Cásper Líbero demite professor após comentários racistas em aula


Segundo relatos de estudantes, docente debochou de reclamações de aluna negra que se sentiu ofendida com suas palavras

Por Felipe Cordeiro

SÃO PAULO - A Faculdade Cásper Líbero demitiu nesta semana um professor que, segundo relatos de estudantes da instituição, fez comentários racistas durante uma aula do curso de Publicidade e Propaganda. De acordo com os alunos, uma estudante negra se sentiu ofendida com as palavras ditas pelo docente e foi conversar com ele. O professor teria debochado da reclamação e afirmado que "não existe racismo no Brasil", além de ter tentado tocar no cabelo dela. 

+++ Estudantes acusam professor de racismo durante aula na Cásper Líbero

Caso aconteceu na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo Foto: Gustavo Carneiro/Faculdade Cásper Líbero
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"Após analisar os apontamentos relatados pelo corpo discente (estudantes) e ouvir as partes envolvidas, a Faculdade Cásper Líbero optou pelo desligamento do docente por uso de expressões e atitudes inadequadas", informou, em nota, a instituição. "A faculdade reforça que repudia qualquer atitude de conotação discriminatória e preconceituosa, seja no espaço público ou privado."

+++ Estudantes do Mackenzie denunciam caso de racismo na universidade

O caso aconteceu no dia 22 de março e foi divulgado na semana passada pelo Coletivo AfriCásper, formado por estudantes negros. Em sua página no Facebook, o grupo reiterou que repudia qualquer tipo de racismo e injúria racial dentro ou fora da faculdade e ofereceu apoio a alunos que sejam vítimas de discriminação.

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+++ FGV suspende aluno por 3 meses após ofensa racista

Segundo publicou o AfriCásper, o docente afirmou aos alunos que, quando foi à Croácia fazer uma especialização, as pessoas acharam que ele fosse mulato por ser brasileiro e ficaram desapontadas ao saber que era, nas palavras atribuídas a ele, "normal".

Ainda de acordo com o relato da aluna ao coletivo, o professor olhou um álbum de figurinhas da Copa do Mundo e se surpreendeu ao descobrir que a seleção nigeriana tem um jogador branco - o zagueiro Leon Balogun, filho de mãe alemã e pai nigeriano. "Eu achei que só tivesse preto na Nigéria", afirmou, segundo o AfriCásper. Em seguida, o docente questionou o cabelo de um atleta negro. "Como que ele penteia esse cabelo? Isso aí deve ser um ninho."

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Após a aula, a estudante e três colegas foram conversar com o professor para explicar que os comentários dele foram ofensivos. Segundo o coletivo, ele disse que não se lembrava do que havia falado. Os alunos, então, relembraram o ocorrido, mas o docente alegou que sua fala foi interpretada de maneira equivocada.

"Além das frases já ditas que relativizam o preconceito e racismo demonstrado por ele, a conversa, ainda por cima, seguiu em tom de deboche por parte do educador", escreveu o AfriCásper.

Ainda segundo o coletivo, o professor afirmou aos alunos que não há racismo no Brasil em 2018, "com o pretexto de que 'a Faculdade Cásper Líbero tem muitos alunos negros e conta com alguns professores negros também'".

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Depois que os estudantes saíram da sala, o professor foi conversar com a aluna negra. Ela disse que ele deveria dar o exemplo e tomar cuidado com o que fala. De acordo com o AfriCásper, o docente afirmou que gostaria de fazer algo que sempre desejou: "Tocar no cabelo de um negro". O professor tentou encostar no cabelo da estudante, mas ela se esquivou.

O professor envolvido no caso não foi localizado para se manifestar sobre a demissão.

SÃO PAULO - A Faculdade Cásper Líbero demitiu nesta semana um professor que, segundo relatos de estudantes da instituição, fez comentários racistas durante uma aula do curso de Publicidade e Propaganda. De acordo com os alunos, uma estudante negra se sentiu ofendida com as palavras ditas pelo docente e foi conversar com ele. O professor teria debochado da reclamação e afirmado que "não existe racismo no Brasil", além de ter tentado tocar no cabelo dela. 

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Caso aconteceu na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo Foto: Gustavo Carneiro/Faculdade Cásper Líbero

"Após analisar os apontamentos relatados pelo corpo discente (estudantes) e ouvir as partes envolvidas, a Faculdade Cásper Líbero optou pelo desligamento do docente por uso de expressões e atitudes inadequadas", informou, em nota, a instituição. "A faculdade reforça que repudia qualquer atitude de conotação discriminatória e preconceituosa, seja no espaço público ou privado."

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O caso aconteceu no dia 22 de março e foi divulgado na semana passada pelo Coletivo AfriCásper, formado por estudantes negros. Em sua página no Facebook, o grupo reiterou que repudia qualquer tipo de racismo e injúria racial dentro ou fora da faculdade e ofereceu apoio a alunos que sejam vítimas de discriminação.

