Brasil é um dos países mais desiguais na educação, mostra Pisa


Diferença de desempenho entre alunos ricos e pobres se aprofundou na última década com o aumento da desigualdade socioeconômica

Por Renata Cafardo e Isabela Palhares

SÃO PAULO - A maior avaliação de estudantes do mundo, o Pisa, mostra que o Brasil é um dos países mais desiguais em educação. Na última década, a diferença de desempenho entre os alunos se aprofundou com a desigualdade socioeconômica.

Brasil é um dos países mais desiguais na educação Foto: Agência Brasil

Em 2018, a diferença de pontuação entre estudantes ricos e pobres na prova de leitura foi de 97 pontos­, o que equivale a pular um nível de aprendizagem. A média entre países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 89 pontos. Em 2009, essa diferença de desempenho era de 84 pontos no Brasil, quando ainda ficava abaixo da média geral.

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Os resultados do Pisa foram divulgados nesta terça-feira, 3, pela OCDE, em Paris. Participaram da prova, aplicada em 2018, 600 mil estudantes em 79 países. O exame é feito desde 2000, a cada três anos, com nações membros da OCDE e convidados, como é o caso do Brasil. A China, representada por quatro províncias, ficou em primeiro lugar dos rankings mundiais das três áreas avaliadas - Leitura, Matemática e Ciência. Nesta edição, o foco foi em Leitura.

O documento lembra que a condição socioeconômica é um dos fatores que mais influenciam o desempenho escolar e destaca que a mobilidade social no Brasil também é uma das menores entre os países avaliados. O estudo calcula a chance de que um aluno pobre de estudar em um colégio com alto desempenho é de 13%. Em países como Canadá, Dinamarca, Estônia, Finlândia, esse porcentual chega a 20%.

Como resultado da desigualdade de oportunidades, os jovens pobres brasileiros estão entre os que têm menor expectativa de continuar os estudos. Mesmo entre os alunos pobres com nota alta em Leitura (estão nos níveis 5 e 6), 10% acreditam que não vão conseguir entrar na faculdade. Nos países membros da OCDE, apenas 4% dos jovens têm a mesma opinião.

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Desigualdade entre países

A OCDE também mostra a desigualdade entre países. Os que têm melhor desempenho em Leitura são os que mais investem em educação. O resultado positivo seria possível, já que o gasto por aluno poderia compensar as dificuldades socioeconômicas da família. Macau, na China, por exemplo, tem o terceiro maior investimento por aluno, US$ 150 mil (R$ 630 mil) ao ano, e é o terceiro com maior nota em Leitura. Cingapura, o segundo no ranking, investe US$ 110 mil (R$ 462 mil) ao ano.

Entre os países com pior desempenho também estão os que menos investem. Filipinas tem a nota mais baixa e o menor investimento, com menos de US$ 12 mil (R$ 50 mil) ao ano. O Brasil é um dos países com menor gasto por aluno, cerca de US$ 30 mil (R$ 126 mil) ao ano, atrás de países como Malásia, Uruguai, Chile.

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Leve melhora

A nota dos estudantes brasileiros de 15 anos teve uma leve melhora no Pisa. No entanto, quatro em cada 10 adolescentes não conseguem identificar a ideia principal de um texto, ler gráficos, resolver problemas com números inteiros, entender um experimento científico simples.

SÃO PAULO - A maior avaliação de estudantes do mundo, o Pisa, mostra que o Brasil é um dos países mais desiguais em educação. Na última década, a diferença de desempenho entre os alunos se aprofundou com a desigualdade socioeconômica.

Brasil é um dos países mais desiguais na educação Foto: Agência Brasil

Em 2018, a diferença de pontuação entre estudantes ricos e pobres na prova de leitura foi de 97 pontos­, o que equivale a pular um nível de aprendizagem. A média entre países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 89 pontos. Em 2009, essa diferença de desempenho era de 84 pontos no Brasil, quando ainda ficava abaixo da média geral.

Os resultados do Pisa foram divulgados nesta terça-feira, 3, pela OCDE, em Paris. Participaram da prova, aplicada em 2018, 600 mil estudantes em 79 países. O exame é feito desde 2000, a cada três anos, com nações membros da OCDE e convidados, como é o caso do Brasil. A China, representada por quatro províncias, ficou em primeiro lugar dos rankings mundiais das três áreas avaliadas - Leitura, Matemática e Ciência. Nesta edição, o foco foi em Leitura.

O documento lembra que a condição socioeconômica é um dos fatores que mais influenciam o desempenho escolar e destaca que a mobilidade social no Brasil também é uma das menores entre os países avaliados. O estudo calcula a chance de que um aluno pobre de estudar em um colégio com alto desempenho é de 13%. Em países como Canadá, Dinamarca, Estônia, Finlândia, esse porcentual chega a 20%.

