Escolha profissional mais cedo


Com a exigência de percorrer um itinerário no ensino médio, jovem antecipa decisão por uma área para carreira no futuro

Por Lucas Lopes

Aos 17 anos, Patrick Oliveira de Lima Júnior já sabe que carreira seguirá. “Estou decidido, vou prestar Direito”, diz o aluno do 3.º ano do ensino médio do Colégio Marista Arquidiocesano, na zona sul de São Paulo. Mas a clareza que Patrick expressa não é regra nesse período. Momento de grande decisão na vida dos estudantes, o último ano na escola costuma trazer muitas dúvidas sobre o futuro profissional. É nesse período que os alunos se preparam para investir em uma escolha de carreira.

Decisão.Patrick e Ana Beatriz conversam com o pai, também professor, sobre carreira Foto: Cibele Barreto

Com a reforma, essa decisão será antecipada. Antes do 3.º ano do ensino médio, o aluno terá de escolher uma área de afinidade para compor sua carga horária e seguir um dos cinco itinerários formativos.

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Para se decidir agora, Patrick considerou as matérias da grade de Direito, os campos de atuação e seu gosto por Humanas. “É uma profissão que me imagino exercendo e que tem várias vertentes em que poderia atuar.” Sentado ao lado dele, o pai, Patrick Oliveira de Lima, discorda. “A gente diverge totalmente em relação à aptidão e à área”, conta o professor de Matemática, que trabalha no colégio onde o adolescente estuda e também na rede pública. Para ele, Patrick tem perfil mais voltado para Biológicas, mas, como segunda opção, o filho considera História.

Ana Beatriz Pereira de Lima, de 14 anos, observa atentamente a conversa entre o pai e o irmão. No 9.º ano do Arquidiocesano, a menina afirma já ter uma área de atuação definida. “Eu gosto da ideia de ser médica e de poder salvar vidas.” Se a reforma já estivesse implementada, Ana Beatriz estaria perto de escolher um itinerário. 

A decisão mais precoce estará atrelada ao rumo que os jovens pretendem seguir no ensino superior, já que certos conteúdos serão priorizados e outros, menos abordados, segundo a grade do itinerário. “Não consigo ver um aluno do 9.º ano ter maturidade para determinar para que área ele está mais adequado”, afirma Lima.

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Em meio às incertezas causadas pela reforma, alunos do 9.º ano do Colégio Internacional Emece, na zona oeste de São Paulo, procuraram a coordenação para debater o tema. “A gente viu a reforma na TV, em placas de publicidade, e ficamos ‘Meu Deus, vamos entrar no ensino médio e a reforma vai ser bem no nosso 1.º ano. E se eu não quiser fazer na faculdade o que quero fazer agora?’”, lembra Clara dos Santos Leite, de 14 anos, aluna do 9.º ano do colégio. O Ministério da Educação (MEC) depois esclareceu que até 2020 os itinerários não entram em vigor.

Mas o cenário ainda indefinido atinge também os professores, fonte de orientação dos estudantes. “Eles ficam numa posição difícil. Não têm como responder perguntas que sequer foram respondidas para eles”, afirma Clara. A coordenadora pedagógica do colégio, Angélica Larcher, diz que trata o tema com os alunos com cautela. “Tentamos não criar grande expectativa sobre as mudanças para não causar ansiedade. Não adianta conversarmos muito agora porque nem nós sabemos ao certo como será.”

Aptidões. Atento à reforma, o Colégio Mater Dei, na zona sul de São Paulo, trabalha afinidades com os estudantes a partir do 5.º ano, última etapa do fundamental I. Em 2016, a escola fez parceria com a empresa americana AMI (sigla em inglês para Avaliações de Múltiplas Inteligências). Por meio de uma pesquisa de múltipla escolha, aplicada no fim do 5.º e do 9.º ano, a empresa traça um perfil de aptidões do aluno.

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Para a diretora do colégio, Sueli Cain, o sistema personaliza o ensino e pode ajudar na escolha da profissão. “Às vezes o aluno quer ser engenheiro, mas não tem o lógico-matemático forte. O teste permite que os professores trabalhem isso, se realmente for a escolha dele.”

