O cursinho pré-vestibular gratuito organizado pela Universidade de São Paulo (USP) para estudantes da rede pública da Zona Leste terá 100 turmas de 50 alunos e as aulas devem começar no segundo semestre. Os critérios de seleção dos 5 mil alunos, porém, ainda não foram anunciados. O esquema está sendo estudado pela Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (Cenp) da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. O custo do cursinho para o governo será de R$ 3 milhões por ano, segundo o secretário Gabriel Chalita. A iniciativa é uma proposta da USP, que buscava uma alternativa ao sistema de cotas, defendido pelo ministro da Educação, Tarso Genro. A universidade nunca havia aberto um cursinho gratuito. Este vai ser o primeiro, e voltado para alunos que pretendem cursar a faculdade no novo campus da Zona Leste. Isenção Outra iniciativa da USP para driblar a sugestão das cotas vai ser a ampliação do número de isentos da taxa do vestibular. Até o ano passado, 20 mil estudantes pobres não precisavam pagar os R$ 75 para prestar o concurso. Em 2003, cerca de 50 mil alunos chegaram a comprovar que não podiam pagar a taxa, mas mais da metade não pôde ser isento dos custos. Agora, o número de isenções vai subir para 60 mil. O sistema de cotas provocou um debate no final do mês passado entre o ministro e Adolfo Melphi, reitor da USP. Segundo a universidade, no ano passado 34% dos alunos inscritos no vestibular eram formados em escolas públicas. Entre os aprovados, o número de alunos do ensino oficial cai para 18%. Deles, só 2% têm renda familiar abaixo de R$ 500.