Duas escolas públicas brasileiras concorrem ao prêmio de melhores escolas do mundo


Conheça os projetos que fizeram os colégios do Ceará e de Minas Gerais estarem entre os finalistas

Por Luiza Nobre
Atualização:

Duas escolas públicas do Brasil são finalistas do Prêmio Melhores Escolas do Mundo 2023 (World’s Best School Prizes), promovido pela pela T4 Education em parceria com a Fundação Lemann, Accenture, American Express e Yayasan Hasanah. A Escola Municipal Professor Edson Pisani, em Belo Horizonte, e a Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Joaquim Bastos Gonçalves, de Carnaubal, no Ceará, concorrem, respectivamente, nas categorias colaboração comunitária e promoção de estilos de vida saudáveis.

O prêmio, que teve origem em 2022, reconhece o trabalho de gestões escolares na formação social de gerações de alunos no cenário educacional pós-pandemia; e abrange outras três categorias: ação ambiental, inovação e superação de desafios. Cada uma dessas escolas premiadas receberá o valor de US$ 50 mil, equivalente a R$ 243 mil.

Educação Comunitária

continua após a publicidade

No Aglomerado da Serra, periferia na zona sul de Belo Horizonte, a Escola Municipal Professor Edson Pisani realiza atividades integrativas junto à comunidade. “Estamos dentro de uma das maiores favelas do Brasil. Essa é uma escola que vai além dos muros”, pontua a diretora Eleusa Fiuza.

O projeto “+Favela-Lixo”, da Escola Municipal Professor Edson Pisani, em Belo Horizonte, promove o descarte correto dos resíduos e a educação ambiental entre os alunos e a comunidade Foto: Rodrigo Clemente/PBH

Atendendo alunos com idade entre 6 a 69 anos, a escola trabalha com educação infantil, ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA). As discussões de sala de aula são pautadas a partir dos problemas históricos no cotidiano da comunidade, como problemas de saneamento básico, acesso a transporte público e acúmulo de lixo nas ruas.

continua após a publicidade

Essa mobilização chega até o governo, dando à escola papel importante na mediação de ações na comunidade. Nos anos 2000, como parte do programa Vila Viva, o Aglomerado da Serra passou por intervenções urbanas para a expansão das ruas, entre elas, a rua da escola, para facilitar o acesso dos estudantes.

Durante o segundo período de obras, em 2013, a escola Professor Edson Pisani coletou assinaturas da vizinhança para fazer parceria com a Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A ideia era garantir que as demandas comunitárias fossem atendidas.

“É muito legal porque os alunos da universidade vão até nossa escola, nossos alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos) vão à universidade e eles constroem coisas juntos”, explica Eleusa. O projeto está em funcionamento contínuo há 10 anos, e promove práticas sustentáveis.

continua após a publicidade

Para o concurso, a escola inscreveu o projeto “+Favela -Lixo”, que incentiva boas práticas para resolver a questão do descarte inadequado de lixo. Com os resíduos acumulados das obras da prefeitura, gabiões foram construídos para dar mais estabilidade aos terrenos e moradias da região.

Ganchos também foram produzidos e aplicados nas portas de 75 casas para evitar que as sacolas fiquem no chão ou expostas na rua. “Servimos em média mil refeições por dia na escola, e muita comida é descartada. Então criamos ou uma composteira”, diz Eleusa. O adubo orgânico é usado nos jardins criados onde antigamente se acumulava lixo.

continua após a publicidade

Saúde mental em foco

Publicado em abril pela Unicef, em parceria com a Rede de Conhecimento Social, o relatório “Jovens e Ensino Médio” mostrou que 9 a cada 10 estudantes do ensino médio relataram desconfortos em relação à saúde mental durante a pandemia. Os sintomas mais citados foram a ansiedade e uso excessivo de redes sociais.

