Ataques em escolas no Brasil mataram 35 alunos e professores até 2022, indica relatório


Documento produzido durante os trabalhos da transição do governo federal compilou números desde o ano 2000

Por Renata Cafardo
Atualização:

Um relatório apresentado durante os trabalhos de transição do governo federal em dezembro indicam que 35 estudantes e professores tinham sido mortos em ataques no Brasil desde o início dos anos 2000. Antes disso, não há relatos de casos de violência em escolas no País. Segundo o documento, os ataques praticados por alunos e ex-alunos “são normalmente associados ao bullying e situações prolongadas de exposição a processos violentos, incluindo negligências familiares, autoritarismo parental e conteúdo disseminado em redes sociais e aplicativos de trocas de mensagem”.

Nesta segunda-feira, 27, houve mais uma morte: a da professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, esfaqueada por um aluno de 13 anos de uma escola estadual da Vila Sônia, na zona oeste de São Paulo. Outros três docentes e um estudante também foram machucados e o garoto, apreendido. A motivação ainda é investigada.

O documento afirma que os profissionais da educação precisam ser formados para identificar alterações de comportamento dos jovens e fatores psicológicos. Cita ainda que é preciso ficar atento a “interesse incomum por assuntos violentos e atitudes violentas, recusa de falar com professoras e gestoras mulheres, agressividade e uso de expressões discriminatórias, e exaltação a ataques em ambientes educacionais ou religiosos”.

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Além disso, “é imprescindível um trabalho pedagógico em educação crítica da mídia e de combate à desinformação” e a presença permanente de psicólogos nas escolas, o que não é comum nas redes públicas.

A tabulação dos casos indica que, até 2022, houve 16 ataques a escola no Brasil desde o início do ano 2000, quatro deles no segundo semestre do ano passado. Além das 35 mortes, foram 72 feridos.

Nos Estados Unidos, onde o número de casos é o maior do mundo, foram 554 vítimas ao todo, 185 mortos e 369 feridos em ataques violentos à escolas. O relatório cita números tabulados pelo jornal The Washington Post até maio de 2022, que contabiliza 331 escolas atacadas e 311 mil crianças em idade escolar afetadas pelos tiroteios ou expostas a violência armada no país.

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Tragédia em escola estadual de São Paulo: casos começaram no começo dos anos 2000 no Brasil Foto: Werther Santana

“Formulamos um caminho na transição, que pode ser aprimorado, mas algo precisa ser feito com urgência. Confesso que me preocupa a letargia dos governos municipais, estaduais e federal com o tema. As escolas precisam ser seguras e respeitadas”, diz o professor da Universidade de São Paulo (USP), um dos coordenadores do grupo de Educação na transição, Daniel Cara.

O ministro da Educação, Camilo Santana, disse acompanhar o caso com “consternação”, manifestou solidariedade e disse que o ministério está à disposição das autoridades locais para colaborar. Procurado, o Ministério da Educação (MEC) informou que desde o inicio do governo, está trabalhando no desenho de uma política de melhoria do clima e da convivência escolar e de fortalecimento de ações intersetoriais para o diagnóstico e tratamento das questões relacionadas à violência.

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O relatório intitulado relaciona a alta de casos de violência em escolas ao “processo de cooptação pela extrema direita” em “interações virtuais, em que o adolescente ou jovem é exposto com frequência ao conteúdo extremista difundido em aplicativos de mensagem, jogos, fóruns de discussão e redes sociais”.

Em vários dos casos de violência, há associação om símbolos neonazistas, que aparecem com cada vez mais frequência em escolas e universidades. Em Aracruz (ES), onde três professoras e uma aluna morreram no ano passado, o atirador usava uma suástica. Sobre o ataque na Vila Sônia, ainda não se sabe se houve inspiração desse tipo.

Entre os meios de cooptação, conforme o relatório, estão o “uso de jogos online como Roblox, Fortnite, Minecraft; uso de imagens de ataques e compartilhamento de manifestos de atiradores como método de propaganda.”

