Crise das queimadas na Amazônia é assunto para Ciências da Natureza e Humanas


Por Marina Aragão, Milena Teixeira e especiais para o Estado
 Foto: Gabriela Bilo/Estadão

O aumento do número de queimadas e a destruição da Amazônia levaram a diversas discussões nacionais e internacionais nos últimos meses. Em agosto, foram registrados 30.901 focos de incêndio, o triplo do número identificado no mesmo mês do ano passado.

Entender esse cenário é importante para fomentar discussões sobre o combate ao desmatamento e a preservação da maior floresta tropical do mundo. De acordo com análises feitas pela Nasa e pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), os incêndios estão relacionados principalmente com a alta de desmatamento no ano.

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Arte: Infografia/Estadão  

O material produzido pela repórter de Ambiente do Estadão Giovana Girardi conta de que forma o fogo destrói a Amazônia. Ela entrevistou pesquisadores que explicam como ocorrem a rápida devastação da vegetação e o lento processo de regeneração.

A repórter Giovana Girardi conta nesse vídeo como foi a cobertura sobre as queimadas na Amazônia.

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[embed]https://www.youtube.com/watch?v=G5TWGOAP0iU[/embed]

Aproveite o texto para aprofundar as atividades de Biologia, Geografia e também discutir o tema nas aulas de Atualidades ou sugerir uma redação sobre o assunto.

PROPOSTA DE ATIVIDADES

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1- Ciências da Natureza

A discussão, do ponto de vista da Biologia, poderá ser feita a partir de três temas: o papel da floresta na regulação dos processos envolvidos no efeito estufa e na variação climática; o impacto das queimadas no ciclo hidrológico local e as consequências para a grande biodiversidade da Amazônia. 

Como sugestão de atividade, o professor poderá levar um gráfico com a série histórica do desmatamento, apontando as variações ao longo dos anos (disponível no portal do Inpe).

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A partir disso, é possível pedir para que os alunos indiquem, em grupos, quais seriam os aspectos que fizeram aumentar ou diminuir o desmatamento, o que caracteriza cada um e qual o contexto político econômico de cada período. Os grupos, então, apresentam as hipóteses levantadas, os aspectos gerais do contexto do período e pontuam quais os principais conceitos de biologia que estão por trás da questão (após a discussão preliminar em sala de aula). Depois, os alunos podem produzir um texto tentando explicar a situação das queimadas na Amazônia para colegas de séries anteriores.

É importante lembrar que circulou na internet a ideia de que a Amazônia é o pulmão do mundo. A informação está incorreta, mas muitas pessoas replicam esse discurso. A questão vale ser abordada em uma discussão com os alunos. Mas, antes de afirmar que a Amazônia não é o pulmão do mundo, o professor pode propor um jogo para testar os alunos: mostrar o desenho de um pulmão e diversas palavras que se referem às funções do órgão. Em grupo, os alunos podem selecionar quais dessas atribuições também se encaixam (ou não) na dinâmica da Amazônia e, em seguida, explicar a que conclusão chegaram ao responder à pergunta sobre se a floresta é ou não o pulmão do mundo.

2- Ciências Humanas 

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Antes de iniciar a discussão, o professor pode propor um jogo de perguntas e respostas para testar o nível de conhecimento dos alunos a respeito do assunto. É possível também fazer um debate sobre os instrumentos de prevenção e controle de incêndios florestais considerados mais relevantes para a prevenção e controle de queimadas. Após elencar as ações, os alunos podem justificar a importância atribuída a cada ação selecionada.

Outra área que pode ser abordada é a geografia agrária, discutindo a expansão da fronteira agrícola, considerando os interesses e atividades envolvidas. Aqui, é possível discutir os motivos pelos quais as pessoas fazem queimadas e o que pretendem com isso.

Já que a matéria discute bastante as características do ecossistema amazônico, aborde a ausência de queimadas naturais, os tipos de vegetação e os impactos por eles sofridos em decorrência de uma queimada. Uma ideia é começar o debate perguntando: "a Amazônia pega fogo naturalmente?", "Alguém coloca?", "Por que alguém colocaria fogo na Amazônia?"

Outro ponto que pode ser discutido é como a perda da biodiversidade amazônica afeta a ciência e a pesquisa na indústria farmacológica, já que a Amazônia ainda possui potencial científico e plantas medicinais que podem trazer cura de doenças

3- Redação

"Neste mês de agosto, a Amazônia teve uma quantidade de queimadas bem acima da média histórica para o mês. Foram 30.901 focos de incêndio ao longo do mês, ante uma média de 25.853 para o período entre 1998 e 2018. O número é quase o triplo do registrado em agosto do ano passado, que teve 10.421 focos (alta de 196%), e é também o mais alto desde agosto de 2010 - ano de seca histórica severa, que teve 45.018 focos. Setembro começou quente, com 980 focos no primeiro dia.

Análises feitas pela Nasa e pela Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) indicam que os incêndios estão correlacionados com a alta de desmatamento no ano. Após o corte, pilhas de madeira são feitas para limpar a área. É floresta já derrubada, mas uma boa parte desse fogo acaba escapando e atinge a mata que permanece em pé. Unidades de conservação e terras indígenas estão entre as florestas atingidas pelo fogo."

GIRARDI, Giovana. Como o fogo destrói a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 2 de set. de 2019. Disponível em: https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,entenda-como-o-fogo-destroi-a-amazonia-a-maior-floresta-tropical-do-mundo,70002993118>. Acesso em: 11 out. 2019.

A partir da leitura do texto acima, elabore um texto dissertativo/argumentativo com o seguinte tema: Desmatamento e queimadas: como preservar a floresta amazônica?

4- Atualidades

Para abordar temas que estão em alta, seria interessante propor uma pesquisa sobre a mobilização nas redes sociais - de personalidades que se manifestaram em defesa da Amazônia, por exemplo - com reflexões sobre a linguagem que usaram (mais apelativa, emocional) e quantas curtidas e/ou compartilhamentos tiveram. Nesse contexto, é legal promover uma discussão sobre a nossa responsabilidade quando compartilhamos algo nas redes sociais. Será que todos entendem que essa é uma maneira de dizer que estamos dando nosso "aval" para aquele conteúdo?

Outro desdobramento possível seria: posts sobre a Amazônia, ainda que bem intencionados, circularam com fotos que não tinham nenhuma relação com os incêndios dos últimos meses. É possível, então, discutir os cuidados tomar na hora de produzir esses conteúdos e quais as consequências da viralização dessas imagens equivocadas. 

 

Disciplinas envolvidas: Biologia, Geografia e Atualidades/Redação.

Anos em que as habilidades podem ser trabalhadas: ensino fundamental 2 e ensino médio

Referências na BNCC: Ciências da Natureza - EF07CI08; EF07CI13; EF07CI14; EF08CI16*, Área de Ciências Humanas - EF06GE05; EF06GE11; EF06GE13; EF07GE11; EF08GE15**, Linguagens - EF69LP03; EF69LP07; EF69LP36***, Ciências da Natureza - EM13CNT105; EM13CNT206; EM13CNT303****Ciências Humanas - EM13CHS304; EM13CHS305; EM13CHS306*****Linguagens - EM13LGG104; EM13LGG302; EM13LGG303******

(EF07CI08) Avaliar como os impactos provocados por catástrofes naturais ou mudanças nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam suas populações, podendo ameaçar ou provocar a extinção de espécies, alteração de hábitos, migração etc.

