Como a inteligência artificial pode ajudar a escola?


Educadores acreditam que novas tecnologias devem ser integradas às grades curriculares, mas o processo precisa ser acompanhado de mudança de cultura e capacitação dos docentes

Por Sofia Lungui

Quando se fala em inteligência artificial (IA) nas escolas, muitos já imaginam tecnologias avançadas e até mesmo polêmicas, como os dispositivos adotados por algumas escolas chinesas que funcionam como “scanners cerebrais” para monitorar o nível de concentração dos alunos – medida que preocupa muitos especialistas. Na realidade, a IA está sendo absorvida pelas instituições de ensino brasileiras de forma gradual, à medida que essas ferramentas são incorporadas ao cotidiano das pessoas, não somente no ambiente escolar. Foi o que aconteceu com o ChatGPT, que rapidamente se tornou uma ferramenta presente na rotina de boa parte da população, e nas escolas não seria diferente.

O processo de implementação das novas tecnologias também depende da estrutura e dos recursos que o colégio dispõe para tal finalidade. No entanto, uma coisa é certa: as escolas precisam reformular as grades curriculares e pensar em maneiras de aproveitar o melhor que a IA oferece. É o que pensa Paulo Blikstein, professor de Design de Tecnologias de Aprendizagem na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.

Segundo o pesquisador, as instituições precisam se adaptar a essa nova realidade e investir mais em tecnologia, mas sem deixar de lado a capacitação dos docentes. “Temos de entender como melhorar com a IA, requalificar os professores e redesenhar currículos levando em consideração essas novas ferramentas. Necessitamos de pessoas mais criativas e produtivas, e isso começa na escola”, argumenta.

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Para ele, no momento os colégios ainda são muito focados em adotar a tecnologia para digitalizar processos e atividades, como o uso de plataformas de videoaulas e o recurso da gamificação. No entanto, o ideal é que as soluções tecnológicas sejam utilizadas de modo construtivista, ou seja – para criar novos projetos e inovar.

Ginásio Experimental Tecnológico (GET) da Prefeitura do Rio possui o Projeto Robótica Sustentável Genius Foto: Divulgação

“As tecnologias de criação e experimentação fornecem para as crianças maior capacidade de construção de conhecimento e de personalização dos tópicos. Em termos pedagógicos são ferramentas mais poderosas, porque fazem com que a escola seja mais atrativa. A tecnologia também tem esse papel importante de ajudar a despertar o interesse dos jovens pelo conhecimento e contribuir para manter os alunos na escola”, explica o professor.

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Robôs

O uso para construção de robôs e experimentos científicos, por exemplo, é apontado pelo pesquisador como boa forma de aplicação da inteligência artificial no dia a dia dos estudantes. No caso do ChatGPT, por exemplo, é possível aproveitar o instrumento de dois jeitos – tanto como ferramenta de pesquisa de informações e para tornar mais ágil a produção de conteúdo, quanto para práticas de programação. A plataforma compreende essa linguagem e permite gerar códigos de forma ágil.

Muitas escolas estão formalizando projetos envolvendo essas novas tecnologias e abraçando as diversas possibilidades que elas oferecem. No caso do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, o colégio está elaborando um Guia de Orientação para a integração da inteligência artificial na formação dos alunos, que vai funcionar como um manual. Além disso, os professores da instituição estão passando por uma série de treinamentos, com o intuito de aprenderem mais sobre o ChatGPT, como melhor aproveitá-lo em sala de aula e como orientar os estudantes que vão utilizar o recurso.

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“A ideia é que os alunos também utilizem o instrumento para programar e desenvolver projetos. O ChatGPT veio para ficar e precisamos usá-lo a favor da educação. Mas para isso temos de repensar o curso, modificar a forma como trabalhamos e como os alunos desenvolvem as atividades”, explica Lucas Chao, professor de IA no curso técnico de Automação Industrial e Novas Tecnologias do Liceu.

O Colégio Pentágono, de São Paulo, também pretende sistematizar em breve o uso da inteligência artificial na rotina dos docentes e estudantes. “Queremos desenvolver estratégias para que os professores possam avaliar o uso do ChatGPT pelos alunos. Assim, poderemos orientar para que eles façam as perguntas certas e obtenham resultados mais assertivos, otimizando o uso da ferramenta”, conta Bruno Alvarez, Vice-Diretor de Inovações Pedagógicas da instituição.

Projeto Robótica Sustentável Genius já atendeu 300 alunos no Rio Foto: Divulgação
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Videoaula

No Brasil, já existem diversas startups no ramo da educação, as chamadas edutechs. Esses empreendimentos também estão realizando um esforço para acelerar o ingresso de novas tecnologias nas escolas. Um exemplo é a Pinball Content Education, que nasceu no ano passado e recentemente começou a desenvolver videoaulas com uso de inteligência artificial, com avatares e assistentes virtuais no lugar de professores.

