Conceito de gênero deve basear políticas públicas, afirma MEC


Pasta produziu nota técnica após Comissão de Direitos Humanos e Minorias cobrar posição sobre o tema

Por Isabela Palhares
Análise do Plano Nacional de Educação (PNE) na Câmara dos Deputados foi marcada pela discussão de gênero Foto: André Dusek/Estadão

Em nota técnica divulgada na semana passada, o Ministério da Educação (MEC) defendeu a necessidade de que os conceitos de gênero e orientação sexual sejam utilizados para a elaboração de políticas educacionais. A nota foi liberada pela Câmara dos Deputados, após a Comissão de Direitos Humanos e Minorias cobrar um posicionamento da pasta sobre o tema, que tem sido alvo de debates em vários Estados e municípios. 

O lobby de grupos religiosos conseguiu derrubar dos textos metas de promoção da igualdade de gêneros nas escolas em alguns planos municipais, como no de São Paulo, e estaduais, como no do Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal.

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Nas sessões de discussão do plano da capital paulista, os grupos conservadores defendiam que a possível discussão nas escolas implementaria a “ideologia de gênero”, em que meninos e meninas seriam incentivados a não serem heterossexuais. 

A nota técnica do MEC refuta esses argumentos. “O centro do debate não está em se a escola deve ou não falar sobre gênero e orientação sexual, mas sim em perceber como ela já fala”, diz o texto. Para o ministério, essa questão é manifestada na educação desde a organização das escolas (com atividades diferentes para cada sexo) até as exigências comportamentais, como, por exemplo, a maior tolerância com a violência física e verbal entre meninos.

“Historicamente vem se ensinando o que se institui como comportamento de meninos e meninas e (a escola) organiza um conteúdo curricular com base em conceitos heteronormativos que não reconhecem a diversidade de desejos e de relações sexuais e afetivas.”

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Pesquisa. A nota cita ainda uma pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP), em 2009, em parceria com o MEC, que entrevistou alunos, professores e diretores de 500 escolas dos 27 Estados brasileiros. Os resultados mostraram que 93,5% dos entrevistados apresentaram algum preconceito com relação ao gênero e 87,3%, à orientação sexual.

O estudo ainda relacionou os indicadores de preconceito e discriminação com um menor desempenho escolar, já que os alunos não heterossexuais sofrem um processo de exclusão, seja com violências físicas ou negligência e assédio de alunos e até mesmo dos educadores. Para o MEC, a educação é um direito de todos e, assim, não pode ser excludente a um grupo.

Genérico. Aprovado em abril do ano passado na Câmara, o Plano Nacional de Educação (PNE) previa que as diretrizes do ensino deveriam superar as desigualdades em quatro eixos: racial, regional, de gênero e de orientação sexual. No entanto, venceu a versão mais genérica, que determina “a erradicação de todas as formas de discriminação”. 

Análise do Plano Nacional de Educação (PNE) na Câmara dos Deputados foi marcada pela discussão de gênero Foto: André Dusek/Estadão

Em nota técnica divulgada na semana passada, o Ministério da Educação (MEC) defendeu a necessidade de que os conceitos de gênero e orientação sexual sejam utilizados para a elaboração de políticas educacionais. A nota foi liberada pela Câmara dos Deputados, após a Comissão de Direitos Humanos e Minorias cobrar um posicionamento da pasta sobre o tema, que tem sido alvo de debates em vários Estados e municípios. 

O lobby de grupos religiosos conseguiu derrubar dos textos metas de promoção da igualdade de gêneros nas escolas em alguns planos municipais, como no de São Paulo, e estaduais, como no do Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal.

Nas sessões de discussão do plano da capital paulista, os grupos conservadores defendiam que a possível discussão nas escolas implementaria a “ideologia de gênero”, em que meninos e meninas seriam incentivados a não serem heterossexuais. 

A nota técnica do MEC refuta esses argumentos. “O centro do debate não está em se a escola deve ou não falar sobre gênero e orientação sexual, mas sim em perceber como ela já fala”, diz o texto. Para o ministério, essa questão é manifestada na educação desde a organização das escolas (com atividades diferentes para cada sexo) até as exigências comportamentais, como, por exemplo, a maior tolerância com a violência física e verbal entre meninos.

“Historicamente vem se ensinando o que se institui como comportamento de meninos e meninas e (a escola) organiza um conteúdo curricular com base em conceitos heteronormativos que não reconhecem a diversidade de desejos e de relações sexuais e afetivas.”

Pesquisa. A nota cita ainda uma pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP), em 2009, em parceria com o MEC, que entrevistou alunos, professores e diretores de 500 escolas dos 27 Estados brasileiros. Os resultados mostraram que 93,5% dos entrevistados apresentaram algum preconceito com relação ao gênero e 87,3%, à orientação sexual.

O estudo ainda relacionou os indicadores de preconceito e discriminação com um menor desempenho escolar, já que os alunos não heterossexuais sofrem um processo de exclusão, seja com violências físicas ou negligência e assédio de alunos e até mesmo dos educadores. Para o MEC, a educação é um direito de todos e, assim, não pode ser excludente a um grupo.

Genérico. Aprovado em abril do ano passado na Câmara, o Plano Nacional de Educação (PNE) previa que as diretrizes do ensino deveriam superar as desigualdades em quatro eixos: racial, regional, de gênero e de orientação sexual. No entanto, venceu a versão mais genérica, que determina “a erradicação de todas as formas de discriminação”. 