(EF07CI13) Descrever o mecanismo natural do efeito estufa, seu papel fundamental para o desenvolvimento da vida na Terra, discutir as ações humanas responsáveis pelo seu aumento artificial (queima dos combustíveis fósseis, desmatamento, queimadas etc.) e selecionar e implementar propostas para a reversão ou controle desse quadro.

(EF07CI14) Justificar a importância da camada de ozônio para a vida na Terra, identificando os fatores que aumentam ou diminuem sua presença na atmosfera, e discutir propostas individuais e coletivas para sua preservação.

(EF08CI16) Discutir iniciativas que contribuam para restabelecer o equilíbrio ambiental a partir da identificação de alterações climáticas regionais e globais provocadas pela intervenção humana.

(EF06GE05) Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.

(EF06GE11) Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

(EF06GE13) Analisar consequências, vantagens e desvantagens das práticas humanas na dinâmica climática (ilha de calor etc.)

(EF07GE11) Caracterizar dinâmicas dos componentes físico-naturais no território nacional, bem como sua distribuição e biodiversidade (Florestas Tropicais, Cerrados, Caatingas, Campos Sulinos e Matas de Araucária).

(EF08GE15) Analisar a importância dos principais recursos hídricos da América Latina (Aquífero Guarani, Bacias do rio da Prata, do Amazonas e do Orinoco, sistemas de nuvens na Amazônia e nos Andes, entre outros) e discutir os desafios relacionados à gestão e comercialização da água.

(EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em reportagens e fotorreportagens o fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses defendidas em relação a esses subtemas; em tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente.

(EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto produção e circulação - os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação -, ao modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse contexto, à construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero), utilizando estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e editando imagens, arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos, ajustes, acrescentando/alterando efeitos, ordenamentos etc.

(EF69LP36) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigos de divulgação científica, verbete de enciclopédia, infográfico, infográfico animado, podcast ou vlog científico, relato de experimento, relatório, relatório multimidiático de campo, dentre outros, considerando o contexto de produção e as regularidades dos gêneros em termos de suas construções composicionais e estilos.

(EM13CNT105) Analisar os ciclos biogeoquímicos e interpretar os efeitos de fenômenos naturais e da interferência humana sobre esses ciclos, para promover ações individuais e/ ou coletivas que minimizem consequências nocivas à vida.

(EM13CNT206) Discutir a importância da preservação e conservação da biodiversidade, considerando parâmetros qualitativos e quantitativos, e avaliar os efeitos da ação humana e das políticas ambientais para a garantia da sustentabilidade do planeta.

(EM13CNT303) Interpretar textos de divulgação científica que tratem de temáticas das Ciências da Natureza, disponíveis em diferentes mídias, considerando a apresentação dos dados, tanto na forma de textos como em equações, gráficos e/ou tabelas, a consistência dos argumentos e a coerência das conclusões, visando construir estratégias de seleção de fontes confiáveis de informações.

(EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos, discutindo as origens dessas práticas, selecionando, incorporando e promovendo aquelas que favoreçam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável.

(EM13CHS305) Analisar e discutir o papel e as competências legais dos organismos nacionais e internacionais de regulação, controle e fiscalização ambiental e dos acordos internacionais para a promoção e a garantia de práticas ambientais sustentáveis.

(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes modelos socioeconômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta (como a adoção dos sistemas da agrobiodiversidade e agroflorestal por diferentes comunidades, entre outros).

(EM13LGG104) Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social.

(EM13LGG302) Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação.

(EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas.

O Estadão na Escola é parte de uma parceria com o Instituto Palavra Aberta, entidade sem fins lucrativos que lidera o EducaMídia, programa de educação midiática dedicado a formar professores e produzir conteúdos sobre o tema. A parceria é coordenada por Daniela Machado e Mariana Mandelli.

 Foto: Estadão

O material teve a colaboração de Thiago Cardoso, professor de Biologia do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, Daiane Ferreira, professora de Redação, de Leonardo Sukorski, professor de Geografia do Curso Pré-Vestibular Poliedro de São Paulo, e de Patrick Ritielle, professor de Atualidades do Colégio Magnum Agostiniano de Belo Horizonte.

 Foto: Gabriela Bilo/Estadão

O aumento do número de queimadas e a destruição da Amazônia levaram a diversas discussões nacionais e internacionais nos últimos meses. Em agosto, foram registrados 30.901 focos de incêndio, o triplo do número identificado no mesmo mês do ano passado.

Entender esse cenário é importante para fomentar discussões sobre o combate ao desmatamento e a preservação da maior floresta tropical do mundo. De acordo com análises feitas pela Nasa e pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), os incêndios estão relacionados principalmente com a alta de desmatamento no ano.

 
 
Arte: Infografia/Estadão  

O material produzido pela repórter de Ambiente do Estadão Giovana Girardi conta de que forma o fogo destrói a Amazônia. Ela entrevistou pesquisadores que explicam como ocorrem a rápida devastação da vegetação e o lento processo de regeneração.

A repórter Giovana Girardi conta nesse vídeo como foi a cobertura sobre as queimadas na Amazônia.

[embed]https://www.youtube.com/watch?v=G5TWGOAP0iU[/embed]

Aproveite o texto para aprofundar as atividades de Biologia, Geografia e também discutir o tema nas aulas de Atualidades ou sugerir uma redação sobre o assunto.

PROPOSTA DE ATIVIDADES

1- Ciências da Natureza

A discussão, do ponto de vista da Biologia, poderá ser feita a partir de três temas: o papel da floresta na regulação dos processos envolvidos no efeito estufa e na variação climática; o impacto das queimadas no ciclo hidrológico local e as consequências para a grande biodiversidade da Amazônia. 

Como sugestão de atividade, o professor poderá levar um gráfico com a série histórica do desmatamento, apontando as variações ao longo dos anos (disponível no portal do Inpe).

A partir disso, é possível pedir para que os alunos indiquem, em grupos, quais seriam os aspectos que fizeram aumentar ou diminuir o desmatamento, o que caracteriza cada um e qual o contexto político econômico de cada período. Os grupos, então, apresentam as hipóteses levantadas, os aspectos gerais do contexto do período e pontuam quais os principais conceitos de biologia que estão por trás da questão (após a discussão preliminar em sala de aula). Depois, os alunos podem produzir um texto tentando explicar a situação das queimadas na Amazônia para colegas de séries anteriores.

É importante lembrar que circulou na internet a ideia de que a Amazônia é o pulmão do mundo. A informação está incorreta, mas muitas pessoas replicam esse discurso. A questão vale ser abordada em uma discussão com os alunos. Mas, antes de afirmar que a Amazônia não é o pulmão do mundo, o professor pode propor um jogo para testar os alunos: mostrar o desenho de um pulmão e diversas palavras que se referem às funções do órgão. Em grupo, os alunos podem selecionar quais dessas atribuições também se encaixam (ou não) na dinâmica da Amazônia e, em seguida, explicar a que conclusão chegaram ao responder à pergunta sobre se a floresta é ou não o pulmão do mundo.