“A inteligência artificial tem o potencial de ser uma aliada. Neste momento, não acreditamos que vai haver um curso inteiro ministrado por um robô, mas a tendência é que iniciativas como essa ganhem cada vez mais protagonismo. Essa tecnologia tem o poder de auxiliar os professores e otimizar o seu tempo”, afirma Tocha Alves, diretor e um dos idealizadores do estúdio de criação audiovisual para a educação, que atualmente tem o foco em aulas EAD e fornece material para aplicativos e plataformas educacionais.

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Escola pública

Programas que buscam levar aulas de robótica para escolas públicas estão contribuindo para que os alunos coloquem a mão na massa em projetos inovadores e, ao mesmo tempo, divertidos. Um deles é o Projeto Robótica Sustentável Genius, desenvolvido no 1º Ginásio Experimental Tecnológico (GET) da Prefeitura do Rio de Janeiro, o GET Elza Soares. Liderada por Letícia Coelho, coordenadora pedagógica da instituição, a iniciativa surgiu em 2022 e já atendeu 300 alunos do 5º ano do colégio.

Segundo a professora, a ideia é ampliar o Genius para outras escolas públicas do RJ. “A gente parte de um problema na aula para criar soluções por meio da programação e construção de robôs. No fim do ano temos uma feira tecnológica onde os alunos apresentam os projetos e mostramos os resultados para toda a comunidade escolar”, relata.

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De acordo com a educadora, tudo é realizado com matéria-prima reciclada, como carregador de celular velho, caixa de leite e outras embalagens descartáveis. Os alunos já desenvolveram projetos como sensor de umidade do solo para a horta da escola, detector de metais caseiro para brincar de caça ao tesouro, plataforma giratória 360º para gravar vídeos e até uma bengala automatizada de acessibilidade com uso de Arduino.

Outro exemplo é o Aprendizes Digital, iniciativa da Muda Cultural que leva ao ensino público aulas de robótica, programação, cultura digital e artes visuais. De acordo com o gestor cultural Ítalo Azevedo, o programa busca atender mais de 300 alunos até o final do ano. “Desejamos contribuir para garantir a democratização ao acesso à cultura digital e à programação, para que tenhamos uma próxima geração de pesquisadores e profissionais engajados em trazer benefícios para o país”, destaca.

A Escola Estadual Prof. Sebastião de Souza Bueno, em São Paulo (SP), é uma das contempladas pelo projeto, que conta com apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e do Programa de Ação Cultural (ProAC). Para André Luiz da Silva, diretor do colégio, os benefícios do Aprendizes Digital se refletem em diversas áreas.

“Os estudantes aprendem tanto a parte de programação como a montagem dos robôs. Esse processo tem ajudado no desenvolvimento deles com outras disciplinas e também no comportamento, porque desperta o sentimento de pertencimento na escola”, afirma o educador.

Quando se fala em inteligência artificial (IA) nas escolas, muitos já imaginam tecnologias avançadas e até mesmo polêmicas, como os dispositivos adotados por algumas escolas chinesas que funcionam como “scanners cerebrais” para monitorar o nível de concentração dos alunos – medida que preocupa muitos especialistas. Na realidade, a IA está sendo absorvida pelas instituições de ensino brasileiras de forma gradual, à medida que essas ferramentas são incorporadas ao cotidiano das pessoas, não somente no ambiente escolar. Foi o que aconteceu com o ChatGPT, que rapidamente se tornou uma ferramenta presente na rotina de boa parte da população, e nas escolas não seria diferente.

O processo de implementação das novas tecnologias também depende da estrutura e dos recursos que o colégio dispõe para tal finalidade. No entanto, uma coisa é certa: as escolas precisam reformular as grades curriculares e pensar em maneiras de aproveitar o melhor que a IA oferece. É o que pensa Paulo Blikstein, professor de Design de Tecnologias de Aprendizagem na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.

Segundo o pesquisador, as instituições precisam se adaptar a essa nova realidade e investir mais em tecnologia, mas sem deixar de lado a capacitação dos docentes. “Temos de entender como melhorar com a IA, requalificar os professores e redesenhar currículos levando em consideração essas novas ferramentas. Necessitamos de pessoas mais criativas e produtivas, e isso começa na escola”, argumenta.

Para ele, no momento os colégios ainda são muito focados em adotar a tecnologia para digitalizar processos e atividades, como o uso de plataformas de videoaulas e o recurso da gamificação. No entanto, o ideal é que as soluções tecnológicas sejam utilizadas de modo construtivista, ou seja – para criar novos projetos e inovar.