Bem antes da aprovação da reforma, a Escola Móbile, também na zona sul, decidiu que era preciso inovar. Desenhou um ensino médio com matérias eletivas e tradicionais e preparou os professores por um ano para pôr o plano em ação, em 2013. O colégio criou dois grupos de eletivas: um com aulas que aprofundam aspectos das disciplinas tradicionais e outro com matérias fora do núcleo comum, como robótica e teatro.

Os estudantes precisam escolher matérias dos dois grupos e não podem largar uma eletiva no meio do semestre. “É muito importante do ponto de vista da autonomia do aluno saber que as escolhas têm efeitos. Liberdade significa ter acesso a vários saberes para fazer as escolhas na vida adulta”, diz o diretor Wilton Ormundo.

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Confira perguntas e respostas sobre a reforma do Ensino Médio

1 | 6

Arthur Lima, estudante do 1º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto
2 | 6

Lucas Ferreira Bonfim, estudante do 2º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto
3 | 6

Giovanna Benedito Silva, estudante do 3º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto
4 | 6

Everton Satoshi Watzko, estudante do 2º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto
5 | 6

Karyn Baldini, diretora de colégio

Foto: Cibele Barreto
6 | 6

Renata Marques, estudante do Senai e do 3º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto

Aos 17 anos, Patrick Oliveira de Lima Júnior já sabe que carreira seguirá. “Estou decidido, vou prestar Direito”, diz o aluno do 3.º ano do ensino médio do Colégio Marista Arquidiocesano, na zona sul de São Paulo. Mas a clareza que Patrick expressa não é regra nesse período. Momento de grande decisão na vida dos estudantes, o último ano na escola costuma trazer muitas dúvidas sobre o futuro profissional. É nesse período que os alunos se preparam para investir em uma escolha de carreira.

Decisão.Patrick e Ana Beatriz conversam com o pai, também professor, sobre carreira Foto: Cibele Barreto

Com a reforma, essa decisão será antecipada. Antes do 3.º ano do ensino médio, o aluno terá de escolher uma área de afinidade para compor sua carga horária e seguir um dos cinco itinerários formativos.

Para se decidir agora, Patrick considerou as matérias da grade de Direito, os campos de atuação e seu gosto por Humanas. “É uma profissão que me imagino exercendo e que tem várias vertentes em que poderia atuar.” Sentado ao lado dele, o pai, Patrick Oliveira de Lima, discorda. “A gente diverge totalmente em relação à aptidão e à área”, conta o professor de Matemática, que trabalha no colégio onde o adolescente estuda e também na rede pública. Para ele, Patrick tem perfil mais voltado para Biológicas, mas, como segunda opção, o filho considera História.

Ana Beatriz Pereira de Lima, de 14 anos, observa atentamente a conversa entre o pai e o irmão. No 9.º ano do Arquidiocesano, a menina afirma já ter uma área de atuação definida. “Eu gosto da ideia de ser médica e de poder salvar vidas.” Se a reforma já estivesse implementada, Ana Beatriz estaria perto de escolher um itinerário. 

A decisão mais precoce estará atrelada ao rumo que os jovens pretendem seguir no ensino superior, já que certos conteúdos serão priorizados e outros, menos abordados, segundo a grade do itinerário. “Não consigo ver um aluno do 9.º ano ter maturidade para determinar para que área ele está mais adequado”, afirma Lima.

Em meio às incertezas causadas pela reforma, alunos do 9.º ano do Colégio Internacional Emece, na zona oeste de São Paulo, procuraram a coordenação para debater o tema. “A gente viu a reforma na TV, em placas de publicidade, e ficamos ‘Meu Deus, vamos entrar no ensino médio e a reforma vai ser bem no nosso 1.º ano. E se eu não quiser fazer na faculdade o que quero fazer agora?’”, lembra Clara dos Santos Leite, de 14 anos, aluna do 9.º ano do colégio. O Ministério da Educação (MEC) depois esclareceu que até 2020 os itinerários não entram em vigor.