2- Ciências Humanas 

Antes de iniciar a discussão, o professor pode propor um jogo de perguntas e respostas para testar o nível de conhecimento dos alunos a respeito do assunto. É possível também fazer um debate sobre os instrumentos de prevenção e controle de incêndios florestais considerados mais relevantes para a prevenção e controle de queimadas. Após elencar as ações, os alunos podem justificar a importância atribuída a cada ação selecionada.

Outra área que pode ser abordada é a geografia agrária, discutindo a expansão da fronteira agrícola, considerando os interesses e atividades envolvidas. Aqui, é possível discutir os motivos pelos quais as pessoas fazem queimadas e o que pretendem com isso.

Já que a matéria discute bastante as características do ecossistema amazônico, aborde a ausência de queimadas naturais, os tipos de vegetação e os impactos por eles sofridos em decorrência de uma queimada. Uma ideia é começar o debate perguntando: "a Amazônia pega fogo naturalmente?", "Alguém coloca?", "Por que alguém colocaria fogo na Amazônia?"

Outro ponto que pode ser discutido é como a perda da biodiversidade amazônica afeta a ciência e a pesquisa na indústria farmacológica, já que a Amazônia ainda possui potencial científico e plantas medicinais que podem trazer cura de doenças

3- Redação

"Neste mês de agosto, a Amazônia teve uma quantidade de queimadas bem acima da média histórica para o mês. Foram 30.901 focos de incêndio ao longo do mês, ante uma média de 25.853 para o período entre 1998 e 2018. O número é quase o triplo do registrado em agosto do ano passado, que teve 10.421 focos (alta de 196%), e é também o mais alto desde agosto de 2010 - ano de seca histórica severa, que teve 45.018 focos. Setembro começou quente, com 980 focos no primeiro dia.

Análises feitas pela Nasa e pela Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) indicam que os incêndios estão correlacionados com a alta de desmatamento no ano. Após o corte, pilhas de madeira são feitas para limpar a área. É floresta já derrubada, mas uma boa parte desse fogo acaba escapando e atinge a mata que permanece em pé. Unidades de conservação e terras indígenas estão entre as florestas atingidas pelo fogo."

GIRARDI, Giovana. Como o fogo destrói a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 2 de set. de 2019. Disponível em: https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,entenda-como-o-fogo-destroi-a-amazonia-a-maior-floresta-tropical-do-mundo,70002993118>. Acesso em: 11 out. 2019.

A partir da leitura do texto acima, elabore um texto dissertativo/argumentativo com o seguinte tema: Desmatamento e queimadas: como preservar a floresta amazônica?

4- Atualidades

Para abordar temas que estão em alta, seria interessante propor uma pesquisa sobre a mobilização nas redes sociais - de personalidades que se manifestaram em defesa da Amazônia, por exemplo - com reflexões sobre a linguagem que usaram (mais apelativa, emocional) e quantas curtidas e/ou compartilhamentos tiveram. Nesse contexto, é legal promover uma discussão sobre a nossa responsabilidade quando compartilhamos algo nas redes sociais. Será que todos entendem que essa é uma maneira de dizer que estamos dando nosso "aval" para aquele conteúdo?

Outro desdobramento possível seria: posts sobre a Amazônia, ainda que bem intencionados, circularam com fotos que não tinham nenhuma relação com os incêndios dos últimos meses. É possível, então, discutir os cuidados tomar na hora de produzir esses conteúdos e quais as consequências da viralização dessas imagens equivocadas. 

 

Disciplinas envolvidas: Biologia, Geografia e Atualidades/Redação.

Anos em que as habilidades podem ser trabalhadas: ensino fundamental 2 e ensino médio

Referências na BNCC: Ciências da Natureza - EF07CI08; EF07CI13; EF07CI14; EF08CI16*, Área de Ciências Humanas - EF06GE05; EF06GE11; EF06GE13; EF07GE11; EF08GE15**, Linguagens - EF69LP03; EF69LP07; EF69LP36***, Ciências da Natureza - EM13CNT105; EM13CNT206; EM13CNT303****Ciências Humanas - EM13CHS304; EM13CHS305; EM13CHS306*****Linguagens - EM13LGG104; EM13LGG302; EM13LGG303******

(EF07CI08) Avaliar como os impactos provocados por catástrofes naturais ou mudanças nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam suas populações, podendo ameaçar ou provocar a extinção de espécies, alteração de hábitos, migração etc.

(EF07CI13) Descrever o mecanismo natural do efeito estufa, seu papel fundamental para o desenvolvimento da vida na Terra, discutir as ações humanas responsáveis pelo seu aumento artificial (queima dos combustíveis fósseis, desmatamento, queimadas etc.) e selecionar e implementar propostas para a reversão ou controle desse quadro.

(EF07CI14) Justificar a importância da camada de ozônio para a vida na Terra, identificando os fatores que aumentam ou diminuem sua presença na atmosfera, e discutir propostas individuais e coletivas para sua preservação.

(EF08CI16) Discutir iniciativas que contribuam para restabelecer o equilíbrio ambiental a partir da identificação de alterações climáticas regionais e globais provocadas pela intervenção humana.

(EF06GE05) Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.

(EF06GE11) Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

(EF06GE13) Analisar consequências, vantagens e desvantagens das práticas humanas na dinâmica climática (ilha de calor etc.)

(EF07GE11) Caracterizar dinâmicas dos componentes físico-naturais no território nacional, bem como sua distribuição e biodiversidade (Florestas Tropicais, Cerrados, Caatingas, Campos Sulinos e Matas de Araucária).

(EF08GE15) Analisar a importância dos principais recursos hídricos da América Latina (Aquífero Guarani, Bacias do rio da Prata, do Amazonas e do Orinoco, sistemas de nuvens na Amazônia e nos Andes, entre outros) e discutir os desafios relacionados à gestão e comercialização da água.

(EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em reportagens e fotorreportagens o fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses defendidas em relação a esses subtemas; em tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente.

(EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto produção e circulação - os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação -, ao modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse contexto, à construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero), utilizando estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e editando imagens, arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos, ajustes, acrescentando/alterando efeitos, ordenamentos etc.

(EF69LP36) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigos de divulgação científica, verbete de enciclopédia, infográfico, infográfico animado, podcast ou vlog científico, relato de experimento, relatório, relatório multimidiático de campo, dentre outros, considerando o contexto de produção e as regularidades dos gêneros em termos de suas construções composicionais e estilos.

(EM13CNT105) Analisar os ciclos biogeoquímicos e interpretar os efeitos de fenômenos naturais e da interferência humana sobre esses ciclos, para promover ações individuais e/ ou coletivas que minimizem consequências nocivas à vida.

(EM13CNT206) Discutir a importância da preservação e conservação da biodiversidade, considerando parâmetros qualitativos e quantitativos, e avaliar os efeitos da ação humana e das políticas ambientais para a garantia da sustentabilidade do planeta.