Ginásio Experimental Tecnológico (GET) da Prefeitura do Rio possui o Projeto Robótica Sustentável Genius Foto: Divulgação

“As tecnologias de criação e experimentação fornecem para as crianças maior capacidade de construção de conhecimento e de personalização dos tópicos. Em termos pedagógicos são ferramentas mais poderosas, porque fazem com que a escola seja mais atrativa. A tecnologia também tem esse papel importante de ajudar a despertar o interesse dos jovens pelo conhecimento e contribuir para manter os alunos na escola”, explica o professor.

Robôs

O uso para construção de robôs e experimentos científicos, por exemplo, é apontado pelo pesquisador como boa forma de aplicação da inteligência artificial no dia a dia dos estudantes. No caso do ChatGPT, por exemplo, é possível aproveitar o instrumento de dois jeitos – tanto como ferramenta de pesquisa de informações e para tornar mais ágil a produção de conteúdo, quanto para práticas de programação. A plataforma compreende essa linguagem e permite gerar códigos de forma ágil.

Muitas escolas estão formalizando projetos envolvendo essas novas tecnologias e abraçando as diversas possibilidades que elas oferecem. No caso do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, o colégio está elaborando um Guia de Orientação para a integração da inteligência artificial na formação dos alunos, que vai funcionar como um manual. Além disso, os professores da instituição estão passando por uma série de treinamentos, com o intuito de aprenderem mais sobre o ChatGPT, como melhor aproveitá-lo em sala de aula e como orientar os estudantes que vão utilizar o recurso.

“A ideia é que os alunos também utilizem o instrumento para programar e desenvolver projetos. O ChatGPT veio para ficar e precisamos usá-lo a favor da educação. Mas para isso temos de repensar o curso, modificar a forma como trabalhamos e como os alunos desenvolvem as atividades”, explica Lucas Chao, professor de IA no curso técnico de Automação Industrial e Novas Tecnologias do Liceu.

O Colégio Pentágono, de São Paulo, também pretende sistematizar em breve o uso da inteligência artificial na rotina dos docentes e estudantes. “Queremos desenvolver estratégias para que os professores possam avaliar o uso do ChatGPT pelos alunos. Assim, poderemos orientar para que eles façam as perguntas certas e obtenham resultados mais assertivos, otimizando o uso da ferramenta”, conta Bruno Alvarez, Vice-Diretor de Inovações Pedagógicas da instituição.

Projeto Robótica Sustentável Genius já atendeu 300 alunos no Rio Foto: Divulgação

Videoaula

No Brasil, já existem diversas startups no ramo da educação, as chamadas edutechs. Esses empreendimentos também estão realizando um esforço para acelerar o ingresso de novas tecnologias nas escolas. Um exemplo é a Pinball Content Education, que nasceu no ano passado e recentemente começou a desenvolver videoaulas com uso de inteligência artificial, com avatares e assistentes virtuais no lugar de professores.

“A inteligência artificial tem o potencial de ser uma aliada. Neste momento, não acreditamos que vai haver um curso inteiro ministrado por um robô, mas a tendência é que iniciativas como essa ganhem cada vez mais protagonismo. Essa tecnologia tem o poder de auxiliar os professores e otimizar o seu tempo”, afirma Tocha Alves, diretor e um dos idealizadores do estúdio de criação audiovisual para a educação, que atualmente tem o foco em aulas EAD e fornece material para aplicativos e plataformas educacionais.

Escola pública

Programas que buscam levar aulas de robótica para escolas públicas estão contribuindo para que os alunos coloquem a mão na massa em projetos inovadores e, ao mesmo tempo, divertidos. Um deles é o Projeto Robótica Sustentável Genius, desenvolvido no 1º Ginásio Experimental Tecnológico (GET) da Prefeitura do Rio de Janeiro, o GET Elza Soares. Liderada por Letícia Coelho, coordenadora pedagógica da instituição, a iniciativa surgiu em 2022 e já atendeu 300 alunos do 5º ano do colégio.

Segundo a professora, a ideia é ampliar o Genius para outras escolas públicas do RJ. “A gente parte de um problema na aula para criar soluções por meio da programação e construção de robôs. No fim do ano temos uma feira tecnológica onde os alunos apresentam os projetos e mostramos os resultados para toda a comunidade escolar”, relata.

De acordo com a educadora, tudo é realizado com matéria-prima reciclada, como carregador de celular velho, caixa de leite e outras embalagens descartáveis. Os alunos já desenvolveram projetos como sensor de umidade do solo para a horta da escola, detector de metais caseiro para brincar de caça ao tesouro, plataforma giratória 360º para gravar vídeos e até uma bengala automatizada de acessibilidade com uso de Arduino.