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Segundo os especialistas que participaram do grupo, a inclusão nas escolas de artefatos de segurança, como catracas, detectores de metais, dispositivos de identificação facial e seguranças armados “não vai enfrentar o impacto do ultrarreacionarismo extremista nos jovens e, pelo contrário, tende a aumentar as ameaças, pois afetará clima escolar – tornando-o potencialmente mais insalubre”.

“No que se refere ao âmbito da escola, é preciso garantir que esta seja espaço de liberdade, criação, criatividade e criticidade”, diz o documento. “Um ambiente escolar conflitivo não será o melhor caminho para combater nenhum tipo de violência”, completa o documento.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) lamentou o ataque nas redes sociais. “Não tenho palavras para expressar minha tristeza com a notícia do ataque”, disse ele, que afirmou ainda concentrar esforços para dar atendimento às vítimas e às famílias.

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Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão no ano passado, o aumento da circulação de armas, acelerado pela política de facilitação de acesso à posse e ao porte na gestão Jair Bolsonaro, também contribui para esse cenário.

Um relatório apresentado durante os trabalhos de transição do governo federal em dezembro indicam que 35 estudantes e professores tinham sido mortos em ataques no Brasil desde o início dos anos 2000. Antes disso, não há relatos de casos de violência em escolas no País. Segundo o documento, os ataques praticados por alunos e ex-alunos “são normalmente associados ao bullying e situações prolongadas de exposição a processos violentos, incluindo negligências familiares, autoritarismo parental e conteúdo disseminado em redes sociais e aplicativos de trocas de mensagem”.

Nesta segunda-feira, 27, houve mais uma morte: a da professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, esfaqueada por um aluno de 13 anos de uma escola estadual da Vila Sônia, na zona oeste de São Paulo. Outros três docentes e um estudante também foram machucados e o garoto, apreendido. A motivação ainda é investigada.

O documento afirma que os profissionais da educação precisam ser formados para identificar alterações de comportamento dos jovens e fatores psicológicos. Cita ainda que é preciso ficar atento a “interesse incomum por assuntos violentos e atitudes violentas, recusa de falar com professoras e gestoras mulheres, agressividade e uso de expressões discriminatórias, e exaltação a ataques em ambientes educacionais ou religiosos”.

Além disso, “é imprescindível um trabalho pedagógico em educação crítica da mídia e de combate à desinformação” e a presença permanente de psicólogos nas escolas, o que não é comum nas redes públicas.

A tabulação dos casos indica que, até 2022, houve 16 ataques a escola no Brasil desde o início do ano 2000, quatro deles no segundo semestre do ano passado. Além das 35 mortes, foram 72 feridos.

Nos Estados Unidos, onde o número de casos é o maior do mundo, foram 554 vítimas ao todo, 185 mortos e 369 feridos em ataques violentos à escolas. O relatório cita números tabulados pelo jornal The Washington Post até maio de 2022, que contabiliza 331 escolas atacadas e 311 mil crianças em idade escolar afetadas pelos tiroteios ou expostas a violência armada no país.

Tragédia em escola estadual de São Paulo: casos começaram no começo dos anos 2000 no Brasil Foto: Werther Santana

“Formulamos um caminho na transição, que pode ser aprimorado, mas algo precisa ser feito com urgência. Confesso que me preocupa a letargia dos governos municipais, estaduais e federal com o tema. As escolas precisam ser seguras e respeitadas”, diz o professor da Universidade de São Paulo (USP), um dos coordenadores do grupo de Educação na transição, Daniel Cara.

O ministro da Educação, Camilo Santana, disse acompanhar o caso com “consternação”, manifestou solidariedade e disse que o ministério está à disposição das autoridades locais para colaborar. Procurado, o Ministério da Educação (MEC) informou que desde o inicio do governo, está trabalhando no desenho de uma política de melhoria do clima e da convivência escolar e de fortalecimento de ações intersetoriais para o diagnóstico e tratamento das questões relacionadas à violência.

