Por Sheilla André, Coordenadora de 2º e 3º ano do Ensino Fundamental.
Em nosso colégio, as experiências do cotidiano são reconhecidas e valorizadas. Nesse sentido, o Projeto "Vila Madalena" proporciona a nossas crianças visitas a locais que, por vezes, muitas delas já conhecem, por residirem no bairro ou por ser caminho de chegada e/ou saída da escola. Entretanto, cabe ao colégio tomar essas experiências do dia a dia como instrumentos de aprendizagens e, por meio deles, desenvolver ações didáticas para o aprofundamento de conhecimentos que as alunas e os alunos já possuem.
O projeto está organizado para que as crianças possam reconhecer e estudar, durante o passeio, as construções, as mudanças e permanências das características do bairro, a infraestrutura, as atividades comerciais, os espaços públicos, as manifestações artísticas e culturais, além de alguns de seus problemas. É expectativa, também, que as crianças possam conhecer os projetos de intervenção realizados no bairro e, por fim, desenvolver habilidades de orientação e localização espacial.
Para o desenvolvimento das atividades, organizam-se dois momentos de saídas, nos quais os grupos caminham por pontos importantes do bairro. No primeiro dia, as crianças circulam pelos pontos: Colégio Maximiliano - Projeto 100 Muros; Mercearia São Pedro - história; Praça Rafael Sapienza - preservação; Fórum de Pinheiros - serviço público e função do Fórum; e o Beco do Batman, local no qual se faz reflexões sobre a questão geográfica (córrego e enchentes) e a questão artística (discussão sobre grafite e pichação).
Em cada parada, as professoras vão apresentando e questionando as crianças sobre os aspectos históricos e geográficos, ao mesmo tempo, as crianças vão fazendo perguntas, mostrando-se bem curiosas acerca das mudanças e permanências de cada lugar apresentado.
No segundo dia, faz-se a visita à Praça das Corujas, lugar que revela às crianças a presença das águas dos rios em épocas de chuvas e cheias e que tem esse nome porque antigamente tinham muitas corujas lá. Na Praça, as crianças observam a existência de uma biovaleta. As professoras explicam que as biovaletas são estruturas que conduzem e purificam a água da chuva escoada, sendo muito eficientes na drenagem urbana e na retenção de poluentes.
Acreditamos que ensinar História e Geografia faz muito sentido quando estudantes são colocados em situações de aprendizagens que os fazem refletir por meio de suas descobertas.
Reafirmamos que os assuntos trabalhados na escola devem estar intimamente ligados ao cotidiano das crianças. Dessa forma, elas têm mais oportunidades para desenvolver as suas capacidades intelectuais e, paulatinamente, vão se aprimorando na observação da realidade, aumentando a capacidade de estabelecer relações e comparações sobre os tempos e os espaços vividos.