Outro exemplo é o Aprendizes Digital, iniciativa da Muda Cultural que leva ao ensino público aulas de robótica, programação, cultura digital e artes visuais. De acordo com o gestor cultural Ítalo Azevedo, o programa busca atender mais de 300 alunos até o final do ano. “Desejamos contribuir para garantir a democratização ao acesso à cultura digital e à programação, para que tenhamos uma próxima geração de pesquisadores e profissionais engajados em trazer benefícios para o país”, destaca.

A Escola Estadual Prof. Sebastião de Souza Bueno, em São Paulo (SP), é uma das contempladas pelo projeto, que conta com apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e do Programa de Ação Cultural (ProAC). Para André Luiz da Silva, diretor do colégio, os benefícios do Aprendizes Digital se refletem em diversas áreas.

“Os estudantes aprendem tanto a parte de programação como a montagem dos robôs. Esse processo tem ajudado no desenvolvimento deles com outras disciplinas e também no comportamento, porque desperta o sentimento de pertencimento na escola”, afirma o educador.

Quando se fala em inteligência artificial (IA) nas escolas, muitos já imaginam tecnologias avançadas e até mesmo polêmicas, como os dispositivos adotados por algumas escolas chinesas que funcionam como “scanners cerebrais” para monitorar o nível de concentração dos alunos – medida que preocupa muitos especialistas. Na realidade, a IA está sendo absorvida pelas instituições de ensino brasileiras de forma gradual, à medida que essas ferramentas são incorporadas ao cotidiano das pessoas, não somente no ambiente escolar. Foi o que aconteceu com o ChatGPT, que rapidamente se tornou uma ferramenta presente na rotina de boa parte da população, e nas escolas não seria diferente.

O processo de implementação das novas tecnologias também depende da estrutura e dos recursos que o colégio dispõe para tal finalidade. No entanto, uma coisa é certa: as escolas precisam reformular as grades curriculares e pensar em maneiras de aproveitar o melhor que a IA oferece. É o que pensa Paulo Blikstein, professor de Design de Tecnologias de Aprendizagem na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.

Segundo o pesquisador, as instituições precisam se adaptar a essa nova realidade e investir mais em tecnologia, mas sem deixar de lado a capacitação dos docentes. “Temos de entender como melhorar com a IA, requalificar os professores e redesenhar currículos levando em consideração essas novas ferramentas. Necessitamos de pessoas mais criativas e produtivas, e isso começa na escola”, argumenta.

Para ele, no momento os colégios ainda são muito focados em adotar a tecnologia para digitalizar processos e atividades, como o uso de plataformas de videoaulas e o recurso da gamificação. No entanto, o ideal é que as soluções tecnológicas sejam utilizadas de modo construtivista, ou seja – para criar novos projetos e inovar.

Ginásio Experimental Tecnológico (GET) da Prefeitura do Rio possui o Projeto Robótica Sustentável Genius Foto: Divulgação

“As tecnologias de criação e experimentação fornecem para as crianças maior capacidade de construção de conhecimento e de personalização dos tópicos. Em termos pedagógicos são ferramentas mais poderosas, porque fazem com que a escola seja mais atrativa. A tecnologia também tem esse papel importante de ajudar a despertar o interesse dos jovens pelo conhecimento e contribuir para manter os alunos na escola”, explica o professor.

Robôs

O uso para construção de robôs e experimentos científicos, por exemplo, é apontado pelo pesquisador como boa forma de aplicação da inteligência artificial no dia a dia dos estudantes. No caso do ChatGPT, por exemplo, é possível aproveitar o instrumento de dois jeitos – tanto como ferramenta de pesquisa de informações e para tornar mais ágil a produção de conteúdo, quanto para práticas de programação. A plataforma compreende essa linguagem e permite gerar códigos de forma ágil.

Muitas escolas estão formalizando projetos envolvendo essas novas tecnologias e abraçando as diversas possibilidades que elas oferecem. No caso do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, o colégio está elaborando um Guia de Orientação para a integração da inteligência artificial na formação dos alunos, que vai funcionar como um manual. Além disso, os professores da instituição estão passando por uma série de treinamentos, com o intuito de aprenderem mais sobre o ChatGPT, como melhor aproveitá-lo em sala de aula e como orientar os estudantes que vão utilizar o recurso.

“A ideia é que os alunos também utilizem o instrumento para programar e desenvolver projetos. O ChatGPT veio para ficar e precisamos usá-lo a favor da educação. Mas para isso temos de repensar o curso, modificar a forma como trabalhamos e como os alunos desenvolvem as atividades”, explica Lucas Chao, professor de IA no curso técnico de Automação Industrial e Novas Tecnologias do Liceu.