Em setembro de 2021, no retorno das aulas presenciais, professores da Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Joaquim Bastos Gonçalves, em Carnaubal, notaram que muitos estudantes apresentavam um comportamento ansioso que dificultava a aprendizagem. Foi então que o professor Guilherme Barroso, diretor de turma na instituição, decidiu criar o projeto “Adote um Estudante”.

continua após a publicidade
A EEMTI Joaquim Bastos Gonçalves mobiliza psicólogos voluntários para atender aos alunos Foto: Prefeitura de Carnaubal/Divulgação

Focado na saúde mental dos alunos, o projeto mobiliza a ajuda voluntária de psicólogos de todo o Brasil. “Por nosso município ser muito pobre, nós não temos à disposição muitos profissionais da área”, afirma Guilherme. Os atendimentos acontecem virtualmente e nos horários de contraturno, em um espaço da própria escola reservado para isso.

Com uma redução de 67%, em dois anos de projeto, no número de estudantes que necessitam de atendimento especializado, hoje, apenas 10 alunos seguem com acompanhamento regular. Outras atividades ocupacionais são oferecidas para o público geral da escola, como oficinas esportivas, de teatro, dança, artes plásticas e crochê.

continua após a publicidade

Além da Escola Joaquim Bastos Gonçalves, outra escola estadual do Ceará recebeu honraria no Prêmio. A Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Jaime Tomaz de Aquino, localizada em Beberibe, está entre as 10 melhores do mundo na categoria ação ambiental.

“Vamos dar continuidade aos projetos e pretendemos expandir para outras escolas. Os desafios são grandes, mas queremos avançar na qualidade da educação”, celebra secretária de educação do Ceará, Eliana Estrela.

Ao todo, 108 países participaram da premiação. Os vencedores de cada categoria serão definidos por um corpo de jurados altamente especializados e os resultados serão revelados no mês de novembro.

Duas escolas públicas do Brasil são finalistas do Prêmio Melhores Escolas do Mundo 2023 (World’s Best School Prizes), promovido pela pela T4 Education em parceria com a Fundação Lemann, Accenture, American Express e Yayasan Hasanah. A Escola Municipal Professor Edson Pisani, em Belo Horizonte, e a Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Joaquim Bastos Gonçalves, de Carnaubal, no Ceará, concorrem, respectivamente, nas categorias colaboração comunitária e promoção de estilos de vida saudáveis.

O prêmio, que teve origem em 2022, reconhece o trabalho de gestões escolares na formação social de gerações de alunos no cenário educacional pós-pandemia; e abrange outras três categorias: ação ambiental, inovação e superação de desafios. Cada uma dessas escolas premiadas receberá o valor de US$ 50 mil, equivalente a R$ 243 mil.

Educação Comunitária

No Aglomerado da Serra, periferia na zona sul de Belo Horizonte, a Escola Municipal Professor Edson Pisani realiza atividades integrativas junto à comunidade. “Estamos dentro de uma das maiores favelas do Brasil. Essa é uma escola que vai além dos muros”, pontua a diretora Eleusa Fiuza.

O projeto “+Favela-Lixo”, da Escola Municipal Professor Edson Pisani, em Belo Horizonte, promove o descarte correto dos resíduos e a educação ambiental entre os alunos e a comunidade Foto: Rodrigo Clemente/PBH

Atendendo alunos com idade entre 6 a 69 anos, a escola trabalha com educação infantil, ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA). As discussões de sala de aula são pautadas a partir dos problemas históricos no cotidiano da comunidade, como problemas de saneamento básico, acesso a transporte público e acúmulo de lixo nas ruas.

Essa mobilização chega até o governo, dando à escola papel importante na mediação de ações na comunidade. Nos anos 2000, como parte do programa Vila Viva, o Aglomerado da Serra passou por intervenções urbanas para a expansão das ruas, entre elas, a rua da escola, para facilitar o acesso dos estudantes.

Durante o segundo período de obras, em 2013, a escola Professor Edson Pisani coletou assinaturas da vizinhança para fazer parceria com a Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A ideia era garantir que as demandas comunitárias fossem atendidas.

“É muito legal porque os alunos da universidade vão até nossa escola, nossos alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos) vão à universidade e eles constroem coisas juntos”, explica Eleusa. O projeto está em funcionamento contínuo há 10 anos, e promove práticas sustentáveis.

