Em volta às aulas depois de 11 meses, escola agora é 'novidade' para as crianças


Balanço do sindicato da rede privada indica que 65% dos alunos pretendem retornar esta semana para o presencial. Usar notebook na sala, manter distanciamento, ver parte dos colegas online, tudo é novo para os estudantes

Por Renata Cafardo, Julia Marques e João Ker

Valentina Morbach, de 10 anos, dormiu só 40 minutos na noite passada de tanta ansiedade para voltar. Caetano Perroud, de 8, chegou dizendo que quer ver ainda “se vai se acostumar”. Depois de 11 meses longe por causa da pandemia do novo coronavírus, a escola virou novidade na vida das crianças. No primeiro dia da volta às aulas na rede particular da capital, nesta segunda-feira, estudantes se viravam para compreender a nova rotina de estudar fora de casa e as regras impostas pelos protocolos. 

Segundo o sindicato das escolas privadas no Estado de São Paulo (Sieeesp), 65% dos alunos em geral vão voltar esta semana ao presencial em esquema de rodízio. Entre as escolas, 100% das que estão em municípios que autorizaram a volta, abriram. O Estado e a Prefeitura da capital permitem que apenas 35% dos estudantes estejam por dia presencialmente. Levantamento informal da Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar) mostra também que a maioria dos pais autorizou o retorno dos filhos, invertendo a proporção do ano passado, quando foram reabertas em outubro.  No Colégio Santa Cruz, por exemplo, 95% dos estudantes afirmaram que vão voltar.

O retorno foi finalmente confirmado na sexta-feira depois de uma disputa judicial. O sindicato dos professores conseguiu uma liminar impedindo as aulas presenciais, mas o presidente do Tribunal de Justiça derrubou no dia seguinte. Na rede estadual, as atividades presenciais voltam no dia 8 e nas municipais, no dia 15.

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Turmas foram divididas em subturmas no Oswald Foto: Taba Benedicto/Estadão

Teresa Rocha, de 10 anos, estava feliz em voltar, mas teve dificuldade para usar o novo item do material escolar no Colégio Oswald de Andrade, na zona oeste. O notebook dela travou bem na hora da aula. Professores corriam de uma sala para outra para ajudar as crianças com senhas das internet e distribuíam fones de ouvido.

E a primeira aula presencial foi online. O coordenador deu as boas vindas - do computador da sala dele no colégio - para quem estava na escola e quem estava em casa. “A ideia é manter o mesmo conceito de integração que fazíamos com o 6.º ano antes, para que se conheçam e conheçam os novos professores”, explica o coordenador Fernando Pimentel. “E não desprestigiar quem está em casa.”

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As turmas de cada série no Oswald foram divididas em duas subturmas. O professor presencialmente vai estar ora com uma, ora com outra, revezando com seu assistente. Durante a aula, uma aluna chama a atenção do colega, que deixou a máscara cair. "Tudo vai ser muito diferente do que a gente estava acostumado, mas muito bom mesmo assim", diz Valentina, cabelo vermelho, pintado para a ocasião. "Eu precisa ver alguém, algum amigo", completa o colega Lucas Saito, de 11 anos.

No Oswald, ideia é manter a turma do 6.º ano integrada; Valentina, no canto superior direito, dormiu só 40 minutos Foto: Taba Benedicto/Estadão

Na entrada das crianças da educação infantil, os pais não puderam acompanhá-los até a sala, como de costume, por causa dos protocolos de segurança. Mas não teve o choro habitual dos primeiros dias. “Isso mostra o tamanho do desejo de voltarem a estar com os amigos”, diz a diretora Rosane Reinert. Pelo pátio, a brincadeira não esquecia a pandemia: um menino corria com uma seringa de brinquedo dizendo que se tratava da vacina. Duas meninas de 5 anos faziam uma “sopa de álcool em gel” na bacia de água e areia. 

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Entrada da educação infantil não teve o choro habitual dos primeiros dias Foto: Taba Benedicto/Estadão

Laura Ghani, de 14 anos, aluna do Colégio Rio Branco, em Higienópolis, tinha mais perguntas do que respostas nesta segunda-feira. A organização das turmas estava diferente e o que poderia fazer ou não no intervalo ainda era um mistério no início da manhã. "Espero que possa sair para o pátio e os amigos da outra sala." O alívio veio após reencontrar os rostos conhecidos dos anos anteriores. "Agora pelo menos a gente consegue ver a cara um do outro."

Professores também encontram uma nova escola, apesar de o prédio ser o mesmo. Se os protocolos sanitários já são conhecidos, o desafio agora é conseguir dar aulas em três ambientes: as duas salas, usadas para dividir os estudantes que foram à escola, além do espaço virtual, onde ficaram os que não puderam ir ao colégio. "Já há algum tempo abandonamos a lógica de aulas expositivas. O professor pode ministrar uma tarefa para o grupo e vai para outra sala, como se fossem estações de aprendizagem", disse o diretor da unidade do Rio Branco em Higienópolis, Renato Júdice. 

