Por Rodrigo Di Monaco*
Temida por uns, adorada por outros tantos, a Tabela Periódica que adorna salas de aula e livros didáticos no mundo todo é uma velha senhora que em 2019 completa 150 anos. O modelo que utilizamos atualmente foi apresentado pela primeira vez em 1869, pelo químico russo Dmitri Mendeleev (1834-1907), com o objetivo de organizar, classificar e agrupar os elementos químicos conforme suas propriedades.
Antes dessa, muitos cientistas já tinham desenvolvido tabelas para organizar os elementos químicos. O desenho proposto por Mendeleev, com organização por ordem crescente de massa atômica, foi repaginada por ele mesmo em 1871 e sofreu diversas alterações ao longo dos anos. No entanto, as versões modernas ainda se baseiam na estrutura desenvolvida pelo russo.
Inicialmente, a Tabela Periódica trazia apenas 63 elementos químicos. Mendeleev previu que poderiam ser acrescentados outros e deixou espaços em branco. Hoje, são 118 substâncias - e ainda há espaço para mais!
A história da Tabela periódica está recheada de fatos surpreendentes, que vão intrigar até mesmo quem se assusta na hora de estudar química. Separamos dez que você com certeza não conhecia.
Confira:
Entrega de última hora
Quando desenvolveu a primeira versão da Tabela Periódica, Mendeleiev tinha um prazo a cumprir e, assim como tantos estudantes, deixou para entregar na última hora. Por isso, ao invés de descrever em detalhes cada um dos elementos, ele organizou tudo resumidamente em uma tabela.
Maioria dos elementos pode ser encontrada na natureza
Dos 118 elementos existentes hoje na Tabela Periódica, 90 podem ser encontrados na natureza, enquanto outros foram criados pelo homem - o tecnécio foi o primeiro deste tipo.
Inspiração veio da Paciência
Jogador de cartas voraz, Mendeleiev buscou inspiração no jogo de Paciência (Solitaire, em inglês) para desenhar a Tabela Periódica. Ele fez um cartão para cada um dos 63 elementos então conhecidos, listando em cada um com suas propriedades físicas e químicas. "Embaralhou" e os organizou em ordem crescente de massa atômica, agrupando os que tinham propriedades semelhantes.
Previsões certeiras
Nos espaços que deixou em branco, Mendeleev conseguiu prever corretamente o peso de alguns elementos faltantes, como gálio, escândio e germânio.
Gases nobres renegados
Quando o argônio foi descoberto, em 1894, não se encaixou em nenhuma das colunas propostas por Mendeleev. Ele então negou a existência do elemento; o mesmo ocorreu com hélio, néon, criptônio, xenônio e radônio, hoje conhecidos como Gases Nobres.
Novidades incorporadas em 2016
Os elementos mais novos da Tabela periódica foram oficialmente reconhecidos em 2016: Tennessine (Ununséptio), Nihonium (Ununtrio), Moscovium (Ununpêntio) e Oganesson (Ununóctio).
Versão antiga esquecida no depósito
A versão mais antiga da Tabela periódica foi encontrada em 2014, esquecida em meio à bagunça de um depósito da Universidade de St. Andrews, na Escócia. Com data de 1871, acredita-se que seja bastante similar à tabela publicada em 1869. A versão original utilizada por Mendeleev foi perdida.
Tabela que não tem fim
A atual versão da Tabela periódica é infinita e está pronta para receber novos elementos a qualquer momento.
Elemento bombástico
Segundo o Guinness Book, o plutônio (Pu) é o elemento mais perigoso da Tabela Periódica. Raramente encontrado na natureza, ele é usado para fazer bombas atômicas e é altamente radioativo.
Para rir um pouco
Como nem tudo na vida é ciência, muita gente fez paródias com a criação de Mendeleev. Existe a Tabela periódica do M&M, a Tabela Periódica dos Bombons e a Tabela Periódica do Metal, ou melhor, do Heavy Metal. Divirta-se: http://mentalfloss.com/article/48677/9-periodic-table-parodies.
* Rodrigo Di Monaco, 45 anos, é professor de química do Colégio Salesiano Santa Teresinha. Engenheiro de Materiais pela Universidade Mackenzie e Mestre em Processos Químicos e Bioquímicos pelo Instituto Mauá de Engenharia. Licenciado em Química pela FATEMA, ministra aulas na Rede Particular de Ensino Médio, Técnico e Superior há 23 anos.