Mas o cenário ainda indefinido atinge também os professores, fonte de orientação dos estudantes. “Eles ficam numa posição difícil. Não têm como responder perguntas que sequer foram respondidas para eles”, afirma Clara. A coordenadora pedagógica do colégio, Angélica Larcher, diz que trata o tema com os alunos com cautela. “Tentamos não criar grande expectativa sobre as mudanças para não causar ansiedade. Não adianta conversarmos muito agora porque nem nós sabemos ao certo como será.”

Aptidões. Atento à reforma, o Colégio Mater Dei, na zona sul de São Paulo, trabalha afinidades com os estudantes a partir do 5.º ano, última etapa do fundamental I. Em 2016, a escola fez parceria com a empresa americana AMI (sigla em inglês para Avaliações de Múltiplas Inteligências). Por meio de uma pesquisa de múltipla escolha, aplicada no fim do 5.º e do 9.º ano, a empresa traça um perfil de aptidões do aluno.

Para a diretora do colégio, Sueli Cain, o sistema personaliza o ensino e pode ajudar na escolha da profissão. “Às vezes o aluno quer ser engenheiro, mas não tem o lógico-matemático forte. O teste permite que os professores trabalhem isso, se realmente for a escolha dele.”

Bem antes da aprovação da reforma, a Escola Móbile, também na zona sul, decidiu que era preciso inovar. Desenhou um ensino médio com matérias eletivas e tradicionais e preparou os professores por um ano para pôr o plano em ação, em 2013. O colégio criou dois grupos de eletivas: um com aulas que aprofundam aspectos das disciplinas tradicionais e outro com matérias fora do núcleo comum, como robótica e teatro.

Os estudantes precisam escolher matérias dos dois grupos e não podem largar uma eletiva no meio do semestre. “É muito importante do ponto de vista da autonomia do aluno saber que as escolhas têm efeitos. Liberdade significa ter acesso a vários saberes para fazer as escolhas na vida adulta”, diz o diretor Wilton Ormundo.

Confira perguntas e respostas sobre a reforma do Ensino Médio

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Arthur Lima, estudante do 1º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto
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Lucas Ferreira Bonfim, estudante do 2º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto
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Giovanna Benedito Silva, estudante do 3º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto
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Everton Satoshi Watzko, estudante do 2º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto
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Karyn Baldini, diretora de colégio

Foto: Cibele Barreto
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Renata Marques, estudante do Senai e do 3º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto

Aos 17 anos, Patrick Oliveira de Lima Júnior já sabe que carreira seguirá. “Estou decidido, vou prestar Direito”, diz o aluno do 3.º ano do ensino médio do Colégio Marista Arquidiocesano, na zona sul de São Paulo. Mas a clareza que Patrick expressa não é regra nesse período. Momento de grande decisão na vida dos estudantes, o último ano na escola costuma trazer muitas dúvidas sobre o futuro profissional. É nesse período que os alunos se preparam para investir em uma escolha de carreira.

Decisão.Patrick e Ana Beatriz conversam com o pai, também professor, sobre carreira Foto: Cibele Barreto

Com a reforma, essa decisão será antecipada. Antes do 3.º ano do ensino médio, o aluno terá de escolher uma área de afinidade para compor sua carga horária e seguir um dos cinco itinerários formativos.

Para se decidir agora, Patrick considerou as matérias da grade de Direito, os campos de atuação e seu gosto por Humanas. “É uma profissão que me imagino exercendo e que tem várias vertentes em que poderia atuar.” Sentado ao lado dele, o pai, Patrick Oliveira de Lima, discorda. “A gente diverge totalmente em relação à aptidão e à área”, conta o professor de Matemática, que trabalha no colégio onde o adolescente estuda e também na rede pública. Para ele, Patrick tem perfil mais voltado para Biológicas, mas, como segunda opção, o filho considera História.

Ana Beatriz Pereira de Lima, de 14 anos, observa atentamente a conversa entre o pai e o irmão. No 9.º ano do Arquidiocesano, a menina afirma já ter uma área de atuação definida. “Eu gosto da ideia de ser médica e de poder salvar vidas.” Se a reforma já estivesse implementada, Ana Beatriz estaria perto de escolher um itinerário. 

A decisão mais precoce estará atrelada ao rumo que os jovens pretendem seguir no ensino superior, já que certos conteúdos serão priorizados e outros, menos abordados, segundo a grade do itinerário. “Não consigo ver um aluno do 9.º ano ter maturidade para determinar para que área ele está mais adequado”, afirma Lima.

