Concessão de certificados no decorrer do curso passa a ser tendência


Faculdades investem em programas que destacam habilidades de universitários a ser aproveitadas pelo mercado de trabalho

Por Vanessa Fajardo, especial para o Estadão

Instituições de ensino superior têm concedido microcertificações aos universitários antes mesmo de eles concluírem a graduação. À medida que o estudante finaliza algumas disciplinas, ou um semestre, a depender da estrutura curricular do curso, recebe esses títulos com intuito de reconhecer e valorizar habilidades, além de destacar essas competências ao mercado de trabalho.

No Centro Universitário Fiap, em São Paulo, as microcertificações são concedidas a cada semestre concluído nos cursos tecnólogos. Como eles têm duração de dois anos, os estudantes saem da faculdade com quatro certificados, antes do diploma final.

Na Universidade São Judas, os alunos são certificados a cada unidade curricular cursada na graduação. Cada unidade é composta de 160 horas, em que são trabalhadas competências ligadas a determinados temas e conteúdos de forma integrada. Por exemplo, a unidade curricular de Administração e Integração de Operações e Qualidade, que aborda gestão, processos, qualidade, projetos e pesquisa operacional voltadas à área da produção, leva à microcertificação de “assessor de planejamento e operações de qualidade.”

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Essa estrutura curricular agrada à maioria dos universitários ouvidos pelo Instituto Semesp em pesquisa realizada, no ano passado, sobre como é o modelo ideal de instituição de ensino superior. Para a maioria dos estudantes (67,4%), a formação ideal possibilita a microcertificação. O índice é ainda maior (73,5%) se o recorte for feito somente entre os universitários de cursos a distância.

Outro dado relevante da pesquisa é que para 43,7% dos estudantes o currículo ideal deveria ser flexível e montado de acordo com os interesses pessoais e objetivos profissionais de cada aluno. Assim como ocorre com os cursos de bacharelado da Universidade Federal do ABC (UFABC), em que os estudantes têm um eixo central de disciplinas obrigatório que corresponde a um pouco menos da metade da carga horária total. O restante pode ser preenchido com as disciplinas de opção limitada e as livres, a partir de interesses e aptidões de cada universitário.

Prática antes da formação

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Para Wagner Sanchez, pró-reitor do Centro Universitário Fiap, conceder as microcertificações durante a graduação é uma forma de a instituição de ensino “acabar com a ideia de que o estudante só está apto a colocar a mão na massa ou entender a importância dos conteúdos depois de se formar e ter um diploma nas mãos. “A gente entende que nos primeiros meses do curso o aluno tem de estar apto a desempenhar uma determinada função dentro da empresa, agregar valor, resolver problemas de uma complexidade menor, mas depois ir aumentando”, explica o pró-reitor.

Sanchez salienta que essas microcertificações dão visibilidade às habilidades dos estudantes para os recrutadores. “Você vai certificando o aluno em determinadas áreas. No curso de Design, por exemplo, recebe um certificado de qualificação profissional em edição de áudio e videomaker. Na hora de uma entrevista, o recrutador entende que ele já está habilitado àquela parte da função de uma formação maior.”

Érika destaca oportunidade de comprovar conhecimento adquirido. Foto: Érika Paula de Matos
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Ensino por competência

Érika Paula de Matos, coordenadora dos programas de Gestão e Negócios da São Judas, acredita que esse tipo de abordagem esteja em ascensão no ensino superior porque está correlacionado a uma outra prática cada vez mais difundida na educação: o ensino por competências. “A universidade tem se atentado ao fato de que é necessário fomentar no aluno o aprendizado de questões técnicas sem ignorar que, no mercado de trabalho, ele deverá ser capaz de utilizar esse conhecimento adquirido de diferentes maneiras. Além disso, a certificação intermediária propicia ao aluno a oportunidade de comprovação do conhecimento já adquirido quando, por exemplo, estiver passando por um processo seletivo.”

Para Érika, o ensino por competências é também reflexo das exigências e das transformações do próprio mercado de trabalho. “Os empregadores estão interessados nas ferramentas e nas habilidades que o candidato domina e em como esse candidato poderá contribuir para o desenvolvimento da empresa. Neste sentido, na elaboração de seu currículo, o aluno já tem a possibilidade de incluir certificações no início de sua jornada acadêmica, e os empregadores terão uma ferramenta a mais para avaliar a adequação do candidato à empresa.”