O Colégio Pentágono, de São Paulo, também pretende sistematizar em breve o uso da inteligência artificial na rotina dos docentes e estudantes. “Queremos desenvolver estratégias para que os professores possam avaliar o uso do ChatGPT pelos alunos. Assim, poderemos orientar para que eles façam as perguntas certas e obtenham resultados mais assertivos, otimizando o uso da ferramenta”, conta Bruno Alvarez, Vice-Diretor de Inovações Pedagógicas da instituição.

Projeto Robótica Sustentável Genius já atendeu 300 alunos no Rio Foto: Divulgação

Videoaula

No Brasil, já existem diversas startups no ramo da educação, as chamadas edutechs. Esses empreendimentos também estão realizando um esforço para acelerar o ingresso de novas tecnologias nas escolas. Um exemplo é a Pinball Content Education, que nasceu no ano passado e recentemente começou a desenvolver videoaulas com uso de inteligência artificial, com avatares e assistentes virtuais no lugar de professores.

“A inteligência artificial tem o potencial de ser uma aliada. Neste momento, não acreditamos que vai haver um curso inteiro ministrado por um robô, mas a tendência é que iniciativas como essa ganhem cada vez mais protagonismo. Essa tecnologia tem o poder de auxiliar os professores e otimizar o seu tempo”, afirma Tocha Alves, diretor e um dos idealizadores do estúdio de criação audiovisual para a educação, que atualmente tem o foco em aulas EAD e fornece material para aplicativos e plataformas educacionais.

Escola pública

Programas que buscam levar aulas de robótica para escolas públicas estão contribuindo para que os alunos coloquem a mão na massa em projetos inovadores e, ao mesmo tempo, divertidos. Um deles é o Projeto Robótica Sustentável Genius, desenvolvido no 1º Ginásio Experimental Tecnológico (GET) da Prefeitura do Rio de Janeiro, o GET Elza Soares. Liderada por Letícia Coelho, coordenadora pedagógica da instituição, a iniciativa surgiu em 2022 e já atendeu 300 alunos do 5º ano do colégio.

Segundo a professora, a ideia é ampliar o Genius para outras escolas públicas do RJ. “A gente parte de um problema na aula para criar soluções por meio da programação e construção de robôs. No fim do ano temos uma feira tecnológica onde os alunos apresentam os projetos e mostramos os resultados para toda a comunidade escolar”, relata.

De acordo com a educadora, tudo é realizado com matéria-prima reciclada, como carregador de celular velho, caixa de leite e outras embalagens descartáveis. Os alunos já desenvolveram projetos como sensor de umidade do solo para a horta da escola, detector de metais caseiro para brincar de caça ao tesouro, plataforma giratória 360º para gravar vídeos e até uma bengala automatizada de acessibilidade com uso de Arduino.

Outro exemplo é o Aprendizes Digital, iniciativa da Muda Cultural que leva ao ensino público aulas de robótica, programação, cultura digital e artes visuais. De acordo com o gestor cultural Ítalo Azevedo, o programa busca atender mais de 300 alunos até o final do ano. “Desejamos contribuir para garantir a democratização ao acesso à cultura digital e à programação, para que tenhamos uma próxima geração de pesquisadores e profissionais engajados em trazer benefícios para o país”, destaca.

A Escola Estadual Prof. Sebastião de Souza Bueno, em São Paulo (SP), é uma das contempladas pelo projeto, que conta com apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e do Programa de Ação Cultural (ProAC). Para André Luiz da Silva, diretor do colégio, os benefícios do Aprendizes Digital se refletem em diversas áreas.

“Os estudantes aprendem tanto a parte de programação como a montagem dos robôs. Esse processo tem ajudado no desenvolvimento deles com outras disciplinas e também no comportamento, porque desperta o sentimento de pertencimento na escola”, afirma o educador.

Quando se fala em inteligência artificial (IA) nas escolas, muitos já imaginam tecnologias avançadas e até mesmo polêmicas, como os dispositivos adotados por algumas escolas chinesas que funcionam como “scanners cerebrais” para monitorar o nível de concentração dos alunos – medida que preocupa muitos especialistas. Na realidade, a IA está sendo absorvida pelas instituições de ensino brasileiras de forma gradual, à medida que essas ferramentas são incorporadas ao cotidiano das pessoas, não somente no ambiente escolar. Foi o que aconteceu com o ChatGPT, que rapidamente se tornou uma ferramenta presente na rotina de boa parte da população, e nas escolas não seria diferente.