Em meio às incertezas causadas pela reforma, alunos do 9.º ano do Colégio Internacional Emece, na zona oeste de São Paulo, procuraram a coordenação para debater o tema. “A gente viu a reforma na TV, em placas de publicidade, e ficamos ‘Meu Deus, vamos entrar no ensino médio e a reforma vai ser bem no nosso 1.º ano. E se eu não quiser fazer na faculdade o que quero fazer agora?’”, lembra Clara dos Santos Leite, de 14 anos, aluna do 9.º ano do colégio. O Ministério da Educação (MEC) depois esclareceu que até 2020 os itinerários não entram em vigor.

Mas o cenário ainda indefinido atinge também os professores, fonte de orientação dos estudantes. “Eles ficam numa posição difícil. Não têm como responder perguntas que sequer foram respondidas para eles”, afirma Clara. A coordenadora pedagógica do colégio, Angélica Larcher, diz que trata o tema com os alunos com cautela. “Tentamos não criar grande expectativa sobre as mudanças para não causar ansiedade. Não adianta conversarmos muito agora porque nem nós sabemos ao certo como será.”

Aptidões. Atento à reforma, o Colégio Mater Dei, na zona sul de São Paulo, trabalha afinidades com os estudantes a partir do 5.º ano, última etapa do fundamental I. Em 2016, a escola fez parceria com a empresa americana AMI (sigla em inglês para Avaliações de Múltiplas Inteligências). Por meio de uma pesquisa de múltipla escolha, aplicada no fim do 5.º e do 9.º ano, a empresa traça um perfil de aptidões do aluno.

Para a diretora do colégio, Sueli Cain, o sistema personaliza o ensino e pode ajudar na escolha da profissão. “Às vezes o aluno quer ser engenheiro, mas não tem o lógico-matemático forte. O teste permite que os professores trabalhem isso, se realmente for a escolha dele.”

Bem antes da aprovação da reforma, a Escola Móbile, também na zona sul, decidiu que era preciso inovar. Desenhou um ensino médio com matérias eletivas e tradicionais e preparou os professores por um ano para pôr o plano em ação, em 2013. O colégio criou dois grupos de eletivas: um com aulas que aprofundam aspectos das disciplinas tradicionais e outro com matérias fora do núcleo comum, como robótica e teatro.

Os estudantes precisam escolher matérias dos dois grupos e não podem largar uma eletiva no meio do semestre. “É muito importante do ponto de vista da autonomia do aluno saber que as escolhas têm efeitos. Liberdade significa ter acesso a vários saberes para fazer as escolhas na vida adulta”, diz o diretor Wilton Ormundo.

Confira perguntas e respostas sobre a reforma do Ensino Médio

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Arthur Lima, estudante do 1º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto
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Lucas Ferreira Bonfim, estudante do 2º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto
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Giovanna Benedito Silva, estudante do 3º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto
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Everton Satoshi Watzko, estudante do 2º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto
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Karyn Baldini, diretora de colégio

Foto: Cibele Barreto
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Renata Marques, estudante do Senai e do 3º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto

Aos 17 anos, Patrick Oliveira de Lima Júnior já sabe que carreira seguirá. “Estou decidido, vou prestar Direito”, diz o aluno do 3.º ano do ensino médio do Colégio Marista Arquidiocesano, na zona sul de São Paulo. Mas a clareza que Patrick expressa não é regra nesse período. Momento de grande decisão na vida dos estudantes, o último ano na escola costuma trazer muitas dúvidas sobre o futuro profissional. É nesse período que os alunos se preparam para investir em uma escolha de carreira.

Decisão.Patrick e Ana Beatriz conversam com o pai, também professor, sobre carreira Foto: Cibele Barreto

Com a reforma, essa decisão será antecipada. Antes do 3.º ano do ensino médio, o aluno terá de escolher uma área de afinidade para compor sua carga horária e seguir um dos cinco itinerários formativos.