(EM13CNT303) Interpretar textos de divulgação científica que tratem de temáticas das Ciências da Natureza, disponíveis em diferentes mídias, considerando a apresentação dos dados, tanto na forma de textos como em equações, gráficos e/ou tabelas, a consistência dos argumentos e a coerência das conclusões, visando construir estratégias de seleção de fontes confiáveis de informações.

(EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos, discutindo as origens dessas práticas, selecionando, incorporando e promovendo aquelas que favoreçam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável.

(EM13CHS305) Analisar e discutir o papel e as competências legais dos organismos nacionais e internacionais de regulação, controle e fiscalização ambiental e dos acordos internacionais para a promoção e a garantia de práticas ambientais sustentáveis.

(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes modelos socioeconômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta (como a adoção dos sistemas da agrobiodiversidade e agroflorestal por diferentes comunidades, entre outros).

(EM13LGG104) Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social.

(EM13LGG302) Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação.

(EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas.

O Estadão na Escola é parte de uma parceria com o Instituto Palavra Aberta, entidade sem fins lucrativos que lidera o EducaMídia, programa de educação midiática dedicado a formar professores e produzir conteúdos sobre o tema. A parceria é coordenada por Daniela Machado e Mariana Mandelli.

 Foto: Estadão

O material teve a colaboração de Thiago Cardoso, professor de Biologia do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, Daiane Ferreira, professora de Redação, de Leonardo Sukorski, professor de Geografia do Curso Pré-Vestibular Poliedro de São Paulo, e de Patrick Ritielle, professor de Atualidades do Colégio Magnum Agostiniano de Belo Horizonte.

 Foto: Gabriela Bilo/Estadão

O aumento do número de queimadas e a destruição da Amazônia levaram a diversas discussões nacionais e internacionais nos últimos meses. Em agosto, foram registrados 30.901 focos de incêndio, o triplo do número identificado no mesmo mês do ano passado.

Entender esse cenário é importante para fomentar discussões sobre o combate ao desmatamento e a preservação da maior floresta tropical do mundo. De acordo com análises feitas pela Nasa e pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), os incêndios estão relacionados principalmente com a alta de desmatamento no ano.

 
 
Arte: Infografia/Estadão  

O material produzido pela repórter de Ambiente do Estadão Giovana Girardi conta de que forma o fogo destrói a Amazônia. Ela entrevistou pesquisadores que explicam como ocorrem a rápida devastação da vegetação e o lento processo de regeneração.

A repórter Giovana Girardi conta nesse vídeo como foi a cobertura sobre as queimadas na Amazônia.

[embed]https://www.youtube.com/watch?v=G5TWGOAP0iU[/embed]

Aproveite o texto para aprofundar as atividades de Biologia, Geografia e também discutir o tema nas aulas de Atualidades ou sugerir uma redação sobre o assunto.

PROPOSTA DE ATIVIDADES

1- Ciências da Natureza

A discussão, do ponto de vista da Biologia, poderá ser feita a partir de três temas: o papel da floresta na regulação dos processos envolvidos no efeito estufa e na variação climática; o impacto das queimadas no ciclo hidrológico local e as consequências para a grande biodiversidade da Amazônia. 

Como sugestão de atividade, o professor poderá levar um gráfico com a série histórica do desmatamento, apontando as variações ao longo dos anos (disponível no portal do Inpe).

A partir disso, é possível pedir para que os alunos indiquem, em grupos, quais seriam os aspectos que fizeram aumentar ou diminuir o desmatamento, o que caracteriza cada um e qual o contexto político econômico de cada período. Os grupos, então, apresentam as hipóteses levantadas, os aspectos gerais do contexto do período e pontuam quais os principais conceitos de biologia que estão por trás da questão (após a discussão preliminar em sala de aula). Depois, os alunos podem produzir um texto tentando explicar a situação das queimadas na Amazônia para colegas de séries anteriores.

É importante lembrar que circulou na internet a ideia de que a Amazônia é o pulmão do mundo. A informação está incorreta, mas muitas pessoas replicam esse discurso. A questão vale ser abordada em uma discussão com os alunos. Mas, antes de afirmar que a Amazônia não é o pulmão do mundo, o professor pode propor um jogo para testar os alunos: mostrar o desenho de um pulmão e diversas palavras que se referem às funções do órgão. Em grupo, os alunos podem selecionar quais dessas atribuições também se encaixam (ou não) na dinâmica da Amazônia e, em seguida, explicar a que conclusão chegaram ao responder à pergunta sobre se a floresta é ou não o pulmão do mundo.

2- Ciências Humanas 

Antes de iniciar a discussão, o professor pode propor um jogo de perguntas e respostas para testar o nível de conhecimento dos alunos a respeito do assunto. É possível também fazer um debate sobre os instrumentos de prevenção e controle de incêndios florestais considerados mais relevantes para a prevenção e controle de queimadas. Após elencar as ações, os alunos podem justificar a importância atribuída a cada ação selecionada.

Outra área que pode ser abordada é a geografia agrária, discutindo a expansão da fronteira agrícola, considerando os interesses e atividades envolvidas. Aqui, é possível discutir os motivos pelos quais as pessoas fazem queimadas e o que pretendem com isso.

Já que a matéria discute bastante as características do ecossistema amazônico, aborde a ausência de queimadas naturais, os tipos de vegetação e os impactos por eles sofridos em decorrência de uma queimada. Uma ideia é começar o debate perguntando: "a Amazônia pega fogo naturalmente?", "Alguém coloca?", "Por que alguém colocaria fogo na Amazônia?"

Outro ponto que pode ser discutido é como a perda da biodiversidade amazônica afeta a ciência e a pesquisa na indústria farmacológica, já que a Amazônia ainda possui potencial científico e plantas medicinais que podem trazer cura de doenças

3- Redação

"Neste mês de agosto, a Amazônia teve uma quantidade de queimadas bem acima da média histórica para o mês. Foram 30.901 focos de incêndio ao longo do mês, ante uma média de 25.853 para o período entre 1998 e 2018. O número é quase o triplo do registrado em agosto do ano passado, que teve 10.421 focos (alta de 196%), e é também o mais alto desde agosto de 2010 - ano de seca histórica severa, que teve 45.018 focos. Setembro começou quente, com 980 focos no primeiro dia.

Análises feitas pela Nasa e pela Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) indicam que os incêndios estão correlacionados com a alta de desmatamento no ano. Após o corte, pilhas de madeira são feitas para limpar a área. É floresta já derrubada, mas uma boa parte desse fogo acaba escapando e atinge a mata que permanece em pé. Unidades de conservação e terras indígenas estão entre as florestas atingidas pelo fogo."

GIRARDI, Giovana. Como o fogo destrói a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 2 de set. de 2019. Disponível em: https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,entenda-como-o-fogo-destroi-a-amazonia-a-maior-floresta-tropical-do-mundo,70002993118>. Acesso em: 11 out. 2019.

A partir da leitura do texto acima, elabore um texto dissertativo/argumentativo com o seguinte tema: Desmatamento e queimadas: como preservar a floresta amazônica?