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Laura ainda descobria como seria a nova rotina Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os estudantes do 1.º ano do ensino médio do Rio Branco não chegaram a frequentar aulas extracurriculares em 2020 porque o colégio priorizou a volta da educação infantil. Agora, com a autorização de aulas regulares em todas as séries, Laura e outras dezenas de estudantes puderam, enfim, retornar. "A gente começa a valorizar mais depois que perde", diz Sophia Vieira, de 15 anos. Do lado de fora, os pais também aprendiam a dizer tchau às crianças, sob máscaras, e acrescentavam recomendações de álcool e distanciamento aos conselhos de sempre.

A mãe de Davi, de 11 anos, até preparou uma bolsinha, com máscara e toalha, para o menino levar à escola. E, agora, as recomendações vão além de não esquecer o caderno. "Não põe a mão no nariz, na boca, não coça os olhos", enumera a corretora de imóveis Simone Groschitz, de 53 anos.  Aluno do 6º ano, Davi tem um professor para cada matéria, mas nem foi isso o que mais chamou a atenção na escola nesta segunda.

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"Meu amigo, que se chama André, cresceu. Está mais alto do que eu", diz o menino, que ficou quase um ano sem ver os colegas do Colégio Santa Maria, na zona sul de São Paulo. "Algumas colegas estavam com cabelo pintado, descolorido, cortado e mais altas", disse Giovana Machado, de 11 anos, na mesma escola.  Da calçada alargada para evitar aglomerações até a carteira com barreira de acrílico, sobram novidades. A turma do 6º ano de Davi foi dividida em duas para garantir a distância entre os alunos. "O professor vai fazer aula em uma sala e depois em outra. Isso é meio estranho", confessa. 

Aluno do Rio Branco, Pedro, de 10 anos, foi "doutrinado" pela mãe para seguir os protocolos sanitários. "Ele está feliz da vida. Não aguentava mais e nós também não", diz a administradora de empresas Patrícia Bianchi, de 45 anos. Agora, difícil vai ser encarar o rodízio, outra novidade deste ano letivo. "Ele só está triste porque semana que vem não vai poder vir."

Na saída do Colégio Mágico de Oz, na zona sul, as crianças mostravam aos pais os colegas que só conheciam pela tela. “Mamãe, essa é a Barbara!”, “Esse é o André”, diziam. Mesmo para os menores, usar a máscara não parecia um problema. Um dos novos alunos era Pedro, de 5 anos. “Gostei muito”, disse empolgado, enquanto acenava para os coleguinhas que passavam na outra calçada.

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A mãe, a gerente de comunicação Ana Luiza Petry, de 39 anos, diz que um dos principais motivos para aderir às aulas presenciais foi o bem-estar mental do filho. “Risco zero não existe, né, mas tanta gente ficou em casa e acabou se contaminando. Nós estamos seguindo os protocolos, então não vejo tanto problema.”

Valentina Morbach, de 10 anos, dormiu só 40 minutos na noite passada de tanta ansiedade para voltar. Caetano Perroud, de 8, chegou dizendo que quer ver ainda “se vai se acostumar”. Depois de 11 meses longe por causa da pandemia do novo coronavírus, a escola virou novidade na vida das crianças. No primeiro dia da volta às aulas na rede particular da capital, nesta segunda-feira, estudantes se viravam para compreender a nova rotina de estudar fora de casa e as regras impostas pelos protocolos. 

Segundo o sindicato das escolas privadas no Estado de São Paulo (Sieeesp), 65% dos alunos em geral vão voltar esta semana ao presencial em esquema de rodízio. Entre as escolas, 100% das que estão em municípios que autorizaram a volta, abriram. O Estado e a Prefeitura da capital permitem que apenas 35% dos estudantes estejam por dia presencialmente. Levantamento informal da Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar) mostra também que a maioria dos pais autorizou o retorno dos filhos, invertendo a proporção do ano passado, quando foram reabertas em outubro.  No Colégio Santa Cruz, por exemplo, 95% dos estudantes afirmaram que vão voltar.

O retorno foi finalmente confirmado na sexta-feira depois de uma disputa judicial. O sindicato dos professores conseguiu uma liminar impedindo as aulas presenciais, mas o presidente do Tribunal de Justiça derrubou no dia seguinte. Na rede estadual, as atividades presenciais voltam no dia 8 e nas municipais, no dia 15.

