Blog dos colégios

A importância das interações e do convívio na escola


Por Escola Viva
Atualização:
 

Primeiro dia de aula, abrem os portões e não importa a idade, todos buscam a comunicação: são olhares, toques, sons, falas, qualquer indício que nos diga "estou aqui" e "sei que você está ai". E assim começam uma interação e, provavelmente, uma relação.

Interação que se apresenta desde que as crianças são pequeninas e se modifica conforme vão crescendo: ficam curiosos por uma brincadeira do "peekaboo", com movimentos de esconder e achar o adulto; nos oferecem um brinquedo, buscando a repetição de ações que chamaram a sua atenção, aprendem a comunicar-se por sons, sinais e realizam um contato diverso. Comunicação que se amplia com a fala e desejam conversar, contar e recontar histórias vividas e imaginadas, questionar o mundo e compreender o universo adulto por meio dos próprios recursos e mediações. 

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Conforme crescem, observamos que o foco principal se localiza nos pares, nos grupos e nas trocas entre eles. A expressão de si e os entrosamentos também podem acontecer pela arte plástica, pela música cantada ou dançada, pelo gesto que vira brincadeira e termina em gargalhadas, afinal, contamos com muitas linguagens. Aos poucos, observamos nessas ações os protagonismos e as intencionalidades, o prazer de estar com outro, no convívio com pessoas da mesma idade, num movimento de relação de reciprocidade e igualdade, mesmo com suas diferenças.

 Foto: Estadão

No âmbito escolar, viver em grupo significa ter a oportunidade de compreender melhor os demais e saber se comunicar com autenticidade, com respeito mútuo e o tão necessário aprendizado da utilização do diálogo. A cada dia, conhecemos melhor cada um e a nós mesmos, inclusive pelos olhos e ações dos outros, enquanto indivíduos e coletividade, considerando o percurso de vida que cada um constrói com suas culturas, tradições e crenças.

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Na diversidade, criam-se as condições para a busca de projetos novos de acordo com o interesse e processos investigativos dos grupos, bem como para a solução pacífica dos conflitos que fazem parte deste contexto, trazendo reflexões e soluções que promovem a retomada de valores, atitudes e condutas que respeitem o pluralismo e a diferença, desenvolvendo o sentido de solidariedade, generosidade e empatia.

Sabe-se que as dimensões cognitivas e emocionais estão intimamente ligadas e que, se na concepção das escolas seus princípios e valores de formação forem a interação e a cooperação, os alunos e alunas terão condições para que essa mesma contribuição enriqueça o pensamento coletivo e apoie a aprendizagem do grupo.

Mas o que significa aprender em grupo? É importante pensar que o objetivo da relação no grupo não é somente a expressão dos diferentes pontos de vista, mas também o aprofundamento das ideias, conteúdos e o confronto de diferentes visões para alcançar um pensamento compartilhado: assim, aprendem a ser, a fazer e a aprender.

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As escolas construtivistas e críticas têm como organização de gestão muitos trabalhos em grupos, duplas e trios, justamente porque o exercício da cooperação é fundamental e representa o mais alto nível de socialização.

Sim, a aprendizagem ocorre de forma individual, porque cada sujeito é um e constrói seu conhecimento com seus recursos prévios, mas é essencial considerar que a construção e a natureza social do conhecimento favorecem uma qualidade de aprendizagem que é diferente da aprendizagem solitária. No grupo, as ideias e as escolhas individuais são colocadas em circulação para serem discutidas, o trabalho ou produto do coletivo se constrói com a contribuição de cada um: teorias provisórias (para os pequeninos) ou hipóteses (para os mais velhos), memórias de aulas compartilhadas, articulações em favor de benefícios da interação cognitiva e dos desafios a serem superados nas trocas.