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O designer gráfico Erik Pereira Trindade, de 25 anos, aluno de Marketing na São Judas, diz que o modelo de receber pequenas certificações ao longo da graduação agrega tanto ao currículo quanto afeta a autoestima do candidato em busca de suas primeiras oportunidades no mundo do trabalho. O estudante caminha para a reta final do curso de tecnólogo e já possui certificações de assessor de tomada de decisão; assistente de gestão de pessoas; analista de segmentação, posicionamento e canais de distribuição; e assistente de prospecção de mercado e marketing. “Não precisei esperar até o fim do curso para ter um certificado, e todos vieram para atestar meu conhecimento. Consegui valorizar minha mão de obra e passei no processo seletivo para começar meu primeiro estágio na área de marketing.”

Para entender: as diferenças em relação a extensões acadêmicas:

A primeira confusão é quando se fala de curso técnico. Este é regulamentado pelo MEC, tem finalidade profissional e pode até substituir o ensino médio. Já os cursos livres podem ser realizados a qualquer tempo e a emissão de certificados também fica a cargo da instituição proponente, porém não têm validade perante o MEC. Logo, o aluno não é considerado um especialista ou técnico ao finalizar o programa.

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Por fim, as extensões universitárias são oferecidas pelas faculdades e qualquer pessoa pode participar, mesmo que não tenha nenhum vínculo com a instituição. A principal diferença é que o curso livre comum tem uma proposta voltada ao mercado de trabalho, enquanto a extensão universitária é mais voltada para o meio acadêmico.

Instituições de ensino superior têm concedido microcertificações aos universitários antes mesmo de eles concluírem a graduação. À medida que o estudante finaliza algumas disciplinas, ou um semestre, a depender da estrutura curricular do curso, recebe esses títulos com intuito de reconhecer e valorizar habilidades, além de destacar essas competências ao mercado de trabalho.

No Centro Universitário Fiap, em São Paulo, as microcertificações são concedidas a cada semestre concluído nos cursos tecnólogos. Como eles têm duração de dois anos, os estudantes saem da faculdade com quatro certificados, antes do diploma final.

Na Universidade São Judas, os alunos são certificados a cada unidade curricular cursada na graduação. Cada unidade é composta de 160 horas, em que são trabalhadas competências ligadas a determinados temas e conteúdos de forma integrada. Por exemplo, a unidade curricular de Administração e Integração de Operações e Qualidade, que aborda gestão, processos, qualidade, projetos e pesquisa operacional voltadas à área da produção, leva à microcertificação de “assessor de planejamento e operações de qualidade.”

Essa estrutura curricular agrada à maioria dos universitários ouvidos pelo Instituto Semesp em pesquisa realizada, no ano passado, sobre como é o modelo ideal de instituição de ensino superior. Para a maioria dos estudantes (67,4%), a formação ideal possibilita a microcertificação. O índice é ainda maior (73,5%) se o recorte for feito somente entre os universitários de cursos a distância.

Outro dado relevante da pesquisa é que para 43,7% dos estudantes o currículo ideal deveria ser flexível e montado de acordo com os interesses pessoais e objetivos profissionais de cada aluno. Assim como ocorre com os cursos de bacharelado da Universidade Federal do ABC (UFABC), em que os estudantes têm um eixo central de disciplinas obrigatório que corresponde a um pouco menos da metade da carga horária total. O restante pode ser preenchido com as disciplinas de opção limitada e as livres, a partir de interesses e aptidões de cada universitário.

Prática antes da formação

Para Wagner Sanchez, pró-reitor do Centro Universitário Fiap, conceder as microcertificações durante a graduação é uma forma de a instituição de ensino “acabar com a ideia de que o estudante só está apto a colocar a mão na massa ou entender a importância dos conteúdos depois de se formar e ter um diploma nas mãos. “A gente entende que nos primeiros meses do curso o aluno tem de estar apto a desempenhar uma determinada função dentro da empresa, agregar valor, resolver problemas de uma complexidade menor, mas depois ir aumentando”, explica o pró-reitor.

Sanchez salienta que essas microcertificações dão visibilidade às habilidades dos estudantes para os recrutadores. “Você vai certificando o aluno em determinadas áreas. No curso de Design, por exemplo, recebe um certificado de qualificação profissional em edição de áudio e videomaker. Na hora de uma entrevista, o recrutador entende que ele já está habilitado àquela parte da função de uma formação maior.”