Turmas foram divididas em subturmas no Oswald Foto: Taba Benedicto/Estadão

Teresa Rocha, de 10 anos, estava feliz em voltar, mas teve dificuldade para usar o novo item do material escolar no Colégio Oswald de Andrade, na zona oeste. O notebook dela travou bem na hora da aula. Professores corriam de uma sala para outra para ajudar as crianças com senhas das internet e distribuíam fones de ouvido.

E a primeira aula presencial foi online. O coordenador deu as boas vindas - do computador da sala dele no colégio - para quem estava na escola e quem estava em casa. “A ideia é manter o mesmo conceito de integração que fazíamos com o 6.º ano antes, para que se conheçam e conheçam os novos professores”, explica o coordenador Fernando Pimentel. “E não desprestigiar quem está em casa.”

As turmas de cada série no Oswald foram divididas em duas subturmas. O professor presencialmente vai estar ora com uma, ora com outra, revezando com seu assistente. Durante a aula, uma aluna chama a atenção do colega, que deixou a máscara cair. "Tudo vai ser muito diferente do que a gente estava acostumado, mas muito bom mesmo assim", diz Valentina, cabelo vermelho, pintado para a ocasião. "Eu precisa ver alguém, algum amigo", completa o colega Lucas Saito, de 11 anos.

No Oswald, ideia é manter a turma do 6.º ano integrada; Valentina, no canto superior direito, dormiu só 40 minutos Foto: Taba Benedicto/Estadão

Na entrada das crianças da educação infantil, os pais não puderam acompanhá-los até a sala, como de costume, por causa dos protocolos de segurança. Mas não teve o choro habitual dos primeiros dias. “Isso mostra o tamanho do desejo de voltarem a estar com os amigos”, diz a diretora Rosane Reinert. Pelo pátio, a brincadeira não esquecia a pandemia: um menino corria com uma seringa de brinquedo dizendo que se tratava da vacina. Duas meninas de 5 anos faziam uma “sopa de álcool em gel” na bacia de água e areia. 

Entrada da educação infantil não teve o choro habitual dos primeiros dias Foto: Taba Benedicto/Estadão

Laura Ghani, de 14 anos, aluna do Colégio Rio Branco, em Higienópolis, tinha mais perguntas do que respostas nesta segunda-feira. A organização das turmas estava diferente e o que poderia fazer ou não no intervalo ainda era um mistério no início da manhã. "Espero que possa sair para o pátio e os amigos da outra sala." O alívio veio após reencontrar os rostos conhecidos dos anos anteriores. "Agora pelo menos a gente consegue ver a cara um do outro."

Professores também encontram uma nova escola, apesar de o prédio ser o mesmo. Se os protocolos sanitários já são conhecidos, o desafio agora é conseguir dar aulas em três ambientes: as duas salas, usadas para dividir os estudantes que foram à escola, além do espaço virtual, onde ficaram os que não puderam ir ao colégio. "Já há algum tempo abandonamos a lógica de aulas expositivas. O professor pode ministrar uma tarefa para o grupo e vai para outra sala, como se fossem estações de aprendizagem", disse o diretor da unidade do Rio Branco em Higienópolis, Renato Júdice. 

Laura ainda descobria como seria a nova rotina Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os estudantes do 1.º ano do ensino médio do Rio Branco não chegaram a frequentar aulas extracurriculares em 2020 porque o colégio priorizou a volta da educação infantil. Agora, com a autorização de aulas regulares em todas as séries, Laura e outras dezenas de estudantes puderam, enfim, retornar. "A gente começa a valorizar mais depois que perde", diz Sophia Vieira, de 15 anos. Do lado de fora, os pais também aprendiam a dizer tchau às crianças, sob máscaras, e acrescentavam recomendações de álcool e distanciamento aos conselhos de sempre.

A mãe de Davi, de 11 anos, até preparou uma bolsinha, com máscara e toalha, para o menino levar à escola. E, agora, as recomendações vão além de não esquecer o caderno. "Não põe a mão no nariz, na boca, não coça os olhos", enumera a corretora de imóveis Simone Groschitz, de 53 anos.  Aluno do 6º ano, Davi tem um professor para cada matéria, mas nem foi isso o que mais chamou a atenção na escola nesta segunda.

"Meu amigo, que se chama André, cresceu. Está mais alto do que eu", diz o menino, que ficou quase um ano sem ver os colegas do Colégio Santa Maria, na zona sul de São Paulo. "Algumas colegas estavam com cabelo pintado, descolorido, cortado e mais altas", disse Giovana Machado, de 11 anos, na mesma escola.  Da calçada alargada para evitar aglomerações até a carteira com barreira de acrílico, sobram novidades. A turma do 6º ano de Davi foi dividida em duas para garantir a distância entre os alunos. "O professor vai fazer aula em uma sala e depois em outra. Isso é meio estranho", confessa. 