Por meio das condições didáticas inter-relacionadas que favorecem a autonomia dos alunos é importante pensarmos que o sujeito está presente tanto na singularidade como na sociabilidade. Vale ressaltar a importância das relações interciclos e entre os ciclos de aprendizagens, quando a convivência acontece com crianças do mesmo segmento (Educação Infantil ou Fundamental, por exemplo) ou entre esses segmentos, e os alunos e alunas têm a oportunidade de assumir posições diferentes a depender da organização e as trocas são imprescindíveis.

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 Foto: Estadão

Portanto, a escola propõe uma dinâmica com um sistema de relações e um projeto pedagógico que garanta o seu funcionamento com várias funções e papéis que trazem um movimento reflexivo intencional ao cotidiano, porque escola é lugar de interação e convívio, lugar da troca de olhares, de gestos, expressões e de aprender o que é o público e o privado, a amplitude da palavra "nosso", experimentar o respeito e as diferenças, de aprender conceitos abstratos, que no individual teriam percursos reservados e nem tão desafiadores.

 

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Daniela Munerato - professora, psicóloga e psicopedagoga formada pela Universidade Paulista (UNIP), mestre em psicologia escolar e do desenvolvimento humano pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), terminando o mestrado em alfabetização na Universidade Nacional de La Plata - Argentina (UNLP), Coordenadora da Escola Viva, Formadora do Centro de formação da Vila desde 2004 e integrante do grupo de pesquisa do desenvolvimento moral (GPDM-USP) desde 2017. 

 

Primeiro dia de aula, abrem os portões e não importa a idade, todos buscam a comunicação: são olhares, toques, sons, falas, qualquer indício que nos diga "estou aqui" e "sei que você está ai". E assim começam uma interação e, provavelmente, uma relação.

Interação que se apresenta desde que as crianças são pequeninas e se modifica conforme vão crescendo: ficam curiosos por uma brincadeira do "peekaboo", com movimentos de esconder e achar o adulto; nos oferecem um brinquedo, buscando a repetição de ações que chamaram a sua atenção, aprendem a comunicar-se por sons, sinais e realizam um contato diverso. Comunicação que se amplia com a fala e desejam conversar, contar e recontar histórias vividas e imaginadas, questionar o mundo e compreender o universo adulto por meio dos próprios recursos e mediações. 

Conforme crescem, observamos que o foco principal se localiza nos pares, nos grupos e nas trocas entre eles. A expressão de si e os entrosamentos também podem acontecer pela arte plástica, pela música cantada ou dançada, pelo gesto que vira brincadeira e termina em gargalhadas, afinal, contamos com muitas linguagens. Aos poucos, observamos nessas ações os protagonismos e as intencionalidades, o prazer de estar com outro, no convívio com pessoas da mesma idade, num movimento de relação de reciprocidade e igualdade, mesmo com suas diferenças.

 Foto: Estadão

No âmbito escolar, viver em grupo significa ter a oportunidade de compreender melhor os demais e saber se comunicar com autenticidade, com respeito mútuo e o tão necessário aprendizado da utilização do diálogo. A cada dia, conhecemos melhor cada um e a nós mesmos, inclusive pelos olhos e ações dos outros, enquanto indivíduos e coletividade, considerando o percurso de vida que cada um constrói com suas culturas, tradições e crenças.

Na diversidade, criam-se as condições para a busca de projetos novos de acordo com o interesse e processos investigativos dos grupos, bem como para a solução pacífica dos conflitos que fazem parte deste contexto, trazendo reflexões e soluções que promovem a retomada de valores, atitudes e condutas que respeitem o pluralismo e a diferença, desenvolvendo o sentido de solidariedade, generosidade e empatia.

Sabe-se que as dimensões cognitivas e emocionais estão intimamente ligadas e que, se na concepção das escolas seus princípios e valores de formação forem a interação e a cooperação, os alunos e alunas terão condições para que essa mesma contribuição enriqueça o pensamento coletivo e apoie a aprendizagem do grupo.