4- Atualidades

Para abordar temas que estão em alta, seria interessante propor uma pesquisa sobre a mobilização nas redes sociais - de personalidades que se manifestaram em defesa da Amazônia, por exemplo - com reflexões sobre a linguagem que usaram (mais apelativa, emocional) e quantas curtidas e/ou compartilhamentos tiveram. Nesse contexto, é legal promover uma discussão sobre a nossa responsabilidade quando compartilhamos algo nas redes sociais. Será que todos entendem que essa é uma maneira de dizer que estamos dando nosso "aval" para aquele conteúdo?

Outro desdobramento possível seria: posts sobre a Amazônia, ainda que bem intencionados, circularam com fotos que não tinham nenhuma relação com os incêndios dos últimos meses. É possível, então, discutir os cuidados tomar na hora de produzir esses conteúdos e quais as consequências da viralização dessas imagens equivocadas. 

 

Disciplinas envolvidas: Biologia, Geografia e Atualidades/Redação.

Anos em que as habilidades podem ser trabalhadas: ensino fundamental 2 e ensino médio

Referências na BNCC: Ciências da Natureza - EF07CI08; EF07CI13; EF07CI14; EF08CI16*, Área de Ciências Humanas - EF06GE05; EF06GE11; EF06GE13; EF07GE11; EF08GE15**, Linguagens - EF69LP03; EF69LP07; EF69LP36***, Ciências da Natureza - EM13CNT105; EM13CNT206; EM13CNT303****Ciências Humanas - EM13CHS304; EM13CHS305; EM13CHS306*****Linguagens - EM13LGG104; EM13LGG302; EM13LGG303******

(EF07CI08) Avaliar como os impactos provocados por catástrofes naturais ou mudanças nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam suas populações, podendo ameaçar ou provocar a extinção de espécies, alteração de hábitos, migração etc.

(EF07CI13) Descrever o mecanismo natural do efeito estufa, seu papel fundamental para o desenvolvimento da vida na Terra, discutir as ações humanas responsáveis pelo seu aumento artificial (queima dos combustíveis fósseis, desmatamento, queimadas etc.) e selecionar e implementar propostas para a reversão ou controle desse quadro.

(EF07CI14) Justificar a importância da camada de ozônio para a vida na Terra, identificando os fatores que aumentam ou diminuem sua presença na atmosfera, e discutir propostas individuais e coletivas para sua preservação.

(EF08CI16) Discutir iniciativas que contribuam para restabelecer o equilíbrio ambiental a partir da identificação de alterações climáticas regionais e globais provocadas pela intervenção humana.

(EF06GE05) Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.

(EF06GE11) Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

(EF06GE13) Analisar consequências, vantagens e desvantagens das práticas humanas na dinâmica climática (ilha de calor etc.)

(EF07GE11) Caracterizar dinâmicas dos componentes físico-naturais no território nacional, bem como sua distribuição e biodiversidade (Florestas Tropicais, Cerrados, Caatingas, Campos Sulinos e Matas de Araucária).

(EF08GE15) Analisar a importância dos principais recursos hídricos da América Latina (Aquífero Guarani, Bacias do rio da Prata, do Amazonas e do Orinoco, sistemas de nuvens na Amazônia e nos Andes, entre outros) e discutir os desafios relacionados à gestão e comercialização da água.

(EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em reportagens e fotorreportagens o fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses defendidas em relação a esses subtemas; em tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente.

(EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto produção e circulação - os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação -, ao modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse contexto, à construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero), utilizando estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e editando imagens, arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos, ajustes, acrescentando/alterando efeitos, ordenamentos etc.

(EF69LP36) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigos de divulgação científica, verbete de enciclopédia, infográfico, infográfico animado, podcast ou vlog científico, relato de experimento, relatório, relatório multimidiático de campo, dentre outros, considerando o contexto de produção e as regularidades dos gêneros em termos de suas construções composicionais e estilos.

(EM13CNT105) Analisar os ciclos biogeoquímicos e interpretar os efeitos de fenômenos naturais e da interferência humana sobre esses ciclos, para promover ações individuais e/ ou coletivas que minimizem consequências nocivas à vida.

(EM13CNT206) Discutir a importância da preservação e conservação da biodiversidade, considerando parâmetros qualitativos e quantitativos, e avaliar os efeitos da ação humana e das políticas ambientais para a garantia da sustentabilidade do planeta.

(EM13CNT303) Interpretar textos de divulgação científica que tratem de temáticas das Ciências da Natureza, disponíveis em diferentes mídias, considerando a apresentação dos dados, tanto na forma de textos como em equações, gráficos e/ou tabelas, a consistência dos argumentos e a coerência das conclusões, visando construir estratégias de seleção de fontes confiáveis de informações.

(EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos, discutindo as origens dessas práticas, selecionando, incorporando e promovendo aquelas que favoreçam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável.

(EM13CHS305) Analisar e discutir o papel e as competências legais dos organismos nacionais e internacionais de regulação, controle e fiscalização ambiental e dos acordos internacionais para a promoção e a garantia de práticas ambientais sustentáveis.

(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes modelos socioeconômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta (como a adoção dos sistemas da agrobiodiversidade e agroflorestal por diferentes comunidades, entre outros).

(EM13LGG104) Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social.

(EM13LGG302) Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação.

(EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas.

O Estadão na Escola é parte de uma parceria com o Instituto Palavra Aberta, entidade sem fins lucrativos que lidera o EducaMídia, programa de educação midiática dedicado a formar professores e produzir conteúdos sobre o tema. A parceria é coordenada por Daniela Machado e Mariana Mandelli.

 Foto: Estadão

O material teve a colaboração de Thiago Cardoso, professor de Biologia do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, Daiane Ferreira, professora de Redação, de Leonardo Sukorski, professor de Geografia do Curso Pré-Vestibular Poliedro de São Paulo, e de Patrick Ritielle, professor de Atualidades do Colégio Magnum Agostiniano de Belo Horizonte.

 Foto: Gabriela Bilo/Estadão

O aumento do número de queimadas e a destruição da Amazônia levaram a diversas discussões nacionais e internacionais nos últimos meses. Em agosto, foram registrados 30.901 focos de incêndio, o triplo do número identificado no mesmo mês do ano passado.

Entender esse cenário é importante para fomentar discussões sobre o combate ao desmatamento e a preservação da maior floresta tropical do mundo. De acordo com análises feitas pela Nasa e pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), os incêndios estão relacionados principalmente com a alta de desmatamento no ano.

 
 
Arte: Infografia/Estadão  

O material produzido pela repórter de Ambiente do Estadão Giovana Girardi conta de que forma o fogo destrói a Amazônia. Ela entrevistou pesquisadores que explicam como ocorrem a rápida devastação da vegetação e o lento processo de regeneração.

A repórter Giovana Girardi conta nesse vídeo como foi a cobertura sobre as queimadas na Amazônia.

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Aproveite o texto para aprofundar as atividades de Biologia, Geografia e também discutir o tema nas aulas de Atualidades ou sugerir uma redação sobre o assunto.

PROPOSTA DE ATIVIDADES

1- Ciências da Natureza

A discussão, do ponto de vista da Biologia, poderá ser feita a partir de três temas: o papel da floresta na regulação dos processos envolvidos no efeito estufa e na variação climática; o impacto das queimadas no ciclo hidrológico local e as consequências para a grande biodiversidade da Amazônia. 