O processo de implementação das novas tecnologias também depende da estrutura e dos recursos que o colégio dispõe para tal finalidade. No entanto, uma coisa é certa: as escolas precisam reformular as grades curriculares e pensar em maneiras de aproveitar o melhor que a IA oferece. É o que pensa Paulo Blikstein, professor de Design de Tecnologias de Aprendizagem na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.

Segundo o pesquisador, as instituições precisam se adaptar a essa nova realidade e investir mais em tecnologia, mas sem deixar de lado a capacitação dos docentes. “Temos de entender como melhorar com a IA, requalificar os professores e redesenhar currículos levando em consideração essas novas ferramentas. Necessitamos de pessoas mais criativas e produtivas, e isso começa na escola”, argumenta.

Para ele, no momento os colégios ainda são muito focados em adotar a tecnologia para digitalizar processos e atividades, como o uso de plataformas de videoaulas e o recurso da gamificação. No entanto, o ideal é que as soluções tecnológicas sejam utilizadas de modo construtivista, ou seja – para criar novos projetos e inovar.

Ginásio Experimental Tecnológico (GET) da Prefeitura do Rio possui o Projeto Robótica Sustentável Genius Foto: Divulgação

“As tecnologias de criação e experimentação fornecem para as crianças maior capacidade de construção de conhecimento e de personalização dos tópicos. Em termos pedagógicos são ferramentas mais poderosas, porque fazem com que a escola seja mais atrativa. A tecnologia também tem esse papel importante de ajudar a despertar o interesse dos jovens pelo conhecimento e contribuir para manter os alunos na escola”, explica o professor.

Robôs

O uso para construção de robôs e experimentos científicos, por exemplo, é apontado pelo pesquisador como boa forma de aplicação da inteligência artificial no dia a dia dos estudantes. No caso do ChatGPT, por exemplo, é possível aproveitar o instrumento de dois jeitos – tanto como ferramenta de pesquisa de informações e para tornar mais ágil a produção de conteúdo, quanto para práticas de programação. A plataforma compreende essa linguagem e permite gerar códigos de forma ágil.

Muitas escolas estão formalizando projetos envolvendo essas novas tecnologias e abraçando as diversas possibilidades que elas oferecem. No caso do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, o colégio está elaborando um Guia de Orientação para a integração da inteligência artificial na formação dos alunos, que vai funcionar como um manual. Além disso, os professores da instituição estão passando por uma série de treinamentos, com o intuito de aprenderem mais sobre o ChatGPT, como melhor aproveitá-lo em sala de aula e como orientar os estudantes que vão utilizar o recurso.

“A ideia é que os alunos também utilizem o instrumento para programar e desenvolver projetos. O ChatGPT veio para ficar e precisamos usá-lo a favor da educação. Mas para isso temos de repensar o curso, modificar a forma como trabalhamos e como os alunos desenvolvem as atividades”, explica Lucas Chao, professor de IA no curso técnico de Automação Industrial e Novas Tecnologias do Liceu.

O Colégio Pentágono, de São Paulo, também pretende sistematizar em breve o uso da inteligência artificial na rotina dos docentes e estudantes. “Queremos desenvolver estratégias para que os professores possam avaliar o uso do ChatGPT pelos alunos. Assim, poderemos orientar para que eles façam as perguntas certas e obtenham resultados mais assertivos, otimizando o uso da ferramenta”, conta Bruno Alvarez, Vice-Diretor de Inovações Pedagógicas da instituição.

Projeto Robótica Sustentável Genius já atendeu 300 alunos no Rio Foto: Divulgação

Videoaula

No Brasil, já existem diversas startups no ramo da educação, as chamadas edutechs. Esses empreendimentos também estão realizando um esforço para acelerar o ingresso de novas tecnologias nas escolas. Um exemplo é a Pinball Content Education, que nasceu no ano passado e recentemente começou a desenvolver videoaulas com uso de inteligência artificial, com avatares e assistentes virtuais no lugar de professores.

“A inteligência artificial tem o potencial de ser uma aliada. Neste momento, não acreditamos que vai haver um curso inteiro ministrado por um robô, mas a tendência é que iniciativas como essa ganhem cada vez mais protagonismo. Essa tecnologia tem o poder de auxiliar os professores e otimizar o seu tempo”, afirma Tocha Alves, diretor e um dos idealizadores do estúdio de criação audiovisual para a educação, que atualmente tem o foco em aulas EAD e fornece material para aplicativos e plataformas educacionais.

Escola pública

Programas que buscam levar aulas de robótica para escolas públicas estão contribuindo para que os alunos coloquem a mão na massa em projetos inovadores e, ao mesmo tempo, divertidos. Um deles é o Projeto Robótica Sustentável Genius, desenvolvido no 1º Ginásio Experimental Tecnológico (GET) da Prefeitura do Rio de Janeiro, o GET Elza Soares. Liderada por Letícia Coelho, coordenadora pedagógica da instituição, a iniciativa surgiu em 2022 e já atendeu 300 alunos do 5º ano do colégio.