Mas o que significa aprender em grupo? É importante pensar que o objetivo da relação no grupo não é somente a expressão dos diferentes pontos de vista, mas também o aprofundamento das ideias, conteúdos e o confronto de diferentes visões para alcançar um pensamento compartilhado: assim, aprendem a ser, a fazer e a aprender.

As escolas construtivistas e críticas têm como organização de gestão muitos trabalhos em grupos, duplas e trios, justamente porque o exercício da cooperação é fundamental e representa o mais alto nível de socialização.

Sim, a aprendizagem ocorre de forma individual, porque cada sujeito é um e constrói seu conhecimento com seus recursos prévios, mas é essencial considerar que a construção e a natureza social do conhecimento favorecem uma qualidade de aprendizagem que é diferente da aprendizagem solitária. No grupo, as ideias e as escolhas individuais são colocadas em circulação para serem discutidas, o trabalho ou produto do coletivo se constrói com a contribuição de cada um: teorias provisórias (para os pequeninos) ou hipóteses (para os mais velhos), memórias de aulas compartilhadas, articulações em favor de benefícios da interação cognitiva e dos desafios a serem superados nas trocas.

Por meio das condições didáticas inter-relacionadas que favorecem a autonomia dos alunos é importante pensarmos que o sujeito está presente tanto na singularidade como na sociabilidade. Vale ressaltar a importância das relações interciclos e entre os ciclos de aprendizagens, quando a convivência acontece com crianças do mesmo segmento (Educação Infantil ou Fundamental, por exemplo) ou entre esses segmentos, e os alunos e alunas têm a oportunidade de assumir posições diferentes a depender da organização e as trocas são imprescindíveis.

 Foto: Estadão

Portanto, a escola propõe uma dinâmica com um sistema de relações e um projeto pedagógico que garanta o seu funcionamento com várias funções e papéis que trazem um movimento reflexivo intencional ao cotidiano, porque escola é lugar de interação e convívio, lugar da troca de olhares, de gestos, expressões e de aprender o que é o público e o privado, a amplitude da palavra "nosso", experimentar o respeito e as diferenças, de aprender conceitos abstratos, que no individual teriam percursos reservados e nem tão desafiadores.

 

Daniela Munerato - professora, psicóloga e psicopedagoga formada pela Universidade Paulista (UNIP), mestre em psicologia escolar e do desenvolvimento humano pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), terminando o mestrado em alfabetização na Universidade Nacional de La Plata - Argentina (UNLP), Coordenadora da Escola Viva, Formadora do Centro de formação da Vila desde 2004 e integrante do grupo de pesquisa do desenvolvimento moral (GPDM-USP) desde 2017. 

 

Primeiro dia de aula, abrem os portões e não importa a idade, todos buscam a comunicação: são olhares, toques, sons, falas, qualquer indício que nos diga "estou aqui" e "sei que você está ai". E assim começam uma interação e, provavelmente, uma relação.

Interação que se apresenta desde que as crianças são pequeninas e se modifica conforme vão crescendo: ficam curiosos por uma brincadeira do "peekaboo", com movimentos de esconder e achar o adulto; nos oferecem um brinquedo, buscando a repetição de ações que chamaram a sua atenção, aprendem a comunicar-se por sons, sinais e realizam um contato diverso. Comunicação que se amplia com a fala e desejam conversar, contar e recontar histórias vividas e imaginadas, questionar o mundo e compreender o universo adulto por meio dos próprios recursos e mediações. 

Conforme crescem, observamos que o foco principal se localiza nos pares, nos grupos e nas trocas entre eles. A expressão de si e os entrosamentos também podem acontecer pela arte plástica, pela música cantada ou dançada, pelo gesto que vira brincadeira e termina em gargalhadas, afinal, contamos com muitas linguagens. Aos poucos, observamos nessas ações os protagonismos e as intencionalidades, o prazer de estar com outro, no convívio com pessoas da mesma idade, num movimento de relação de reciprocidade e igualdade, mesmo com suas diferenças.