Para se decidir agora, Patrick considerou as matérias da grade de Direito, os campos de atuação e seu gosto por Humanas. “É uma profissão que me imagino exercendo e que tem várias vertentes em que poderia atuar.” Sentado ao lado dele, o pai, Patrick Oliveira de Lima, discorda. “A gente diverge totalmente em relação à aptidão e à área”, conta o professor de Matemática, que trabalha no colégio onde o adolescente estuda e também na rede pública. Para ele, Patrick tem perfil mais voltado para Biológicas, mas, como segunda opção, o filho considera História.

Ana Beatriz Pereira de Lima, de 14 anos, observa atentamente a conversa entre o pai e o irmão. No 9.º ano do Arquidiocesano, a menina afirma já ter uma área de atuação definida. “Eu gosto da ideia de ser médica e de poder salvar vidas.” Se a reforma já estivesse implementada, Ana Beatriz estaria perto de escolher um itinerário. 

A decisão mais precoce estará atrelada ao rumo que os jovens pretendem seguir no ensino superior, já que certos conteúdos serão priorizados e outros, menos abordados, segundo a grade do itinerário. “Não consigo ver um aluno do 9.º ano ter maturidade para determinar para que área ele está mais adequado”, afirma Lima.

Em meio às incertezas causadas pela reforma, alunos do 9.º ano do Colégio Internacional Emece, na zona oeste de São Paulo, procuraram a coordenação para debater o tema. “A gente viu a reforma na TV, em placas de publicidade, e ficamos ‘Meu Deus, vamos entrar no ensino médio e a reforma vai ser bem no nosso 1.º ano. E se eu não quiser fazer na faculdade o que quero fazer agora?’”, lembra Clara dos Santos Leite, de 14 anos, aluna do 9.º ano do colégio. O Ministério da Educação (MEC) depois esclareceu que até 2020 os itinerários não entram em vigor.

Mas o cenário ainda indefinido atinge também os professores, fonte de orientação dos estudantes. “Eles ficam numa posição difícil. Não têm como responder perguntas que sequer foram respondidas para eles”, afirma Clara. A coordenadora pedagógica do colégio, Angélica Larcher, diz que trata o tema com os alunos com cautela. “Tentamos não criar grande expectativa sobre as mudanças para não causar ansiedade. Não adianta conversarmos muito agora porque nem nós sabemos ao certo como será.”

Aptidões. Atento à reforma, o Colégio Mater Dei, na zona sul de São Paulo, trabalha afinidades com os estudantes a partir do 5.º ano, última etapa do fundamental I. Em 2016, a escola fez parceria com a empresa americana AMI (sigla em inglês para Avaliações de Múltiplas Inteligências). Por meio de uma pesquisa de múltipla escolha, aplicada no fim do 5.º e do 9.º ano, a empresa traça um perfil de aptidões do aluno.

Para a diretora do colégio, Sueli Cain, o sistema personaliza o ensino e pode ajudar na escolha da profissão. “Às vezes o aluno quer ser engenheiro, mas não tem o lógico-matemático forte. O teste permite que os professores trabalhem isso, se realmente for a escolha dele.”

Bem antes da aprovação da reforma, a Escola Móbile, também na zona sul, decidiu que era preciso inovar. Desenhou um ensino médio com matérias eletivas e tradicionais e preparou os professores por um ano para pôr o plano em ação, em 2013. O colégio criou dois grupos de eletivas: um com aulas que aprofundam aspectos das disciplinas tradicionais e outro com matérias fora do núcleo comum, como robótica e teatro.

Os estudantes precisam escolher matérias dos dois grupos e não podem largar uma eletiva no meio do semestre. “É muito importante do ponto de vista da autonomia do aluno saber que as escolhas têm efeitos. Liberdade significa ter acesso a vários saberes para fazer as escolhas na vida adulta”, diz o diretor Wilton Ormundo.

Confira perguntas e respostas sobre a reforma do Ensino Médio

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Arthur Lima, estudante do 1º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto
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Lucas Ferreira Bonfim, estudante do 2º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto
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Giovanna Benedito Silva, estudante do 3º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto
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Everton Satoshi Watzko, estudante do 2º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto
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Karyn Baldini, diretora de colégio

Foto: Cibele Barreto
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Renata Marques, estudante do Senai e do 3º ano do ensino médio

Foto: Cibele Barreto

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