Sejam quais forem as tendências trazidas pelos avanços tecnológicos na sociedade, o desejo por segurança segue inerente ao ser humano. É uma necessidade que começa ampla - como a preocupação de se proteger de furtos e roubos, por exemplo - e que se expande para outras áreas. De anos para cá, cresce a cobrança para que não haja nada de errado com o que é posto no prato. Um cenário que tende a ficar ainda mais evidente agora, com a pandemia que pode ter começado depois da ingestão de algum alimento inapropriado para o consumo humano.
Com tantas variáveis em torno dos processos de produção e distribuição de alimentos, não basta à indústria produzir itens que tenham boa aparência, textura adequada, bom sabor e odor. Acima de tudo, alimentos precisam ser inócuos à saúde dos consumidores, ou seja, plenamente livres de contaminantes, sejam eles químicos, físicos ou microbiológicos. Para isso, é necessário ter uma engenharia de ponta.
“Bons profissionais do setor de alimentos e bebidas precisam efetivamente dominar técnicas de gestão de riscos para prevenir, minimizar ou evitar contaminantes na produção de alimentos e bebidas”, afirma Marco Túlio Bertolino, coordenador do MBA em Engenharia de Sistemas de Gestão da Segurança dos Alimentos do Instituto de Pós-Graduação (Ipog).
O curso forma profissionais qualificados para implementar e gerenciar sistemas de gestão da qualidade fortemente embasados em Food Safety, com competência em temas como Análise de Perigos em Pontos Críticos de Controle (HACCP), Boas Práticas de Fabricação (GMP), e Manejo Integrado de Pragas (MIP). Os alunos também desenvolvem competências para tratamento de problemas e melhoria contínua de processos industriais em toda extensão da cadeia produtiva.
Aplicação prática. Foi o repertório apreendido no curso que motivou Cintia Rodrigues a propor a implementação de protocolos técnicos na fábrica de sorvetes em que trabalha. Ela havia percebido que apresentava diversas falhas de gestão que começavam a afetar as encomendas e propôs, entre outras ações, a reestruturação dos processos de trabalho, o treinamento de equipes e a adequação de controles de matérias-primas.
Uma ação com resultados bem claros foi a implementação do programa de controle de alérgenos, a partir do qual foi adotada uma série de medidas, como a exigência aos fornecedores de declarações de alergênicos, separação de matérias primas em locais distintos e alterações nos rótulos de embalagens. “No final de tudo, garantimos aos consumidores sensíveis o acesso a informações claras e confiáveis sobre as substâncias presentes nos produtos”, conta Cintia.