Aluno do Rio Branco, Pedro, de 10 anos, foi "doutrinado" pela mãe para seguir os protocolos sanitários. "Ele está feliz da vida. Não aguentava mais e nós também não", diz a administradora de empresas Patrícia Bianchi, de 45 anos. Agora, difícil vai ser encarar o rodízio, outra novidade deste ano letivo. "Ele só está triste porque semana que vem não vai poder vir."

Na saída do Colégio Mágico de Oz, na zona sul, as crianças mostravam aos pais os colegas que só conheciam pela tela. “Mamãe, essa é a Barbara!”, “Esse é o André”, diziam. Mesmo para os menores, usar a máscara não parecia um problema. Um dos novos alunos era Pedro, de 5 anos. “Gostei muito”, disse empolgado, enquanto acenava para os coleguinhas que passavam na outra calçada.

A mãe, a gerente de comunicação Ana Luiza Petry, de 39 anos, diz que um dos principais motivos para aderir às aulas presenciais foi o bem-estar mental do filho. “Risco zero não existe, né, mas tanta gente ficou em casa e acabou se contaminando. Nós estamos seguindo os protocolos, então não vejo tanto problema.”

Valentina Morbach, de 10 anos, dormiu só 40 minutos na noite passada de tanta ansiedade para voltar. Caetano Perroud, de 8, chegou dizendo que quer ver ainda “se vai se acostumar”. Depois de 11 meses longe por causa da pandemia do novo coronavírus, a escola virou novidade na vida das crianças. No primeiro dia da volta às aulas na rede particular da capital, nesta segunda-feira, estudantes se viravam para compreender a nova rotina de estudar fora de casa e as regras impostas pelos protocolos. 

Segundo o sindicato das escolas privadas no Estado de São Paulo (Sieeesp), 65% dos alunos em geral vão voltar esta semana ao presencial em esquema de rodízio. Entre as escolas, 100% das que estão em municípios que autorizaram a volta, abriram. O Estado e a Prefeitura da capital permitem que apenas 35% dos estudantes estejam por dia presencialmente. Levantamento informal da Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar) mostra também que a maioria dos pais autorizou o retorno dos filhos, invertendo a proporção do ano passado, quando foram reabertas em outubro.  No Colégio Santa Cruz, por exemplo, 95% dos estudantes afirmaram que vão voltar.

O retorno foi finalmente confirmado na sexta-feira depois de uma disputa judicial. O sindicato dos professores conseguiu uma liminar impedindo as aulas presenciais, mas o presidente do Tribunal de Justiça derrubou no dia seguinte. Na rede estadual, as atividades presenciais voltam no dia 8 e nas municipais, no dia 15.

Turmas foram divididas em subturmas no Oswald Foto: Taba Benedicto/Estadão

Teresa Rocha, de 10 anos, estava feliz em voltar, mas teve dificuldade para usar o novo item do material escolar no Colégio Oswald de Andrade, na zona oeste. O notebook dela travou bem na hora da aula. Professores corriam de uma sala para outra para ajudar as crianças com senhas das internet e distribuíam fones de ouvido.

E a primeira aula presencial foi online. O coordenador deu as boas vindas - do computador da sala dele no colégio - para quem estava na escola e quem estava em casa. “A ideia é manter o mesmo conceito de integração que fazíamos com o 6.º ano antes, para que se conheçam e conheçam os novos professores”, explica o coordenador Fernando Pimentel. “E não desprestigiar quem está em casa.”

As turmas de cada série no Oswald foram divididas em duas subturmas. O professor presencialmente vai estar ora com uma, ora com outra, revezando com seu assistente. Durante a aula, uma aluna chama a atenção do colega, que deixou a máscara cair. "Tudo vai ser muito diferente do que a gente estava acostumado, mas muito bom mesmo assim", diz Valentina, cabelo vermelho, pintado para a ocasião. "Eu precisa ver alguém, algum amigo", completa o colega Lucas Saito, de 11 anos.

No Oswald, ideia é manter a turma do 6.º ano integrada; Valentina, no canto superior direito, dormiu só 40 minutos Foto: Taba Benedicto/Estadão

Na entrada das crianças da educação infantil, os pais não puderam acompanhá-los até a sala, como de costume, por causa dos protocolos de segurança. Mas não teve o choro habitual dos primeiros dias. “Isso mostra o tamanho do desejo de voltarem a estar com os amigos”, diz a diretora Rosane Reinert. Pelo pátio, a brincadeira não esquecia a pandemia: um menino corria com uma seringa de brinquedo dizendo que se tratava da vacina. Duas meninas de 5 anos faziam uma “sopa de álcool em gel” na bacia de água e areia. 