Análise do Plano Nacional de Educação (PNE) na Câmara dos Deputados foi marcada pela discussão de gênero Foto: André Dusek/Estadão

Em nota técnica divulgada na semana passada, o Ministério da Educação (MEC) defendeu a necessidade de que os conceitos de gênero e orientação sexual sejam utilizados para a elaboração de políticas educacionais. A nota foi liberada pela Câmara dos Deputados, após a Comissão de Direitos Humanos e Minorias cobrar um posicionamento da pasta sobre o tema, que tem sido alvo de debates em vários Estados e municípios. 

O lobby de grupos religiosos conseguiu derrubar dos textos metas de promoção da igualdade de gêneros nas escolas em alguns planos municipais, como no de São Paulo, e estaduais, como no do Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal.

Nas sessões de discussão do plano da capital paulista, os grupos conservadores defendiam que a possível discussão nas escolas implementaria a “ideologia de gênero”, em que meninos e meninas seriam incentivados a não serem heterossexuais. 

A nota técnica do MEC refuta esses argumentos. “O centro do debate não está em se a escola deve ou não falar sobre gênero e orientação sexual, mas sim em perceber como ela já fala”, diz o texto. Para o ministério, essa questão é manifestada na educação desde a organização das escolas (com atividades diferentes para cada sexo) até as exigências comportamentais, como, por exemplo, a maior tolerância com a violência física e verbal entre meninos.

“Historicamente vem se ensinando o que se institui como comportamento de meninos e meninas e (a escola) organiza um conteúdo curricular com base em conceitos heteronormativos que não reconhecem a diversidade de desejos e de relações sexuais e afetivas.”

Pesquisa. A nota cita ainda uma pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP), em 2009, em parceria com o MEC, que entrevistou alunos, professores e diretores de 500 escolas dos 27 Estados brasileiros. Os resultados mostraram que 93,5% dos entrevistados apresentaram algum preconceito com relação ao gênero e 87,3%, à orientação sexual.

O estudo ainda relacionou os indicadores de preconceito e discriminação com um menor desempenho escolar, já que os alunos não heterossexuais sofrem um processo de exclusão, seja com violências físicas ou negligência e assédio de alunos e até mesmo dos educadores. Para o MEC, a educação é um direito de todos e, assim, não pode ser excludente a um grupo.

Genérico. Aprovado em abril do ano passado na Câmara, o Plano Nacional de Educação (PNE) previa que as diretrizes do ensino deveriam superar as desigualdades em quatro eixos: racial, regional, de gênero e de orientação sexual. No entanto, venceu a versão mais genérica, que determina “a erradicação de todas as formas de discriminação”. 

Análise do Plano Nacional de Educação (PNE) na Câmara dos Deputados foi marcada pela discussão de gênero Foto: André Dusek/Estadão

Em nota técnica divulgada na semana passada, o Ministério da Educação (MEC) defendeu a necessidade de que os conceitos de gênero e orientação sexual sejam utilizados para a elaboração de políticas educacionais. A nota foi liberada pela Câmara dos Deputados, após a Comissão de Direitos Humanos e Minorias cobrar um posicionamento da pasta sobre o tema, que tem sido alvo de debates em vários Estados e municípios. 

O lobby de grupos religiosos conseguiu derrubar dos textos metas de promoção da igualdade de gêneros nas escolas em alguns planos municipais, como no de São Paulo, e estaduais, como no do Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal.

Nas sessões de discussão do plano da capital paulista, os grupos conservadores defendiam que a possível discussão nas escolas implementaria a “ideologia de gênero”, em que meninos e meninas seriam incentivados a não serem heterossexuais. 

A nota técnica do MEC refuta esses argumentos. “O centro do debate não está em se a escola deve ou não falar sobre gênero e orientação sexual, mas sim em perceber como ela já fala”, diz o texto. Para o ministério, essa questão é manifestada na educação desde a organização das escolas (com atividades diferentes para cada sexo) até as exigências comportamentais, como, por exemplo, a maior tolerância com a violência física e verbal entre meninos.

“Historicamente vem se ensinando o que se institui como comportamento de meninos e meninas e (a escola) organiza um conteúdo curricular com base em conceitos heteronormativos que não reconhecem a diversidade de desejos e de relações sexuais e afetivas.”

Pesquisa. A nota cita ainda uma pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP), em 2009, em parceria com o MEC, que entrevistou alunos, professores e diretores de 500 escolas dos 27 Estados brasileiros. Os resultados mostraram que 93,5% dos entrevistados apresentaram algum preconceito com relação ao gênero e 87,3%, à orientação sexual.

O estudo ainda relacionou os indicadores de preconceito e discriminação com um menor desempenho escolar, já que os alunos não heterossexuais sofrem um processo de exclusão, seja com violências físicas ou negligência e assédio de alunos e até mesmo dos educadores. Para o MEC, a educação é um direito de todos e, assim, não pode ser excludente a um grupo.

Genérico. Aprovado em abril do ano passado na Câmara, o Plano Nacional de Educação (PNE) previa que as diretrizes do ensino deveriam superar as desigualdades em quatro eixos: racial, regional, de gênero e de orientação sexual. No entanto, venceu a versão mais genérica, que determina “a erradicação de todas as formas de discriminação”. 

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