Érika destaca oportunidade de comprovar conhecimento adquirido. Foto: Érika Paula de Matos

Ensino por competência

Érika Paula de Matos, coordenadora dos programas de Gestão e Negócios da São Judas, acredita que esse tipo de abordagem esteja em ascensão no ensino superior porque está correlacionado a uma outra prática cada vez mais difundida na educação: o ensino por competências. “A universidade tem se atentado ao fato de que é necessário fomentar no aluno o aprendizado de questões técnicas sem ignorar que, no mercado de trabalho, ele deverá ser capaz de utilizar esse conhecimento adquirido de diferentes maneiras. Além disso, a certificação intermediária propicia ao aluno a oportunidade de comprovação do conhecimento já adquirido quando, por exemplo, estiver passando por um processo seletivo.”

Para Érika, o ensino por competências é também reflexo das exigências e das transformações do próprio mercado de trabalho. “Os empregadores estão interessados nas ferramentas e nas habilidades que o candidato domina e em como esse candidato poderá contribuir para o desenvolvimento da empresa. Neste sentido, na elaboração de seu currículo, o aluno já tem a possibilidade de incluir certificações no início de sua jornada acadêmica, e os empregadores terão uma ferramenta a mais para avaliar a adequação do candidato à empresa.”

O designer gráfico Erik Pereira Trindade, de 25 anos, aluno de Marketing na São Judas, diz que o modelo de receber pequenas certificações ao longo da graduação agrega tanto ao currículo quanto afeta a autoestima do candidato em busca de suas primeiras oportunidades no mundo do trabalho. O estudante caminha para a reta final do curso de tecnólogo e já possui certificações de assessor de tomada de decisão; assistente de gestão de pessoas; analista de segmentação, posicionamento e canais de distribuição; e assistente de prospecção de mercado e marketing. “Não precisei esperar até o fim do curso para ter um certificado, e todos vieram para atestar meu conhecimento. Consegui valorizar minha mão de obra e passei no processo seletivo para começar meu primeiro estágio na área de marketing.”

Para entender: as diferenças em relação a extensões acadêmicas:

A primeira confusão é quando se fala de curso técnico. Este é regulamentado pelo MEC, tem finalidade profissional e pode até substituir o ensino médio. Já os cursos livres podem ser realizados a qualquer tempo e a emissão de certificados também fica a cargo da instituição proponente, porém não têm validade perante o MEC. Logo, o aluno não é considerado um especialista ou técnico ao finalizar o programa.

Por fim, as extensões universitárias são oferecidas pelas faculdades e qualquer pessoa pode participar, mesmo que não tenha nenhum vínculo com a instituição. A principal diferença é que o curso livre comum tem uma proposta voltada ao mercado de trabalho, enquanto a extensão universitária é mais voltada para o meio acadêmico.

Instituições de ensino superior têm concedido microcertificações aos universitários antes mesmo de eles concluírem a graduação. À medida que o estudante finaliza algumas disciplinas, ou um semestre, a depender da estrutura curricular do curso, recebe esses títulos com intuito de reconhecer e valorizar habilidades, além de destacar essas competências ao mercado de trabalho.

No Centro Universitário Fiap, em São Paulo, as microcertificações são concedidas a cada semestre concluído nos cursos tecnólogos. Como eles têm duração de dois anos, os estudantes saem da faculdade com quatro certificados, antes do diploma final.

Na Universidade São Judas, os alunos são certificados a cada unidade curricular cursada na graduação. Cada unidade é composta de 160 horas, em que são trabalhadas competências ligadas a determinados temas e conteúdos de forma integrada. Por exemplo, a unidade curricular de Administração e Integração de Operações e Qualidade, que aborda gestão, processos, qualidade, projetos e pesquisa operacional voltadas à área da produção, leva à microcertificação de “assessor de planejamento e operações de qualidade.”

Essa estrutura curricular agrada à maioria dos universitários ouvidos pelo Instituto Semesp em pesquisa realizada, no ano passado, sobre como é o modelo ideal de instituição de ensino superior. Para a maioria dos estudantes (67,4%), a formação ideal possibilita a microcertificação. O índice é ainda maior (73,5%) se o recorte for feito somente entre os universitários de cursos a distância.