Entrada da educação infantil não teve o choro habitual dos primeiros dias Foto: Taba Benedicto/Estadão

Laura Ghani, de 14 anos, aluna do Colégio Rio Branco, em Higienópolis, tinha mais perguntas do que respostas nesta segunda-feira. A organização das turmas estava diferente e o que poderia fazer ou não no intervalo ainda era um mistério no início da manhã. "Espero que possa sair para o pátio e os amigos da outra sala." O alívio veio após reencontrar os rostos conhecidos dos anos anteriores. "Agora pelo menos a gente consegue ver a cara um do outro."

Professores também encontram uma nova escola, apesar de o prédio ser o mesmo. Se os protocolos sanitários já são conhecidos, o desafio agora é conseguir dar aulas em três ambientes: as duas salas, usadas para dividir os estudantes que foram à escola, além do espaço virtual, onde ficaram os que não puderam ir ao colégio. "Já há algum tempo abandonamos a lógica de aulas expositivas. O professor pode ministrar uma tarefa para o grupo e vai para outra sala, como se fossem estações de aprendizagem", disse o diretor da unidade do Rio Branco em Higienópolis, Renato Júdice. 

Laura ainda descobria como seria a nova rotina Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os estudantes do 1.º ano do ensino médio do Rio Branco não chegaram a frequentar aulas extracurriculares em 2020 porque o colégio priorizou a volta da educação infantil. Agora, com a autorização de aulas regulares em todas as séries, Laura e outras dezenas de estudantes puderam, enfim, retornar. "A gente começa a valorizar mais depois que perde", diz Sophia Vieira, de 15 anos. Do lado de fora, os pais também aprendiam a dizer tchau às crianças, sob máscaras, e acrescentavam recomendações de álcool e distanciamento aos conselhos de sempre.

A mãe de Davi, de 11 anos, até preparou uma bolsinha, com máscara e toalha, para o menino levar à escola. E, agora, as recomendações vão além de não esquecer o caderno. "Não põe a mão no nariz, na boca, não coça os olhos", enumera a corretora de imóveis Simone Groschitz, de 53 anos.  Aluno do 6º ano, Davi tem um professor para cada matéria, mas nem foi isso o que mais chamou a atenção na escola nesta segunda.

"Meu amigo, que se chama André, cresceu. Está mais alto do que eu", diz o menino, que ficou quase um ano sem ver os colegas do Colégio Santa Maria, na zona sul de São Paulo. "Algumas colegas estavam com cabelo pintado, descolorido, cortado e mais altas", disse Giovana Machado, de 11 anos, na mesma escola.  Da calçada alargada para evitar aglomerações até a carteira com barreira de acrílico, sobram novidades. A turma do 6º ano de Davi foi dividida em duas para garantir a distância entre os alunos. "O professor vai fazer aula em uma sala e depois em outra. Isso é meio estranho", confessa. 

Aluno do Rio Branco, Pedro, de 10 anos, foi "doutrinado" pela mãe para seguir os protocolos sanitários. "Ele está feliz da vida. Não aguentava mais e nós também não", diz a administradora de empresas Patrícia Bianchi, de 45 anos. Agora, difícil vai ser encarar o rodízio, outra novidade deste ano letivo. "Ele só está triste porque semana que vem não vai poder vir."

Na saída do Colégio Mágico de Oz, na zona sul, as crianças mostravam aos pais os colegas que só conheciam pela tela. “Mamãe, essa é a Barbara!”, “Esse é o André”, diziam. Mesmo para os menores, usar a máscara não parecia um problema. Um dos novos alunos era Pedro, de 5 anos. “Gostei muito”, disse empolgado, enquanto acenava para os coleguinhas que passavam na outra calçada.

A mãe, a gerente de comunicação Ana Luiza Petry, de 39 anos, diz que um dos principais motivos para aderir às aulas presenciais foi o bem-estar mental do filho. “Risco zero não existe, né, mas tanta gente ficou em casa e acabou se contaminando. Nós estamos seguindo os protocolos, então não vejo tanto problema.”

Valentina Morbach, de 10 anos, dormiu só 40 minutos na noite passada de tanta ansiedade para voltar. Caetano Perroud, de 8, chegou dizendo que quer ver ainda “se vai se acostumar”. Depois de 11 meses longe por causa da pandemia do novo coronavírus, a escola virou novidade na vida das crianças. No primeiro dia da volta às aulas na rede particular da capital, nesta segunda-feira, estudantes se viravam para compreender a nova rotina de estudar fora de casa e as regras impostas pelos protocolos. 

