pânico, quem quer fazer esse processo de gerar terror e paralisar a escola vai soltar notícia toda semana”, diz Luiz Miguel Martins Garcia, presidente da Undime, entidade que reúne os secretários municipais de Educação.
  • Especialistas recomendam aos pais e professores não apavorar crianças e adolescentes com excesso de informações ou pânico sobre o risco de ataques. O tipo de diálogo deve ser ajustado conforme a idade e maturidade da criança, considerando que as notícias já circulam na mídia e em redes sociais. Ou seja, em muitos casos não adianta esconder, mas contextualizar, orientar e acolher. “No universo da criança, é importante escutá-la e tentar pôr em imagens, pôr em narrativas, pôr em palavras. É muito comum que quando a gente faça isso, a ameaça diminua de tamanho”, disse o psicanalista Christian Dunker à Rádio Eldorado.
  • Não hostilize outros pais, alunos e professores. Diante do estresse e do ineditismo da situação, é natural que haja alguma dificuldade ou dúvidas sobre como agir também por parte dos professores e das escolas. É direito das famílias demandar diálogo transparente sobre o assunto, mas também ajudar na construção coletiva de informações. Já as suspeitas e denúncias devem ser comunicadas às autoridades.
  • Entenda as medidas. É importante que as famílias levem em conta que é importante ter ações de segurança para as escolas, mas tratar apenas como um caso de polícia não é a solução. É importante saber se o colégio tem ações pedagógicas e de atenção à saúde mental que identifique e previna problemas.

Nos últimos dias, a circulação de mensagens nas redes sociais sobre supostas ameaças e planos de ataques em escolas e faculdades tem assustado estudantes e pais de alunos. Após dois atentados com mortes – em São Paulo e em Blumenau (SC) –, os governos dizem ter reforçado a segurança no entorno dos colégios e a estrutura de investigação de denúncias.

Após dois atentados com mortes – em São Paulo e em Blumenau (SC) –, os governos dizem ter reforçado a segurança no entorno dos colégios e a estrutura de investigação de denúncias. Foto: Werther Santana/Estadão

Paralelamente, dirigentes de ensino e colégios têm divulgado para as escolas e as famílias quais têm sido as orientações e providências tomadas. Especialistas recomendam que professores, pais e alunos evitem espalhar o pânico e ajudem na construção coletiva dos canais de diálogo e soluções. Veja algumas dicas:

  • Denunciar às autoridades suspeitas de planos de ataques em escolas e faculdades. O governo federal criou um canal para recebimento de informações sobre ameaças e ataques contra escolas. Para realizar a denúncia, é preciso preencher um curto formulário que não exige identificação no endereço www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura. Veja aqui como fazer. Para que haja investigação, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo orienta que é preciso registrar boletim de ocorrência.
  • Não espalhe nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens fotos e vídeos cujas informações não têm a veracidade checada. “Ao receberem denúncias, é fundamental que os alunos ou responsáveis entrem em contato com a diretoria da escola para informar e saber a verdade sobre a suspeita, em vez de espalhar boatos para outros pais”, diz nota técnica do Instituto Sou da Paz. Para especialistas e autoridades, grande parte do conteúdo que circula nas redes sociais é de boatos ou desinformação. A disseminação de conteúdos do tipo pode aumentar a sensação de insegurança e produzir o “efeito contágio” – replicação de violências inspiradas nessas mensagens. “Quanto mais as pessoas causam pânico e compartilhando ameaças falsas, mais atrapalham as investigações, sobrecarregam os agentes de segurança nas investigações e também acionam gatilhos para potenciais imitadores”, alerta a pesquisadora da USP Michele Prado, que estuda o extremismo online.
  • Denuncie postagens nocivas às próprias redes. Várias das plataformas têm seus próprios canais de denúncia, onde mensagens de ódio ou supostas ameaças de ataque podem ser denunciadas. No WhatsApp, por exemplo, denúncias devem ser enviadas para o email support@whatsapp.com, detalhando o ocorrido com o máximo de informações e até anexando uma captura de tela. O usuário ou grupo denunciado, segundo o WhatsApp, não recebe notificação sobre isso. O TikTok também tem um canal de denúncias, que pode ser acessado aqui.
  • Evite entrar em pânico. Especialistas alertam que disseminar fotos e vídeos ou se render ao desespero não resolvem o problema. “O pânico é desagregador”, diz Ilana Katz, psicanalista que integra a Rede Nacional de Pesquisas em Saúde Mental de Crianças e Adolescentes. Busque informações oficiais e orientações dos educadores do local onde você ou seu filho estuda. Não acredite, sem verificar, em mensagens sobre ataques ou suspensão de atividades – muitos deles são falsos. “Existem fake news falando de ameaça todo dia. Se gerar esse pânico, quem quer fazer esse processo de gerar terror e paralisar a escola vai soltar notícia toda semana”, diz Luiz Miguel Martins Garcia, presidente da Undime, entidade que reúne os secretários municipais de Educação.
  • Especialistas recomendam aos pais e professores não apavorar crianças e adolescentes com excesso de informações ou pânico sobre o risco de ataques. O tipo de diálogo deve ser ajustado conforme a idade e maturidade da criança, considerando que as notícias já circulam na mídia e em redes sociais. Ou seja, em muitos casos não adianta esconder, mas contextualizar, orientar e acolher. “No universo da criança, é importante escutá-la e tentar pôr em imagens, pôr em narrativas, pôr em palavras. É muito comum que quando a gente faça isso, a ameaça diminua de tamanho”, disse o psicanalista Christian Dunker à Rádio Eldorado.
  • Não hostilize outros pais, alunos e professores. Diante do estresse e do ineditismo da situação, é natural que haja alguma dificuldade ou dúvidas sobre como agir também por parte dos professores e das escolas. É direito das famílias demandar diálogo transparente sobre o assunto, mas também ajudar na construção coletiva de informações. Já as suspeitas e denúncias devem ser comunicadas às autoridades.
  • Entenda as medidas. É importante que as famílias levem em conta que é importante ter ações de segurança para as escolas, mas tratar apenas como um caso de polícia não é a solução. É importante saber se o colégio tem ações pedagógicas e de atenção à saúde mental que identifique e previna problemas.