O relatório intitulado relaciona a alta de casos de violência em escolas ao “processo de cooptação pela extrema direita” em “interações virtuais, em que o adolescente ou jovem é exposto com frequência ao conteúdo extremista difundido em aplicativos de mensagem, jogos, fóruns de discussão e redes sociais”.

Em vários dos casos de violência, há associação om símbolos neonazistas, que aparecem com cada vez mais frequência em escolas e universidades. Em Aracruz (ES), onde três professoras e uma aluna morreram no ano passado, o atirador usava uma suástica. Sobre o ataque na Vila Sônia, ainda não se sabe se houve inspiração desse tipo.

Entre os meios de cooptação, conforme o relatório, estão o “uso de jogos online como Roblox, Fortnite, Minecraft; uso de imagens de ataques e compartilhamento de manifestos de atiradores como método de propaganda.”

Segundo os especialistas que participaram do grupo, a inclusão nas escolas de artefatos de segurança, como catracas, detectores de metais, dispositivos de identificação facial e seguranças armados “não vai enfrentar o impacto do ultrarreacionarismo extremista nos jovens e, pelo contrário, tende a aumentar as ameaças, pois afetará clima escolar – tornando-o potencialmente mais insalubre”.

“No que se refere ao âmbito da escola, é preciso garantir que esta seja espaço de liberdade, criação, criatividade e criticidade”, diz o documento. “Um ambiente escolar conflitivo não será o melhor caminho para combater nenhum tipo de violência”, completa o documento.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) lamentou o ataque nas redes sociais. “Não tenho palavras para expressar minha tristeza com a notícia do ataque”, disse ele, que afirmou ainda concentrar esforços para dar atendimento às vítimas e às famílias.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão no ano passado, o aumento da circulação de armas, acelerado pela política de facilitação de acesso à posse e ao porte na gestão Jair Bolsonaro, também contribui para esse cenário.

Um relatório apresentado durante os trabalhos de transição do governo federal em dezembro indicam que 35 estudantes e professores tinham sido mortos em ataques no Brasil desde o início dos anos 2000. Antes disso, não há relatos de casos de violência em escolas no País. Segundo o documento, os ataques praticados por alunos e ex-alunos “são normalmente associados ao bullying e situações prolongadas de exposição a processos violentos, incluindo negligências familiares, autoritarismo parental e conteúdo disseminado em redes sociais e aplicativos de trocas de mensagem”.

Nesta segunda-feira, 27, houve mais uma morte: a da professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, esfaqueada por um aluno de 13 anos de uma escola estadual da Vila Sônia, na zona oeste de São Paulo. Outros três docentes e um estudante também foram machucados e o garoto, apreendido. A motivação ainda é investigada.

O documento afirma que os profissionais da educação precisam ser formados para identificar alterações de comportamento dos jovens e fatores psicológicos. Cita ainda que é preciso ficar atento a “interesse incomum por assuntos violentos e atitudes violentas, recusa de falar com professoras e gestoras mulheres, agressividade e uso de expressões discriminatórias, e exaltação a ataques em ambientes educacionais ou religiosos”.

Além disso, “é imprescindível um trabalho pedagógico em educação crítica da mídia e de combate à desinformação” e a presença permanente de psicólogos nas escolas, o que não é comum nas redes públicas.

A tabulação dos casos indica que, até 2022, houve 16 ataques a escola no Brasil desde o início do ano 2000, quatro deles no segundo semestre do ano passado. Além das 35 mortes, foram 72 feridos.

Nos Estados Unidos, onde o número de casos é o maior do mundo, foram 554 vítimas ao todo, 185 mortos e 369 feridos em ataques violentos à escolas. O relatório cita números tabulados pelo jornal The Washington Post até maio de 2022, que contabiliza 331 escolas atacadas e 311 mil crianças em idade escolar afetadas pelos tiroteios ou expostas a violência armada no país.

Tragédia em escola estadual de São Paulo: casos começaram no começo dos anos 2000 no Brasil Foto: Werther Santana

“Formulamos um caminho na transição, que pode ser aprimorado, mas algo precisa ser feito com urgência. Confesso que me preocupa a letargia dos governos municipais, estaduais e federal com o tema. As escolas precisam ser seguras e respeitadas”, diz o professor da Universidade de São Paulo (USP), um dos coordenadores do grupo de Educação na transição, Daniel Cara.