Segundo o sindicato das escolas privadas no Estado de São Paulo (Sieeesp), 65% dos alunos em geral vão voltar esta semana ao presencial em esquema de rodízio. Entre as escolas, 100% das que estão em municípios que autorizaram a volta, abriram. O Estado e a Prefeitura da capital permitem que apenas 35% dos estudantes estejam por dia presencialmente. Levantamento informal da Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar) mostra também que a maioria dos pais autorizou o retorno dos filhos, invertendo a proporção do ano passado, quando foram reabertas em outubro.  No Colégio Santa Cruz, por exemplo, 95% dos estudantes afirmaram que vão voltar.

O retorno foi finalmente confirmado na sexta-feira depois de uma disputa judicial. O sindicato dos professores conseguiu uma liminar impedindo as aulas presenciais, mas o presidente do Tribunal de Justiça derrubou no dia seguinte. Na rede estadual, as atividades presenciais voltam no dia 8 e nas municipais, no dia 15.

Turmas foram divididas em subturmas no Oswald Foto: Taba Benedicto/Estadão

Teresa Rocha, de 10 anos, estava feliz em voltar, mas teve dificuldade para usar o novo item do material escolar no Colégio Oswald de Andrade, na zona oeste. O notebook dela travou bem na hora da aula. Professores corriam de uma sala para outra para ajudar as crianças com senhas das internet e distribuíam fones de ouvido.

E a primeira aula presencial foi online. O coordenador deu as boas vindas - do computador da sala dele no colégio - para quem estava na escola e quem estava em casa. “A ideia é manter o mesmo conceito de integração que fazíamos com o 6.º ano antes, para que se conheçam e conheçam os novos professores”, explica o coordenador Fernando Pimentel. “E não desprestigiar quem está em casa.”

As turmas de cada série no Oswald foram divididas em duas subturmas. O professor presencialmente vai estar ora com uma, ora com outra, revezando com seu assistente. Durante a aula, uma aluna chama a atenção do colega, que deixou a máscara cair. "Tudo vai ser muito diferente do que a gente estava acostumado, mas muito bom mesmo assim", diz Valentina, cabelo vermelho, pintado para a ocasião. "Eu precisa ver alguém, algum amigo", completa o colega Lucas Saito, de 11 anos.

No Oswald, ideia é manter a turma do 6.º ano integrada; Valentina, no canto superior direito, dormiu só 40 minutos Foto: Taba Benedicto/Estadão

Na entrada das crianças da educação infantil, os pais não puderam acompanhá-los até a sala, como de costume, por causa dos protocolos de segurança. Mas não teve o choro habitual dos primeiros dias. “Isso mostra o tamanho do desejo de voltarem a estar com os amigos”, diz a diretora Rosane Reinert. Pelo pátio, a brincadeira não esquecia a pandemia: um menino corria com uma seringa de brinquedo dizendo que se tratava da vacina. Duas meninas de 5 anos faziam uma “sopa de álcool em gel” na bacia de água e areia. 

Entrada da educação infantil não teve o choro habitual dos primeiros dias Foto: Taba Benedicto/Estadão

Laura Ghani, de 14 anos, aluna do Colégio Rio Branco, em Higienópolis, tinha mais perguntas do que respostas nesta segunda-feira. A organização das turmas estava diferente e o que poderia fazer ou não no intervalo ainda era um mistério no início da manhã. "Espero que possa sair para o pátio e os amigos da outra sala." O alívio veio após reencontrar os rostos conhecidos dos anos anteriores. "Agora pelo menos a gente consegue ver a cara um do outro."

Professores também encontram uma nova escola, apesar de o prédio ser o mesmo. Se os protocolos sanitários já são conhecidos, o desafio agora é conseguir dar aulas em três ambientes: as duas salas, usadas para dividir os estudantes que foram à escola, além do espaço virtual, onde ficaram os que não puderam ir ao colégio. "Já há algum tempo abandonamos a lógica de aulas expositivas. O professor pode ministrar uma tarefa para o grupo e vai para outra sala, como se fossem estações de aprendizagem", disse o diretor da unidade do Rio Branco em Higienópolis, Renato Júdice. 

Laura ainda descobria como seria a nova rotina Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os estudantes do 1.º ano do ensino médio do Rio Branco não chegaram a frequentar aulas extracurriculares em 2020 porque o colégio priorizou a volta da educação infantil. Agora, com a autorização de aulas regulares em todas as séries, Laura e outras dezenas de estudantes puderam, enfim, retornar. "A gente começa a valorizar mais depois que perde", diz Sophia Vieira, de 15 anos. Do lado de fora, os pais também aprendiam a dizer tchau às crianças, sob máscaras, e acrescentavam recomendações de álcool e distanciamento aos conselhos de sempre.

A mãe de Davi, de 11 anos, até preparou uma bolsinha, com máscara e toalha, para o menino levar à escola. E, agora, as recomendações vão além de não esquecer o caderno. "Não põe a mão no nariz, na boca, não coça os olhos", enumera a corretora de imóveis Simone Groschitz, de 53 anos.  Aluno do 6º ano, Davi tem um professor para cada matéria, mas nem foi isso o que mais chamou a atenção na escola nesta segunda.