Segundo a professora, a ideia é ampliar o Genius para outras escolas públicas do RJ. “A gente parte de um problema na aula para criar soluções por meio da programação e construção de robôs. No fim do ano temos uma feira tecnológica onde os alunos apresentam os projetos e mostramos os resultados para toda a comunidade escolar”, relata.

De acordo com a educadora, tudo é realizado com matéria-prima reciclada, como carregador de celular velho, caixa de leite e outras embalagens descartáveis. Os alunos já desenvolveram projetos como sensor de umidade do solo para a horta da escola, detector de metais caseiro para brincar de caça ao tesouro, plataforma giratória 360º para gravar vídeos e até uma bengala automatizada de acessibilidade com uso de Arduino.

Outro exemplo é o Aprendizes Digital, iniciativa da Muda Cultural que leva ao ensino público aulas de robótica, programação, cultura digital e artes visuais. De acordo com o gestor cultural Ítalo Azevedo, o programa busca atender mais de 300 alunos até o final do ano. “Desejamos contribuir para garantir a democratização ao acesso à cultura digital e à programação, para que tenhamos uma próxima geração de pesquisadores e profissionais engajados em trazer benefícios para o país”, destaca.

A Escola Estadual Prof. Sebastião de Souza Bueno, em São Paulo (SP), é uma das contempladas pelo projeto, que conta com apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e do Programa de Ação Cultural (ProAC). Para André Luiz da Silva, diretor do colégio, os benefícios do Aprendizes Digital se refletem em diversas áreas.

“Os estudantes aprendem tanto a parte de programação como a montagem dos robôs. Esse processo tem ajudado no desenvolvimento deles com outras disciplinas e também no comportamento, porque desperta o sentimento de pertencimento na escola”, afirma o educador.

Quando se fala em inteligência artificial (IA) nas escolas, muitos já imaginam tecnologias avançadas e até mesmo polêmicas, como os dispositivos adotados por algumas escolas chinesas que funcionam como “scanners cerebrais” para monitorar o nível de concentração dos alunos – medida que preocupa muitos especialistas. Na realidade, a IA está sendo absorvida pelas instituições de ensino brasileiras de forma gradual, à medida que essas ferramentas são incorporadas ao cotidiano das pessoas, não somente no ambiente escolar. Foi o que aconteceu com o ChatGPT, que rapidamente se tornou uma ferramenta presente na rotina de boa parte da população, e nas escolas não seria diferente.

O processo de implementação das novas tecnologias também depende da estrutura e dos recursos que o colégio dispõe para tal finalidade. No entanto, uma coisa é certa: as escolas precisam reformular as grades curriculares e pensar em maneiras de aproveitar o melhor que a IA oferece. É o que pensa Paulo Blikstein, professor de Design de Tecnologias de Aprendizagem na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.

Segundo o pesquisador, as instituições precisam se adaptar a essa nova realidade e investir mais em tecnologia, mas sem deixar de lado a capacitação dos docentes. “Temos de entender como melhorar com a IA, requalificar os professores e redesenhar currículos levando em consideração essas novas ferramentas. Necessitamos de pessoas mais criativas e produtivas, e isso começa na escola”, argumenta.

Para ele, no momento os colégios ainda são muito focados em adotar a tecnologia para digitalizar processos e atividades, como o uso de plataformas de videoaulas e o recurso da gamificação. No entanto, o ideal é que as soluções tecnológicas sejam utilizadas de modo construtivista, ou seja – para criar novos projetos e inovar.

Ginásio Experimental Tecnológico (GET) da Prefeitura do Rio possui o Projeto Robótica Sustentável Genius Foto: Divulgação

“As tecnologias de criação e experimentação fornecem para as crianças maior capacidade de construção de conhecimento e de personalização dos tópicos. Em termos pedagógicos são ferramentas mais poderosas, porque fazem com que a escola seja mais atrativa. A tecnologia também tem esse papel importante de ajudar a despertar o interesse dos jovens pelo conhecimento e contribuir para manter os alunos na escola”, explica o professor.

Robôs

O uso para construção de robôs e experimentos científicos, por exemplo, é apontado pelo pesquisador como boa forma de aplicação da inteligência artificial no dia a dia dos estudantes. No caso do ChatGPT, por exemplo, é possível aproveitar o instrumento de dois jeitos – tanto como ferramenta de pesquisa de informações e para tornar mais ágil a produção de conteúdo, quanto para práticas de programação. A plataforma compreende essa linguagem e permite gerar códigos de forma ágil.