Outro dado relevante da pesquisa é que para 43,7% dos estudantes o currículo ideal deveria ser flexível e montado de acordo com os interesses pessoais e objetivos profissionais de cada aluno. Assim como ocorre com os cursos de bacharelado da Universidade Federal do ABC (UFABC), em que os estudantes têm um eixo central de disciplinas obrigatório que corresponde a um pouco menos da metade da carga horária total. O restante pode ser preenchido com as disciplinas de opção limitada e as livres, a partir de interesses e aptidões de cada universitário.

Prática antes da formação

Para Wagner Sanchez, pró-reitor do Centro Universitário Fiap, conceder as microcertificações durante a graduação é uma forma de a instituição de ensino “acabar com a ideia de que o estudante só está apto a colocar a mão na massa ou entender a importância dos conteúdos depois de se formar e ter um diploma nas mãos. “A gente entende que nos primeiros meses do curso o aluno tem de estar apto a desempenhar uma determinada função dentro da empresa, agregar valor, resolver problemas de uma complexidade menor, mas depois ir aumentando”, explica o pró-reitor.

Sanchez salienta que essas microcertificações dão visibilidade às habilidades dos estudantes para os recrutadores. “Você vai certificando o aluno em determinadas áreas. No curso de Design, por exemplo, recebe um certificado de qualificação profissional em edição de áudio e videomaker. Na hora de uma entrevista, o recrutador entende que ele já está habilitado àquela parte da função de uma formação maior.”

Érika destaca oportunidade de comprovar conhecimento adquirido. Foto: Érika Paula de Matos

Ensino por competência

Érika Paula de Matos, coordenadora dos programas de Gestão e Negócios da São Judas, acredita que esse tipo de abordagem esteja em ascensão no ensino superior porque está correlacionado a uma outra prática cada vez mais difundida na educação: o ensino por competências. “A universidade tem se atentado ao fato de que é necessário fomentar no aluno o aprendizado de questões técnicas sem ignorar que, no mercado de trabalho, ele deverá ser capaz de utilizar esse conhecimento adquirido de diferentes maneiras. Além disso, a certificação intermediária propicia ao aluno a oportunidade de comprovação do conhecimento já adquirido quando, por exemplo, estiver passando por um processo seletivo.”

Para Érika, o ensino por competências é também reflexo das exigências e das transformações do próprio mercado de trabalho. “Os empregadores estão interessados nas ferramentas e nas habilidades que o candidato domina e em como esse candidato poderá contribuir para o desenvolvimento da empresa. Neste sentido, na elaboração de seu currículo, o aluno já tem a possibilidade de incluir certificações no início de sua jornada acadêmica, e os empregadores terão uma ferramenta a mais para avaliar a adequação do candidato à empresa.”

O designer gráfico Erik Pereira Trindade, de 25 anos, aluno de Marketing na São Judas, diz que o modelo de receber pequenas certificações ao longo da graduação agrega tanto ao currículo quanto afeta a autoestima do candidato em busca de suas primeiras oportunidades no mundo do trabalho. O estudante caminha para a reta final do curso de tecnólogo e já possui certificações de assessor de tomada de decisão; assistente de gestão de pessoas; analista de segmentação, posicionamento e canais de distribuição; e assistente de prospecção de mercado e marketing. “Não precisei esperar até o fim do curso para ter um certificado, e todos vieram para atestar meu conhecimento. Consegui valorizar minha mão de obra e passei no processo seletivo para começar meu primeiro estágio na área de marketing.”

Para entender: as diferenças em relação a extensões acadêmicas:

A primeira confusão é quando se fala de curso técnico. Este é regulamentado pelo MEC, tem finalidade profissional e pode até substituir o ensino médio. Já os cursos livres podem ser realizados a qualquer tempo e a emissão de certificados também fica a cargo da instituição proponente, porém não têm validade perante o MEC. Logo, o aluno não é considerado um especialista ou técnico ao finalizar o programa.

Por fim, as extensões universitárias são oferecidas pelas faculdades e qualquer pessoa pode participar, mesmo que não tenha nenhum vínculo com a instituição. A principal diferença é que o curso livre comum tem uma proposta voltada ao mercado de trabalho, enquanto a extensão universitária é mais voltada para o meio acadêmico.

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