Ensino religioso: segundo diretores, modelo ainda é pouco usado


Proposta se aproxima do que é oferecido no Rio, como destaca professor da UFABC, mas prática divide especialistas

Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - Em apenas 3% das escolas públicas de ensino fundamental do País, há ensino religioso ligado a uma determinada crença. Isso é o que mostram as respostas de questionários aplicados pelo Ministério da Educação a diretores de colégios em 2015, na realização da Prova Brasil. 

37% dos diretores informaram durante a Prova Brasil que em suas escolas as aulas de ensino religioso eram obrigatórias Foto: Felipe Rau/Estadão

+++ STF libera ensino religioso ligado a uma crença específica em escola pública

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No total, 52.341 diretores responderam aos questionários. Em 20% dos colégios não havia nem a disciplina. Apesar do caráter facultativo dessa componente, 37% dos diretores informaram que em suas escolas as aulas de ensino religioso eram obrigatórias.  Outra questão apresentada nos questionários é como se ocupava o tempo de quem não queria participar. Segundo os diretores, 55% das vezes não havia outra atividade prevista para o resto da turma.

Não há levantamento específico sobre a distribuição desse tipo de aula no País, mas o modelo confessional avalizado nesta quarta pelo Supremo Tribunal Federal é o que já se oferece, por exemplo, na rede estadual do Rio, como ressalta Salomão Ximenes, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC). Para ele, a decisão desta quarta é “retrógrada” e contraria tendência recente da Corte de priorizar interesses laicos. 

“Conflitos, que já estão latentes na escola, serão acirrados no momento em que as pessoas, e sobretudo as crianças pequenas, terão de expressar uma identidade religiosa”, prevê ele, que também é representante do Centro de Estudos Educação e Sociedade. “É claro que a partir disso haverá decorrências, como proselitismo e pregação nas escolas. Isso acaba sendo estimulado também porque fica ainda mais confusa a separação entre a escola pública e o espaço das religiões”, diz. 

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Já Valéria Lopes, ex-coordenadora de Ensino Religioso na Subsecretaria de Planejamento Pedagógica da Secretaria da Educação do Estado do Rio, acredita que representantes de religiões podem dar aulas. “É importante que o professor tenha formação e vivência na área que leciona, pois ele precisa participar da experiência para conhecê-la profundamente. Se o ensino fica apenas na teoria, a tendência é o jovem se evadir, se dispersar, por não se interessar.” / PRISCILA MENGUE, PAULA FELIX e JÚLIA MARQUES

SÃO PAULO - Em apenas 3% das escolas públicas de ensino fundamental do País, há ensino religioso ligado a uma determinada crença. Isso é o que mostram as respostas de questionários aplicados pelo Ministério da Educação a diretores de colégios em 2015, na realização da Prova Brasil. 

37% dos diretores informaram durante a Prova Brasil que em suas escolas as aulas de ensino religioso eram obrigatórias Foto: Felipe Rau/Estadão

+++ STF libera ensino religioso ligado a uma crença específica em escola pública

No total, 52.341 diretores responderam aos questionários. Em 20% dos colégios não havia nem a disciplina. Apesar do caráter facultativo dessa componente, 37% dos diretores informaram que em suas escolas as aulas de ensino religioso eram obrigatórias.  Outra questão apresentada nos questionários é como se ocupava o tempo de quem não queria participar. Segundo os diretores, 55% das vezes não havia outra atividade prevista para o resto da turma.

Não há levantamento específico sobre a distribuição desse tipo de aula no País, mas o modelo confessional avalizado nesta quarta pelo Supremo Tribunal Federal é o que já se oferece, por exemplo, na rede estadual do Rio, como ressalta Salomão Ximenes, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC). Para ele, a decisão desta quarta é “retrógrada” e contraria tendência recente da Corte de priorizar interesses laicos. 

“Conflitos, que já estão latentes na escola, serão acirrados no momento em que as pessoas, e sobretudo as crianças pequenas, terão de expressar uma identidade religiosa”, prevê ele, que também é representante do Centro de Estudos Educação e Sociedade. “É claro que a partir disso haverá decorrências, como proselitismo e pregação nas escolas. Isso acaba sendo estimulado também porque fica ainda mais confusa a separação entre a escola pública e o espaço das religiões”, diz. 

Já Valéria Lopes, ex-coordenadora de Ensino Religioso na Subsecretaria de Planejamento Pedagógica da Secretaria da Educação do Estado do Rio, acredita que representantes de religiões podem dar aulas. “É importante que o professor tenha formação e vivência na área que leciona, pois ele precisa participar da experiência para conhecê-la profundamente. Se o ensino fica apenas na teoria, a tendência é o jovem se evadir, se dispersar, por não se interessar.” / PRISCILA MENGUE, PAULA FELIX e JÚLIA MARQUES

SÃO PAULO - Em apenas 3% das escolas públicas de ensino fundamental do País, há ensino religioso ligado a uma determinada crença. Isso é o que mostram as respostas de questionários aplicados pelo Ministério da Educação a diretores de colégios em 2015, na realização da Prova Brasil. 

37% dos diretores informaram durante a Prova Brasil que em suas escolas as aulas de ensino religioso eram obrigatórias Foto: Felipe Rau/Estadão

+++ STF libera ensino religioso ligado a uma crença específica em escola pública

No total, 52.341 diretores responderam aos questionários. Em 20% dos colégios não havia nem a disciplina. Apesar do caráter facultativo dessa componente, 37% dos diretores informaram que em suas escolas as aulas de ensino religioso eram obrigatórias.  Outra questão apresentada nos questionários é como se ocupava o tempo de quem não queria participar. Segundo os diretores, 55% das vezes não havia outra atividade prevista para o resto da turma.

Não há levantamento específico sobre a distribuição desse tipo de aula no País, mas o modelo confessional avalizado nesta quarta pelo Supremo Tribunal Federal é o que já se oferece, por exemplo, na rede estadual do Rio, como ressalta Salomão Ximenes, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC). Para ele, a decisão desta quarta é “retrógrada” e contraria tendência recente da Corte de priorizar interesses laicos. 

“Conflitos, que já estão latentes na escola, serão acirrados no momento em que as pessoas, e sobretudo as crianças pequenas, terão de expressar uma identidade religiosa”, prevê ele, que também é representante do Centro de Estudos Educação e Sociedade. “É claro que a partir disso haverá decorrências, como proselitismo e pregação nas escolas. Isso acaba sendo estimulado também porque fica ainda mais confusa a separação entre a escola pública e o espaço das religiões”, diz. 

Já Valéria Lopes, ex-coordenadora de Ensino Religioso na Subsecretaria de Planejamento Pedagógica da Secretaria da Educação do Estado do Rio, acredita que representantes de religiões podem dar aulas. “É importante que o professor tenha formação e vivência na área que leciona, pois ele precisa participar da experiência para conhecê-la profundamente. Se o ensino fica apenas na teoria, a tendência é o jovem se evadir, se dispersar, por não se interessar.” / PRISCILA MENGUE, PAULA FELIX e JÚLIA MARQUES

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