 Foto: Estadão

No âmbito escolar, viver em grupo significa ter a oportunidade de compreender melhor os demais e saber se comunicar com autenticidade, com respeito mútuo e o tão necessário aprendizado da utilização do diálogo. A cada dia, conhecemos melhor cada um e a nós mesmos, inclusive pelos olhos e ações dos outros, enquanto indivíduos e coletividade, considerando o percurso de vida que cada um constrói com suas culturas, tradições e crenças.

Na diversidade, criam-se as condições para a busca de projetos novos de acordo com o interesse e processos investigativos dos grupos, bem como para a solução pacífica dos conflitos que fazem parte deste contexto, trazendo reflexões e soluções que promovem a retomada de valores, atitudes e condutas que respeitem o pluralismo e a diferença, desenvolvendo o sentido de solidariedade, generosidade e empatia.

Sabe-se que as dimensões cognitivas e emocionais estão intimamente ligadas e que, se na concepção das escolas seus princípios e valores de formação forem a interação e a cooperação, os alunos e alunas terão condições para que essa mesma contribuição enriqueça o pensamento coletivo e apoie a aprendizagem do grupo.

Mas o que significa aprender em grupo? É importante pensar que o objetivo da relação no grupo não é somente a expressão dos diferentes pontos de vista, mas também o aprofundamento das ideias, conteúdos e o confronto de diferentes visões para alcançar um pensamento compartilhado: assim, aprendem a ser, a fazer e a aprender.

As escolas construtivistas e críticas têm como organização de gestão muitos trabalhos em grupos, duplas e trios, justamente porque o exercício da cooperação é fundamental e representa o mais alto nível de socialização.

Sim, a aprendizagem ocorre de forma individual, porque cada sujeito é um e constrói seu conhecimento com seus recursos prévios, mas é essencial considerar que a construção e a natureza social do conhecimento favorecem uma qualidade de aprendizagem que é diferente da aprendizagem solitária. No grupo, as ideias e as escolhas individuais são colocadas em circulação para serem discutidas, o trabalho ou produto do coletivo se constrói com a contribuição de cada um: teorias provisórias (para os pequeninos) ou hipóteses (para os mais velhos), memórias de aulas compartilhadas, articulações em favor de benefícios da interação cognitiva e dos desafios a serem superados nas trocas.

Por meio das condições didáticas inter-relacionadas que favorecem a autonomia dos alunos é importante pensarmos que o sujeito está presente tanto na singularidade como na sociabilidade. Vale ressaltar a importância das relações interciclos e entre os ciclos de aprendizagens, quando a convivência acontece com crianças do mesmo segmento (Educação Infantil ou Fundamental, por exemplo) ou entre esses segmentos, e os alunos e alunas têm a oportunidade de assumir posições diferentes a depender da organização e as trocas são imprescindíveis.

 Foto: Estadão

Portanto, a escola propõe uma dinâmica com um sistema de relações e um projeto pedagógico que garanta o seu funcionamento com várias funções e papéis que trazem um movimento reflexivo intencional ao cotidiano, porque escola é lugar de interação e convívio, lugar da troca de olhares, de gestos, expressões e de aprender o que é o público e o privado, a amplitude da palavra "nosso", experimentar o respeito e as diferenças, de aprender conceitos abstratos, que no individual teriam percursos reservados e nem tão desafiadores.

 

Daniela Munerato - professora, psicóloga e psicopedagoga formada pela Universidade Paulista (UNIP), mestre em psicologia escolar e do desenvolvimento humano pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), terminando o mestrado em alfabetização na Universidade Nacional de La Plata - Argentina (UNLP), Coordenadora da Escola Viva, Formadora do Centro de formação da Vila desde 2004 e integrante do grupo de pesquisa do desenvolvimento moral (GPDM-USP) desde 2017. 

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