O ministro da Educação, Camilo Santana, disse acompanhar o caso com “consternação”, manifestou solidariedade e disse que o ministério está à disposição das autoridades locais para colaborar. Procurado, o Ministério da Educação (MEC) informou que desde o inicio do governo, está trabalhando no desenho de uma política de melhoria do clima e da convivência escolar e de fortalecimento de ações intersetoriais para o diagnóstico e tratamento das questões relacionadas à violência.

O relatório intitulado relaciona a alta de casos de violência em escolas ao “processo de cooptação pela extrema direita” em “interações virtuais, em que o adolescente ou jovem é exposto com frequência ao conteúdo extremista difundido em aplicativos de mensagem, jogos, fóruns de discussão e redes sociais”.

Em vários dos casos de violência, há associação om símbolos neonazistas, que aparecem com cada vez mais frequência em escolas e universidades. Em Aracruz (ES), onde três professoras e uma aluna morreram no ano passado, o atirador usava uma suástica. Sobre o ataque na Vila Sônia, ainda não se sabe se houve inspiração desse tipo.

Entre os meios de cooptação, conforme o relatório, estão o “uso de jogos online como Roblox, Fortnite, Minecraft; uso de imagens de ataques e compartilhamento de manifestos de atiradores como método de propaganda.”

Segundo os especialistas que participaram do grupo, a inclusão nas escolas de artefatos de segurança, como catracas, detectores de metais, dispositivos de identificação facial e seguranças armados “não vai enfrentar o impacto do ultrarreacionarismo extremista nos jovens e, pelo contrário, tende a aumentar as ameaças, pois afetará clima escolar – tornando-o potencialmente mais insalubre”.

“No que se refere ao âmbito da escola, é preciso garantir que esta seja espaço de liberdade, criação, criatividade e criticidade”, diz o documento. “Um ambiente escolar conflitivo não será o melhor caminho para combater nenhum tipo de violência”, completa o documento.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) lamentou o ataque nas redes sociais. “Não tenho palavras para expressar minha tristeza com a notícia do ataque”, disse ele, que afirmou ainda concentrar esforços para dar atendimento às vítimas e às famílias.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão no ano passado, o aumento da circulação de armas, acelerado pela política de facilitação de acesso à posse e ao porte na gestão Jair Bolsonaro, também contribui para esse cenário.

Um relatório apresentado durante os trabalhos de transição do governo federal em dezembro indicam que 35 estudantes e professores tinham sido mortos em ataques no Brasil desde o início dos anos 2000. Antes disso, não há relatos de casos de violência em escolas no País. Segundo o documento, os ataques praticados por alunos e ex-alunos “são normalmente associados ao bullying e situações prolongadas de exposição a processos violentos, incluindo negligências familiares, autoritarismo parental e conteúdo disseminado em redes sociais e aplicativos de trocas de mensagem”.

Nesta segunda-feira, 27, houve mais uma morte: a da professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, esfaqueada por um aluno de 13 anos de uma escola estadual da Vila Sônia, na zona oeste de São Paulo. Outros três docentes e um estudante também foram machucados e o garoto, apreendido. A motivação ainda é investigada.

O documento afirma que os profissionais da educação precisam ser formados para identificar alterações de comportamento dos jovens e fatores psicológicos. Cita ainda que é preciso ficar atento a “interesse incomum por assuntos violentos e atitudes violentas, recusa de falar com professoras e gestoras mulheres, agressividade e uso de expressões discriminatórias, e exaltação a ataques em ambientes educacionais ou religiosos”.

Além disso, “é imprescindível um trabalho pedagógico em educação crítica da mídia e de combate à desinformação” e a presença permanente de psicólogos nas escolas, o que não é comum nas redes públicas.

A tabulação dos casos indica que, até 2022, houve 16 ataques a escola no Brasil desde o início do ano 2000, quatro deles no segundo semestre do ano passado. Além das 35 mortes, foram 72 feridos.