Como sugestão de atividade, o professor poderá levar um gráfico com a série histórica do desmatamento, apontando as variações ao longo dos anos (disponível no portal do Inpe).

A partir disso, é possível pedir para que os alunos indiquem, em grupos, quais seriam os aspectos que fizeram aumentar ou diminuir o desmatamento, o que caracteriza cada um e qual o contexto político econômico de cada período. Os grupos, então, apresentam as hipóteses levantadas, os aspectos gerais do contexto do período e pontuam quais os principais conceitos de biologia que estão por trás da questão (após a discussão preliminar em sala de aula). Depois, os alunos podem produzir um texto tentando explicar a situação das queimadas na Amazônia para colegas de séries anteriores.

É importante lembrar que circulou na internet a ideia de que a Amazônia é o pulmão do mundo. A informação está incorreta, mas muitas pessoas replicam esse discurso. A questão vale ser abordada em uma discussão com os alunos. Mas, antes de afirmar que a Amazônia não é o pulmão do mundo, o professor pode propor um jogo para testar os alunos: mostrar o desenho de um pulmão e diversas palavras que se referem às funções do órgão. Em grupo, os alunos podem selecionar quais dessas atribuições também se encaixam (ou não) na dinâmica da Amazônia e, em seguida, explicar a que conclusão chegaram ao responder à pergunta sobre se a floresta é ou não o pulmão do mundo.

2- Ciências Humanas 

Antes de iniciar a discussão, o professor pode propor um jogo de perguntas e respostas para testar o nível de conhecimento dos alunos a respeito do assunto. É possível também fazer um debate sobre os instrumentos de prevenção e controle de incêndios florestais considerados mais relevantes para a prevenção e controle de queimadas. Após elencar as ações, os alunos podem justificar a importância atribuída a cada ação selecionada.

Outra área que pode ser abordada é a geografia agrária, discutindo a expansão da fronteira agrícola, considerando os interesses e atividades envolvidas. Aqui, é possível discutir os motivos pelos quais as pessoas fazem queimadas e o que pretendem com isso.

Já que a matéria discute bastante as características do ecossistema amazônico, aborde a ausência de queimadas naturais, os tipos de vegetação e os impactos por eles sofridos em decorrência de uma queimada. Uma ideia é começar o debate perguntando: "a Amazônia pega fogo naturalmente?", "Alguém coloca?", "Por que alguém colocaria fogo na Amazônia?"

Outro ponto que pode ser discutido é como a perda da biodiversidade amazônica afeta a ciência e a pesquisa na indústria farmacológica, já que a Amazônia ainda possui potencial científico e plantas medicinais que podem trazer cura de doenças

3- Redação

"Neste mês de agosto, a Amazônia teve uma quantidade de queimadas bem acima da média histórica para o mês. Foram 30.901 focos de incêndio ao longo do mês, ante uma média de 25.853 para o período entre 1998 e 2018. O número é quase o triplo do registrado em agosto do ano passado, que teve 10.421 focos (alta de 196%), e é também o mais alto desde agosto de 2010 - ano de seca histórica severa, que teve 45.018 focos. Setembro começou quente, com 980 focos no primeiro dia.

Análises feitas pela Nasa e pela Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) indicam que os incêndios estão correlacionados com a alta de desmatamento no ano. Após o corte, pilhas de madeira são feitas para limpar a área. É floresta já derrubada, mas uma boa parte desse fogo acaba escapando e atinge a mata que permanece em pé. Unidades de conservação e terras indígenas estão entre as florestas atingidas pelo fogo."

GIRARDI, Giovana. Como o fogo destrói a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 2 de set. de 2019. Disponível em: https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,entenda-como-o-fogo-destroi-a-amazonia-a-maior-floresta-tropical-do-mundo,70002993118>. Acesso em: 11 out. 2019.

A partir da leitura do texto acima, elabore um texto dissertativo/argumentativo com o seguinte tema: Desmatamento e queimadas: como preservar a floresta amazônica?

4- Atualidades

Para abordar temas que estão em alta, seria interessante propor uma pesquisa sobre a mobilização nas redes sociais - de personalidades que se manifestaram em defesa da Amazônia, por exemplo - com reflexões sobre a linguagem que usaram (mais apelativa, emocional) e quantas curtidas e/ou compartilhamentos tiveram. Nesse contexto, é legal promover uma discussão sobre a nossa responsabilidade quando compartilhamos algo nas redes sociais. Será que todos entendem que essa é uma maneira de dizer que estamos dando nosso "aval" para aquele conteúdo?

Outro desdobramento possível seria: posts sobre a Amazônia, ainda que bem intencionados, circularam com fotos que não tinham nenhuma relação com os incêndios dos últimos meses. É possível, então, discutir os cuidados tomar na hora de produzir esses conteúdos e quais as consequências da viralização dessas imagens equivocadas. 

 

Disciplinas envolvidas: Biologia, Geografia e Atualidades/Redação.

Anos em que as habilidades podem ser trabalhadas: ensino fundamental 2 e ensino médio

Referências na BNCC: Ciências da Natureza - EF07CI08; EF07CI13; EF07CI14; EF08CI16*, Área de Ciências Humanas - EF06GE05; EF06GE11; EF06GE13; EF07GE11; EF08GE15**, Linguagens - EF69LP03; EF69LP07; EF69LP36***, Ciências da Natureza - EM13CNT105; EM13CNT206; EM13CNT303****Ciências Humanas - EM13CHS304; EM13CHS305; EM13CHS306*****Linguagens - EM13LGG104; EM13LGG302; EM13LGG303******

(EF07CI08) Avaliar como os impactos provocados por catástrofes naturais ou mudanças nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam suas populações, podendo ameaçar ou provocar a extinção de espécies, alteração de hábitos, migração etc.

(EF07CI13) Descrever o mecanismo natural do efeito estufa, seu papel fundamental para o desenvolvimento da vida na Terra, discutir as ações humanas responsáveis pelo seu aumento artificial (queima dos combustíveis fósseis, desmatamento, queimadas etc.) e selecionar e implementar propostas para a reversão ou controle desse quadro.

(EF07CI14) Justificar a importância da camada de ozônio para a vida na Terra, identificando os fatores que aumentam ou diminuem sua presença na atmosfera, e discutir propostas individuais e coletivas para sua preservação.

(EF08CI16) Discutir iniciativas que contribuam para restabelecer o equilíbrio ambiental a partir da identificação de alterações climáticas regionais e globais provocadas pela intervenção humana.

(EF06GE05) Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.

(EF06GE11) Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

(EF06GE13) Analisar consequências, vantagens e desvantagens das práticas humanas na dinâmica climática (ilha de calor etc.)

(EF07GE11) Caracterizar dinâmicas dos componentes físico-naturais no território nacional, bem como sua distribuição e biodiversidade (Florestas Tropicais, Cerrados, Caatingas, Campos Sulinos e Matas de Araucária).