Nos últimos dias, a circulação de mensagens nas redes sociais sobre supostas ameaças e planos de ataques em escolas e faculdades tem assustado estudantes e pais de alunos. Após dois atentados com mortes – em São Paulo e em Blumenau (SC) –, os governos dizem ter reforçado a segurança no entorno dos colégios e a estrutura de investigação de denúncias.

Após dois atentados com mortes – em São Paulo e em Blumenau (SC) –, os governos dizem ter reforçado a segurança no entorno dos colégios e a estrutura de investigação de denúncias. Foto: Werther Santana/Estadão

Paralelamente, dirigentes de ensino e colégios têm divulgado para as escolas e as famílias quais têm sido as orientações e providências tomadas. Especialistas recomendam que professores, pais e alunos evitem espalhar o pânico e ajudem na construção coletiva dos canais de diálogo e soluções. Veja algumas dicas:

  • Denunciar às autoridades suspeitas de planos de ataques em escolas e faculdades. O governo federal criou um canal para recebimento de informações sobre ameaças e ataques contra escolas. Para realizar a denúncia, é preciso preencher um curto formulário que não exige identificação no endereço www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura. Veja aqui como fazer. Para que haja investigação, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo orienta que é preciso registrar boletim de ocorrência.
  • Não espalhe nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens fotos e vídeos cujas informações não têm a veracidade checada. “Ao receberem denúncias, é fundamental que os alunos ou responsáveis entrem em contato com a diretoria da escola para informar e saber a verdade sobre a suspeita, em vez de espalhar boatos para outros pais”, diz nota técnica do Instituto Sou da Paz. Para especialistas e autoridades, grande parte do conteúdo que circula nas redes sociais é de boatos ou desinformação. A disseminação de conteúdos do tipo pode aumentar a sensação de insegurança e produzir o “efeito contágio” – replicação de violências inspiradas nessas mensagens. “Quanto mais as pessoas causam pânico e compartilhando ameaças falsas, mais atrapalham as investigações, sobrecarregam os agentes de segurança nas investigações e também acionam gatilhos para potenciais imitadores”, alerta a pesquisadora da USP Michele Prado, que estuda o extremismo online.
  • Denuncie postagens nocivas às próprias redes. Várias das plataformas têm seus próprios canais de denúncia, onde mensagens de ódio ou supostas ameaças de ataque podem ser denunciadas. No WhatsApp, por exemplo, denúncias devem ser enviadas para o email support@whatsapp.com, detalhando o ocorrido com o máximo de informações e até anexando uma captura de tela. O usuário ou grupo denunciado, segundo o WhatsApp, não recebe notificação sobre isso. O TikTok também tem um canal de denúncias, que pode ser acessado aqui.
  • Evite entrar em pânico. Especialistas alertam que disseminar fotos e vídeos ou se render ao desespero não resolvem o problema. “O pânico é desagregador”, diz Ilana Katz, psicanalista que integra a Rede Nacional de Pesquisas em Saúde Mental de Crianças e Adolescentes. Busque informações oficiais e orientações dos educadores do local onde você ou seu filho estuda. Não acredite, sem verificar, em mensagens sobre ataques ou suspensão de atividades – muitos deles são falsos. “Existem fake news falando de ameaça todo dia. Se gerar esse pânico, quem quer fazer esse processo de gerar terror e paralisar a escola vai soltar notícia toda semana”, diz Luiz Miguel Martins Garcia, presidente da Undime, entidade que reúne os secretários municipais de Educação.
  • Especialistas recomendam aos pais e professores não apavorar crianças e adolescentes com excesso de informações ou pânico sobre o risco de ataques. O tipo de diálogo deve ser ajustado conforme a idade e maturidade da criança, considerando que as notícias já circulam na mídia e em redes sociais. Ou seja, em muitos casos não adianta esconder, mas contextualizar, orientar e acolher. “No universo da criança, é importante escutá-la e tentar pôr em imagens, pôr em narrativas, pôr em palavras. É muito comum que quando a gente faça isso, a ameaça diminua de tamanho”, disse o psicanalista Christian Dunker à Rádio Eldorado.
  • Não hostilize outros pais, alunos e professores. Diante do estresse e do ineditismo da situação, é natural que haja alguma dificuldade ou dúvidas sobre como agir também por parte dos professores e das escolas. É direito das famílias demandar diálogo transparente sobre o assunto, mas também ajudar na construção coletiva de informações. Já as suspeitas e denúncias devem ser comunicadas às autoridades.
  • Entenda as medidas. É importante que as famílias levem em conta que é importante ter ações de segurança para as escolas, mas tratar apenas como um caso de polícia não é a solução. É importante saber se o colégio tem ações pedagógicas e de atenção à saúde mental que identifique e previna problemas.

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