Nos Estados Unidos, onde o número de casos é o maior do mundo, foram 554 vítimas ao todo, 185 mortos e 369 feridos em ataques violentos à escolas. O relatório cita números tabulados pelo jornal The Washington Post até maio de 2022, que contabiliza 331 escolas atacadas e 311 mil crianças em idade escolar afetadas pelos tiroteios ou expostas a violência armada no país.

Tragédia em escola estadual de São Paulo: casos começaram no começo dos anos 2000 no Brasil Foto: Werther Santana

“Formulamos um caminho na transição, que pode ser aprimorado, mas algo precisa ser feito com urgência. Confesso que me preocupa a letargia dos governos municipais, estaduais e federal com o tema. As escolas precisam ser seguras e respeitadas”, diz o professor da Universidade de São Paulo (USP), um dos coordenadores do grupo de Educação na transição, Daniel Cara.

O ministro da Educação, Camilo Santana, disse acompanhar o caso com “consternação”, manifestou solidariedade e disse que o ministério está à disposição das autoridades locais para colaborar. Procurado, o Ministério da Educação (MEC) informou que desde o inicio do governo, está trabalhando no desenho de uma política de melhoria do clima e da convivência escolar e de fortalecimento de ações intersetoriais para o diagnóstico e tratamento das questões relacionadas à violência.

O relatório intitulado relaciona a alta de casos de violência em escolas ao “processo de cooptação pela extrema direita” em “interações virtuais, em que o adolescente ou jovem é exposto com frequência ao conteúdo extremista difundido em aplicativos de mensagem, jogos, fóruns de discussão e redes sociais”.

Em vários dos casos de violência, há associação om símbolos neonazistas, que aparecem com cada vez mais frequência em escolas e universidades. Em Aracruz (ES), onde três professoras e uma aluna morreram no ano passado, o atirador usava uma suástica. Sobre o ataque na Vila Sônia, ainda não se sabe se houve inspiração desse tipo.

Entre os meios de cooptação, conforme o relatório, estão o “uso de jogos online como Roblox, Fortnite, Minecraft; uso de imagens de ataques e compartilhamento de manifestos de atiradores como método de propaganda.”

Segundo os especialistas que participaram do grupo, a inclusão nas escolas de artefatos de segurança, como catracas, detectores de metais, dispositivos de identificação facial e seguranças armados “não vai enfrentar o impacto do ultrarreacionarismo extremista nos jovens e, pelo contrário, tende a aumentar as ameaças, pois afetará clima escolar – tornando-o potencialmente mais insalubre”.

“No que se refere ao âmbito da escola, é preciso garantir que esta seja espaço de liberdade, criação, criatividade e criticidade”, diz o documento. “Um ambiente escolar conflitivo não será o melhor caminho para combater nenhum tipo de violência”, completa o documento.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) lamentou o ataque nas redes sociais. “Não tenho palavras para expressar minha tristeza com a notícia do ataque”, disse ele, que afirmou ainda concentrar esforços para dar atendimento às vítimas e às famílias.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão no ano passado, o aumento da circulação de armas, acelerado pela política de facilitação de acesso à posse e ao porte na gestão Jair Bolsonaro, também contribui para esse cenário.

Um relatório apresentado durante os trabalhos de transição do governo federal em dezembro indicam que 35 estudantes e professores tinham sido mortos em ataques no Brasil desde o início dos anos 2000. Antes disso, não há relatos de casos de violência em escolas no País. Segundo o documento, os ataques praticados por alunos e ex-alunos “são normalmente associados ao bullying e situações prolongadas de exposição a processos violentos, incluindo negligências familiares, autoritarismo parental e conteúdo disseminado em redes sociais e aplicativos de trocas de mensagem”.

Nesta segunda-feira, 27, houve mais uma morte: a da professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, esfaqueada por um aluno de 13 anos de uma escola estadual da Vila Sônia, na zona oeste de São Paulo. Outros três docentes e um estudante também foram machucados e o garoto, apreendido. A motivação ainda é investigada.