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Segundo publicou o AfriCásper, o docente afirmou aos alunos que, quando foi à Croácia fazer uma especialização, as pessoas acharam que ele fosse mulato por ser brasileiro e ficaram desapontadas ao saber que era, nas palavras atribuídas a ele, "normal".

Ainda de acordo com o relato da aluna ao coletivo, o professor olhou um álbum de figurinhas da Copa do Mundo e se surpreendeu ao descobrir que a seleção nigeriana tem um jogador branco - o zagueiro Leon Balogun, filho de mãe alemã e pai nigeriano. "Eu achei que só tivesse preto na Nigéria", afirmou, segundo o AfriCásper. Em seguida, o docente questionou o cabelo de um atleta negro. "Como que ele penteia esse cabelo? Isso aí deve ser um ninho."

Após a aula, a estudante e três colegas foram conversar com o professor para explicar que os comentários dele foram ofensivos. Segundo o coletivo, ele disse que não se lembrava do que havia falado. Os alunos, então, relembraram o ocorrido, mas o docente alegou que sua fala foi interpretada de maneira equivocada.

"Além das frases já ditas que relativizam o preconceito e racismo demonstrado por ele, a conversa, ainda por cima, seguiu em tom de deboche por parte do educador", escreveu o AfriCásper.

Ainda segundo o coletivo, o professor afirmou aos alunos que não há racismo no Brasil em 2018, "com o pretexto de que 'a Faculdade Cásper Líbero tem muitos alunos negros e conta com alguns professores negros também'".

Depois que os estudantes saíram da sala, o professor foi conversar com a aluna negra. Ela disse que ele deveria dar o exemplo e tomar cuidado com o que fala. De acordo com o AfriCásper, o docente afirmou que gostaria de fazer algo que sempre desejou: "Tocar no cabelo de um negro". O professor tentou encostar no cabelo da estudante, mas ela se esquivou.

O professor envolvido no caso não foi localizado para se manifestar sobre a demissão.

SÃO PAULO - A Faculdade Cásper Líbero demitiu nesta semana um professor que, segundo relatos de estudantes da instituição, fez comentários racistas durante uma aula do curso de Publicidade e Propaganda. De acordo com os alunos, uma estudante negra se sentiu ofendida com as palavras ditas pelo docente e foi conversar com ele. O professor teria debochado da reclamação e afirmado que "não existe racismo no Brasil", além de ter tentado tocar no cabelo dela. 

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Caso aconteceu na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo Foto: Gustavo Carneiro/Faculdade Cásper Líbero

"Após analisar os apontamentos relatados pelo corpo discente (estudantes) e ouvir as partes envolvidas, a Faculdade Cásper Líbero optou pelo desligamento do docente por uso de expressões e atitudes inadequadas", informou, em nota, a instituição. "A faculdade reforça que repudia qualquer atitude de conotação discriminatória e preconceituosa, seja no espaço público ou privado."

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O caso aconteceu no dia 22 de março e foi divulgado na semana passada pelo Coletivo AfriCásper, formado por estudantes negros. Em sua página no Facebook, o grupo reiterou que repudia qualquer tipo de racismo e injúria racial dentro ou fora da faculdade e ofereceu apoio a alunos que sejam vítimas de discriminação.

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Segundo publicou o AfriCásper, o docente afirmou aos alunos que, quando foi à Croácia fazer uma especialização, as pessoas acharam que ele fosse mulato por ser brasileiro e ficaram desapontadas ao saber que era, nas palavras atribuídas a ele, "normal".

Ainda de acordo com o relato da aluna ao coletivo, o professor olhou um álbum de figurinhas da Copa do Mundo e se surpreendeu ao descobrir que a seleção nigeriana tem um jogador branco - o zagueiro Leon Balogun, filho de mãe alemã e pai nigeriano. "Eu achei que só tivesse preto na Nigéria", afirmou, segundo o AfriCásper. Em seguida, o docente questionou o cabelo de um atleta negro. "Como que ele penteia esse cabelo? Isso aí deve ser um ninho."

Após a aula, a estudante e três colegas foram conversar com o professor para explicar que os comentários dele foram ofensivos. Segundo o coletivo, ele disse que não se lembrava do que havia falado. Os alunos, então, relembraram o ocorrido, mas o docente alegou que sua fala foi interpretada de maneira equivocada.

"Além das frases já ditas que relativizam o preconceito e racismo demonstrado por ele, a conversa, ainda por cima, seguiu em tom de deboche por parte do educador", escreveu o AfriCásper.

Ainda segundo o coletivo, o professor afirmou aos alunos que não há racismo no Brasil em 2018, "com o pretexto de que 'a Faculdade Cásper Líbero tem muitos alunos negros e conta com alguns professores negros também'".

Depois que os estudantes saíram da sala, o professor foi conversar com a aluna negra. Ela disse que ele deveria dar o exemplo e tomar cuidado com o que fala. De acordo com o AfriCásper, o docente afirmou que gostaria de fazer algo que sempre desejou: "Tocar no cabelo de um negro". O professor tentou encostar no cabelo da estudante, mas ela se esquivou.

O professor envolvido no caso não foi localizado para se manifestar sobre a demissão.

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