"Meu amigo, que se chama André, cresceu. Está mais alto do que eu", diz o menino, que ficou quase um ano sem ver os colegas do Colégio Santa Maria, na zona sul de São Paulo. "Algumas colegas estavam com cabelo pintado, descolorido, cortado e mais altas", disse Giovana Machado, de 11 anos, na mesma escola.  Da calçada alargada para evitar aglomerações até a carteira com barreira de acrílico, sobram novidades. A turma do 6º ano de Davi foi dividida em duas para garantir a distância entre os alunos. "O professor vai fazer aula em uma sala e depois em outra. Isso é meio estranho", confessa. 

Aluno do Rio Branco, Pedro, de 10 anos, foi "doutrinado" pela mãe para seguir os protocolos sanitários. "Ele está feliz da vida. Não aguentava mais e nós também não", diz a administradora de empresas Patrícia Bianchi, de 45 anos. Agora, difícil vai ser encarar o rodízio, outra novidade deste ano letivo. "Ele só está triste porque semana que vem não vai poder vir."

Na saída do Colégio Mágico de Oz, na zona sul, as crianças mostravam aos pais os colegas que só conheciam pela tela. “Mamãe, essa é a Barbara!”, “Esse é o André”, diziam. Mesmo para os menores, usar a máscara não parecia um problema. Um dos novos alunos era Pedro, de 5 anos. “Gostei muito”, disse empolgado, enquanto acenava para os coleguinhas que passavam na outra calçada.

A mãe, a gerente de comunicação Ana Luiza Petry, de 39 anos, diz que um dos principais motivos para aderir às aulas presenciais foi o bem-estar mental do filho. “Risco zero não existe, né, mas tanta gente ficou em casa e acabou se contaminando. Nós estamos seguindo os protocolos, então não vejo tanto problema.”

Valentina Morbach, de 10 anos, dormiu só 40 minutos na noite passada de tanta ansiedade para voltar. Caetano Perroud, de 8, chegou dizendo que quer ver ainda “se vai se acostumar”. Depois de 11 meses longe por causa da pandemia do novo coronavírus, a escola virou novidade na vida das crianças. No primeiro dia da volta às aulas na rede particular da capital, nesta segunda-feira, estudantes se viravam para compreender a nova rotina de estudar fora de casa e as regras impostas pelos protocolos. 

Segundo o sindicato das escolas privadas no Estado de São Paulo (Sieeesp), 65% dos alunos em geral vão voltar esta semana ao presencial em esquema de rodízio. Entre as escolas, 100% das que estão em municípios que autorizaram a volta, abriram. O Estado e a Prefeitura da capital permitem que apenas 35% dos estudantes estejam por dia presencialmente. Levantamento informal da Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar) mostra também que a maioria dos pais autorizou o retorno dos filhos, invertendo a proporção do ano passado, quando foram reabertas em outubro.  No Colégio Santa Cruz, por exemplo, 95% dos estudantes afirmaram que vão voltar.

O retorno foi finalmente confirmado na sexta-feira depois de uma disputa judicial. O sindicato dos professores conseguiu uma liminar impedindo as aulas presenciais, mas o presidente do Tribunal de Justiça derrubou no dia seguinte. Na rede estadual, as atividades presenciais voltam no dia 8 e nas municipais, no dia 15.

Turmas foram divididas em subturmas no Oswald Foto: Taba Benedicto/Estadão

Teresa Rocha, de 10 anos, estava feliz em voltar, mas teve dificuldade para usar o novo item do material escolar no Colégio Oswald de Andrade, na zona oeste. O notebook dela travou bem na hora da aula. Professores corriam de uma sala para outra para ajudar as crianças com senhas das internet e distribuíam fones de ouvido.

E a primeira aula presencial foi online. O coordenador deu as boas vindas - do computador da sala dele no colégio - para quem estava na escola e quem estava em casa. “A ideia é manter o mesmo conceito de integração que fazíamos com o 6.º ano antes, para que se conheçam e conheçam os novos professores”, explica o coordenador Fernando Pimentel. “E não desprestigiar quem está em casa.”

As turmas de cada série no Oswald foram divididas em duas subturmas. O professor presencialmente vai estar ora com uma, ora com outra, revezando com seu assistente. Durante a aula, uma aluna chama a atenção do colega, que deixou a máscara cair. "Tudo vai ser muito diferente do que a gente estava acostumado, mas muito bom mesmo assim", diz Valentina, cabelo vermelho, pintado para a ocasião. "Eu precisa ver alguém, algum amigo", completa o colega Lucas Saito, de 11 anos.