O documento afirma que os profissionais da educação precisam ser formados para identificar alterações de comportamento dos jovens e fatores psicológicos. Cita ainda que é preciso ficar atento a “interesse incomum por assuntos violentos e atitudes violentas, recusa de falar com professoras e gestoras mulheres, agressividade e uso de expressões discriminatórias, e exaltação a ataques em ambientes educacionais ou religiosos”.

Além disso, “é imprescindível um trabalho pedagógico em educação crítica da mídia e de combate à desinformação” e a presença permanente de psicólogos nas escolas, o que não é comum nas redes públicas.

A tabulação dos casos indica que, até 2022, houve 16 ataques a escola no Brasil desde o início do ano 2000, quatro deles no segundo semestre do ano passado. Além das 35 mortes, foram 72 feridos.

Nos Estados Unidos, onde o número de casos é o maior do mundo, foram 554 vítimas ao todo, 185 mortos e 369 feridos em ataques violentos à escolas. O relatório cita números tabulados pelo jornal The Washington Post até maio de 2022, que contabiliza 331 escolas atacadas e 311 mil crianças em idade escolar afetadas pelos tiroteios ou expostas a violência armada no país.

Tragédia em escola estadual de São Paulo: casos começaram no começo dos anos 2000 no Brasil Foto: Werther Santana

“Formulamos um caminho na transição, que pode ser aprimorado, mas algo precisa ser feito com urgência. Confesso que me preocupa a letargia dos governos municipais, estaduais e federal com o tema. As escolas precisam ser seguras e respeitadas”, diz o professor da Universidade de São Paulo (USP), um dos coordenadores do grupo de Educação na transição, Daniel Cara.

O ministro da Educação, Camilo Santana, disse acompanhar o caso com “consternação”, manifestou solidariedade e disse que o ministério está à disposição das autoridades locais para colaborar. Procurado, o Ministério da Educação (MEC) informou que desde o inicio do governo, está trabalhando no desenho de uma política de melhoria do clima e da convivência escolar e de fortalecimento de ações intersetoriais para o diagnóstico e tratamento das questões relacionadas à violência.

O relatório intitulado relaciona a alta de casos de violência em escolas ao “processo de cooptação pela extrema direita” em “interações virtuais, em que o adolescente ou jovem é exposto com frequência ao conteúdo extremista difundido em aplicativos de mensagem, jogos, fóruns de discussão e redes sociais”.

Em vários dos casos de violência, há associação om símbolos neonazistas, que aparecem com cada vez mais frequência em escolas e universidades. Em Aracruz (ES), onde três professoras e uma aluna morreram no ano passado, o atirador usava uma suástica. Sobre o ataque na Vila Sônia, ainda não se sabe se houve inspiração desse tipo.

Entre os meios de cooptação, conforme o relatório, estão o “uso de jogos online como Roblox, Fortnite, Minecraft; uso de imagens de ataques e compartilhamento de manifestos de atiradores como método de propaganda.”

Segundo os especialistas que participaram do grupo, a inclusão nas escolas de artefatos de segurança, como catracas, detectores de metais, dispositivos de identificação facial e seguranças armados “não vai enfrentar o impacto do ultrarreacionarismo extremista nos jovens e, pelo contrário, tende a aumentar as ameaças, pois afetará clima escolar – tornando-o potencialmente mais insalubre”.

“No que se refere ao âmbito da escola, é preciso garantir que esta seja espaço de liberdade, criação, criatividade e criticidade”, diz o documento. “Um ambiente escolar conflitivo não será o melhor caminho para combater nenhum tipo de violência”, completa o documento.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) lamentou o ataque nas redes sociais. “Não tenho palavras para expressar minha tristeza com a notícia do ataque”, disse ele, que afirmou ainda concentrar esforços para dar atendimento às vítimas e às famílias.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão no ano passado, o aumento da circulação de armas, acelerado pela política de facilitação de acesso à posse e ao porte na gestão Jair Bolsonaro, também contribui para esse cenário.

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