Muitas escolas estão formalizando projetos envolvendo essas novas tecnologias e abraçando as diversas possibilidades que elas oferecem. No caso do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, o colégio está elaborando um Guia de Orientação para a integração da inteligência artificial na formação dos alunos, que vai funcionar como um manual. Além disso, os professores da instituição estão passando por uma série de treinamentos, com o intuito de aprenderem mais sobre o ChatGPT, como melhor aproveitá-lo em sala de aula e como orientar os estudantes que vão utilizar o recurso.

“A ideia é que os alunos também utilizem o instrumento para programar e desenvolver projetos. O ChatGPT veio para ficar e precisamos usá-lo a favor da educação. Mas para isso temos de repensar o curso, modificar a forma como trabalhamos e como os alunos desenvolvem as atividades”, explica Lucas Chao, professor de IA no curso técnico de Automação Industrial e Novas Tecnologias do Liceu.

O Colégio Pentágono, de São Paulo, também pretende sistematizar em breve o uso da inteligência artificial na rotina dos docentes e estudantes. “Queremos desenvolver estratégias para que os professores possam avaliar o uso do ChatGPT pelos alunos. Assim, poderemos orientar para que eles façam as perguntas certas e obtenham resultados mais assertivos, otimizando o uso da ferramenta”, conta Bruno Alvarez, Vice-Diretor de Inovações Pedagógicas da instituição.

Projeto Robótica Sustentável Genius já atendeu 300 alunos no Rio Foto: Divulgação

Videoaula

No Brasil, já existem diversas startups no ramo da educação, as chamadas edutechs. Esses empreendimentos também estão realizando um esforço para acelerar o ingresso de novas tecnologias nas escolas. Um exemplo é a Pinball Content Education, que nasceu no ano passado e recentemente começou a desenvolver videoaulas com uso de inteligência artificial, com avatares e assistentes virtuais no lugar de professores.

“A inteligência artificial tem o potencial de ser uma aliada. Neste momento, não acreditamos que vai haver um curso inteiro ministrado por um robô, mas a tendência é que iniciativas como essa ganhem cada vez mais protagonismo. Essa tecnologia tem o poder de auxiliar os professores e otimizar o seu tempo”, afirma Tocha Alves, diretor e um dos idealizadores do estúdio de criação audiovisual para a educação, que atualmente tem o foco em aulas EAD e fornece material para aplicativos e plataformas educacionais.

Escola pública

Programas que buscam levar aulas de robótica para escolas públicas estão contribuindo para que os alunos coloquem a mão na massa em projetos inovadores e, ao mesmo tempo, divertidos. Um deles é o Projeto Robótica Sustentável Genius, desenvolvido no 1º Ginásio Experimental Tecnológico (GET) da Prefeitura do Rio de Janeiro, o GET Elza Soares. Liderada por Letícia Coelho, coordenadora pedagógica da instituição, a iniciativa surgiu em 2022 e já atendeu 300 alunos do 5º ano do colégio.

Segundo a professora, a ideia é ampliar o Genius para outras escolas públicas do RJ. “A gente parte de um problema na aula para criar soluções por meio da programação e construção de robôs. No fim do ano temos uma feira tecnológica onde os alunos apresentam os projetos e mostramos os resultados para toda a comunidade escolar”, relata.

De acordo com a educadora, tudo é realizado com matéria-prima reciclada, como carregador de celular velho, caixa de leite e outras embalagens descartáveis. Os alunos já desenvolveram projetos como sensor de umidade do solo para a horta da escola, detector de metais caseiro para brincar de caça ao tesouro, plataforma giratória 360º para gravar vídeos e até uma bengala automatizada de acessibilidade com uso de Arduino.

Outro exemplo é o Aprendizes Digital, iniciativa da Muda Cultural que leva ao ensino público aulas de robótica, programação, cultura digital e artes visuais. De acordo com o gestor cultural Ítalo Azevedo, o programa busca atender mais de 300 alunos até o final do ano. “Desejamos contribuir para garantir a democratização ao acesso à cultura digital e à programação, para que tenhamos uma próxima geração de pesquisadores e profissionais engajados em trazer benefícios para o país”, destaca.

A Escola Estadual Prof. Sebastião de Souza Bueno, em São Paulo (SP), é uma das contempladas pelo projeto, que conta com apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e do Programa de Ação Cultural (ProAC). Para André Luiz da Silva, diretor do colégio, os benefícios do Aprendizes Digital se refletem em diversas áreas.

“Os estudantes aprendem tanto a parte de programação como a montagem dos robôs. Esse processo tem ajudado no desenvolvimento deles com outras disciplinas e também no comportamento, porque desperta o sentimento de pertencimento na escola”, afirma o educador.

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