Como resultado da desigualdade de oportunidades, os jovens pobres brasileiros estão entre os que têm menor expectativa de continuar os estudos. Mesmo entre os alunos pobres com nota alta em Leitura (estão nos níveis 5 e 6), 10% acreditam que não vão conseguir entrar na faculdade. Nos países membros da OCDE, apenas 4% dos jovens têm a mesma opinião.

Desigualdade entre países

A OCDE também mostra a desigualdade entre países. Os que têm melhor desempenho em Leitura são os que mais investem em educação. O resultado positivo seria possível, já que o gasto por aluno poderia compensar as dificuldades socioeconômicas da família. Macau, na China, por exemplo, tem o terceiro maior investimento por aluno, US$ 150 mil (R$ 630 mil) ao ano, e é o terceiro com maior nota em Leitura. Cingapura, o segundo no ranking, investe US$ 110 mil (R$ 462 mil) ao ano.

Entre os países com pior desempenho também estão os que menos investem. Filipinas tem a nota mais baixa e o menor investimento, com menos de US$ 12 mil (R$ 50 mil) ao ano. O Brasil é um dos países com menor gasto por aluno, cerca de US$ 30 mil (R$ 126 mil) ao ano, atrás de países como Malásia, Uruguai, Chile.

Leve melhora

A nota dos estudantes brasileiros de 15 anos teve uma leve melhora no Pisa. No entanto, quatro em cada 10 adolescentes não conseguem identificar a ideia principal de um texto, ler gráficos, resolver problemas com números inteiros, entender um experimento científico simples.

SÃO PAULO - A maior avaliação de estudantes do mundo, o Pisa, mostra que o Brasil é um dos países mais desiguais em educação. Na última década, a diferença de desempenho entre os alunos se aprofundou com a desigualdade socioeconômica.

Brasil é um dos países mais desiguais na educação Foto: Agência Brasil

Em 2018, a diferença de pontuação entre estudantes ricos e pobres na prova de leitura foi de 97 pontos­, o que equivale a pular um nível de aprendizagem. A média entre países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 89 pontos. Em 2009, essa diferença de desempenho era de 84 pontos no Brasil, quando ainda ficava abaixo da média geral.

Os resultados do Pisa foram divulgados nesta terça-feira, 3, pela OCDE, em Paris. Participaram da prova, aplicada em 2018, 600 mil estudantes em 79 países. O exame é feito desde 2000, a cada três anos, com nações membros da OCDE e convidados, como é o caso do Brasil. A China, representada por quatro províncias, ficou em primeiro lugar dos rankings mundiais das três áreas avaliadas - Leitura, Matemática e Ciência. Nesta edição, o foco foi em Leitura.

O documento lembra que a condição socioeconômica é um dos fatores que mais influenciam o desempenho escolar e destaca que a mobilidade social no Brasil também é uma das menores entre os países avaliados. O estudo calcula a chance de que um aluno pobre de estudar em um colégio com alto desempenho é de 13%. Em países como Canadá, Dinamarca, Estônia, Finlândia, esse porcentual chega a 20%.

Como resultado da desigualdade de oportunidades, os jovens pobres brasileiros estão entre os que têm menor expectativa de continuar os estudos. Mesmo entre os alunos pobres com nota alta em Leitura (estão nos níveis 5 e 6), 10% acreditam que não vão conseguir entrar na faculdade. Nos países membros da OCDE, apenas 4% dos jovens têm a mesma opinião.

Desigualdade entre países

A OCDE também mostra a desigualdade entre países. Os que têm melhor desempenho em Leitura são os que mais investem em educação. O resultado positivo seria possível, já que o gasto por aluno poderia compensar as dificuldades socioeconômicas da família. Macau, na China, por exemplo, tem o terceiro maior investimento por aluno, US$ 150 mil (R$ 630 mil) ao ano, e é o terceiro com maior nota em Leitura. Cingapura, o segundo no ranking, investe US$ 110 mil (R$ 462 mil) ao ano.

Entre os países com pior desempenho também estão os que menos investem. Filipinas tem a nota mais baixa e o menor investimento, com menos de US$ 12 mil (R$ 50 mil) ao ano. O Brasil é um dos países com menor gasto por aluno, cerca de US$ 30 mil (R$ 126 mil) ao ano, atrás de países como Malásia, Uruguai, Chile.

Leve melhora

A nota dos estudantes brasileiros de 15 anos teve uma leve melhora no Pisa. No entanto, quatro em cada 10 adolescentes não conseguem identificar a ideia principal de um texto, ler gráficos, resolver problemas com números inteiros, entender um experimento científico simples.

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