(EF08GE15) Analisar a importância dos principais recursos hídricos da América Latina (Aquífero Guarani, Bacias do rio da Prata, do Amazonas e do Orinoco, sistemas de nuvens na Amazônia e nos Andes, entre outros) e discutir os desafios relacionados à gestão e comercialização da água.

(EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em reportagens e fotorreportagens o fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses defendidas em relação a esses subtemas; em tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente.

(EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto produção e circulação - os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação -, ao modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse contexto, à construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero), utilizando estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e editando imagens, arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos, ajustes, acrescentando/alterando efeitos, ordenamentos etc.

(EF69LP36) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigos de divulgação científica, verbete de enciclopédia, infográfico, infográfico animado, podcast ou vlog científico, relato de experimento, relatório, relatório multimidiático de campo, dentre outros, considerando o contexto de produção e as regularidades dos gêneros em termos de suas construções composicionais e estilos.

(EM13CNT105) Analisar os ciclos biogeoquímicos e interpretar os efeitos de fenômenos naturais e da interferência humana sobre esses ciclos, para promover ações individuais e/ ou coletivas que minimizem consequências nocivas à vida.

(EM13CNT206) Discutir a importância da preservação e conservação da biodiversidade, considerando parâmetros qualitativos e quantitativos, e avaliar os efeitos da ação humana e das políticas ambientais para a garantia da sustentabilidade do planeta.

(EM13CNT303) Interpretar textos de divulgação científica que tratem de temáticas das Ciências da Natureza, disponíveis em diferentes mídias, considerando a apresentação dos dados, tanto na forma de textos como em equações, gráficos e/ou tabelas, a consistência dos argumentos e a coerência das conclusões, visando construir estratégias de seleção de fontes confiáveis de informações.

(EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos, discutindo as origens dessas práticas, selecionando, incorporando e promovendo aquelas que favoreçam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável.

(EM13CHS305) Analisar e discutir o papel e as competências legais dos organismos nacionais e internacionais de regulação, controle e fiscalização ambiental e dos acordos internacionais para a promoção e a garantia de práticas ambientais sustentáveis.

(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes modelos socioeconômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta (como a adoção dos sistemas da agrobiodiversidade e agroflorestal por diferentes comunidades, entre outros).

(EM13LGG104) Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social.

(EM13LGG302) Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação.

(EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas.

O Estadão na Escola é parte de uma parceria com o Instituto Palavra Aberta, entidade sem fins lucrativos que lidera o EducaMídia, programa de educação midiática dedicado a formar professores e produzir conteúdos sobre o tema. A parceria é coordenada por Daniela Machado e Mariana Mandelli.

 Foto: Estadão

O material teve a colaboração de Thiago Cardoso, professor de Biologia do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, Daiane Ferreira, professora de Redação, de Leonardo Sukorski, professor de Geografia do Curso Pré-Vestibular Poliedro de São Paulo, e de Patrick Ritielle, professor de Atualidades do Colégio Magnum Agostiniano de Belo Horizonte.

 Foto: Gabriela Bilo/Estadão

O aumento do número de queimadas e a destruição da Amazônia levaram a diversas discussões nacionais e internacionais nos últimos meses. Em agosto, foram registrados 30.901 focos de incêndio, o triplo do número identificado no mesmo mês do ano passado.

Entender esse cenário é importante para fomentar discussões sobre o combate ao desmatamento e a preservação da maior floresta tropical do mundo. De acordo com análises feitas pela Nasa e pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), os incêndios estão relacionados principalmente com a alta de desmatamento no ano.

 
 
Arte: Infografia/Estadão  

O material produzido pela repórter de Ambiente do Estadão Giovana Girardi conta de que forma o fogo destrói a Amazônia. Ela entrevistou pesquisadores que explicam como ocorrem a rápida devastação da vegetação e o lento processo de regeneração.

A repórter Giovana Girardi conta nesse vídeo como foi a cobertura sobre as queimadas na Amazônia.

[embed]https://www.youtube.com/watch?v=G5TWGOAP0iU[/embed]

Aproveite o texto para aprofundar as atividades de Biologia, Geografia e também discutir o tema nas aulas de Atualidades ou sugerir uma redação sobre o assunto.

PROPOSTA DE ATIVIDADES

1- Ciências da Natureza

A discussão, do ponto de vista da Biologia, poderá ser feita a partir de três temas: o papel da floresta na regulação dos processos envolvidos no efeito estufa e na variação climática; o impacto das queimadas no ciclo hidrológico local e as consequências para a grande biodiversidade da Amazônia. 

Como sugestão de atividade, o professor poderá levar um gráfico com a série histórica do desmatamento, apontando as variações ao longo dos anos (disponível no portal do Inpe).

A partir disso, é possível pedir para que os alunos indiquem, em grupos, quais seriam os aspectos que fizeram aumentar ou diminuir o desmatamento, o que caracteriza cada um e qual o contexto político econômico de cada período. Os grupos, então, apresentam as hipóteses levantadas, os aspectos gerais do contexto do período e pontuam quais os principais conceitos de biologia que estão por trás da questão (após a discussão preliminar em sala de aula). Depois, os alunos podem produzir um texto tentando explicar a situação das queimadas na Amazônia para colegas de séries anteriores.

É importante lembrar que circulou na internet a ideia de que a Amazônia é o pulmão do mundo. A informação está incorreta, mas muitas pessoas replicam esse discurso. A questão vale ser abordada em uma discussão com os alunos. Mas, antes de afirmar que a Amazônia não é o pulmão do mundo, o professor pode propor um jogo para testar os alunos: mostrar o desenho de um pulmão e diversas palavras que se referem às funções do órgão. Em grupo, os alunos podem selecionar quais dessas atribuições também se encaixam (ou não) na dinâmica da Amazônia e, em seguida, explicar a que conclusão chegaram ao responder à pergunta sobre se a floresta é ou não o pulmão do mundo.

2- Ciências Humanas 

Antes de iniciar a discussão, o professor pode propor um jogo de perguntas e respostas para testar o nível de conhecimento dos alunos a respeito do assunto. É possível também fazer um debate sobre os instrumentos de prevenção e controle de incêndios florestais considerados mais relevantes para a prevenção e controle de queimadas. Após elencar as ações, os alunos podem justificar a importância atribuída a cada ação selecionada.

Outra área que pode ser abordada é a geografia agrária, discutindo a expansão da fronteira agrícola, considerando os interesses e atividades envolvidas. Aqui, é possível discutir os motivos pelos quais as pessoas fazem queimadas e o que pretendem com isso.

Já que a matéria discute bastante as características do ecossistema amazônico, aborde a ausência de queimadas naturais, os tipos de vegetação e os impactos por eles sofridos em decorrência de uma queimada. Uma ideia é começar o debate perguntando: "a Amazônia pega fogo naturalmente?", "Alguém coloca?", "Por que alguém colocaria fogo na Amazônia?"