Para o concurso, a escola inscreveu o projeto “+Favela -Lixo”, que incentiva boas práticas para resolver a questão do descarte inadequado de lixo. Com os resíduos acumulados das obras da prefeitura, gabiões foram construídos para dar mais estabilidade aos terrenos e moradias da região.

Ganchos também foram produzidos e aplicados nas portas de 75 casas para evitar que as sacolas fiquem no chão ou expostas na rua. “Servimos em média mil refeições por dia na escola, e muita comida é descartada. Então criamos ou uma composteira”, diz Eleusa. O adubo orgânico é usado nos jardins criados onde antigamente se acumulava lixo.

Saúde mental em foco

Publicado em abril pela Unicef, em parceria com a Rede de Conhecimento Social, o relatório “Jovens e Ensino Médio” mostrou que 9 a cada 10 estudantes do ensino médio relataram desconfortos em relação à saúde mental durante a pandemia. Os sintomas mais citados foram a ansiedade e uso excessivo de redes sociais.

Em setembro de 2021, no retorno das aulas presenciais, professores da Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Joaquim Bastos Gonçalves, em Carnaubal, notaram que muitos estudantes apresentavam um comportamento ansioso que dificultava a aprendizagem. Foi então que o professor Guilherme Barroso, diretor de turma na instituição, decidiu criar o projeto “Adote um Estudante”.

A EEMTI Joaquim Bastos Gonçalves mobiliza psicólogos voluntários para atender aos alunos Foto: Prefeitura de Carnaubal/Divulgação

Focado na saúde mental dos alunos, o projeto mobiliza a ajuda voluntária de psicólogos de todo o Brasil. “Por nosso município ser muito pobre, nós não temos à disposição muitos profissionais da área”, afirma Guilherme. Os atendimentos acontecem virtualmente e nos horários de contraturno, em um espaço da própria escola reservado para isso.

Com uma redução de 67%, em dois anos de projeto, no número de estudantes que necessitam de atendimento especializado, hoje, apenas 10 alunos seguem com acompanhamento regular. Outras atividades ocupacionais são oferecidas para o público geral da escola, como oficinas esportivas, de teatro, dança, artes plásticas e crochê.

Além da Escola Joaquim Bastos Gonçalves, outra escola estadual do Ceará recebeu honraria no Prêmio. A Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Jaime Tomaz de Aquino, localizada em Beberibe, está entre as 10 melhores do mundo na categoria ação ambiental.

“Vamos dar continuidade aos projetos e pretendemos expandir para outras escolas. Os desafios são grandes, mas queremos avançar na qualidade da educação”, celebra secretária de educação do Ceará, Eliana Estrela.

Ao todo, 108 países participaram da premiação. Os vencedores de cada categoria serão definidos por um corpo de jurados altamente especializados e os resultados serão revelados no mês de novembro.

Duas escolas públicas do Brasil são finalistas do Prêmio Melhores Escolas do Mundo 2023 (World’s Best School Prizes), promovido pela pela T4 Education em parceria com a Fundação Lemann, Accenture, American Express e Yayasan Hasanah. A Escola Municipal Professor Edson Pisani, em Belo Horizonte, e a Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Joaquim Bastos Gonçalves, de Carnaubal, no Ceará, concorrem, respectivamente, nas categorias colaboração comunitária e promoção de estilos de vida saudáveis.

O prêmio, que teve origem em 2022, reconhece o trabalho de gestões escolares na formação social de gerações de alunos no cenário educacional pós-pandemia; e abrange outras três categorias: ação ambiental, inovação e superação de desafios. Cada uma dessas escolas premiadas receberá o valor de US$ 50 mil, equivalente a R$ 243 mil.

Educação Comunitária

No Aglomerado da Serra, periferia na zona sul de Belo Horizonte, a Escola Municipal Professor Edson Pisani realiza atividades integrativas junto à comunidade. “Estamos dentro de uma das maiores favelas do Brasil. Essa é uma escola que vai além dos muros”, pontua a diretora Eleusa Fiuza.