No Oswald, ideia é manter a turma do 6.º ano integrada; Valentina, no canto superior direito, dormiu só 40 minutos Foto: Taba Benedicto/Estadão

Na entrada das crianças da educação infantil, os pais não puderam acompanhá-los até a sala, como de costume, por causa dos protocolos de segurança. Mas não teve o choro habitual dos primeiros dias. “Isso mostra o tamanho do desejo de voltarem a estar com os amigos”, diz a diretora Rosane Reinert. Pelo pátio, a brincadeira não esquecia a pandemia: um menino corria com uma seringa de brinquedo dizendo que se tratava da vacina. Duas meninas de 5 anos faziam uma “sopa de álcool em gel” na bacia de água e areia. 

Entrada da educação infantil não teve o choro habitual dos primeiros dias Foto: Taba Benedicto/Estadão

Laura Ghani, de 14 anos, aluna do Colégio Rio Branco, em Higienópolis, tinha mais perguntas do que respostas nesta segunda-feira. A organização das turmas estava diferente e o que poderia fazer ou não no intervalo ainda era um mistério no início da manhã. "Espero que possa sair para o pátio e os amigos da outra sala." O alívio veio após reencontrar os rostos conhecidos dos anos anteriores. "Agora pelo menos a gente consegue ver a cara um do outro."

Professores também encontram uma nova escola, apesar de o prédio ser o mesmo. Se os protocolos sanitários já são conhecidos, o desafio agora é conseguir dar aulas em três ambientes: as duas salas, usadas para dividir os estudantes que foram à escola, além do espaço virtual, onde ficaram os que não puderam ir ao colégio. "Já há algum tempo abandonamos a lógica de aulas expositivas. O professor pode ministrar uma tarefa para o grupo e vai para outra sala, como se fossem estações de aprendizagem", disse o diretor da unidade do Rio Branco em Higienópolis, Renato Júdice. 

Laura ainda descobria como seria a nova rotina Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os estudantes do 1.º ano do ensino médio do Rio Branco não chegaram a frequentar aulas extracurriculares em 2020 porque o colégio priorizou a volta da educação infantil. Agora, com a autorização de aulas regulares em todas as séries, Laura e outras dezenas de estudantes puderam, enfim, retornar. "A gente começa a valorizar mais depois que perde", diz Sophia Vieira, de 15 anos. Do lado de fora, os pais também aprendiam a dizer tchau às crianças, sob máscaras, e acrescentavam recomendações de álcool e distanciamento aos conselhos de sempre.

A mãe de Davi, de 11 anos, até preparou uma bolsinha, com máscara e toalha, para o menino levar à escola. E, agora, as recomendações vão além de não esquecer o caderno. "Não põe a mão no nariz, na boca, não coça os olhos", enumera a corretora de imóveis Simone Groschitz, de 53 anos.  Aluno do 6º ano, Davi tem um professor para cada matéria, mas nem foi isso o que mais chamou a atenção na escola nesta segunda.

"Meu amigo, que se chama André, cresceu. Está mais alto do que eu", diz o menino, que ficou quase um ano sem ver os colegas do Colégio Santa Maria, na zona sul de São Paulo. "Algumas colegas estavam com cabelo pintado, descolorido, cortado e mais altas", disse Giovana Machado, de 11 anos, na mesma escola.  Da calçada alargada para evitar aglomerações até a carteira com barreira de acrílico, sobram novidades. A turma do 6º ano de Davi foi dividida em duas para garantir a distância entre os alunos. "O professor vai fazer aula em uma sala e depois em outra. Isso é meio estranho", confessa. 

Aluno do Rio Branco, Pedro, de 10 anos, foi "doutrinado" pela mãe para seguir os protocolos sanitários. "Ele está feliz da vida. Não aguentava mais e nós também não", diz a administradora de empresas Patrícia Bianchi, de 45 anos. Agora, difícil vai ser encarar o rodízio, outra novidade deste ano letivo. "Ele só está triste porque semana que vem não vai poder vir."

Na saída do Colégio Mágico de Oz, na zona sul, as crianças mostravam aos pais os colegas que só conheciam pela tela. “Mamãe, essa é a Barbara!”, “Esse é o André”, diziam. Mesmo para os menores, usar a máscara não parecia um problema. Um dos novos alunos era Pedro, de 5 anos. “Gostei muito”, disse empolgado, enquanto acenava para os coleguinhas que passavam na outra calçada.

A mãe, a gerente de comunicação Ana Luiza Petry, de 39 anos, diz que um dos principais motivos para aderir às aulas presenciais foi o bem-estar mental do filho. “Risco zero não existe, né, mas tanta gente ficou em casa e acabou se contaminando. Nós estamos seguindo os protocolos, então não vejo tanto problema.”

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