Outro ponto que pode ser discutido é como a perda da biodiversidade amazônica afeta a ciência e a pesquisa na indústria farmacológica, já que a Amazônia ainda possui potencial científico e plantas medicinais que podem trazer cura de doenças

3- Redação

"Neste mês de agosto, a Amazônia teve uma quantidade de queimadas bem acima da média histórica para o mês. Foram 30.901 focos de incêndio ao longo do mês, ante uma média de 25.853 para o período entre 1998 e 2018. O número é quase o triplo do registrado em agosto do ano passado, que teve 10.421 focos (alta de 196%), e é também o mais alto desde agosto de 2010 - ano de seca histórica severa, que teve 45.018 focos. Setembro começou quente, com 980 focos no primeiro dia.

Análises feitas pela Nasa e pela Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) indicam que os incêndios estão correlacionados com a alta de desmatamento no ano. Após o corte, pilhas de madeira são feitas para limpar a área. É floresta já derrubada, mas uma boa parte desse fogo acaba escapando e atinge a mata que permanece em pé. Unidades de conservação e terras indígenas estão entre as florestas atingidas pelo fogo."

GIRARDI, Giovana. Como o fogo destrói a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 2 de set. de 2019. Disponível em: https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,entenda-como-o-fogo-destroi-a-amazonia-a-maior-floresta-tropical-do-mundo,70002993118>. Acesso em: 11 out. 2019.

A partir da leitura do texto acima, elabore um texto dissertativo/argumentativo com o seguinte tema: Desmatamento e queimadas: como preservar a floresta amazônica?

4- Atualidades

Para abordar temas que estão em alta, seria interessante propor uma pesquisa sobre a mobilização nas redes sociais - de personalidades que se manifestaram em defesa da Amazônia, por exemplo - com reflexões sobre a linguagem que usaram (mais apelativa, emocional) e quantas curtidas e/ou compartilhamentos tiveram. Nesse contexto, é legal promover uma discussão sobre a nossa responsabilidade quando compartilhamos algo nas redes sociais. Será que todos entendem que essa é uma maneira de dizer que estamos dando nosso "aval" para aquele conteúdo?

Outro desdobramento possível seria: posts sobre a Amazônia, ainda que bem intencionados, circularam com fotos que não tinham nenhuma relação com os incêndios dos últimos meses. É possível, então, discutir os cuidados tomar na hora de produzir esses conteúdos e quais as consequências da viralização dessas imagens equivocadas. 

 

Disciplinas envolvidas: Biologia, Geografia e Atualidades/Redação.

Anos em que as habilidades podem ser trabalhadas: ensino fundamental 2 e ensino médio

Referências na BNCC: Ciências da Natureza - EF07CI08; EF07CI13; EF07CI14; EF08CI16*, Área de Ciências Humanas - EF06GE05; EF06GE11; EF06GE13; EF07GE11; EF08GE15**, Linguagens - EF69LP03; EF69LP07; EF69LP36***, Ciências da Natureza - EM13CNT105; EM13CNT206; EM13CNT303****Ciências Humanas - EM13CHS304; EM13CHS305; EM13CHS306*****Linguagens - EM13LGG104; EM13LGG302; EM13LGG303******

(EF07CI08) Avaliar como os impactos provocados por catástrofes naturais ou mudanças nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam suas populações, podendo ameaçar ou provocar a extinção de espécies, alteração de hábitos, migração etc.

(EF07CI13) Descrever o mecanismo natural do efeito estufa, seu papel fundamental para o desenvolvimento da vida na Terra, discutir as ações humanas responsáveis pelo seu aumento artificial (queima dos combustíveis fósseis, desmatamento, queimadas etc.) e selecionar e implementar propostas para a reversão ou controle desse quadro.

(EF07CI14) Justificar a importância da camada de ozônio para a vida na Terra, identificando os fatores que aumentam ou diminuem sua presença na atmosfera, e discutir propostas individuais e coletivas para sua preservação.

(EF08CI16) Discutir iniciativas que contribuam para restabelecer o equilíbrio ambiental a partir da identificação de alterações climáticas regionais e globais provocadas pela intervenção humana.

(EF06GE05) Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.

(EF06GE11) Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

(EF06GE13) Analisar consequências, vantagens e desvantagens das práticas humanas na dinâmica climática (ilha de calor etc.)

(EF07GE11) Caracterizar dinâmicas dos componentes físico-naturais no território nacional, bem como sua distribuição e biodiversidade (Florestas Tropicais, Cerrados, Caatingas, Campos Sulinos e Matas de Araucária).

(EF08GE15) Analisar a importância dos principais recursos hídricos da América Latina (Aquífero Guarani, Bacias do rio da Prata, do Amazonas e do Orinoco, sistemas de nuvens na Amazônia e nos Andes, entre outros) e discutir os desafios relacionados à gestão e comercialização da água.

(EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em reportagens e fotorreportagens o fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses defendidas em relação a esses subtemas; em tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente.

(EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto produção e circulação - os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação -, ao modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse contexto, à construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero), utilizando estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e editando imagens, arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos, ajustes, acrescentando/alterando efeitos, ordenamentos etc.

(EF69LP36) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigos de divulgação científica, verbete de enciclopédia, infográfico, infográfico animado, podcast ou vlog científico, relato de experimento, relatório, relatório multimidiático de campo, dentre outros, considerando o contexto de produção e as regularidades dos gêneros em termos de suas construções composicionais e estilos.

(EM13CNT105) Analisar os ciclos biogeoquímicos e interpretar os efeitos de fenômenos naturais e da interferência humana sobre esses ciclos, para promover ações individuais e/ ou coletivas que minimizem consequências nocivas à vida.

(EM13CNT206) Discutir a importância da preservação e conservação da biodiversidade, considerando parâmetros qualitativos e quantitativos, e avaliar os efeitos da ação humana e das políticas ambientais para a garantia da sustentabilidade do planeta.

(EM13CNT303) Interpretar textos de divulgação científica que tratem de temáticas das Ciências da Natureza, disponíveis em diferentes mídias, considerando a apresentação dos dados, tanto na forma de textos como em equações, gráficos e/ou tabelas, a consistência dos argumentos e a coerência das conclusões, visando construir estratégias de seleção de fontes confiáveis de informações.

(EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos, discutindo as origens dessas práticas, selecionando, incorporando e promovendo aquelas que favoreçam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável.

(EM13CHS305) Analisar e discutir o papel e as competências legais dos organismos nacionais e internacionais de regulação, controle e fiscalização ambiental e dos acordos internacionais para a promoção e a garantia de práticas ambientais sustentáveis.

(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes modelos socioeconômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta (como a adoção dos sistemas da agrobiodiversidade e agroflorestal por diferentes comunidades, entre outros).

(EM13LGG104) Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social.

(EM13LGG302) Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação.

(EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas.

O Estadão na Escola é parte de uma parceria com o Instituto Palavra Aberta, entidade sem fins lucrativos que lidera o EducaMídia, programa de educação midiática dedicado a formar professores e produzir conteúdos sobre o tema. A parceria é coordenada por Daniela Machado e Mariana Mandelli.

 Foto: Estadão

O material teve a colaboração de Thiago Cardoso, professor de Biologia do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, Daiane Ferreira, professora de Redação, de Leonardo Sukorski, professor de Geografia do Curso Pré-Vestibular Poliedro de São Paulo, e de Patrick Ritielle, professor de Atualidades do Colégio Magnum Agostiniano de Belo Horizonte.

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