O projeto “+Favela-Lixo”, da Escola Municipal Professor Edson Pisani, em Belo Horizonte, promove o descarte correto dos resíduos e a educação ambiental entre os alunos e a comunidade Foto: Rodrigo Clemente/PBH

Atendendo alunos com idade entre 6 a 69 anos, a escola trabalha com educação infantil, ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA). As discussões de sala de aula são pautadas a partir dos problemas históricos no cotidiano da comunidade, como problemas de saneamento básico, acesso a transporte público e acúmulo de lixo nas ruas.

Essa mobilização chega até o governo, dando à escola papel importante na mediação de ações na comunidade. Nos anos 2000, como parte do programa Vila Viva, o Aglomerado da Serra passou por intervenções urbanas para a expansão das ruas, entre elas, a rua da escola, para facilitar o acesso dos estudantes.

Durante o segundo período de obras, em 2013, a escola Professor Edson Pisani coletou assinaturas da vizinhança para fazer parceria com a Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A ideia era garantir que as demandas comunitárias fossem atendidas.

“É muito legal porque os alunos da universidade vão até nossa escola, nossos alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos) vão à universidade e eles constroem coisas juntos”, explica Eleusa. O projeto está em funcionamento contínuo há 10 anos, e promove práticas sustentáveis.

Para o concurso, a escola inscreveu o projeto “+Favela -Lixo”, que incentiva boas práticas para resolver a questão do descarte inadequado de lixo. Com os resíduos acumulados das obras da prefeitura, gabiões foram construídos para dar mais estabilidade aos terrenos e moradias da região.

Ganchos também foram produzidos e aplicados nas portas de 75 casas para evitar que as sacolas fiquem no chão ou expostas na rua. “Servimos em média mil refeições por dia na escola, e muita comida é descartada. Então criamos ou uma composteira”, diz Eleusa. O adubo orgânico é usado nos jardins criados onde antigamente se acumulava lixo.

Saúde mental em foco

Publicado em abril pela Unicef, em parceria com a Rede de Conhecimento Social, o relatório “Jovens e Ensino Médio” mostrou que 9 a cada 10 estudantes do ensino médio relataram desconfortos em relação à saúde mental durante a pandemia. Os sintomas mais citados foram a ansiedade e uso excessivo de redes sociais.

Em setembro de 2021, no retorno das aulas presenciais, professores da Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Joaquim Bastos Gonçalves, em Carnaubal, notaram que muitos estudantes apresentavam um comportamento ansioso que dificultava a aprendizagem. Foi então que o professor Guilherme Barroso, diretor de turma na instituição, decidiu criar o projeto “Adote um Estudante”.

A EEMTI Joaquim Bastos Gonçalves mobiliza psicólogos voluntários para atender aos alunos Foto: Prefeitura de Carnaubal/Divulgação

Focado na saúde mental dos alunos, o projeto mobiliza a ajuda voluntária de psicólogos de todo o Brasil. “Por nosso município ser muito pobre, nós não temos à disposição muitos profissionais da área”, afirma Guilherme. Os atendimentos acontecem virtualmente e nos horários de contraturno, em um espaço da própria escola reservado para isso.

Com uma redução de 67%, em dois anos de projeto, no número de estudantes que necessitam de atendimento especializado, hoje, apenas 10 alunos seguem com acompanhamento regular. Outras atividades ocupacionais são oferecidas para o público geral da escola, como oficinas esportivas, de teatro, dança, artes plásticas e crochê.

Além da Escola Joaquim Bastos Gonçalves, outra escola estadual do Ceará recebeu honraria no Prêmio. A Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Jaime Tomaz de Aquino, localizada em Beberibe, está entre as 10 melhores do mundo na categoria ação ambiental.

“Vamos dar continuidade aos projetos e pretendemos expandir para outras escolas. Os desafios são grandes, mas queremos avançar na qualidade da educação”, celebra secretária de educação do Ceará, Eliana Estrela.

Ao todo, 108 países participaram da premiação. Os vencedores de cada categoria serão definidos por um corpo de jurados altamente especializados e os resultados serão revelados no mês de novembro.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.